Quando Marcos deixou o corpo físico, após mais de setenta anos vivendo no planeta terra, tinha certeza que iria para o céu, próximo a familiares e amigos. Não era má pessoa, pelo contrário, nasceu em berço de ouro como se costuma dizer, filho único de família riquíssima, nunca precisou trabalhar, aproveitou seu tempo para estudar e adquirir conhecimento.
Era um bom parente, ajudava a todos com grandes quantias para que não o procurassem, mesmo não frequentando nenhuma igreja, fazia doações vultuosas. Gostava de viver em isolamento, interagia o mínimo possível, afinal se achava superior a todos, seja pelo dinheiro que possuía ou pelo conhecimento. Casou-se, teve filhos, mas não tirava nenhum minuto de sua rotina de estudos para estar com sua família.
Ao chegar no plano espiritual, percebe que a vida continuava, tinha água para matar sua sede, o alimento sempre lhe aparecia quando estava com fome, mas seus braços não se mexiam, pareciam pedras. Observava a vida dos que ali chegavam e saiam do lugar onde acordou. Viu de longe sua cozinheira ser recebida e amparada por seres de luz, mas para ele que era rico e bom com todos, ninguém veio ajuda-lo.
Passados alguns anos, já conformado com sua situação, alguém vem a seu encontro e o leva para o julgamento. Não era um julgamento convencional, apenas alguns foram escolhidos para conversar, ele era o último da fila. Quando chega a sua vez chorra, clama por ajuda, mostra os braços petrificados, faz um relato do quanto foi boa pessoa, dos que ajudou, mas é interrompido pelo juiz.
-Meu amigo, não se trata de sua biografia, o tempo é curto, vamos ao que interessa.
O juiz examina-o detidamente, passados alguns instantes pergunta:
-Sua mente me diz que estudou muito, afinal sabes interagir. Você era casado?
-Sim.
-Teve filhos? cuidou deles?
-Tive filhos, nunca cuidei deles, pois tínhamos muitos empregados.
-Cuidou de sua casa?
-Era minha mulher quem cuidava de tudo.
-E quando seus filhos cresceram, ajudo-os na escolha de uma profissão?
-Tínhamos professores particulares para isso.
-Sofreu com o sofrimento dos seus amigos?
-Sempre fugi das amizades, tinha receio, não queria prejudicar ou ser prejudicado.
-Precisou trabalhar para garantir o sustento de sua família ou exercer alguma profissão?
-Não, meus pais me deixaram uma grande fortuna, só administrei.
O julgador parou, observou, refletiu por algum tempo e continuou:
-Marcos você adotou alguma religião?
-Sou cristão.
-Ajudou os católicos?
-Ajudei financeiramente, mas, detesto os sacerdotes.
-Ajudou outras igrejas?
-De modo algum, são extremamente intolerantes.
-Seguia o espiritismo?
-Não, tenho medo desse pessoal.
-Amparou doentes em nome do Cristo?
-A terra possui numerosos enfermeiros.
-Auxiliou crianças abandonadas?
-Existem creches para isso.
-Escreveu alguma página consoladora em prol de alguém?
-Para que? O mundo está cheio de livros e escritores.
-Socorreu algum animal desprotegido?
-Não.
-Plantou alguma árvore ou cultivou a terra?
-Nunca.
O instrutor espiritual perguntou sobre todas as atividades dignas e conhecidas que Marcos poderia ter praticado e disse a sentença:
-Meu amigo, você tem mãos enferrujadas.
Marcos olha sem entender nada, fica sem palavras. O instrutor continua:
-Você não usou nenhum de seus talentos, deixou a vida ir passando. Seu remédio é regressar a lição. Repita o curso terrestre.
Marcos tenta argumentar, queria mais explicações.
O juiz no entanto tinha mais coisas a fazer, delega um dos companheiros para que ajude Marcos.
Luis era amável e paciente, já estava desencarnado a bastante tempo, ouve todas as lamentações de Marcos e por fim diz:
-Vamos meu amigo, você deve se apressar para entrar na fila.
-Fila?
-Sim, fila da reencarnação meu amigo, é través dela que você mudará suas percepções e ampliará suas virtudes, através do trabalho e ajudando a todos que estiverem no seu caminho.
E puxando o paralitico pelos ombros, concluía sorrindo:
-Você precisa de movimentação.
Era um bom parente, ajudava a todos com grandes quantias para que não o procurassem, mesmo não frequentando nenhuma igreja, fazia doações vultuosas. Gostava de viver em isolamento, interagia o mínimo possível, afinal se achava superior a todos, seja pelo dinheiro que possuía ou pelo conhecimento. Casou-se, teve filhos, mas não tirava nenhum minuto de sua rotina de estudos para estar com sua família.
Ao chegar no plano espiritual, percebe que a vida continuava, tinha água para matar sua sede, o alimento sempre lhe aparecia quando estava com fome, mas seus braços não se mexiam, pareciam pedras. Observava a vida dos que ali chegavam e saiam do lugar onde acordou. Viu de longe sua cozinheira ser recebida e amparada por seres de luz, mas para ele que era rico e bom com todos, ninguém veio ajuda-lo.
Passados alguns anos, já conformado com sua situação, alguém vem a seu encontro e o leva para o julgamento. Não era um julgamento convencional, apenas alguns foram escolhidos para conversar, ele era o último da fila. Quando chega a sua vez chorra, clama por ajuda, mostra os braços petrificados, faz um relato do quanto foi boa pessoa, dos que ajudou, mas é interrompido pelo juiz.
-Meu amigo, não se trata de sua biografia, o tempo é curto, vamos ao que interessa.
O juiz examina-o detidamente, passados alguns instantes pergunta:
-Sua mente me diz que estudou muito, afinal sabes interagir. Você era casado?
-Sim.
-Teve filhos? cuidou deles?
-Tive filhos, nunca cuidei deles, pois tínhamos muitos empregados.
-Cuidou de sua casa?
-Era minha mulher quem cuidava de tudo.
-E quando seus filhos cresceram, ajudo-os na escolha de uma profissão?
-Tínhamos professores particulares para isso.
-Sofreu com o sofrimento dos seus amigos?
-Sempre fugi das amizades, tinha receio, não queria prejudicar ou ser prejudicado.
-Precisou trabalhar para garantir o sustento de sua família ou exercer alguma profissão?
-Não, meus pais me deixaram uma grande fortuna, só administrei.
O julgador parou, observou, refletiu por algum tempo e continuou:
-Marcos você adotou alguma religião?
-Sou cristão.
-Ajudou os católicos?
-Ajudei financeiramente, mas, detesto os sacerdotes.
-Ajudou outras igrejas?
-De modo algum, são extremamente intolerantes.
-Seguia o espiritismo?
-Não, tenho medo desse pessoal.
-Amparou doentes em nome do Cristo?
-A terra possui numerosos enfermeiros.
-Auxiliou crianças abandonadas?
-Existem creches para isso.
-Escreveu alguma página consoladora em prol de alguém?
-Para que? O mundo está cheio de livros e escritores.
-Socorreu algum animal desprotegido?
-Não.
-Plantou alguma árvore ou cultivou a terra?
-Nunca.
O instrutor espiritual perguntou sobre todas as atividades dignas e conhecidas que Marcos poderia ter praticado e disse a sentença:
-Meu amigo, você tem mãos enferrujadas.
Marcos olha sem entender nada, fica sem palavras. O instrutor continua:
-Você não usou nenhum de seus talentos, deixou a vida ir passando. Seu remédio é regressar a lição. Repita o curso terrestre.
Marcos tenta argumentar, queria mais explicações.
O juiz no entanto tinha mais coisas a fazer, delega um dos companheiros para que ajude Marcos.
Luis era amável e paciente, já estava desencarnado a bastante tempo, ouve todas as lamentações de Marcos e por fim diz:
-Vamos meu amigo, você deve se apressar para entrar na fila.
-Fila?
-Sim, fila da reencarnação meu amigo, é través dela que você mudará suas percepções e ampliará suas virtudes, através do trabalho e ajudando a todos que estiverem no seu caminho.
E puxando o paralitico pelos ombros, concluía sorrindo:
-Você precisa de movimentação.
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