segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Ano novo na visão espírita

        Mais um ano chega ao fim e me pergunto: existe começo, meio e fim? Como funciona a passagem dos anos, dos séculos e milênios, o tempo realmente muda? O tempo do jeito que conhecemos não passa de uma ilusão, não existe tempos novos ou velhos. O tempo é sempre o mesmo, pois o tempo é a eternidade.
        Todas as mudanças que constatamos em nós e ao nosso redor, são produto da transformação da matéria, ela realmente passa por constante modificações. A mutabilidade é inerente a matéria e não ao tempo. A matéria é volúvel como as ondas do mar e instável como as nuvens que se movimentam no espaço assumindo variadas formações que se sucedem numa instabilidade constante.
        Nosso envelhecimento não é obra do tempo como costumamos dizer, é a matéria que se transforma desde o momento de nossa entrada no cenário terreno das reencarnações. Nascemos, crescemos, atingimos o cume do desenvolvimento compatível com a natureza de nosso corpo. Após esse ciclo as mudanças tornam-se menos rápidas, há como que um ligeiro repouso, após segue-se a involução, ou seja, o curso decrescente que nos leva a velhice, a decrepitude e a morte, quando a mesma não intervem acidentalmente, por doenças ou acidentes, cortando o fio das existências em qualquer uma das fases.
         Todos os acontecimentos nada tem a ver com o tempo, trata-se da manifestação da evolução da matéria organizada, vitalizada e acionada pela influência do espírito. O espírito é tudo para o corpo e para a evolução, por ele e para ele é que as moléculas se agrupam, se associam, tomam forma, neste ou naquele meio, na terra ou em outros planetas, afinal o universo é cheio de infintas moradas.
         Na eternidade e na imensidade do espaço o espírito se agita, procurando realizar o senso da vida que é a evolução, para consuma-la percorre por incontáveis terras e mundos, veste e despe centenas de indumentárias, assumindo milhares de formas e aspectos. A matéria é o instrumento e o meio pelo qual ele consegue a sua ascensão ininterrupta.
          De nada significam os anos que passam ou que se renovam nos calendários humanos. O importante na vida do espírito são as arrancadas para frente, são as etapas vencidas, o saber adquirido através da experiências e as virtudes conquistadas pela dor e pelo amor.
          O que denominamos passado é apenas a lembrança de condições inferiores por onde já transitamos. O futuro não é mais que a esperança que nutrimos em alcançar um melhoramento em nossa trajetória espiritual. O presente eterno é nossa realidade.
           Encaremos assim o tempo, e particularmente o ano novo que logo iniciará. Façamos o propósito de alcançar no transcurso deste novo ano, a maior soma possível de aperfeiçoamento, que o amor cresça e floresça em nossos corações, mente e corpo, irradiando luz por todos os lados, compreensão para os que erram, tranquilidade e serenidade para os que sofrem.
           Para o espírito o ano novo é uma nova oportunidade de recomeço, de reflexão e perdão. Deixe de lado um pouco as festas e coloque na balança seus acertos e erros, mude-se, transforme-se numa pessoa mais leve e serena. Seja feliz no presente, esqueça o passado e deixe o futuro seguir seu rumo.  

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Um conto de natal

         Estamos na semana do natal, muitas festas, alegrias, abraços, presentes, mas sabemos realmente o que Jesus veio nos ensinar?
         No livro ''Os mais belos contos de Natal'', um dos contos chama-se ''O Quarto Rei Mago'' escrito por Joannes Joergersen, no qual atribui uma lenda ao fato de Jesus não ter sorrido ao receber as oferendas  dos três Reis Magos, Gaspar, Melquior e Baltasar, que trouxeram ouro, incenso e mirra.
         O autor se refere a existência de um quarto Rei, originário da Pérsia, que chegou atrasado e de mãos vazias. Ao narrar o porque de seu atraso e de mãos vazias, fez o pequeno Jesus se voltar para ele, estender-lhe as mãos e sorrir.
         O Rei da Pérsia conta que ao sair de seu país, trazia consigo três pérolas brancas, muito raras, semelhantes a um ovo de pomba, retiradas do mar da Pérsia. Contudo, a primeira foi ofertada ao dono de uma estalagem, a fim de que buscasse um médico para um pobre senhor que estava sofrendo em um banco em frente a estalagem. O senhor era pobre e magro, muito parecido com seu pai que falecerá muitos anos antes, certamente morreria nos próximos dias, pois a doença já havia tomado o seu corpo. Pediu que o dono da estalagem desse abrigo e providenciasse uma sepultura digna se fosse o caso.
          Continuou sua viagem e no dia seguinte, ouviu gritos vindos de um bosque, verificou serem soldados tentando violentar uma jovem mulher. Com a segunda pérola comprou a liberdade da mulher, que beijou-lhe as mãos em agradecimento e fugiu para as montanhas, onde estaria segura.
          Restava-lhe apenas uma pérola, ao menos essa, pensava consigo, iria entregar ao pequeno Rei nascido no ocidente. Continuou sua viagem e após algumas horas, aproxima-se de uma pequena cidade em chamas. Eram os soldados de Herodes que ao executar a ordem de matar qualquer criança menor de dois anos, acabavam por incendiar suas casas também.
          Viu de longe um soldado segurando um menino pelas pernas e ameaçando jogar nas chamas, o pequeno gritava e se contorcia, enquanto sua mãe chorava desesperada. Condoeu-se com a situação e ofereceu sua terceira pérola para salvar o menino.
          O soldado entrega o menino ao Rei que entrega a mãe, que sai correndo com o filho em seus braços sem ao menos agradecer, tamanho era seu desespero.
          Por isso chegara de mãos vazias e pedia perdão ao recém nascido. Suas mãos estavam vazias, mas seu coração repleto de amor. A compaixão que moveu o rei nas três situações, foi o melhor presente que poderia ter oferecido ao Mestre. O Rei da Pérsia já praticava todos os futuros ensinamentos do Cristo, já estava harmonizado e tinha feito a mudança interior, era um novo homem.
         O espiritismo tem como objetivo primordial restabelecer na terra os ensinamentos do primeiro cristianismo, sem distorções ou mudanças, praticar a caridade e o amor ao próximo. Ter a humildade de Jesus em todos os momentos de nossa caminhada, jamais ferir alguém fisicamente ou moralmente, perdoar sete vezes setenta, sermos pessoas melhores e ajudar os que nos cercam.
          Já se passaram muitos séculos da vinda de Jesus e ainda não aprendemos o verdadeiro sentido do Natal, que é o amor, o perdão e a reconciliação. O que você está fazendo em prol de sua melhora emocional, mental e espiritual?
         O natal é só um momento de comilança, bebedeiras e festas? Você lembrou de Jesus em algum momento?
          Aproveite estes dias para refletir, tire alguns momentos para revisar sua caminhada, suas atitudes e suas ações. Quais foram seus acertos nos últimos meses? Quais foram seus erros?
          Mude-se, transforme-se em uma pessoas melhor, seja mais leve, mais tranquilo, mais sereno e aproveite a vida aprendendo tudo o que puder. Feliz vida.  

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Reconciliação é harmonizar-se consigo mesmo e com os que estão próximos

          ''Concilia-te depressa com seu inimigo, enquanto estas no caminho com ele, para que não aconteça de teu adversário te entregar ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão. Em verdade te digo que, de maneira nenhuma saíras dali, enquanto não pagares o último ceitil.'' Mateus 5:25-26
          As palavras de Jesus sempre foram profundas, para conseguirmos entender o seu significado é preciso refletir, concilia-te ou conciliar significa harmonizar, fazer as pazes, reatar a amizade. Ainda que se trate de uma simples antipatia ou algum mal entendido cujas as raízes se encontram no passado ou em outras encarnações, não podemos perder a oportunidade de cancelar ou desfazer sentimentos contrários a legitima fraternidade, somos todos irmãos e portante é preciso estarmos em comunhão com o amor e o perdão.
          A palavra concilia-te é um verbo e está no imperativo e constitui uma ordem de Jesus, que tem poder e autoridade para tanto, e acima de tudo deseja o nosso bem, afinal é preciso limparmos as arestas de nossos sentimentos e emoções do passado para termos um futuro melhor.
         A seguir vemos a palavra depressa que significa rápido, veloz de maneira apresada. Quanto maior for o tempo de nossa discórdia, mais profundas estarão suas raízes e mais resistentes se tornam. Os sentimentos e emoções são assim, tendem a piorar com o tempo e adquirem mágoas, rancor, até virar ódio. Quando Jesus nos fala em depressa nos reconciliarmos, ele exige que tomemos uma decisão favorável ao nosso bem estar o mais rápido possível.
          Jesus fala ''com o teu adversário'', Ele deixa bem explicito que o trabalho é nosso, criamos o problema no passado e é preciso resolve-lo para que não tome proporções desnecessárias. O adversário foi o nosso inimigo em outro momento, agora que estamos mais lúcidos é necessário uma conciliação ou melhor, uma reconciliação. Cabe a alguém começar a mudança e melhora, que sejamos nós a tomarmos a iniciativa.
          Estar a caminho significa estarmos juntos em vidas consecutivas, afinal sabemos que nossos amores e dissabores sempre estão reencarnando ao nosso lado. A doutrina espírita nos ensina que Deus através de sua bondade divina criou a lei de causa e efeito, ela aproxima os inimigos em nossa família, como parentes, amigos, patrão ou empregado para nos reconciliarmos. O momento é agora.
           Os dissabores podem duram muitas vidas, aumentando sentimentos como tristezas e mágoas, mas é preciso aproveitar o momento e nos reconciliarmos com quem dividimos algum mal estar, não vale a pena guardarmos rancor. Liberte-se dos maus sentimentos, das emoções desequilibradas, aproveite todos os segundos de sua caminhada para irradiar amor, compaixão e serenidade. Estamos encarnados para evoluirmos e crescermos emocionalmente. Aproveite todas as oportunidades que a vida lhe dá. Sorria e faça o seu melhor a cada dia.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Jesus e o espiritismo

          A personalidade mais comentada de todos os tempos por cristãos e ateus é Jesus. Classificamos a história em antes e depois da vinda do Jesus. O mundo e as religiões não seriam as mesmas sem sua presença aqui na terra.
         Para os espíritas, Jesus é a personificação do bem, é o ser mais  iluminado que reencarnou na terra, o forte, o belo, aquele que irradia amor na forma ampla e total. Não costumamos cultuar imagens de Jesus na cruz, nem de seu sofrimento, preferimos praticar ou tentar pelo menos seus ensinamentos.
         Fazem séculos da passagem de Jesus pelo planeta e ainda não conseguimos por em prática seus ensinamentos, ele foi psicólogo antes da psicologia, foi médico antes dos médicos renomados, foi pedagogo antes das faculdades, foi consolador, redentor, amigo de todos.
         Jesus nunca se importou com títulos, credenciais ou instrução, para ele o importante era ajudar, amparar e confortar todos que chegavam até ele. Passou seus ensinamentos através de parábolas, falando de forma simples e sobre assuntos do cotidiano.
         Naquela época já se falava em inferno, que as pessoas seriam condenadas ao sofrimento eterno em função de seus erros, e os eleitos, aqueles que praticavam o sacrifício de animais para as sinagogas seriam felizes eternamente. Sabemos que não é bem assim, afinal o sofrimento eterno faz parte de nossa consciência, nós criamos o nosso pós morte.
         Quando Jesus disse ''eu sou o caminho'', nós espíritas entendemos que essa estrada sempre nos levará a algum lugar, a um novo aprendizado, a novas experiências. Ao aceitarmos a companhia de Jesus em nossa caminhada, teremos a certeza do aprender e servir diariamente, da nossa renovação incessante do bem infinito, afinal não há bem que sempre perdure e nem mal que sempre dure. A vida é um eterno aprendizado.
          Segundo Emmanuel: ''aqueles que não aproveitam o caminho do senhor para alcançar a legítima prosperidade espiritual, são criaturas voluntariamente condenadas a estagnação'', nada de inferno, mas sim de estagnação temporária até que o espírito desperte, afinal nada é permanente. É isso que nós espíritas acreditamos, as vezes o despertar é doloroso, pois infelizmente ainda precisamos de dor para aprender, é da lei divina de causa e efeito.
          O espiritismo não nos torna pessoas superiores ou melhores, mas sim renovadas no bem e no amor universal. A caridade é uma das formas de nos melhorarmos, sermos caridosos com nós mesmos, com nossos familiares, com os que nos cercam. A caridade de aceitar as diferenças, de respeitar que nem todos precisam de uma doutrina para evoluir, cada um de nós está num estagio evolutivo diferente e ainda precisamos de regras e doutrinas para nos mudarmos.
           Jesus nunca discriminou ninguém, somos melhores do que ele para poder dizer o que é certo ou errado? É preciso desenvolver empatia para com todos que nos cercam, creio que da empatia poderá começar a crescer dentro de nós o amor que Jesus tanto pregou, o amor puro, inocente e sem cobranças. Comece sua mudança interior, respeite-se, ame-se e viva um dia após o outro, tudo no devido tempo irá acontecer. 

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Depressão e obsessão, elas andam próximas?

         A depressão é um dos maiores problemas da atualidade, está classificada como um dos grandes motivos de afastamento do trabalho e da vida social. Não falo somente dos que são diagnosticados pelo médico, mas também os que sentem os sintomas mas não tem coragem de procurar por ajuda médica.
          Todo individuo que perde a vontade e interesse pelas coisas da vida, como trabalhar, interagir com as pessoas, se alimentar e cuidar da higiene, isso sem falar nos desajustes emocionais, está em estado depressivo e precisa de ajuda medicamentosa e terapêutica.
          Na grande maioria das vezes não é fácil diagnosticar o que desencadeou a depressão, algo que a ciência já aceita é que pode ter iniciado na infância, mas para nós espíritas ou espiritualistas que sabemos que a vida aqui na terra é só uma passagem, temos a certeza que a depressão pode vir de outras vidas.
          A medicina ainda não tem a cura completa para depressão, mas já se sabe que aquela pessoa que além de tomar os remédios faz terapia, ou seja, procura a verdadeira causa do desequilíbrio dentro de si, é mais fácil de melhorar do que aquele que se isola e não procura fazer nada para sair deste estado de sofrimento da alma.
           Quando não estamos bem, deixamos de pensar e fazer coisas que nos dão prazer, tendemos a abrir as portas do desequilíbrio espiritual, quando nos boicotamos, pensando o pior de nós e dos outros, chamamos para nosso lado uma legião de espíritos que ficam perambulando a procura de suas próximas vitimas, são os famosos obsessores.
            Esses seres nos influenciam com pensamentos ruins e depreciativos, querem nos dominar para sugar nossas energias, sentem prazer em ver ou intensificar o sofrimento em nós. Quanto mais reclamamos da vida, mais eles absorvem nossas energias. A única forma de acabar com esse domínio é a mudança de pensamentos.
            Se você está passando por algum momento de tristeza, se a vida deixou de ter sentido e se tem vontade de se isolar, procure por ajuda. Converse com um amigo, vá ao médico, faça terapia, encontre uma doutrina ou religião em que você se sente bem. Quem ora encontra paz mais facilmente.
            Não seja alimento de espíritos obsessores, mude sua frequência vibratória através de bons pensamentos, boas atitudes e emoções equilibradas. Mude sua vida e saia do sofrimento, somente você tem a chave do equilíbrio e melhora. Seja feliz sempre. 

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Reconcilia-te enquanto estiver a caminho

          Somos seres pensantes e criamos nossa própria realidade e caminho. Essa é uma frase discutível, segundo algumas pessoas o mundo está errado, elas estão sempre certas, observo isso em conversas com amigos, nos meus atendimentos em consultório e até mesmo em conversas fraternas na casa espírita. É mais fácil culpar os outros do que olharmos para nosso próprio umbigo.
          Existem pessoas que criam suas próprias tempestades e depois ficam tristes quando chove. O que você anda criando? Chuva ou dia ensolarado?
          Muitas vezes concentramos tanta atenção e sentimentos em problemas pequenos ou que não existem, transformamos nossa vida em uma constante escada rolante, são tantos altos e baixos que fica difícil manter o equilíbrio mental.
          Transformamos a nossa vida e dos que vivem próximos a nós em um inferno diário, o fato é que poucos conseguem sofrer e aguentar suas tempestades sem atormentar ninguém. Querem um exemplo disso, se alguém chega até você e conta que está passando por um sofrimento ou dor, qual é a sua reação? Ajuda-lo, ampara-lo em sua dor ou comentar que também sofre e provavelmente sua dor é maior do que a dele?
          As vezes tenho a impressão que deixamos de ter empatia, ou seja, só priorizamos o nosso sofrimento, esquecendo que todos também sofrem. Faz parte de meu trabalho saber ouvir, mas quando pergunto sobre o sofrimento real, aquele em que não se fala, que vive escondido, a maioria das pessoas não gosta de falar.
          É mais fácil culpar os outros por nossos fracassos do que refletir a respeito e chegar a conclusão que foram nossas escolhas que nos trouxeram até onde estamos. Nos tornamos pessoas que reclamam de tudo e geralmente não fazemos nada para mudar essa situação.
          Segundo o espiritismo as misérias, decepções, dores físicas, perda de entes queridos e outras dores da alma são necessárias para nossa evolução e para desenvolver a fé, fé no futuro, fé que dias melhores virão. Tudo é passageiro e temporário, não há dor que sempre dure e nem bem que sempre perdure.
          As dores estão em nossa caminhada para aprendermos a valorizar os dias felizes, aquele que não tem fé se desespera por qualquer motivo, mas os que conseguem manter sua fé inabalável crescem ainda mais com a dor e sofrimento.
         Gosto muito da frase de Jesus que diz: ''reconcilia-te enquanto estiver a caminho''. Reconciliar-se é recomeçar, passar uma borracha no passado e começar de novo, a reencarnação de certa maneira é uma reconciliação com nós mesmos. O maior de todos os problemas somos nós, o ser velho que vive dentro de mim não permite que eu mude de idéias, pensamentos, sentimentos e emoções.
         O velho que existe em mim é o ego, que tenta nos aprisionar através de sentimentos doentios, emoções tóxicas e medo do futuro. Crescer, mudar, se reinventar é nossa maior necessidade. Nada e nem ninguém pode boicotar sua vida, não dê forças para os outros, somente você pode fazer a diferença em sua vida. Assuma o controle de suas emoções, procure por ajuda terapêutica se necessário for, se isole para meditar e refletir, se reconecte com o ser imortal que habita seu corpo, entre em contato direto com a natureza, se reinvente quantas vezes necessitar, mude tudo e recomece, só não desista de você.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Cuidado com a intolerância

        Vivemos um momento de grande transformação em nossa sociedade terrena, a tecnologia está crescendo vertiginosamente, tudo e todos estão conectados 24 horas do dia, não existem fronteiras para o conhecimento, mas como está nosso emocional em relação a tudo isso?
        Será que nossos sentimentos e emoções estão conseguindo acompanhar todas essas mudanças? Quais são suas reações quando alguém discorda de seu pensar, agir ou falar? Você consegue respeitar ou tolerar diferentes pensamentos? Ou sua intolerância está aumentando gradativamente?
        Porque é mais fácil ver o cisco no olho de nosso vizinho do que a trave em nossos olhos? Jesus quando por aqui esteve falou sobre esse assunto, na época não existia o nome de intolerância, mas ela existia e ainda anda visitando nossa mente e coração.
        Quando observo pessoas brigando por opiniões, lembro da resposta dos espíritos para a pergunta de Kardec, qual é o maior impedimento para nossa evolução? ''Incontestavelmente é o orgulho que leva o homem a dissimular os seus próprios defeitos, tanto morais quanto físicos''.
         No dicionário orgulho é o sentimento de prazer e satisfação com o próprio valor e honra. Orgulho, egoísmo e ego andam juntos, são sentimentos e emoções que nos proporcionam superioridade, ou seja, nos diferenciam dos outros, será que somos superiores ou melhores dos que estão próximos a nós? Afinal se todos estamos mais ou menos no mesmo estagio de evolução, existe alguém melhor ou pior?
         A intolerância é um indicativo de que algo precisa ser corrigido ou mudado dentro de nós. Porque exigimos perfeição dos que nos rodeiam e somos complacentes com nossas dificuldades e abusos? Não podemos exigir dos outros a mudança se não começarmos por nós mesmos, devemos ser rigorosos com nós mesmos, complacentes e compreensivos com os outros.
         A pessoa intolerante não perdoa ninguém, não consegue atenuar as falhas dos outros, mas aceita seus erros sem questionar. Tende a exaltar o erro alheio, esquecendo que todos podemos errar, afinal estamos tentando aprender a sermos pessoas melhores diariamente.
         O intolerante se irrita facilmente quando é questionado, não aceita ordens e nem cargos superiores hierarquicamente, acha-se melhor em tudo, sente prazer em diminuir os outros enquanto se exalta. O intolerante no fundo não respeita ninguém além dele mesmo, na realidade ele está doente e não percebe.
         Atualmente vemos muita intolerância nas redes sociais, são grupos contra isso e aquilo, mas o certo é que essa doença cresce a cada dia, a intolerância está adoecendo nossa mente, nosso coração e nossas emoções. Até quando vamos aceitar isso sem fazermos nada?
         Está na hora de trabalharmos nossas emoções, faça terapia, medite, reflita e saia do comodismo, muitas vezes nem percebemos que somos intolerantes com quem está ao nosso lado. Comece a pensar antes de falar, nunca reaja a uma ofensa, crie o hábito de só elogiar e deixe de lado as críticas, transforme-se em alguém mais leve e tranquilo, seja o bem que exige no outro. Faça de sua vida um eterno aprendizado, seja feliz a maior parte do tempo que conseguir, ore mais e seja feliz.   

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Morrer não significa partir, mas sim, voltar para casa

         A palavra morte desencadeia em nossa mente sentimentos de tristeza e perda, morrer significa deixar tudo o que temos para trás, abandonar familiares, nossa casa, as coisas que amamos. Quem fica sofre e quem parte para outra dimensão também.
         Quando a morte chega, nos deparamos com uma bagagem de mistérios, trás junto insegurança, medo e muitas indagações. O que acontecerá depois? Irei para um lugar bom e em meio a amigos?
          Quando nossos olhos físicos se fecham e os olhos espirituais de abrem para luz, o coração silencia, a respiração cessa, se nossa mente estiver tranquila e em equilíbrio poderemos estar conscientes de uma nova caminhada rumo ao desconhecido e ao mesmo tempo ao maravilhoso mundo dos espíritos.
          Para os que só acreditam no mundo material, a morte do corpo é o fim da vida, mas para os que como eu acreditam que a vida na terra é só uma passagem, ao abrirmos os olhos espirituais veremos um mundo a ser descortinado, a vida prossegue além do plano físico. Há vida após a morte, vida pulsante, plena e encantadora.
          Somos espíritos criados por uma essência divina, encarnados temporariamente na terra, vivendo uma experiência humana. Esta vida é apenas mais uma em nossa jornada pelo aprendizado e melhoramento. Morrer é simplesmente voltar para casa.
          A maior prova disso são as evidências que nos chegam por relatos, livros e lembranças de muitos que já despertaram para a vida espiritual. Quando olhamos para o rosto de nossos entes queridos e percebemos a pele fria e sem vida, fica evidente que a alma saiu, foi ao encontro de outras almas ou espíritos. Muitas vezes o espírito do defunto está observando seu próprio velório e quase ninguém consegue senti-lo ou observa-lo.
            O espírito deixa o corpo que é feito de nervos, músculos, sangue e ossos, elevando-se para dimensões diferentes, onde as leis que prevalecem são as mesmas criadas por Deus. Nada muda, deixamos para trás somente o corpo físico. Muitos acreditam que somos somente um amontoado de células, esquecem que somos também pensamentos, sentimentos, emoções e conhecimentos adquiridos das sucessivas vidas.
             O corpo físico morre e voltará a se integrar com a natureza, será cremado ou pela decomposição virará pó, restituindo a terra os elementos e nutrientes que recebemos, mas o espírito jamais terá fim. Viveremos para sempre em dimensões, planetas e mundos; o sopro que nos anima não se apaga com a morte, pelo contrário, ele recebe uma renovação de energias, conhecimentos e incentivo a recomeçar tudo de novo em uma nova vida.
              Para aquele que viveu com ética e moral, a morte é apenas o fim de um ciclo, logo iniciará outro e assim sucessivamente até que tenha aprendido o suficiente para ajudar os que sofrem. Com a consciência pacificada, o coração em festa, o espírito que praticou o bem fecha os olhos físicos e abre as janelas da alma para uma multidão de seres amados que o aguardam.
              A saudade andará com ele, mas a alegria de reencontrar entes queridos será maior. O fenômeno orgânico da morte é inevitável, pois faz parte da lei divina que nos diz que tudo nasce, cresce e morre. A morte não é o fim, mas sim um momento de recomeço. Tenhamos fé e perseverança nos desígnios do Pai.
           

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Hospital psiquiátrico

        Sempre que tenho permissão trabalho em um hospital psiquiátrico no mundo espiritual, poder ajudar pessoas que estão em desequilíbrio é de grande aprendizado para nós encarnados.
         Tenho observado que uma boa parte das pessoas que se dizem espiritualizadas aqui na terra, chega ao plano espiritual totalmente desequilibradas. Estão com a alma adoecida, exigem um tratamento diferenciado pelo fato de acreditar possuir certo conhecimento.
         Meu trabalho é ir a todos os quartos, conversar com os internados e ajudar da melhor forma. Certa vez conheci um senhor que esteve sua vida toda trabalhando como voluntário em uma casa espírita, foi coordenador de grupos de estudos, aplicou passes, fazia palestras, era adorado no plano físico, mas chegou completamente desequilibrado ao plano espiritual.
         Disseram-me que o sr. Paulo queria ser recebido por uma comitiva no mundo dos espíritos, quando percebeu que somente alguns familiares esperavam por ele, entrou em estado de choque e surtou. Gritava chamando por Bezerra de Menezes, dizia em alto e bom som que ele era especial, merecia uma festa ou até mais.
          Para sua tristeza percebeu que nada disso é importante, vale muito mais o amor que praticamos do que a exaltação do ego. Paulo teve que ser medicado e levado ao hospital para um tratamento mais aprofundado com psiquiatras e psicólogos. Passados alguns meses ele ainda não aceita o fato que os 30 anos dedicados ao espiritismo não lhe abriram porta nenhuma, afinal todo o aprendizado que ele disseminou, não foi praticado pelo mesmo.
           -Bom dia Paulo, como você está hoje?
           -Nada bem, não consigo dormir e minha mente não cessa de pensar no tempo que dediquei ao espiritismo, será que perdi tempo? Trabalhei muito e esperava um tratamento melhor.
           -Que tratamento o senhor queria?
           -Acreditei que pelo menos algum espírito de renome viesse falar comigo, para agradecer o maravilhoso trabalho que desenvolvi na casa espírita.
           -O senhor esperava ser parabenizado pelo esforço ou só queria massagear a sua vaidade?
           -Minha filha não precisa ser rude comigo, sou um senhor de certa idade e muito conhecido no meio espírita, não posso ser tratado dessa forma.
           Por essa pequena conversa podemos entender o porque de nosso irmão Paulo estar no hospital psiquiátrico no plano espiritual. No plano físico muitas vezes não admitimos o que sentimos ou pensamos, mas no mundo espiritual não é possível mentir ou dissimular o que pensamos ou sentimos, nossa verdadeira essência aflora.
            Paulo foi uma pessoa que aos olhos dos outros, parecia ser dedicado a doutrina dos espíritos, mas em seu íntimo fazia aquilo pensando num ganho futuro. Massageou seu ego se fingindo de bom homem, fazia caridade, falava de forma calma, mas em sua mente fervilhavam pensamentos diferentes, queria ser enaltecido pelo bem praticado, quando na verdade o mais importante é a mudança interior.
            Infelizmente Paulo não entendeu que quem mais precisa aprender somos nós mesmos. É a partir de nossas ações que começa a mudança, que sua mão direita não saiba o que a esquerda faz. Jesus nos trouxe o conhecimento, mas teimamos em esquecer.
           A maior caridade e com nós mesmos, o amor deve ser em primeiro lugar por nós e depois para os que estão próximos, a benevolência e o perdão começam sempre dentro de casa para somente depois ser ampliado. Ame, perdoe e recomece quantas vezes forem necessárias, esse é o grande aprendizado.