segunda-feira, 30 de março de 2020

O triste hábito de rotular pessoas

           O planeta terra é habitado por vários tipos de criaturas, dentre elas estão as plantas, os animais e nós seres humanos. Todos agimos, reagimos e interagimos com o meio ambiente, alguns guiados por instintos e outros pela necessidade.
           O ser humano, além de existir pode modificar sua existência, pode também atuar no meio e transformar essa existência em algo melhor e muito mais proveitoso. A medida que evoluímos, tudo ao nosso redor também o faz, o planeta, as plantas, os animais, todos se beneficiam do crescimento do ser humano.
           Nossas complexas estruturas psíquicas nos fazem reagir positivamente ou negativamente aos estímulos externos mediante nosso livre arbítrio. Dessas reações decorrem as demonstrações de força ou fraqueza, de coragem ou covardia, de fé ou descrença, de amor ou ódio, de altruísmo ou egoísmo, de humildade ou orgulho.
           Um dos maiores hábitos enraizados profundamente em nós é o de rotular coisas, situações ou pessoas. Rotulamos pessoas com dificuldades, com algum tipo de deficiência, pobres, ricos, homens, mulheres, crianças, negros, homossexuais, heróis, bandidos, são tantos rótulos que fica até difícil enumera-los.
          Quando rotulamos alguém, esquecemos que por trás desse rótulo existe uma pessoa, uma família, com sentimentos e qualidades próprias. Esse péssimo hábito de rotular não está somente na rua, está dentro de uma sala de aula, as vezes dentro de nossa casa, dentro de uma instituição religiosa.
           O grande problema não está no local, mas sim em nós que não conseguimos tirar de nossa mente  esse hábito nefasto. Ideias diferentes acabam por se transformar em movimentos paralelos, infelizmente linhas paralelas não se encontram nunca.
           No espiritismo se você estuda a ciência da doutrina, você é um estudioso científico, mas se gosta da doutrina como religião, então você é espiritualista ou religioso, porque existe rótulo onde deveria existir compaixão?
           Se você não concorda com certas práticas ortodoxas antigas e tem vontade de fazer algo novo para atrair um público maior, imediatamente aquele que se diz seu amigo de anos será o primeiro a dizer que você está sofrendo má influência espiritual. Será que ninguém pode ter opinião diferente da nossa?
           A melhor maneira de sairmos dessa sintonia de rótulos é mudarmos nossos pensamentos. É aceitar que todos tem direito a ter opinião, da mesma forma que queremos respeito, é preciso respeitarmos também. É a famosa empatia, respeito, bom senso, caridade e compreensão com todos que sofrem e com as diferenças.
           Evoluímos com as diferenças, são elas que nos ajudam a desenvolver tolerância, paciência e caridade. Comece a respeitar os que convivem com você e vá aos poucos ampliando a todos que circulam ao seu redor. Seja mais leve com os julgamentos, ame mais e reclame menos.   

sexta-feira, 27 de março de 2020

Quem tem medo da morte?

           Um certo homem transitava por uma estrada deserta, altas horas. Era noite escura, sem luar, sem estrelas a brilhar. Seguia apreensivo, afinal era comum assaltos nessa região. Percebe que está sendo seguido. Um calafrio toma conta de seu ser, com certa dificuldade pergunta em voz alta:
           -Olá. Quem vem aí?
           Percebe que sua voz saiu tremula, será que mais alguém sabe que ele está apavorado? Espera por resposta e ela não vem. Apressa o passo e percebe que seu perseguidor também faz isso, corre desesperadamente. E é seguido pelo desconhecido.
          Apavorado, corre com todas as forças de suas pernas, o coração parece galopar no peito, seus pulmões quase não conseguem enviar ar suficiente para o resto do corpo. Ele sente que a vida está lhe deixando, como que por milagre, vê um poste de luz, corre para lá e de certa maneira embaixo da luz adquire confiança para olhar em direção a escuridão.
          Olha para trás e o medo desaparece de uma vez. Seu perseguidor era um burro velho, que costumava acompanhar todos que por ali passavam.
          O medo que este homem sentiu na noite escura é mais ou menos o mesmo medo que sentimos da morte. Muitos desenvolvem o conhecimento através de livros, palestras, do aprendizado que vivenciamos aqui na terra, mas na hora de morrer, um medo toma conta de seu ser, as vezes somos dominados por este medo ao ponto de nos desesperarmos com a possibilidade de uma doença ou do risco de morrer.
          A imortalidade é algo intuitivo na criatura humana. Mas muitos ainda tem medo do desconhecido que é o mundo espiritual ou do que vamos encontrar ao chegarmos no lado de lá. Será que irei para um lugar bom ou ruim?
          Pode-se dizer que a confiança na espiritualidade é como o poste de luz, que ilumina os caminhos misteriosos do retorno, que afugenta os medos e temores sem fundamento, que nos salva dos constrangimentos perturbadores.
           De forma racional as doutrinas espiritualistas, esclarecem acerca da sobrevivência da alma, descerrando a cortina que separa os dois mundos. No espiritismo aprendemos a encarrar com serenidade a morte, alguns chamam de desencarnação, ou seja, saiu da carne, o corpo morre, mas o espírito jamais.
           A única coisa certa é que todos iremos desencarnar um dia, ter medo só vai ajudar a atrair muitos espíritos angustiados para o nosso lado. A terra é uma oficina onde colocamos em pratica todo o aprendizado que vivenciamos em vidas pregressas, é aonde confrontamos nossos medos e procuramos supera-los da melhor maneira.
           O planeta terra é um hospital para os desajustados corrigirem suas viciações pretéritas, é uma escola para os que já aprenderam que a vida não é um simples acidente biológico e nem a jornada humana uma simples recreação. A terra muitas vezes é uma prisão, uma expiação dolorosa para os que precisam resgatar débitos relacionados a crimes cometidos.
            Ter medo é até compreensível para quem não tem conhecimento, mas para nós que estudamos ou praticamos uma doutrina espiritualista não cabe sentirmos medo, mas sim confiarmos na ajuda espiritual. É necessário desenvolvermos fé, confiança e certeza que nada acontece sem um motivo, tudo é para nossa evolução e aprendizado.
            Quando chegar o momento de se desvincilhar deste corpo carnal, não tenha medo, aceite com serenidade que você fez o seu melhor, tenha a humildade de pedir por ajuda, somente assim poderá retornar ao convívio de seus amigos espirituais com alegria e equilíbrio. Estamos de passagem pelo planeta terra, nossa casa é o mundo espiritual.
             Deixe para trás tudo o que possa te prender, desapegue-se dos bens materiais, das pessoas, dos sentimentos, afinal a separação é temporária. Somos usufrutuários de tudo, nada nos pertence, somente o conhecimento é realmente nosso. 

terça-feira, 24 de março de 2020

Mãos enferrujadas

        Quando Marcos deixou o corpo físico, após mais de setenta anos vivendo no planeta terra, tinha certeza que iria para o céu, próximo a familiares e amigos. Não era má pessoa, pelo contrário, nasceu em berço de ouro como se costuma dizer, filho único de família riquíssima, nunca precisou trabalhar, aproveitou seu tempo para estudar e adquirir conhecimento.
        Era um bom parente, ajudava a todos com grandes quantias para que não o procurassem, mesmo não frequentando nenhuma igreja, fazia doações vultuosas. Gostava de viver em isolamento, interagia o mínimo possível, afinal se achava superior a todos, seja pelo dinheiro que possuía ou pelo conhecimento. Casou-se, teve filhos, mas não tirava nenhum minuto de sua rotina de estudos para estar com sua família.
        Ao chegar no plano espiritual, percebe que a vida continuava, tinha água para matar sua sede, o alimento sempre lhe aparecia quando estava com fome, mas seus braços não se mexiam, pareciam pedras. Observava a vida dos que ali chegavam e saiam do lugar onde acordou. Viu de longe sua cozinheira ser recebida e amparada por seres de luz, mas para ele que era rico e bom com todos, ninguém veio ajuda-lo.
        Passados alguns anos, já conformado com sua situação, alguém vem a seu encontro e o leva para o julgamento. Não era um julgamento convencional, apenas alguns foram escolhidos para conversar, ele era o último da fila. Quando chega a sua vez chorra, clama por ajuda, mostra os braços petrificados, faz um relato do quanto foi boa pessoa, dos que ajudou, mas é interrompido pelo juiz.
        -Meu amigo, não se trata de sua biografia, o tempo é curto, vamos ao que interessa.
        O juiz examina-o detidamente, passados alguns instantes pergunta:
        -Sua mente me diz que estudou muito, afinal sabes interagir. Você era casado?
        -Sim.
        -Teve filhos? cuidou deles?
        -Tive filhos, nunca cuidei deles, pois tínhamos muitos empregados.
        -Cuidou de sua casa?
        -Era minha mulher quem cuidava de tudo.
        -E quando seus filhos cresceram, ajudo-os na escolha de uma profissão?
        -Tínhamos professores particulares para isso.
        -Sofreu com o sofrimento dos seus amigos?
        -Sempre fugi das amizades, tinha receio, não queria prejudicar ou ser prejudicado.
        -Precisou trabalhar para garantir o sustento de sua família ou exercer alguma profissão?
        -Não, meus pais me deixaram uma grande fortuna, só administrei.
        O julgador parou, observou, refletiu por algum tempo e continuou:
        -Marcos você adotou alguma religião?
        -Sou cristão.
        -Ajudou os católicos?
        -Ajudei financeiramente, mas, detesto os sacerdotes.
        -Ajudou outras igrejas?
        -De modo algum, são extremamente intolerantes.
        -Seguia o espiritismo?
        -Não, tenho medo desse pessoal.
        -Amparou doentes em nome do Cristo?
        -A terra possui numerosos enfermeiros.
        -Auxiliou crianças abandonadas?
        -Existem creches para isso.
        -Escreveu alguma página consoladora em prol de alguém?
        -Para que? O mundo está cheio de livros e escritores.
        -Socorreu algum animal desprotegido?
        -Não.
        -Plantou alguma árvore ou cultivou a terra?
        -Nunca.
        O instrutor espiritual perguntou sobre todas as atividades dignas e conhecidas que Marcos poderia ter praticado e disse a sentença:
        -Meu amigo, você tem mãos enferrujadas.
        Marcos olha sem entender nada, fica sem palavras. O instrutor continua:
        -Você não usou nenhum de seus talentos, deixou a vida ir passando. Seu remédio é regressar a lição. Repita o curso terrestre.
         Marcos tenta argumentar, queria mais explicações.
         O juiz no entanto tinha mais coisas a fazer, delega um dos companheiros para que ajude Marcos.
         Luis era amável e paciente, já estava desencarnado a bastante tempo, ouve todas as lamentações de Marcos e por fim diz:
         -Vamos meu amigo, você deve se apressar para entrar na fila.
         -Fila?
         -Sim, fila da reencarnação meu amigo, é través dela que você mudará suas percepções e ampliará suas virtudes, através do trabalho e ajudando a todos que estiverem no seu caminho.
         E puxando o paralitico pelos ombros, concluía sorrindo:
         -Você precisa de movimentação.
      

quinta-feira, 19 de março de 2020

Doenças e epidemias na visão espírita

            A doença da vez é o corona vírus que está causando um desequilíbrio em nossa mente e corpo, virou epidemia pelo contágio rápido e também pelo desespero e pânico que causa nas pessoas. O vírus responsável por essa epidemia é conhecido pelos médicos desde 1960, costuma apresentar infecções leves a moderadas e até graves, de uma gripe se transforma em pneumonia,  podendo levar a morte em certas pessoas.
           Independente das medidas urgentes de contenção, visando estancar a proliferação do vírus, vale refletir sobre o aspecto espiritual dessa comoção. Porque nem todos são contaminados?  Porque apenas 3% dos contaminados morrem(segundo a organização mundial da saúde) e outros não? As vezes na mesma família onde todos se protegem igualmente, apenas um adquire a doença que leva a seu óbito?
           Nós vivemos em um planeta totalmente material, nosso corpo é denso e não possui imunidade para a maioria das doenças. Nos mundos e planetas mais evoluídos, o corpo deixa de ser material, sua depuração é maior e não está sujeito a essa vastidão de enfermidades. O mal não existe nos mundos superiores e nem a expiação, fator que nos deixa abertos a todo tipo de depuração, seja ela moral, espiritual ou física.
           No planeta terra, vivemos ainda uma infância espiritual, temos necessidade do mal para entender o bem, da noite para admirar a luz e da doença para apreciar e valorizar a saúde. No livro dos espíritos, pergunta 728: ''É preciso que tudo se destrua para renascer e se regenerar, porque o chamais de destruição não é senão uma transformação que tem por objetivo a renovação e melhoramento dos seres vivos.'' A morte é uma forma de melhoramento e mudança evolutiva, estamos em momentos de transição, como o nome mesmo diz, tudo é passageiro, até nós somos passageiros aqui na terra.
          Para os espíritas não há acasos, é lógico que uma epidemia assusta, mas nada acontece que já  não esteja programado, essa é a lei maior, não existe coincidências ou acaso, tudo está acontecendo para nossa evolução e melhora moral. Após todas as grandes tragedias e epidemias na história do planeta terra, sempre existiu um crescimento tecnológico, moral e orgânico, afinal precisamos nos adaptar a tudo.
          O pensamento materialista nos leva ao desespero e a conclusões precipitadas e nisso pode-se incluir percepções errôneas referentes a castigos, confusão, desleixo e fatalidade. A visão espiritualista nos coloca acima dos males físicos, convida-nos a trabalhar e confiar no futuro para superarmos as dificuldades.
          Em épocas de tragedias e pandemias determinadas pela sabedoria divina existe uma troca maior entre os habitantes do plano físico e dos mundos espirituais, enquanto milhares morrem, outros tantos se preparam para renascer e recomeçar uma vida de aprendizados, ninguém morre antes do previsto, mas há casos em que é preciso uma comoção para ajudar na mudança energética do planeta, faz parte da lei de destruição e renovação.
           No livro Evolução em dois mundos do espírito André Luiz, psicografia do querido Chico Xavier, ao qual pergunta-se: a invasão microbiana está vinculada a causas espirituais? A resposta é ''excetuados os quadros infecciosos pelos quais se responsabiliza a ausência de higiene comum, as depressões criadas em nós por nós mesmos, nos domínios do abuso de nossas forças, seja adulterando as trocas vitais do cosmo orgânico pela rendição ao desequilíbrio, seja estabelecendo perturbações em prejuízo dos outros, plasmam nos tecidos fisiopsicossomáticos que nos constituem o veículo de expressão determinados campos de ruptura na harmonia celular.''
           Trocando por palavras simples, são nossos desajustes emocionais, o descuido com a alimentação, saúde, o mau uso do desejo sexual e nossos pensamentos negativos que abrem caminho para uma invasão microbiana e dificultam a regeneração natural das células, instalando-se assim a doença, causada pela desarmonia de nossas escolhas conscientes ou inconscientes, de hoje ou de vidas pregressas.
          Quase todos os processos de doenças surgem como fenômenos secundários sobre a zona de predisposição enfermiça que criamos em nosso corpo, pelo desequilíbrio de nossas forças mentais, que podem gerar ruptura ou soluções nos pontos de interação entre o corpo espiritual e físico, ao qual a doença pode aparecer conforme nossa predisposição genética ou em decorrência de nossos pensamentos e atitudes em desalinho com nossa evolução. Não existe fatalidade, mas sim mudança de plano para não errarmos mais.
           Cuide de seu corpo físico para que ele seja imune a doenças, aumente seus cuidados com a higiene e alimentação, mas cuide muito mais de seu espírito, o corpo perece mais cedo ou tarde, o espírito é imortal e tira aprendizado de todos os sofrimentos. Confie em Deus e na justiça divina, tudo acontece por um fim maior, aproveite esse tempo de reclusão e olhe com generosidade para seu interior, cuide das suas emoções, de seus sentimentos e suas atitudes, faça a reforma íntima e confie no universo, há males que nos elevam e engrandecem nossa alma. 

segunda-feira, 16 de março de 2020

As crianças podem sofrer obsessões?

         Atualmente fala-se em crianças índigo, cristais, entre outras denominações, mas o que temos visto muito, são crianças em desequilíbrio, algumas desde tenra idade. Essas crianças podem estar sofrendo assedio de maus espíritos?
        A partir do momento da fecundação já podemos estar sendo assediados por maus espíritos. No livro A Gênese os espíritos nos advertem: '' Pululam em torno da terra os maus espíritos, em consequência da inferioridade moral de seus habitantes. A ação malfazeja desses espíritos é parte integrante dos flagelos com que a humanidade se vê a braços neste mundo. A obsessão é um dos efeitos de semelhante ação, deve pois ser considerada como provação ou expiação e aceita com este caráter.''
         Em relação as crianças, Kardec continua:'' Alias, não é racional considerar-se a infância como um estado normal de inocência. Não se vêem crianças dotadas dos piores instintos, numa idade em que ainda nenhuma influência pode ter tido a educação? Algumas não há que parecem ter trazido do berço a astúcia, a felonia, a perfídia, até o pendor para o roubo e para o assassínio, não obstante os bons exemplos que todos lhes dão?''
         O espírito é imortal e ao nascer criança pode esquecer certas coisas, mas sua moral não muda. Da mesma forma que muitos espíritos de luz tem reencarnado na terra para nos ajudar, por outro lado é necessário que pela justiça divina se dê a oportunidade de seres endurecidos e maldosos nasçam para tentarem uma mudança, cabê a nós pais encaminha-los pelos melhores caminhos.
        Uma criança irá sofrer assedio espiritual tanto quanto um adulto ou até mais, afinal nós sabemos que precisamos mudar nossos pensamentos, um bebê ou criança pequena não sabe conscientemente disso. É comum vermos crianças manifestarem comportamentos desequilibrados resultantes da rebeldia, da insatisfação, do nervosismo, da dificuldade intelectual que apresentam, agravando-se cada vez mais a sua essência. É preciso pulso firme e amorosidade dos pais e cuidadores,  faz-se necessário uma terapêutica específica com dialogo e comprometimento com a melhora física, mental e espiritual.
         Muitas crianças já nascem trazendo crenças gravadas em sua mente espiritual, são os conhecimentos adquiridos em outras vivências, mas nada impede que comecemos muito cedo com programas educativos, desde o ventre materno pode-se ajudar o bebê a estar sintonizado com boas músicas e orações.
         A primeira infância é onde conseguimos modificar certas aptidões de nossas crianças, crie o hábito de bons programas, frequente um centro religioso, não discuta ou altere o tom de voz perto de uma criança, dê o máximo de amor, compreensão e companheirismo a este ser que está em formação e sob seus cuidados. Dispense o maior tempo possível em prol da educação e melhora emocional sua e de seus familiares. São essas mudanças que irão criar uma barreira energética de proteção em sua família. Seja luz por onde andar.

quarta-feira, 11 de março de 2020

Inteligência emocional

         Os grandes Mestres espirituais que passaram pela terra tocaram o coração do ser humano, falavam numa linguagem emocional, tinham empatia e fizeram grandes mudanças nas pessoas e no planeta. Jesus e Buda falavam através de parábolas, fábulas e contos, tocavam a alma, olhando pelo foco racional não faz nenhum sentido, mas quando sentimos empatia com o sofrimento do outro, criamos caminhos para o bem dentro de nós.
          A lógica da mente emocional não é assunto de hoje ou de psicólogos, Sigmundo Freud, pai da psicanalise já nos advertiu há mais de um século que nossos sentimentos podem nos ajudar ou nos adoecer. O pensamento ligado a emoção cria situações que muitas vezes não foram vividas, cria histórias em nossa mente que de tanto pensarmos acreditamos serem reais, os livros, as poesias, os filmes tocam de forma direta nossa mente emocional e podem nos influenciar de forma positiva se seus conteúdos forem bons e de forma negativa se focarmos em problemas.
           Isso nos leva a entender porque as expressões religiosas e artísticas agradam tanto, elas tocam nossas emoções mais íntimas e a grande maioria das pessoas ainda é dominada por emoções. Creio que isso também explica o motivo das grandes comoções e da preferência de muitos por crenças novas. Infelizmente hoje em dia muitas religiões ainda conseguem dominar as pessoas pelo emocional, pois manipulam emoções e sentimentos.
          É preciso desenvolvermos a inteligência emocional para não cairmos nessas armadilhas. Você realmente sabe o que é inteligência emocional? Sabe como estar em equilíbrio com suas emoções?
           Para entendermos o que é inteligência emocional é preciso sabermos que emoção é qualquer agitação ou perturbação da mente. Emoções são sentimentos e pensamentos distintos, são estados psicológicos e biológicos que interagem em nosso sentir e agir. É tudo junto e misturado, é um caldeirão de emoções que afloram por motivos que controlamos ou não.
            A ira por exemplo é um sentimento de fúria, revolta, raiva, causado por um momento de desequilíbrio que pode gerar doenças como ódio patológico, isso sem falar que deixa nossa mente atordoada. A tristeza está vinculada a muitas outras emoções, tais como magoa, desanimo, solidão, desamparo e quando esses sintomas prevalecem em nossa mente pode se transformar em depressão. O medo aumentado pela ansiedade, pelo nervosismo, pavor e terror pode se transformar em fobias e síndrome do pânico.
           Do outro lado a felicidade que está vinculada ao prazer, ao bem estar e ao contentamento quando bem direcionada é uma alavanca para nossa mudança e melhora emocional. O amor palavra tão falada, mas poucos sabem seu verdadeiro significado que é aceitação, amizade, respeito e confiança fazem parte do amor, assim como a caridade que é seu sentido mais amplo e curador.
           As emoções vão dos vícios as virtudes, da fé ao perdão, da dúvida a preguiça; mas como lidamos com tudo isso? É preciso ajuda psicológica ou podemos resolver isso sozinhos?
           Aprender a lidar com as emoções é o começo do equilíbrio emocional, respeitar que temos um tempo certo para desenvolvermos a inteligência emocional é outro fator importante. As vezes precisamos de ajuda profissional, mas de nada adianta se não começarmos a aceitar que somos espíritos em aprendizado, não é exigido perfeição, mas sim humildade para encarar nossos erros e transforma-los em acertos.
          Abra sua mente para tudo o que circula ao seu redor, observe mais, ouça sua intuição, aumente seu conhecimento, descubra uma forma de relaxar e se desconectar do mundo exterior, sorria mais, abrace o máximo de pessoas possível, sinta-se bem e agradeça tudo o que possui. Assim você dará o pontapé inicial para desenvolver sua inteligência emocional.
       
          

segunda-feira, 9 de março de 2020

Porque a reencarnação não é aceita pelas religiões cristãs?

         Até o século VI a reencarnação era aceita pelos cristãos, a cultura religiosa oriental é reencarnacionista desde os primórdios, muito antes da era cristã. Para os orientais é algo incontestável, algo certo como a justiça divina, que nos dá milhares de oportunidades de sermos pessoas melhores, de aprendermos com nossos erros e evoluirmos vida após vida.
         A mudança entre aceitação e proibição aconteceu no concílio de Constantinopla, atualmente é a cidade de Stambul na Turquia, foi uma decisão política, para atender exigências do império Bizantino. Resolveram abolir das escrituras sagradas a convicção da reencarnação que é cientificamente justificada e substitui-la pela ressuscitação, que por si só contraria todos os princípios científicos, pois admite-se a volta a vida do ser por ocasião de um suposto juízo final, voltando a vida no mesmo corpo que passou pela decomposição orgânica, algo impossível de acontecer, não existe mágica.
         Teodora, esposa do famoso imperador Justiniano, era escravocrata, desumana com todos, preconceituosa, não admitia retornar numa posição inferior, escrava ou negra. Como tinha muitos admiradores e sabia influenciar seu marido, foi a culpada dessa desinformação que até hoje é aceita por muitos cristãos.
         O imperador e muitos generais que haviam planejado e ajudado de formas obscuras a ascensão do papa Virgílio, exigiram dele essa mudança e tornaram os desejos de Teodora aceitos em forma de lei com pena de morte aos que dissessem o contrário. Naquela época como hoje em dia a política, os conluios, falsidades e manipulações ainda são aceitos como moeda de troca em prol de alguns poucos. Triste situação do ser humano que se sujeita a esse tipo de situação para dominar os menos favorecidos.
        No ano de 553 D.C. ocorreu o concílio de Constantinopla onde resolveram abolir  e rejeitar todo o pensamento de Orígenes de Alexandria, um dos maiores teólogos que a humanidade tem conhecimento. As decisões daquele nefasto concílio condenaram inclusive as palavras do Cristo sobre a reencarnação, em varias passagens nos evangelhos vemos as provas que a vida continua, quando Jesus identificou João Batista como o profeta Elias, que havia falecido séculos antes e disse que voltaria como precursor do Messias.
         Agindo de forma inescrupulosa, como se fossem soberanos, a assembléia de bispos que se reuniram no concílio de Constantinopla, afirmaram que a reencarnação não existe, mas sim, aquele que for julgado no fim dos tempos e classificado como bom irá ressuscitar e viver plenamente. Para aquela época, ser bom era doar o máximo de bens a igreja e ser obediente. Ainda hoje, centenas de anos depois é comum ouvirmos pessoas ingênuas acreditarem que terão um lugar no céu ao lado de Jesus se deram o maior dizimo para a igreja.
         Infelizmente o ser humano quer alguém para dizer o que é certo ou errado, é mais fácil por a culpa no outro quando erramos. Até quando continuaremos a ser dominados e manipulados por pessoas inescrupulosas? O que Jesus nos diria que pudêssemos encontra-lo para um bate papo?
         Estude, pesquise, questione e abra sua mente para tudo o que circula ao seu redor. Somos seres únicos e pensantes.

quinta-feira, 5 de março de 2020

Porque está tão difícil se relacionar?

         Em toda a história da humanidade, nunca existiram tantos solteiros e solitários como atualmente. Mesmo com a tecnologia tão avançada, onde tudo acontece online, essa geração que está encarnada na terra sente-se sozinha, abandonada e sem amor.
         Quando Kardec perguntou aos espíritos se poderíamos viver isolados ou afastados de tudo, a resposta foi: ''Deus fez o homem para viver em sociedade, Deus não deu inutilmente ao homem a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação''. Nenhuma pessoa tem as faculdades morais e intelectuais completas. É pela união social que o ser humano se completa, adquire segurança e bem estar, progride espiritualmente, materialmente e moralmente. Por isso necessitamos uns dos outros, somos feitos para viver em sociedade e não isolados.
           Segundo o estudioso e escritor espírita Herculano Pires, no livro Agonia das Religiões, ''O meio natural de evolução para o homem, para todas as coisas e para todos os seres vivos é estar se relacionando com outros da sua espécie." Faz parte da lei da evolução o nosso progresso, sozinho ninguém consegue progredir, precisamos de contato com outros, com os animais e com a natureza. O isolamento nos torna brutos e apáticos.
            A experiência que faz amadurecer a alma flui mais autêntica e eficiente nas relações interpessoais. O ser humano precisa de humanos para ser feliz e desenvolver seus sentimentos e emoções de uma forma saudável e plena, é o contato direto, o calor nas palavras, a permuta de energias e o conhecimento entre as pessoas que nos impulsionam a sermos melhores a cada dia.
           Infelizmente a situação atual do mundo em desenvolvimento, tem feito muitas pessoas buscarem alternativas de convivência que acabam se opondo aos verdadeiros interesses naturais. A violência, o medo, as injustiças da vida moderna estão nos afastando cada vez mais uns dos outros, forçando-nos a termos relacionamentos de formas artificiais.
           Vivemos cercados por grades, muros e paredes, acreditamos que a segurança é o afastamento de tudo, mas não é bem assim. Esse isolamento acaba criando um medo exagerado de se relacionar, uma solidão que só é aplacada por muitos medicamentos, e acabamos por desenvolver doenças emocionais por falta de amor e amizade. Qual é o melhor caminho para uma vida plena?
          A espiritualização do homem passa pela humanização no plano material, requer compatibilidade entre nossas ações e nossos desejos de liberdade e plenitude, essa é a verdadeira felicidade. Só conseguiremos isso vivendo em comunidade e interagindo com outras pessoas, aprendendo com nossos erros, acertando em nossas escolhas e desenvolvendo a empatia em nosso íntimo.
           Talvez seja o momento de retomarmos certas práticas deixadas de lado por ansiedade do futuro, é preciso implementar com amor e fraternidade os encontros de família, as visitas sem hora marcada, as conversas entre amigos e principalmente com pessoas desconhecidas, sem medo ou insegurança. Seja gentil com quem não conhece e muito mais com os conhecidos, abrace com carinho e sem questionamentos, aprenda a ser gentil sem esperar nada em troca. Não se trata de voltar ao passado, mas sim enriquecer o presente com emoções, amizades e sentimentos duráveis, isso nos fará muito bem. 

segunda-feira, 2 de março de 2020

Quando a liberdade é confundida com libertinagem

          Na atualidade falar o que se pensa é normal, mas muitos falam sem pensar, a liberdade está sendo confundida com libertinagem. A liberdade foi uma conquista árdua das sociedades democráticas, muitos sofreram represálias e até foram mortos para termos liberdade, infelizmente há os que acham que liberdade é falta de respeito, mas o respeito é essencial em tudo.
          É imperioso apontar, que os tempos atuais tem sido difíceis para as manifestações culturais. Existe um desrespeito crescendo no âmago de muitos, a diversidade faz parte da nossa  evolução e do nosso planeta, ninguém é igual, e a diferença é que nos ajuda no desenvolvimento do respeito e da tolerância.
         Em sua grande maioria, os espetáculos são eivados de traços psicopatológicos, as manifestações musicais apresentam letras chulas, com exposição do corpo e baixíssimo padrão moral. E a denominada cultura é representada por mentes vis, que em nome de uma liberdade, espalham conteúdos degradantes.
         Não faz muito tempo, em nome de uma cultura de arte e liberdade, um homem despido deixou-se apalpar por crianças em um museu brasileiro. Isso é liberdade ou libertinagem?
         Noutro cenário, bem atual por sinal, uma escola de samba, evocando a liberdade e as brincadeiras em momento de carnaval, apresentou um Jesus sendo chicoteado pelo diabo, enquanto caveiras sambavam ao seu redor. E muitos líderes religiosos elogiando a liberdade. Existe respeito pela crença religiosa?
         Há alguns anos, uma famosa revista francesa achou que tinha liberdade de publicar caricaturas desrespeitosas do profeta Maomé, acabou por culminar em um ataque terrorista aos seus editores. É obvio que um ataque com mortos e feridos não é correto. Mais uma vez, tudo em nome da liberdade.

         A liberdade tem sido utilizada para justificar violências, seja contra Jesus, contra a mulher, contra a sexualidade, que é algo íntimo e não diz respeito a ninguém. Não sou a favor da censura, mas também não sou a favor do desrespeito em nome de uma libertinagem.
         Infelizmente, vivemos um momento de grande mudança em todos os sentidos, a ética não é mais importante e muitas vezes a liberdade é evocada para justificar praticas culturais ofensivas. Muitos tentam a todo instante macular a imagem do Mestre incomparável, que há dois mil anos é luz nas consciências humanas.
         Creio que cabê a nós espíritas e espiritualistas uma reflexão sobre o momento atual e como poderíamos ajudar a construir manifestações culturais mais edificantes. Afinal dizem que o conhecimento é libertador, estamos sendo libertos ou aprisionados pelo suposto conhecimento?
          Sempre que vejo esse tipo de libertinagem, recordo as palavras do apóstolo Paulo ''tudo me é permitido, mas nem tudo me convém''. É assim na vida, na alimentação, nos programas de televisão, na arte, na cultura... Que tipo de energia anda circulando ao seu redor? Você está sendo influenciado por bons ou maus espíritos?