Sofrimento emocional

         Você tem um amigo ou familiar que reclama o tempo inteiro da vida? Nada e nunca está bom para ele? Reclama do trabalho, das pessoas, do corpo, se está frio ou calor. Como você se sente após a conversa com uma pessoa assim?

          Quando estamos próximos de alguém que só reclama, sentimos um certo mal estar, uma perda de energia, as vezes podemos sentir cansaço, dor de cabeça, dor de estômago e até dor pelo corpo. Quanto mais sensível você for, mais mal estar vai sentir.
          Como podemos ajudar este amigo sem passarmos mal?
          Problemas são naturais na vida de qualquer um, acontecem com todos, até os que são chamados de sortudos tem problemas. Como encaramos eles é que pode ser a grande diferença.
          Tenho observado que algumas pessoas precisam desabafar ou dividir seu problema, na maioria das vezes nem é para encontrar uma solução. Algumas pessoas sentem prazer em se vitimizar, a sua dor sempre é maior que a dor dos outros.
          O grande problema não é a dor em si, mais o valor emocional que nela depositamos. Sofrer não é bom para ninguém. Será que estamos super valorizando nossa dor ou sofrimento.?
           Como passei recentemente por uma cirurgia e tive que ficar mais de um mês de repouso absoluto, observei que algumas pessoas ao me visitar, em vez de perguntar como eu estava, aproveitavam a oportunidade para desabafar. Muitas vezes tive quer fazer terapia com elas.
           Estamos tão envoltos em nosso trabalho, nossa rotina, que aproveitamos qualquer momento para pedir ajuda, nem que seja inconscientemente. As vezes esse pedido de ajuda nem é percebido pela pessoa, um abraço e uma palavra amiga já desencadeia em sua mente uma vontade enorme de desabafar.
          Nosso corpo e cérebro necessita de apoio emocional, somos doentes emocionais, é só ligar a televisão e observar as pessoas se revoltando contra um cão que foi morto e muitas vezes não cuidam nem de seus familiares. Até que ponto estamos tirando o nosso foco do que realmente é necessário fazer.
         Muitas vezes fugimos de nossas obrigações familiares e nos dedicamos a ir cuidar de crianças carentes, idosos e animais?

          Devemos sempre começar pela família, desenvolver amorosidade com nossos parentes sanguíneos para depois ajudar os outros. De nada adianta você ser voluntário em uma instituição e chegar em casa brigando ou reclamando de tudo.
          A mudança é em nós. Desenvolver o amor é nossa prioridade de vida, nossa missão aqui na terra. Não viemos para enriquecer ou agradar os outros, estamos aqui para nos melhorarmos, aceitarmos que somos aprendizes e desenvolver o amor puro e verdadeiro.
          Uma pessoa que se ama não passará mal ao ouvir os problemas dos outros, muito pelo contrário, poderá inclusive ajudar com bons conselhos. Outra grande dica é não se envolver emocionalmente no problema, afinal ele não é seu. Manter o foco e distância emocional é o que devemos fazer.
          Sempre que alguém vem reclamar da vida para mim eu lembro de uma frase do Chico Xavier: ''Sempre que você sentir pena ou raiva, irá abraçar a dor do outro e levará com você.''
           Podemos ajudar sem nos envolvermos emocionalmente, essa é a grande dica.