sábado, 5 de novembro de 2016

Ajudar é o melhor aprendizado...

       
        Tenho visto nos tele jornais, muitas crianças sendo mortas na fuga de seus países para outros, isso me comoveu ao ponto de pedir pra ir ajudar. Normalmente faço o que me mandam, mas dessa vez pedi se poderia ir visitar um dos refúgios criados pra socorrer esse povo tão sofrido que foge das guerras e misérias. Obtive a permissão e fomos em uma comitiva pra trabalhar por lá.
         Ao chegarmos no hospital improvisado, que de improvisado não tinha nada, pois era um grande acampamento onde tinha de tudo, médicos, enfermeiros, psicólogos e muitos familiares desencarnados que vieram ajudar.
         Como eram muitas barracas, nos dividimos e fomos ao trabalho, seja de amparo aos doentes,
ajudando na limpeza e distribuindo alimentos.
        A vida do lado de cá não é exatamente como muita gente acredita, pois alguns livros dizem que aqui não tem dor, sofrimento ou alimentos, não é bem assim. No mundo espiritual vive-se como na terra, sentimos dor, fome, vontade de ir ao banheiro e também dormimos, ou seja, tudo igual.
         Entrei numa barraca onde estavam socorrendo pessoas que foram atingidas por bombas e  soterramentos, a visão não é nada agradável, pessoas faltando partes do corpo, muito sangue e tristeza. A primeira visão me chocou um pouco, mas após estar recomposta fui ajudar. Encontrei uma amiga ajudando um menino sem os braços, me aproximei para ver o que estava sendo feito.
         Ela pegou o menino de uns 4 anos no colo, todo ensanguentado e o abraçou apertadamente, falava baixinho algo em seu ouvido, ele parou de chorrar e começou a sorrir. Nisso seus braços que tinham sido arrancados por causa de uma explosão, começaram a crescer, quanto mais ele sorria, mais rápido seus membros se formavam.
         Eu fiquei muito emocionada, pois sabia que isso era possível, mas ver de perto é bem diferente. Entre lágrimas do menino, de minha amiga e minhas também, os braços voltaram ao normal.
         O menino gritava de alegria com seus braços esticados e veio em minha direção pra me abraçar. Foi o melhor abraço que já recebi nesta vida, ele todo sujo mas sorrindo com os olhos e coração.
         Depois desse abraço, eu o ajudei a tomar banho e vestir roupas limpas, depois fomos ao refeitório pra que ele se alimentasse. Minha alegria era tanta de poder ajudar que quando percebi já era hora de voltar pra minha vida aqui na terra. Após muitos abraços de despedida, fui agradecer minha amiga:
         -Eu estou encantada com seu trabalho aqui, é claro que sei que através do magnetismo podemos fazer muitas coisas, mas o que vi você fazer, foi uma grande surpresa.
         -É simples Fatima, é só usar a tua vontade unida ao conhecimento do corpo humana, eu desejo que o braço cresça e ele cresce.
         -Na teoria eu já sabia, mas ver ao vivo é outra coisa.
         -Não estou entendendo sua surpresa, afinal você trabalha a anos com magnetismo, já vi muitos sendo curados, porque o estranhamento?
         -Curar depressão, síndromes e mediunidade desequilibrada é uma coisa, reconstruir membros é outra.
         -É tudo a mesma coisa, o intuito é o mesmo.
         -É verdade...
         Me despedi de minha amiga, garantindo que assim que tivesse permissão voltaria pra ajudar.
          

Um comentário:

  1. Oi Fátima, gostei do seu relato e da maneira como descreve. Obrigada pela troca de experiências e a possibilidade de mais este aprendizado. bj

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