"Muitos daqueles que o mundo leva para cá e para lá, entre sofrimentos físicos, psicológicos e psiquiátricos, com mentes em conturbação, são vítimas de si mesmos e a todos nós cabe ação favorável, por misericórdia.'' Yvone do Amaral Pereira.
A morte é a certeza que nos vê nascer. A partir do instante que somos concebidos, a morte passa a ser parte inexorável da vida, eis que não há dentro de nós, quem permaneça encarnado eternamente. Vida e morte são sempre interligadas.
Morrer é viver uma pausa entre as nossas diversas tentativas de evolução, uma bolsa de ar onde deixamos a materialidade que nos pesa, retornando ao plano espiritual, que é nossa verdadeira casa, a fim de recarregarmos as energias para uma nova incursão evolutiva.
A vida material é dolorosa para o espírito que verdadeiramente somos, uma prisão recheada de provas, expiações e complicações que não raramente, nos tiram a paz que tanto desejamos que nos faça companhia. Durante a vida, o espírito se acha preso ao corpo pelo envoltório semimaterial ou perispírito. A morte é a destruição do corpo somente, não desse invólucro, que do corpo se separa quando a vida se estingue.
Mas, a morte não é o fim, a morte não é nenhuma interrupção, nem a cessação da vida, mas uma transformação, sem solução de continuidade.
O fato de morrermos fisicamente significa tão somente uma mudança, fazendo com que nosso espírito retorne ao plano imaterial. A vida segue pulsando, nós seguimos vivos, só que em outro espaço.
Essa transformação não ocorre da mesma forma para todos os espíritos, sendo a passagem da vida física para a espiritual, uma experiência particular de cada um, levando-se em conta diversos fatores. No livro dos espíritos encontramos a seguinte citação: ''A observação demonstra que, no instante da morte, o desprendimento do perispírito não se completa subitamente, que ao contrário, se opera gradualmente e com uma lentidão muito variável conforme o individuo.''
Portanto, a morte física acontece diferente para cada individuo. A chegada ao plano espiritual também, afinal nem todos vão direto para um hospital, nem todos são amparados imediatamente pelos bons espíritos, pois isso depende de como vivemos aqui na terra, nossas ações definem o lugar para onde iremos após a morte física.
Para alguns de nós será apenas a saída da prisão que chamamos de corpo. Sim, pois o espírito anseia pela liberdade, o corpo material é como um cárcere durante nossa estadia aqui no plano físico. O corpo é o instrumento que nos permite atravessar as dificuldades da vida terrena, então, de acordo como livro dos espíritos '' em uns é bastante rápido, podendo dizer-se que o momento da morte é o da libertação, com apenas algumas horas de diferença.''
Entretanto há entre nós aqueles que levam uma vida mais apegada aos prazeres que a materialidade proporciona, sendo, portanto, apegados aos bens materiais, vícios e paixões humanas, que fazem com que o desprendimento do corpo físico seja mais demorado. Ali não há vida física, apenas afinidade do espírito com a matéria, fazendo com que ele tarde a deixar o veiculo que não mais pode lhe atender.
O espiritismo nos pede o raciocínio da fé, e é por ele que podemos compreender que quanto mais formos apegados ao corpo que temos ou às coisas que angariamos ao longo da vida, mais nosso espírito encontrará dificuldades no momento de abandonar essa encarnação.
Novamente socorre-nos o livro dos espíritos: ''É, com efeito, racional conceber-se que, quanto mais o espírito se haja identificado com a matéria, tanto mais penoso lhe seja separar-se dela, ao passo que a atividade intelectual e moral, a elevação dos pensamentos que operam um começo de desprendimento, mesmo durante a vida do corpo, de modo que, chegando a morte, ele é quase instantâneo.''
Precisamos valorizar a vida,valorizar os aprendizados e nossa moral, dessa forma conseguiremos nos desprender do corpo físico sem dor ou sofrimento. Comece hoje mesmo sua mudança interior, pois você merece uma vida plena e cheia de novas possibilidades.