quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Dor como forma de evolução

                ''Não causarei dor sem permitir que nasça algo novo''. Isaías 66:9
                 Nenhum de nós está livre da dor, este fardo faz parte do nosso processo evolutivo. O peso da bagagem é proporcional às nossas imperfeições. Desfazer-se dela é purgar o tanto que fizemos em desacordo com as leis divinas. Nossa visão, hoje é menos preconceituosa sobre a reencarnação do que era a um século, e isso é um bálsamo para todos, já que teremos oportunidades para uma devida reparação.
                 Essa realidade de podermos quitar nossas dívidas do passado, expande um horizonte de esperanças, onde teremos, gradativamente, o alívio das provas e expiações, com o discernimento que o tempo nos trás, adentraremos ao processo de consolo e calma emocional e espiritual. Nossa viagem rumo a evolução é contínua e ocorre gradativamente conforme nossa melhora moral e intelectual.
                  No livro'' O além e a sobrevivência do ser'' de Leon Dennis lemos: ''Sim, não obstante o desenfreado amor à matéria, característico dos tempos atuais, não obstante a luta ardorosa da vida, luta que nos arrebata em sua engrenagem e nos absorve inteiramente, a ideia do além se ergue a todo instante em nosso íntimo''. Esse sentimento inerente ao ser humano apresenta-se como sendo uma centelha divina a nos alertar quanto ao amparo constante que temos, face a misericórdia do Pai, que nos oferece seus mensageiros de luz para nos acompanhar.
                    Encontramos em Mateus 5:16 '' Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus''. Essa assertiva nos remete por analogia ao diamante, que para reluzir precisa ser lapidado. As provas e expiações, para nós espíritos, são necessárias para que possamos galgar os patamares da evolução.
                    As dores e os sofrimentos decorrem de nossas atitudes e pensamentos, recaindo sobre nós o ônus da reparação. Esse processo penoso, mas regenerador, leva-nos à libertação. Para tal, devemos nos valer da fé, ancorada na esperança de que tudo passa e que precisamos cultivar sempre a resignação e a resiliência, que nos fortalecem nos passos da vida. Como já tão sabiamente nos disse Lya Luft ''O tempo não é apenas um devorador de horas, mas um enfermeiro eficiente''.
                   A dor tem o seu princípio pedagógico, ela nos ensina nas vicissitudes, deixando a lição quando nos apercebemos de que é preciso mudar nossos rumos. É óbvio que ninguém gosta de sofrer, mas se buscarmos compreender de forma mais acurada, ou seja, com cuidado e zelo tudo o que nos acontece, não raro, encontraremos de forma sutil algo que nos alerta.
                    A dor surge para deixamos de lado tudo o que não é de extrema importância e nos voltarmos para nós mesmos, ou seja, devemos olhar para dentro, observar nossos sentimentos, nossas atitudes e reações, por isso que a dor é uma forma pedagógica de evoluirmos, pois ela nos ensina a valorizar o que realmente é importante, que é nossa essência.

                   

              

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Cuidado, algumas ajudas podem ser armadilhas

                      Nem toda ajuda vem do amor e algumas feridas nascem de gestos que pareciam inocentes. Como reconhecer que o apoio de alguém é uma armadilha disfarçada? 
                    Existe um tipo de dor que pega você desprevenido. Aquela que vem de onde menos esperamos, das mãos que se estendem oferecendo socorro, dos rostos que sorriem oferecendo apoio, das vozes que dizem ''estou aqui para você''. E então, quando você já está vulnerável, confiante, aberto, percebe que caiu numa cilada cuidadosamente armada. 
                     Nem toda mão estendida quer te levantar. Algumas querem apenas te puxar para baixo. Isso parece pessimista demais? Talvez. Mas ignorar esta realidade pode custar caro demais. Principalmente quando essas pessoas estão dentro da sua própria casa, sentadas na mesa de jantar, conhecendo cada fraqueza nossa desde a infância, podem ser amigos de longa data ou que acabamos de conhecer.
                     Esse tipo de pessoa domina uma arte perturbadora, parecem incrivelmente prestativas. Chegam antes que você peça por ajuda. Elas sussurram conselhos, nos dão um ombro amigo, fazem favores pequenos que te deixam em débito emocional. Constroem uma imagem de salvadoras, enquanto, tecem a rede que vai te prender.
                     O que torna tudo mais difícil é que elas não são grosserias. Não chegam gritando ou ameaçando. Pelo contrário, elas são amorosas, ou pelo menos parecem ser. Tentam ocupar um lugar especial em nossas vidas, são quase insubstituíveis. 
                      A empatia que demonstram é uma performance. Estudada, calculada, convincente. Mas se você prestar atenção, vai notar algo estranho. Existe um peso no ar quando elas estão por perto. Uma sensação de desconforto que você não consegue explicar. Seu corpo sabe antes que sua mente que algo está errado. Nossa intuição nos alerta, mas tendemos a não dar ouvidos.
                      Existem pequenos sinais que gritam silenciosamente. Tem algumas coisas que denunciam essas pessoas, mesmo quando a máscara está bem colocada. Primeiro, a ajuda deles sempre tem um preço invisível. Pode não ser dinheiro. Pode ser sua liberdade, sua autoestima, sua paz. Essas pessoas costumam fazer favores geralmente em nosso momento mais difícil, viramos devedores. E vão cobrar cedo ou tarde.
                      Segundo, elas tendem a criar o caos para chegar com a solução, alimentam conflitos entre outras pessoas, espalham mal entendidos, plantam dúvidas para poder chegar como mediadoras generosas. É como atear fogo na casa para depois oferecer um copo de água, esperando gratidão eterna.
                      Terceiro, elas estudam você nos mínimos detalhes. Observam suas fraquezas, seus medos, seus desejos. Guardam essa informação para ser usado no momento certo, quase sempre de nossa maior fragilidade. Querem nos ver vulneráveis, de preferência submissos. 
                      Quarto, essas pessoas inventam situações com maestria. Se você questiona, vira um ingrato. Se você se afasta, vira frio. Se você reclama, vira louco. Elas são vítimas eternas nas próprias narrativas e você acaba sendo o vilão da história. 
                       Quinto, e talvez o mais revelador. Outras pessoas ao redor dessas vivem diminuídas, confusas, sempre se desculpando. Sempre duvidando de si mesmas, sempre cansadas. Ninguém tem grande importância na vida dessas pessoas. É como se a presença delas sugasse a energia de todos ao redor.
                        Esse tipo de pessoa é um destruidor emocional ou como a psicologia chama de psicopata. Sente prazer em manipular, em dominar e deseja que a gente fique dependente emocionalmente e às vezes até financeiramente. A melhor forma de identificar essas pessoas é focando no autoconhecimento, desenvolvendo amor próprio.
                        Quando estiver frágil emocionalmente, fisicamente e financeiramente tente se aproximar de pessoas que já conhece, busque por amigos confiáveis, não aceite ajuda de estranhos duvidosos. Você é especial e amado pela espiritualidade superior. Confie nos seus instintos de sobrevivência e valorize quem fica ao seu lado em todos os momentos. Eu estou a disposição para ter ajudar com palavras amigas e verdadeiras.

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Todos possuímos o direito de escolher, mas arcaremos com as consequências de nossas escolhas

                   No espiritismo aprendemos que somos os arquitetos do nosso próprio destino.  Através do livre arbítrio, fazemos escolhas diariamente e essas decisões desencadeiam consequências que moldam nosso futuro espiritual. Esse é o princípio fundamental da lei de causa e efeito, mas como essa relação funciona? E de que maneiras podemos utilizar nosso livre arbítrio para promover nossa evolução?
                    O livre arbítrio é a capacidade de tomar decisões de forma consciente e independente. Diferente dos instintos que guiam os animais, o ser humano tem a liberdade de escolher entre o bem e o mal, de seguir diferentes caminhos e assumir as consequências dessas escolhas. No entanto essa liberdade vem acompanhada de responsabilidade. Como nos ensina o espiritismo ''a cada um será dado segundo suas obras''. Mateus 16:27.
                      A medida que evoluímos e desenvolvemos moralidade, nosso discernimento também se aprimora, permitindo melhores escolhas, focadas na razão e deixamos gradativamente a emoção de lado. As emoções quando são nossas prioridades sempre nos prendem, decisões em que a razão e as emoções andam juntas são sempre assertivas.
                     A lei de causa e efeito ou do retorno é um dos pilares do espiritismo. Segundo essa lei, tudo o que fazemos gera uma reação proporcional, ou seja, tem consequência. Boas ações resultam em experiências positivas, enquanto atitudes negativas trazem consequências que devem ser reparadas.
                     Essa lei não é um castigo, mas um mecanismo pedagógico que nos auxilia na evolução. O sofrimento, muitas vezes, é a oportunidade de aprendizado e reajuste espiritual. O espírito colhe aquilo que plantou, seja nessa encarnação ou nas vidas futuras.
                     Como o livre arbítrio e a lei de causa e efeito se relacionam? O livre arbítrio nos dá o poder de decidir, para o certo ou para o errado; a lei de causa e efeito nos ensina com base nas escolhas que fazemos. Se tomamos decisões impulsionadas pelo egoísmo, pelo orgulho e pela maldade, naturalmente colheremos experiências que nos ensinarão os efeitos dessas condutas. Da mesma forma, quando praticamos o bem, acumulamos méritos espirituais e atraímos experiências mais equilibradas para a nossa jornada terrena.
                     No entanto, a lei divina é sempre justa e misericordiosa. Quando reconhecemos nosso erros e buscamos corrigi-los com sinceridade, temos a oportunidade de modificar nosso destino e acelerar nossa evolução espiritual.
                      Como fazer escolhas conscientes para um futuro melhor? Diante da liberdade de escolher, é importante refletirmos sobre nossas atitudes e buscarmos agir com sabedoria. Algumas práticas podem nos ajudar:
                      *Autoconhecimento. Refletir sobre nossos pensamentos e ações, poderá nos ajudar a tomar decisões mais conscientes e racionais, fazendo com que se inicie a transformação interior.
                      *Estudo do evangelho. O conhecimento espiritual nos orienta a agir de acordo com a leia divina. Desenvolver a espiritualidade é desenvolver discernimento.
                      *Prece e sintonia espiritual. A oração e a busca por bons pensamentos favorecem nossa conexão com espíritos bem feitores, acalmando nosso coração e mente.
                      *Prática da caridade. Agir com amor e fraternidade gera efeitos positivos tanto para nós quanto para aqueles que auxiliamos.
                      * Resiliência e aprendizado. Diante das dificuldades, é essencial compreendê-las como oportunidades de crescimento.
                       Podemos concluir que o livre arbítrio é um presente divino, que nos permite construir um futuro melhor. No entanto, devemos usá-lo com responsabilidade, pois a lei de causa e efeito nos ensina que cada escolha trás consequências. A busca pelo bem, pelo amor e pela evolução espiritual nos leva a uma jornada mais harmoniosa e iluminada. Que possamos a cada dia fazer melhores escolhas que nos aproximam da paz interior e da verdadeira felicidade espiritual.
                     

sexta-feira, 10 de outubro de 2025

A morte segundo o espiritismo

                        "Muitos daqueles que o mundo leva para cá e para lá, entre sofrimentos físicos, psicológicos e psiquiátricos, com mentes em conturbação, são vítimas de si mesmos e a todos nós cabe ação favorável, por misericórdia.'' Yvone do Amaral Pereira.
                      A morte é a certeza que nos vê nascer. A partir do instante que somos concebidos, a morte passa a ser parte inexorável da vida, eis que não há dentro de nós, quem permaneça encarnado eternamente. Vida e morte são sempre interligadas.
                      Morrer é viver uma pausa entre as nossas diversas tentativas de evolução, uma bolsa de ar onde deixamos a materialidade que nos pesa, retornando ao plano espiritual, que é nossa verdadeira casa, a fim de recarregarmos as energias para uma nova incursão evolutiva.
                      A vida material é dolorosa para o espírito que verdadeiramente somos, uma prisão recheada de provas, expiações e complicações que não raramente, nos tiram a paz que tanto desejamos que nos faça companhia. Durante a vida, o espírito se acha preso ao corpo pelo envoltório semimaterial ou perispírito. A morte é a destruição do corpo somente, não desse invólucro, que do corpo se separa quando a vida se estingue.
                      Mas, a morte não é o fim, a morte não é nenhuma interrupção, nem a cessação da vida, mas uma transformação, sem solução de continuidade.
                      O fato de morrermos fisicamente significa tão somente uma mudança, fazendo com que nosso espírito retorne ao plano imaterial. A vida segue pulsando, nós seguimos vivos, só que em outro espaço.
                        Essa transformação não ocorre da mesma forma para todos os espíritos, sendo a passagem da vida física para a espiritual, uma experiência particular de cada um, levando-se em conta diversos fatores. No livro dos espíritos encontramos a seguinte citação: ''A observação demonstra que, no instante da morte, o desprendimento do perispírito não se completa subitamente, que ao contrário, se opera gradualmente e com uma lentidão muito variável conforme o individuo.''
                         Portanto, a morte física acontece diferente para cada individuo. A chegada ao plano espiritual também, afinal nem todos vão direto para um hospital, nem todos são amparados imediatamente pelos bons espíritos, pois isso depende de como vivemos aqui na terra, nossas ações definem o lugar para onde iremos após a morte física.
                          Para alguns de nós será apenas a saída da prisão que chamamos de corpo. Sim, pois o espírito anseia pela liberdade, o corpo material é como um cárcere durante nossa estadia aqui no plano físico. O corpo é o instrumento que nos permite atravessar as dificuldades da vida terrena, então, de acordo como livro dos espíritos '' em uns é bastante rápido, podendo dizer-se que o momento da morte é o da libertação, com apenas algumas horas de diferença.''
                          Entretanto há entre nós aqueles que levam uma vida mais apegada aos prazeres que a materialidade proporciona, sendo, portanto, apegados aos bens materiais, vícios e paixões humanas, que fazem com que o desprendimento do corpo físico seja mais demorado. Ali não há vida física, apenas afinidade do espírito com a matéria, fazendo com que ele tarde a deixar o veiculo que não mais pode lhe atender.
                         O espiritismo nos pede o raciocínio da fé, e é por ele que podemos compreender que quanto mais formos apegados ao corpo que temos ou às coisas que angariamos ao longo da vida, mais nosso espírito encontrará dificuldades no momento de abandonar essa encarnação.
                          Novamente socorre-nos o livro dos espíritos: ''É, com efeito, racional conceber-se que, quanto mais o espírito se haja identificado com a matéria, tanto mais penoso lhe seja separar-se dela, ao passo que a atividade intelectual e moral, a elevação dos pensamentos que operam um começo de desprendimento, mesmo durante a vida do corpo, de modo que, chegando a morte, ele é quase instantâneo.''
                          Precisamos valorizar a vida,valorizar os aprendizados e nossa moral, dessa forma conseguiremos nos desprender do corpo físico sem dor ou sofrimento. Comece hoje mesmo sua mudança interior, pois você merece uma vida plena e cheia de novas possibilidades.