segunda-feira, 14 de junho de 2021

Experiência de quase morte

             Determinadas pessoas, ao passarem por cirurgias simples ou complexas, acabam morrendo por alguns minutos, algo corriqueiro dentro do ambiente hospitalar. Mas algumas pessoas acabam voltando, retornam com relatos e sabendo de certos procedimentos que foram aplicados neles enquanto estavam fisicamente mortos. Esses acontecimentos ou fenômenos são chamados pela ciência de experiência de quase morte.
             Segundo relatos colhidos pelo mundo, essas pessoas costumam dizer: ''uma paz tomou conta de minha mente'',  ''fui atraído por uma luz muito forte, não conseguia enxergar direito'', ''vi meu corpo inerte sobre a mesa de cirurgia, não tive medo, senti uma tranquilidade absurda, sabia que tinha morrido e isso não me afetou'', ''senti uma força me puxando para o nada, mas não senti medo''.
             Para quem não possui nenhum conhecimento de espiritualidade ou da continuidade da vida, essa experiência é uma nova oportunidade de recomeçar e de abrir a mente para um mundo inteiramente novo de conhecimentos, muitos mudam drasticamente o rumo de sua vida, desistem de focar somente no trabalho e de ganhar dinheiro; optam por trocar de profissão, de moradia e até de companheiros, afinal esse novo despertar nem sempre é acompanhado pela família.
              A morte para mim não é esse terror que a grande maioria sente, pois desde muito jovem sempre soube que existia um mundo paralelo, um mundo onde eu conseguia interagir com quem já não vive mais aqui no plano material.
              Há menos de três anos passei por uma cirurgia de retirada de um rim por causa de um câncer, meu corpo morreu por alguns minutos, vi que os médicos faziam de tudo para me reanimar, parecia que eu estava em câmera lenta, senti uma paz ao olhar para meu corpo inerte, vi o corte na minha barriga e os órgãos, parecia que eu olhava para uma paisagem qualquer. Olho para os lados a procura da luz ou do túnel, que para minha surpresa não estava lá. Vi amigos e familiares que costumo interagir em desdobramento, quis ir ao encontro deles, mas Alberto, que é o espírito que está sempre ao meu lado, disse que ainda não era o momento, que eu deveria voltar para o corpo.
             Normalmente eu iria questionar, mas naquele momento não senti vontade de falar. Essa pessoa calma, tranquila e até passiva não me define geralmente, costumo questionar tudo, mas a paz que sentia era diferente, algo inédito para mim. Volto andando calmamente para meu corpo, escuto os médicos dizendo que meu coração voltou a bater, que a respiração começava a normalizar, que poderiam dar continuidade a cirurgia. Eu senti uma tontura e apaguei. Acordei horas depois na UTI ligada a aparelhos e oxigênio. Meu primeiro pensamento foi: voltei, que droga.
             Em minha segunda noite de UTI, enquanto meu corpo dormia, aproveito para passear, afinal quem está doente é o corpo, meu espírito não se atém a esses detalhes. Vejo um grupo de espíritos em um canto da sala e me aproximo, estavam ali para garantir meu descanso e fazer a segurança. É comum certos espíritos tentarem roubar nossas energias enquanto estamos nos recuperando de algum mal estar. Quem tem amigos é outro nível.
             Segundo um desses espíritos amigos, o problema maior era eu querer ficar passeando e me descuidar da recuperação do corpo. Eles estavam certos. Conversávamos animadamente até que ouço alguns apitos sonoros, olho para meu corpo e vejo as máquinas ao qual eu estava ligada descontroladas. Um amigo comenta: volta que esse corpo ainda é teu. 
            Senti como se alguém estivesse me puxando bruscamente, sem falar naquela sensação horrível de estar caindo, de repente sinto que colocaram algo em meu nariz, aquilo ardeu como se fosse sal. Aí lembrei, estão me colocando no oxigênio. Acordei horas depois com tudo normal, uma enorme dor no peito e garganta, parecia que eu tinha sido atropelada. Meu médico me disse após alguns dias: você não queria voltar, mas é minha obrigação fazer de tudo para que você tenha uma vida longa e saudável.
             Desde minha cirurgia, tenho levado a vida de forma mais tranquila, não me afeto mais por qualquer coisa, trabalho, dinheiro e certas amizades não tem mais importância. Eu tive a oportunidade de um novo recomeço e tem sido muito comum não conseguir reagir a determinadas situações, pois não valorizo mais reações impensadas, minha vida tem um propósito e quem quiser estar ao meu lado nesse caminho será bem vindo. Eu já era exigente antes, agora sou muito mais.
             Passar por uma experiência de quase morte nos traz outra perspectiva de vida, certos medos não nos cabem mais, existe uma vontade enorme em se viver intensamente, afinal não se sabe até quando estaremos por aqui. Não espere passar por uma experiência dessas para fazer diferente, comece hoje sua mudança interna, seja feliz, seja pleno em suas decisões.

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