quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Nossa responsabilidade perante o envelhecimento da população

                   O passar dos séculos tem trazido novas realidades e perspectivas à humanidade. O ambiente, o modo de vida, as ciências, as tecnologias, enfim, tudo evolui a olhos vistos. As mudanças promoveram e ainda promovem, benefícios em todos os setores da vida humana. As consequências dos avanços levam a melhoria nas condições de vida da população em geral e também ao aprimoramento das técnicas e práticas em relação a saúde, bem estar e dos recursos. 
                   O envelhecimento da população é uma realidade que ocorre em diversos países, tornando-se uma das preocupações da organização mundial da saúde. Inúmeras ações são realizadas para dar suporte às comunidades de todo o planeta. Mas qual é a obrigação de nós como filhos, esposas, maridos e amigos de quem está envelhecendo?
                    Os cenários projetados apontam que o envelhecimento é uma tendência cada vez mais consolidada, sendo indispensável preparar pessoas para encarar e vivenciar a senilidade, afinal nós também estamos envelhecendo a cada novo dia.
                     Demonstrando a atemporalidade dos acontecimentos, a doutrina espírita nos instrui e prepara para essa fase tão desafiadora da vida, mesmo tendo sido codificada num período em que a perspectiva de vida era inferior à que temos hoje.
                     No evangelho segundo o espiritismo encontramos um texto sobre piedade filial: ''Honrar a seu pai e sua mãe não consiste apenas em respeita-los, é também assisti-los na necessidade, é proporcionar-lhes repouso na velhice, é cerca-los de cuidados como eles fizeram conosco na infância''.
                      Em o livro dos espíritos, na questão 685, Kardec indagou aos espíritos se o homem tem o direito de repouso na velhice, e a resposta foi: ''sim, que a nada é obrigado, de acordo com suas forças''. E continuou a questionar: o que há de fazer um velho que precisa trabalhar para viver e não pode. Obteve a seguinte resposta:''o forte deve trabalhar para o fraco. Não tendo este família a sociedade deve fazer as vezes desta. É a lei da caridade''.
                      Torna-se imprescindível promover esforços para o amparo, é claro que não é uma tarefa fácil, mas cabe a cada um de nós fazermos nossa parte. Devemos começar com os cuidados entre nossa família e vamos aos poucos ampliando com quem está por perto e para depois conseguirmos ajudar os necessidades em âmbito de sociedade.
                      ''Cada homem possui, com a existência uma série de estações e uma relação de dias, estruturado em precioso cálculo de possibilidades. Razoável se torna que o trabalhador aproveite a primavera da mocidade, o verão das forças físicas e o outono da reflexão, para a grande viagem do inferior para o superior, entretanto a maioria aguarda o inverno da velhice ou do sofrimento irremediável da terra, quando o ensejo do trabalho está findo''. Emmanuel
                       Que possamos ser mais caridosos conosco mesmos, com as pessoas que nos cercam e desenvolvermos empatia para com o sofrimento alheio. Lembre-se que estamos aqui vivendo temporariamente num corpo físico e logo retornaremos a nossa verdadeira vida que é a espiritual.

sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Objetivos da reencarnação

                   A doutrina espírita nos ensina alguns pontos importantes que foram apresentados por Allan Kardec na codificação, na parte VI da introdução de O livro dos espíritos, ''em que destacamos que Deus o criador do universo, dos seres materiais e imateriais, animados e inanimados possibilita aos espíritos ocuparem temporariamente o corpo humano, e que tivessem que passar por incontáveis existências a fim de alcançar o aperfeiçoamento''.
                     A busca pelo aperfeiçoamento é que caracteriza a necessidade de encarnarmos, além de ''pôr o espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação''. Como se afirma na questão 132 de O livro dos espíritos, a imposição da encarnação feita por Deus ou pelas leis do universo, pode ser encarada como expiação ou missão para uns ou outros espíritos.
                      Além das experiências expiatórias, em nosso mundo estamos sujeitos a desempenhar missões que foram destinadas pela espiritualidade e aceitadas por nós no momento de nosso planejamento reencarnatório. Independente da evolução dos espíritos, são confiadas certas missões, tendo todos nós alguma utilidade para o desenvolvimento do universo. 
                    Seja no auxilio da evolução moral de outros seres encarnados ou ajudando no progresso de nossos irmãos, seja como bons espíritos ajudando a combater as más inclinações dos outros, sem importar se são grandes feitos ou aparentemente pequenas funções que desempenhamos. As nossas atitudes estão em conformidade com a nossa evolução e da sociedade ao qual vivemos, ou seja, todos estamos sujeitos a avanços e melhora moral.
                     Outra finalidade da reencarnação é dispor o espírito de condições de suportar o que lhe condiz na parte da criação. Todos somos instrumentos divinos que compõe a grande obra universal e estamos harmonicamente interligados na obra geral, a fim de cumprir com o que seja necessário para nossa evolução.
                      A nossa inclinação ao bem e ao cumprimento das leis divinas determina o nosso estado de adiantamento em direção ao objetivo de alcançarmos a perfeição. Por sermos criados simples e ignorantes, a luta e as tribulações da vida tendem a nos depurar e amenizar as torturas que ainda precisamos experimentar. Mesmo escolhendo os caminhos que nos conduzem ao bem, precisamos compreender que nossas imperfeições acarretam tormentas.
                       Devido a finitude da experiência corpórea a que ainda estamos sujeitos a experimentar, não seria possível à nossa alma depurar-se em apenas uma experiência a fim de alcançarmos a perfeição, sendo necessário, pela justiça divina, vivenciar novas experiências, caracterizando o sentido da reencarnação.
                        Considerando a lei do progresso, não podemos desconsiderar a reencarnação. visto que, não haveria justiça divina com aqueles espíritos mais primitivos que cometem brutalidades a milênios, nem mesmo com aqueles que cometem erros brutais ainda atualmente, pois somos todos filhos do mesmo Pai, o que não haveria de nos condenar eternamente às tormentas.
                        Devemos considerar a reencarnação apenas como um estado transitório do espírito, ao estar livre da matéria, encontrar-se-á em seu estado normal. Em A gênese, Kardec nos diz: ''o espírito só se depura com o tempo, sendo as diversas encarnações o alambique em cujo o fundo deixa de cada vez algumas impurezas''.
                        Que possamos valorizar a vida aqui no planeta terra, valorizar as oportunidade de melhora e buscar diariamente a evolução, pois essa é nossa grande meta de vida.
                     

 

terça-feira, 11 de novembro de 2025

Precisamos desenvolver a gratidão

                       Gratidão é um sentimento motivado pelo reconhecimento e pela valorização de benefícios recebidos ou de bons momentos vivenciados. Esses benefícios podem ser diversos, tais como: auxílios, favores, dádivas, graças, experiências positivas ou relacionamentos significativos.
                       Pode-se incluir ainda, como benefício uma situação aparentemente negativa, mas que evita um mal maior, denominada de coincidência, infortúnio, acaso ou milagre, tais como: perder um embarque de um avião que caiu depois da decolagem, estar envolvido em acidente grave que saiu ileso, ou outros acontecimentos que evitaram danos graves. Normalmente após situações como essas, as pessoas passam a ter uma nova visão da vida, valorizando o que antes não davam importância.
                        Parece meio contrassenso, mas a dor e o sofrimento podem ser, também, considerados benefícios para o sentimento de gratidão, quando esses efeitos suscitam em nós lições importantes, como ensinamentos valiosos e aprendizados renovadores, que nos motivam mudanças para a nossa melhor versão e o crescimento interior e nos estimulam a nossa melhora moral, intelectual e espiritual.
                        Há um ditado que diz: ''insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente e esperar um resultado diferente'', para obtermos um resultado diferente será preciso mudar nossa forma de realizar as coisas, mudar nossa forma de pensar, agir e esperar. Lembre-se a mudança começa sempre no pensar.
                        Em vez de lamentar, reclamar ou rejeitar, podemos focar nos ensinamentos da adversidade para desenvolver resiliência e a gratidão pelas oportunidades renovadas. A mente que é grata, recebe os aprendizados e usa-os a seu favor.
                        Algumas pessoas mesmo recebendo benefícios, não os reconhecem como tal, pois são dominadas pelo sentimento de egoísmo, orgulho, soberba, indiferença, superioridade, inveja ou arrogância, que levantam barreiras impedindo a gratidão de florescer.
                        Esse tipo de pessoas acreditam que são merecedoras de tudo o que receberam, tratam os benefícios com menosprezo, como algo natural em retribuição pelo que são ou realizam, de certa forma se sentem superiores, pois acreditam que são merecedoras de tudo e que o resto do mundo não é.
                       A humildade está diretamente ligada à gratidão, pois o humilde reconhece que apesar de sua qualidades e talentos, possui limitações, e em algum momento, necessitará do auxilio do outro.
                  Na passagem evangélica de Mateus 6: 1 a 4 encontramos: ''Tende cuidado em não praticar as boas obras diante dos homens para serem vistas, pois do contrário, não recebereis recompensa de vosso Pai que está nos céus. Assim, quando derdes esmola, não façais tocar a trombeta diante de vós, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Digo-vos em verdade que eles já receberam sua recompensa. Quando derdes esmola, não saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossa mão direita, afim de que a esmola fique em segredo, e vosso Pai, que vê o que se passa em segredo, vos recompensará''.
                        O bem e a caridade devem ser praticados em silêncio, sem ostentação e de maneira incondicional. A verdadeira recompensa está na ação realizada, de ter feito o bem pelo simples ato de doar-se sem esperar o reconhecimento do outro.
                          Desenvolver gratidão é saber esperar, é acreditar que tudo o que te pertence chegará até você, cedo ou tarde, é confiar na justiça divina e confiar em você mesmo. Aprenda a agradecer cada nova situação que surja no seu caminho, agradeça pela vida que possui, pelos bens, pelos amigos, pela família, pelo trabalho que lhe proporciona seu bem estar. Comece agradecendo no pouco que possui que logo estará agradecendo no muito que recebeu.
      

terça-feira, 4 de novembro de 2025

A importância do perdão

                   ''Então Pedro, aproximando-se, disse-lhe: Senhor, quantas vezes perdoarei ao meu irmão, quando ele houver pecado contra mim? Será que até sete vezes? Jesus lhe respondeu: Eu não vos digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes''. Mateus 18: 21-22.
                   O perdão é um dos principais ensinamentos do mestre Jesus. O perdão liberta o espírito das amarras do ódio e do ressentimento, sentimentos que podem causar desequilíbrios emocionais a até físicos.
                    Quando perdoamos interrompemos ciclos de vingança e ressentimentos, permitindo que o amor prevaleça. Com isso crescemos e evoluímos espiritualmente. Perdoar é
limpar o coração de sentimentos ruins, nos proporcionando paz interior.
                    Perdoar é um ato de sublime compaixão para consigo mesmo e para com o próximo que falhou com você durante a caminhada. O perdão é também um ato de compaixão com você mesmo, porque quando ficamos remoendo sentimentos de ordem inferior, oriundos de injustiça ou maldade que sofremos de alguém, esse sentimento negativo nos prejudica, pois passamos a vibrar emocionalmente uma energia densa, permitindo que o mal cometido pelos outros nos afete profundamente.
                     O importante é entendermos que o perdão não se limita somente aos outros, mas deve ser aplicado a nós mesmos. Ao nos perdoarmos, reconhecemos com humildade nossa condição humana e passível de erros. No entanto quando assumimos o compromisso de aprender com nosso erros e nos esforçarmos para não repeti-los, damos um salto quântico em nossa evolução e aprendizados.
                      O perdão nos permite curar feridas antigas, resolver conflitos e restaurar relações danificadas. Perdoar é um instrumento poderoso de transformação. Perdoar é um ato libertador, traz alívio para quem oferece tanto quanto para quem recebe.
                       Reconciliação não é apenas perdoar, mas buscar reparar qualquer mal entendido ou prejuízo causado, promovendo harmonia e bem estar.
                       Devemos reparar nossos erros e perdoar quem nos feriu, reconciliarmo-nos o mais breve possível nessa existência, para evitar que se prolongue para as próximas vidas. Pela reencarnação iremos retornar em meio às pessoas com as quais precisamos resgatar pendências. Reparar o mais breve possível para que não se prolongue após o desencarne e acabe iniciando um processo obsessivo.
                       Perdoar é mostrar que se tornou uma pessoa melhor. É ser caridoso e indulgente, fazer o que já nos foi ensinado por Jesus, quando aqui esteve. Perdoar não é esquecer, mas libertar nosso coração da mágoa e do ressentimento.
                       Como praticar o perdão e a reconciliação? Ao reconhecermos nossos erros, buscamos uma forma de não repeti-los. Precisamos desenvolver empatia, nos colocarmos no lugar do outro. A prece é uma ótima alternativa para o equilíbrio, ela alivia a mágoa e manda para longe os maus pensamentos. A prece nos fortalece na disposição de perdoarmos e nos reconciliarmos. É preciso buscar no diálogo o respeito para o entendimento.