Essa foi a pergunta de Paulo, meio pergunta, meio desabafo. Paulo é um grande amigo meu, espirita desde que nasceu, sempre frequentou casa espirita, mas não tem nenhuma mediunidade ostensiva, para sua tristeza. Seu maior sonho é poder ver espíritos, conversar com eles como se conversa com um encarnado, já tentou de tudo, desde regressão, umbanda, candomblé, tudo para tentar ''abrir''sua mediunidade.
-Ora Paulo, nem todos precisam lembrar para saber que estão ajudando ou trabalhando no mundo espiritual, porque essa obsessão em lembrar?
-Você lembra de tudo Fatima, só eu que não, isso é uma injustiça.....
-Eu lembro porque tenho o blog para compartilhar com as pessoas esses conhecimentos.
-Sim, mas você sempre lembra de tudo, além disso, ainda vê, ouve e conversa com eles, por que eu não posso?
-Provavelmente não seja preciso, eu por exemplo sei que sou muito devedora, preciso trabalhar muito,se vim com essa mediunidade desenvolvida é por motivos de necessidade. Lembra de quando estudamos sobre mediunidade, ela é um instrumento para nosso crescimento espiritual, você nasceu numa família espirita, conheceu desde muito cedo o espiritismo; eu não, se não fosse o fato de ver e conversar com os espíritos é bem provável que nunca viesse a estudar ou conhecer a doutrina.
-Eu entendo, mas não acho justo....
-Amigo querido, serei um pouco maldosa, mas tem uma frase bem conhecida que diz: a vida não é justa..... é brincadeira....
Rimos juntos, foi bom pois o ambiente estava ficando pesado com tantos questionamentos, e como o mestre de Lyon, Allan Kardec escreveu no livro dos médiuns, a mediunidade deve acontecer naturalmente, tudo ao seu tempo, nunca se deve tentar antecipar ou desenvolve-la por métodos que não os naturais.... Não foi bem com essas palavras, mas a essência é que vale.
Sempre que converso com os espíritos eles me dizem o mesmo, mediunidade se desenvolve com estudo, disciplina, persistência, paciência e muito boa vontade. Nada na vida se dá por grandes saltos, nem a humanidade evolui tão rápido assim....
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