sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Como crescer em momentos de crise

              A todo  momento podemos ser surpreendidos por desafios que exigirão de nós superação e coragem, mas normalmente as crises chegam sem aviso prévio. É comum sentirmos que estamos despreparados, afinal quem está preparado para o inesperado?
              Vivemos atualmente meses de crises por causa de uma pandemia, o medo do amanhã unido a dor, a ansiedade e insegurança nos tira da zona de conforto, somos convidados a encontrarmos novos caminhos, novas alternativas de trabalho, lazer e até locomoção. Desde o inicio dessa pandemia vem em minha mente a frase de Platão: Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida.
               Nos acostumamos a viver a vida sem pensarmos no amanhã, foi preciso uma pandemia para percebermos que nosso foco está nublado. A vida é muito mais que trabalho, ganhar dinheiro e curtição. Precisamos refletir sobre o que realmente é essencial? O que precisamos para sermos felizes e vivermos de forma tranquila e plena?
               Tenho observado nas redes sociais que uma boa parte da população precisou reinventar-se para continuar a viver de forma digna. São em momentos de dificuldades e crises que surgem idéias e oportunidades jamais pensadas, quando mantemos a mente aberta desenvolvemos em nossa mente novas formas de criatividade.
               Você já parou para pensar que sua mente é um livro, onde todas as suas potencialidades estão arquivadas, basta abrir este livro e folhear as páginas. Para conseguir acessar ao conteúdo desse maravilhoso livro é preciso dar um tempo da agitação diária, ao qual vivemos e na maioria das vezes nem notamos, que simplesmente seguimos a multidão ou o rumo dos acontecimentos.
                Estamos tão envolvidos com a rotina que esquecemos que somos seres espirituais, e como tal precisamos de equilíbrio mental, físico e espiritual para conseguirmos adquirir o máximo de aprendizados e conhecimentos em prol de nossa evolução. Os cuidados com o corpo e a manutenção da vida orgânica são indispensáveis assim como com nosso espírito.
               Se conseguimos crescer em meio a uma pandemia, criando novas formas de ganho econômico, porque é tão difícil aceitarmos que precisamos de espiritualidade em nossa vida?
               No livro A Gênese, Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo, no capítulo que trata sobre O Bem e o Mal, lemos a seguinte constatação dos espíritos da codificação: ''Devendo o homem progredir, os males, aos quais está exposto, são o estimulante para o exercício de sua inteligência, de todas as suas faculdades físicas e morais, iniciando-o na pesquisa dos meios para deles subtrair-se. Se não tivesse nada a temer, nenhuma necessidade o levaria a procura de meios, seu espírito se entorpeceria na inatividade; não inventaria nada e não descobriria nada. A dor é o aguilhão que impele o homem para a frente, no caminho do progresso.''
               Quando nos conscientizarmos que o nosso progresso depende de nosso esforço constante e luta íntima para melhorarmos, despertaremos para o quanto a vida é preciosa. Teremos olhos de ver e ouvidos de ouvir como Jesus falou.
               Que apesar das dificuldades, crises e pandemias, possamos enxergar a oportunidade de mudança e aprimoramento físico e espiritual, adotando posturas que nos ajudem a enfrentar com sabedoria os obstáculos que surjam em nosso caminho. A vida é curta demais, para ficarmos parados esperando por alguma ajuda divina.
              A verdadeira ajuda somos nós mesmos. Enfrente seus medos com coragem e determinação, reinvente-se e transforme sua vida em uma nova caminhada. Somos muito mais do que um corpo orgânico, com células, órgãos e membros, somos seres espirituais vivendo temporariamente uma experiência humana.   

terça-feira, 27 de outubro de 2020

A vida é um aprendizado constante

          A vida é nosso bem mais valioso, nascemos na família certa e em meio a pessoas ao qual temos alguma afinidade ou algum comprometimento, não existe acaso, mas sim organização. Somos seres pensantes, únicos, em nosso íntimo existe uma busca ininterrupta por felicidade, amor e compreensão. A cada novo nascer evoluímos um pouco, mas conseguimos realmente crescer quando somos incentivados na busca por mudanças.  
          Uma das grandes buscas que nos movem é o auto conhecimento, fazer terapia é uma das melhores formas de olhar para dentro. Aquele que se desnuda em frente ao grande espelho da vida, sempre consegue ver o lado bom por trás de cada derrota, sofrimento ou magoa. Você tem coragem de se olhar realmente no espelho?
           Numa sessão de terapia ocorrem alguns enfrentamentos, o maior deles é com nossas atitudes, ações, sentimentos e emoções. Muitas vezes perante os desafios cotidianos, vestimos uma máscara de pessoa forte, determinada e destemida, mas no fundo somos frágeis, carentes e necessitamos de aplausos.
          Dia desses, em uma sessão, durante uma analise ao qual minha cliente falava sobre seu passado, surgiu uma dúvida, qual seria seu melhor momento de felicidade. Quando foi que ela realmente sentiu leveza e tranquilidade?
          Após alguns minutos de conversação, ela chegou a conclusão que um momento específico estava gravado em sua mente, por um pequeno período de sua infância, sua família morou num sitio. Havia muito verde, a casa era grande e com cômodos amplos, ela gostava de correr pelo jardim e sentir o vento tocar sua pele.
           Durante toda a sua vida, ela trabalhou muito para viver no conforto, mas nunca era suficiente, ela sempre precisava de novos desafios que lhe gerassem mais e mais dinheiro, pois a felicidade que ela almejava nunca chegava. Atualmente vivia num belo e confortável apartamento, mas algo faltava.
           Quando ela recordou dos dias em que viveu no sitio, sua fisionomia se transformou, fechou os olhos e se transportou para aquela época, era criança e não se importava com trabalho, contas a pagar, nem mesmo se preocupava com a saúde ou o que iria comer, afinal eram seu pais quem tinham essas preocupações. Pedi para ela me descrever o que sentia em relação a essa lembrança.
            -Sinto uma leveza, quero correr, respirar fundo, sentir o cheiro de grama recém cortada, de olhar para os lados e não ver nada além de árvores. O barulho da cidade me incomoda profundamente, preciso de silêncio e do canto dos pássaros.
             Ao abrir os olhos e perceber onde estava, seu rosto muda, volta a ficar franzido e cansado. Estávamos caminhando para o final de nossa sessão e perguntei a ela:
             -Você acabou de dizer que não existiu em sua vida dia melhor do que aqueles em que viveu no sitio, será que precisa trabalhar tanto? De onde vem essa necessidade de ganhar sempre mais dinheiro, viver em casas onde o conforto é extremo? O que você realmente busca?
             -Eu busco ser feliz, mas parece que essa felicidade nunca chega.
             -Será que você está buscando a felicidade no lugar certo?
             -Como assim? Não entendi sua pergunta.
             -Se sua melhor lembrança de felicidade foi de quando morou afastada das grandes cidades, por que você ainda procura por aqui a sua alegria de viver? Se é em meio a natureza que sente-se bem.
             -Eu nunca tinha pesando nisso.  Realmente tudo na cidade me incomoda, desde o barulho, a falta de tempo para relaxar, as pessoas estressadas.
             Finalizamos a sessão e pedi para que refletisse a respeito. Na próxima semana, ela entra em minha sala sorridente, senta e logo fala:
             -Fiz uma revolução em minha vida, comprei uma casa num condomínio fechado próximo a serra do mar. Lá tem internet para meu trabalho, comércio a 10 minutos de carro e muito silêncio. Posso vir pra cidade uma vez na semana e resolver todos os meus problemas e nos outros dias trabalho em casa em meio a natureza. Tem pássaros, macacos e esquilos que vem comer no meu jardim.
             A felicidade é super valorizada, mas normalmente está nas pequenas coisas. Essa minha cliente buscou a felicidade em muitos lugares, quando na verdade ela estava muito mais perto do que imaginava. Será que você está realmente buscando a felicidade ou somente segue a multidão? 

      

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

O auto conhecimento é maravilhoso

                      Não é segredo para ninguém que sou adepta do auto conhecimento, da melhora e mudança mental, a mente nos inebria, domina e manipula, feliz é aquele que resolve dar um basta e encara seus medos e traumas numa sessão terapêutica. A cada atendimento aprendo algo novo e percebo que a vida é um emaranhado de emoções e situações que podem nos levar a decisões extremas se não mantermos a calma.

                       A terapia desenvolve em nós um olhar interno, uma percepção do que vai em nosso inconsciente, nem sempre é igual da realidade, diria que na grande maioria das vezes de real não tem quase nada, somos as consequências de nossas criações imaginárias.
                       Dia desses, em um atendimento online, aconteceu algo maravilhoso, se olharmos com olhos racionais não entenderíamos, afinal os sonhos, lembranças e vivências são específicos de quem os tem e não do observador que é o terapeuta.  
                       Em meio a um transe hipnótico, a cliente entrou numa regressão, onde se via chorando numa sala de estudos com outras meninas, todas vestidas iguais e numa época muito diferente da nossa. Ela tinha seus olhos fixos no jardim que dava numa floresta, sentia uma dor enorme na cabeça e a necessidade de ir até a floresta.
                       A procura pela terapia surgiu de uma necessidade de resolver ou encontrar o motivo pela deterioração de sua memória, desde muito jovem sempre teve problemas de aprendizado, não conseguia decorar nada, era péssima aluna e atualmente na faixa dos 50 anos piorou muito. Optamos pela hipnose para tentar encontrar na infância o que desencadeou esse esquecimento, por muitas sessões trabalhamos, descobrimos a falta de amor do lado materno, o fato de ter sido deixada de lado e todos preferirem agradar sua irmã doente, diziam constantemente que não era inteligente, e de certa forma acostumou-se com esse fato.
                       Voltando ao relato, eu disse para que ela fosse até a floresta se assim desejasse. Foi caminhando e me descrevendo o que via e sentia.
                       -Algo muito ruim aconteceu, sinto medo, sinto um vulto me acompanhando, minha cabeça dói muito, é como se tivesse um buraco, sinto como se fosse oca. Meu Deus..... Aquela menina que achei que era eu está morta e tem um buraco na cabeça.
                       Nesse momento ela estava com as duas mãos segurando a cabeça por causa da dor, apalpava determinada parte do cérebro, dizendo que era ali que tinha um buraco. Reclama que sente sua garganta doendo e diz que além da pedra que bateram na sua cabeça, foi também enforcada.
                      -Vejo as meninas que estavam na sala e a tutora olharem para a criança enforcada e chorarem. Tiraram a menina dali. Estou vendo o tempo acelerando, as árvores foram derrubadas, casas sendo construídas. A pedra com que bateram na minha cabeça continua ali, ela brilha, parece um cristal, sinto necessidade de pega-la.
                      Ela estica a mão e pega algo, sente uma emoção grande e diz:
                      -Essa pedra que se parece com um diamante brilha muito, sinto que é a parte de minha mente ou memória. Tenho necessidade de coloca-la no local onde tenho esse buraco em meu cérebro. Posso colocar de volta minha memória?
                      Após meu consentimento, ela ergue o braço e coloca na região da testa. Seu rosto e corpo que estavam tensos até este momento, caem em um relaxamento e tranquilidade como nunca antes. Ela chega ao ponto de bocejar, e com voz sonolenta me diz:
                      -Você consegue ver o brilho em minha testa, agora estou completa e sei que minha memória ira voltar.
                       Deixei que absorvesse essa paz mais alguns minutos e a trouxe de volta a realidade. Ao despertar do relaxamento ela comenta que sempre teve dores absurdas de cabeça, passou por muitos médicos e ninguém nunca descobriu nada, nem em relação a sua memória, seu cérebro era normal como diziam todos os médicos.
                       Quando queremos realmente melhorar nossa vida, mudando e até eliminando certos traumas, medos e dificuldades, a terapia é a melhor ferramenta de auto conhecimento. É necessário enfrentarmos a nós mesmos para entendermos o que está preso no inconsciente, é preciso dedicação, auto amor e paciência para transformar nossa vida. Só você tem a chave do sucesso ou da tristeza, cabe somente a você decidir se quer permanecer num ciclo vicioso onde o sofrimento é seu companheiro ou se quer desvendar e encontrar novas formas de felicidade. Abra os olhos, a mente e o coração para um mundo novo de prosperidade e alegrias.   
                 

terça-feira, 20 de outubro de 2020

A ansiedade que teima em nos dominar

             Se refletirmos a respeito da humanidade, observaremos que a cada volta que nosso planeta dá ao redor do sol temos a sensação de que o mundo ao qual conhecemos é uma loucura, estamos seres humanos infantilizados, com muita imaginação, medo de tudo e todos, fica evidente que muitos acabam por adentrar a ansiedade e outras doenças emocionais, afinal não é fácil entender a vida física, quem dirá a espiritual.
             Desde o nosso nascimento nos é imposto perfeição, precisamos estudar, trabalhar, ter uma carreira e vida bem sucedida, ir a cultos religiosos, casar, ter filhos e amigos. Todos esperam que sejamos saudáveis, que busquemos cultura e tenhamos um hobby, mas ninguém nos pergunta se estamos felizes.
            Quando alguém decide seguir por um caminho diferente a esse imposto pela sociedade, quase sempre é apontado, pressionado e cobrado por suas escolhas. Estamos adoecendo pelo fato de não seguirmos o rebanho, pelo fato de termos opinião e querermos trilhar nosso próprio caminho.
            Vivemos momentos de decisões apressadas, tudo tem que ser resolvido para ontem e o dia com 24 horas é pouco. Essa ânsia pela perfeição acabamos por atropelar a nossa saúde física, emocional e espiritual. É comum chegarmos ao final do dia cansados, esgotados, coração acelerado, suor excessivo, dificuldade de respirar, choro constante e dificuldade em conciliar o sono. Esses são sintomas comuns da ansiedade, mal que aflige boa parte da população.
             Para quem é do meio espiritualista e entende que tudo está correlacionado, corpo e espírito andam de mãos dadas, um não adoece sem o outro, sabemos que ao baixarmos a vibração mental abrimos portas para o desequilíbrio espiritual. 
             Para os males espirituais é preciso mudança de sentimentos, ouvir palestras edificantes, tomar passes magnéticos e passar pelo tratamento da desobsessão. Com os males orgânicos também precisamos ter cuidados, fazer terapia é uma ótima alternativa para o equilíbrio, afinal o auto  conhecimento é a chave da melhora física e emocional.
             Quando estamos bem fisicamente e emocionalmente a consequência é o equilíbrio espiritual. Somos energia e vibramos o tempo inteiro, mesmo que não percebamos. Precisamos nos conscientizarmos de que nossa essência é espiritual, estamos num planeta denso e físico, mas é nosso espírito quem nos direciona para as provas e situações onde mais aprenderemos. 
             Assuma o controle de sua jornada terrena, equilibre-se o mais rápido possível. Ame-se, respeite-se, perdoe-se incondicionalmente.
       

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Certos espíritos podem nos influenciar?

                       Segundo o livro dos médiuns, a prática do espiritismo tem como seu maior impedimento os obsessores. Obsessão é o domínio que certos espíritos inferiores possuem sobre nós, seja por desavenças, inimizades ou pendências do passado, ou pelo fato de muitas vezes observarmos o mal e nada fazermos. 
                        São sempre os espíritos inferiores que tendem a dominar, afinal os espíritos do bem não exercem nenhum constrangimento sobre nós. Os bons aconselham, combatem a influência do mal, e quando não os escutamos, eles se afastam. Os maus por sua vez, agarram-se aos que conseguem prender ou manipular, dominam e conduzem como se faz a uma criança.
                        A obsessão apresenta características diversas conforme a necessidade, resultando num grau de constrangimento, podendo chegar a limites inimagináveis, desde obsessão simples, fascinação até a subjugação. Os motivos para essa abertura são o caráter do espírito, sua moral e ética. Ninguém sem alguma pendência do passado é obsidiado ou dominado, são nossas escolhas e decisões que garantem o afastamento ou aproximação de determinado espírito.
                        Abrimos caminho para as obsessões quando nossa vontade de vingança em decorrência a uma magoa do passado cresce e se transforma em ódio e raiva, quando deixamos um desejo, mesmo que inconsciente de fazer o mal a outrem, quando damos vazão ao sentimento de prazer em humilhar ou atormentar determinada pessoa. No momento em que a impaciência é maior que a paciência, deixamos essa emoção corroer nossa mente e os obsessores nos dominam.
                        Como sair dessa influenciação? A melhor forma de sair dessa manipulação é a mudança de pensamentos, atitudes e ações. Nenhum espírito conseguirá nos influenciar para o mal se esse pensamento não existir em nós. Atraímos o que pensamos, quando pensamos em fazer o mal, aqueles espíritos que estiverem nessa vibração serão atraídos para perto de nós como um imã.
                        Pensamentos edificantes, sentimentos e emoções equilibrados e ações voltadas no bem formam uma barreira de contenção e proteção contra esse tipo de assédio espiritual. A lei da atração não erra nunca.
                        Comece mudando seu pensar, seu falar e seu agir, somente assim estará cercado de bons fluidos e espíritos. As energias que circulam ao nosso redor são consequência de nossa energia interior. O bem sempre vence.

terça-feira, 13 de outubro de 2020

A mentira nossa de cada dia

               Falar sobre mentira num país onde cada um age da forma que quiser, onde o certo e errado é coisa de momento, não é atoa que mundo a fora somos conhecidos pelo famoso jeitinho brasileiro. Não sei como é em outros países, pois em alguns a ética é muito valorizada ao ponto de ser obrigatório certos conceitos, mas em países como o nosso em que ainda estamos desenvolvendo a moral, aqui a ética é duvidosa e tende a favorecer sempre aquele que não precisa.
              Ultimamente uma palavra ficou muito conhecida no Brasil, já ouviram falar em fake news? Essa é uma das facetas da mentira, a palavra fake news é bem conhecida nos meios de comunicação, fato ou notícia nova, na realidade não tem nada de novo, mas sim de falso e fora da realidade. Disseminar mentiras dizendo que são verdades não é novidade, mas na atualidade virou uma atividade lucrativa para derrubar governos, estimular o povo sem instrução a fazer passeatas, brigar e destruir patrimônio público, isso sem falar em destruir ou manchar a reputação de pessoas de bem.
               Estamos em ano eleitoral e a mentira, o fake news e a dissimulação é quase rotina em nosso pais. É triste concluir que num pais tão grande como o nosso, com muita diversidade de religiões, etnias e pensamentos seja comum a mentira e falsas promessas.
              Não podemos ter a ilusão de acreditar que só os políticos mentem, lembro-me da história recente de um educador que estava pleiteando um cargo público, sua vida acadêmica foi devastada como pesquisa corriqueira para esse cargo. Para a surpresa geral, o suposto doutor teve inúmeras irregularidades, nem todos os seus diplomas eram legítimos e não existia um certificado de doutorado. Em nosso país é comum pessoas sem doutorado, mas com dinheiro, profissionais da área  médica entre outros serem chamadas de doutores. É a mentira vencendo mais uma vez.
               Existe um ditado assertivo no meio psiquiátrico, alguns mentirosos mentem tão bem e por tanto tempo que realmente acreditam que suas mentiras são verdades indiscutíveis, essas pessoas tem um transtorno mental. Mitomania é o nome dado a compulsão por mentir. Se existe até um nome é porque esse transtorno é mais comum do que imaginamos.
               Do outro lado da mentira tem a verdade, ser autêntico ou verdadeiro também não é bem visto. As pessoas estão acostumadas a ouvirem pequenas mentiras para conseguirem conviver socialmente de forma equilibrada, quando alguém se propõe a falar sempre a verdade, doa a quem doer, normalmente é excluído dos círculos sociais.
              A verdade deveria ser valorizada e não jogada debaixo do tapete. Ser verdadeiro ou autêntico é ser livre para tomar sempre as melhores decisões, é conseguir definir seu caminho sem a necessidade de aceitação dos outros, é conseguir se expressar, viver, sentir e interagir com sua essência, sem medo, ou seja, é ser feliz sem ter que usar máscaras de mentiras ou enganação.
              Segundo Joanna de Ângelis no livro Luz da Esperança '' acostuma-te a ser fiel a verdade, e ela estará à tua frente, abrindo-te os caminhos por onde palmilharás, sem que receie ser por ela seguido, corrigindo as tuas informações e dando a dimensão do teu comportamento, como sucede ao mentiroso.''
              Que a cada dia possamos usufruir da verdade em nossa vida, abdicando gradativamente da mentira para sermos pessoas melhores, mais integras, éticas e morais, afinal é para isso que reencarnamos vida após vida,  sucessivamente procurando novos conhecimentos e aprendizados.  

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Desculpe o transtorno, estou em construção contínua

            Ao longo de nossa caminhada podemos causar transtornos aos que estão próximos, afinal ainda somos seres imperfeitos. Nas esquinas da vida muitas vezes dizemos sem pensar palavras impróprias e sem necessidade.
            É comum agredirmos os que estão ao nosso lado na caminhada, principalmente familiares e amigos íntimos, agredimos sem intenção e as vezes intencionalmente, o fato é que não cuidamos de nossos pensamentos, sentimentos e ações como deveríamos. Não respeitamos o tempo do outro, seus desejos, sua história, tendemos a manter o foco em nós. Queremos acreditar que o mundo gira ao nosso redor, que nossos desejos e atitudes são os que importam, falta-nos empatia e bom senso.
            Causamos transtornos por onde caminhamos, mas devemos concluir que estamos em construção. Em uma reforma ou construção, deve-se usar um tijolo por vez, assim como na vida, devemos viver um dia de cada vez. Somente assim o templo de nossa história vai ganhando vida.
             Somos a nossa prioridade, mas não podemos esquecer o outro que está ao nosso lado, também tem sua história, sua vida e está em construção. E como estamos no mesmo barco, no mesmo caminho, no mesmo planeta, ele também irá causar algum transtorno para nós.
              Um tijolo que cai de uma construção pode derrubar uma parede, assim como uma decepção ou mágoa pode mudar o rumo de nossa caminhada. Outras vezes durante essa construção contínua o cimento pode respingar em nosso rosto, sujando-o, da mesma forma que nossos erros podem manchar uma vida inteira ou separar amizades.
               Precisamos aprender a limpar nossa mente das dores e mágoas, limpar para que nossas feridas possam cicatrizar e eliminar de nossa construção qualquer detrito desagradável. É preciso dedicação e tempo para cuidar de nossas emoções adoecidas, para num futuro eliminar o egoísmo de nossa caminhada.
               Muitas vezes somos quem erra, noutras é nosso companheiro de viagem terrena, há momentos em que nós dois erramos, precisamos compreender que todos em algum momento erram e acertam, ninguém é perfeito ainda.
              Se errei, se magoei, se feri, me desculpe o transtorno, estou em construção contínua. 
              Hoje sou melhor que ontem, amanhã serei melhor que hoje. Vivo hoje as consequências do que plantei, do que construí, mas minha intenção é ser sempre melhor.
               Que possamos desenvolver empatia para conosco e com os que circulam ao nosso redor, amor próprio e caridade em todas as situações. 
               Sejamos luz, mesmo quando a escuridão teimar em permanecer ao nosso lado, gratidão como forma de aprendizado, mesmo quando cometemos erros ou desviamos do caminho, afinal estamos em construção.

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Pegue sua cruz e me siga

         As religiões cristãs dizem que Jesus veio nos salvar, que Deus sacrificou seu filho mais amado para a salvação da humanidade. Precisamos sermos salvos do quê? Ou de quem?
         Se a humanidade tivesse mudado, se o mundo fosse diferente, talvez esse pensamento religioso fosse verdadeiro. Mas ainda temos muito o que melhorar, o nosso planeta ainda tem doenças incuráveis, calamidades, epidemias, pandemias e terremotos; e nós humanos, mesmo com todos os avanços da ciência e moralidade, ainda estamos longe dos conceitos que Jesus pregou no curto período de tempo que por aqui esteve.
          Existe uma reflexão que ninguém faz, se nós fossemos o pai de uma grande família, com muitos filhos e dentre eles um é bom no sentido amplo da palavra, você sacrificaria ele em beneficio dos outros que tem moral duvidosa?
          Se seguirmos os ensinamentos a risca, foi isso que aconteceu com Jesus. Eu não acredito que um pai ou mãe sacrificaria um filho em beneficio de outros. Se nós que somos humanos, temos uma visão limitada de tudo, jamais faríamos isso, imaginem Deus, que é o criador.
          Jesus veio para nos mostrar o verdadeiro caminho do amor, da caridade e do perdão. Veio nos mostrar que aqui é só um momento, que a vida continua, afinal como ele mesmo disse: ''há muitas moradas na casa de meu Pai, se assim não fosse, eu vos diria.''   
           Jesus não fundou nenhuma religião, quando disse:'' sobre essa pedra edificarei minha igreja'', foi dito igreja e não religião. Igreja em grego que era a língua mais falada naquela época, é Ekklesía, que na tradução é eu chamo ou eu convoco. Será que nossas religiões seguem essa regra de chamar ou convocar os devotos para a mudança?
           A igreja na sua concepção deveria unir, mas as religiões separam. Segundo Divaldo Franco as religiões são o ópio das massas. A união deveria ser nossa meta, mas atualmente tudo é motivo para separação, começou-se com a cor, a raça, o gênero e só Deus sabe aonde isso vai parar, quando na realidade somos todos humanos, feitos de carne e osso.
           O espiritismo que nasceu como uma doutrina, infelizmente tem se tornado uma religião, onde existem dogmas, normas e regras a serem seguidos. Kardec quando recebeu essa doutrina maravilhosa dos espíritos superiores, disse que o intuito era estudar, pesquisar e unir o conhecimento com a ciência, somos humanos e ainda cometemos erros, mas é preciso mudar isso. Precisamos nos conectar com a essência divina que sempre habitou em nós, da qual viemos e para qual voltaremos.
           Conforme o título onde uso as palavras do Mestre, pegar sua cruz é escolher o seu caminho, desenvolver a moral, a ética e o bom senso e vá aonde seu coração te levar. Que possamos usar os aprendizados do Cristo para nossa evolução, para nosso aprimoramento.
            Estamos no planeta terra por um curto período de tempo, somos espíritos milenares e imortais. Nosso lar é o universo. Pegue sua cruz, suas dores, seus temores, suas alegrias e aprendizados e siga pelo caminho do bem, rumo a um mundo melhor, com a certeza que cada um de nós tem seu papel no grande livro da vida. Pegue sua bagagem espiritual e viaje por planetas, universos e mundos espirituais. 

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Fazer tatuagem é certo ou errado?

         Com o surgimento da humanidade no planeta terra, surgiram também costumes, rituais e manifestações em épocas e momentos diferentes, marcar a pele com desenhos e símbolos sempre esteve presente em quase todas as religiões e seitas. Atualmente tatuar o corpo é algo comum, existem relatos de casos de múmias com desenhos gravados em sua pele com mais de 5000 anos, isso sem falar nos papiros que trazem escritos a forma como eram tatuados os corpos dos reis e seus fiéis escravos para despertarem após a morte.
           Há relatos nos livros espíritas sobre locais onde se reúnem certas seitas no plano espiritual, afinal sabemos que iremos aonde nossa vibração nos levar. Se aqui no plano físico já participamos de grupos e locais onde nos sentimos bem, após a morte iremos continuar em meio àqueles com quem nos sentimos a vontade, a morte não muda nada, somente mudamos de dimensão.
            Segundo a doutrina espírita só levamos desse corpo os aprendizados, as emoções e sentimentos. Sendo a tatuagem algo que acrescentamos em nosso corpo e não algo que já nasceu gravado como sinal de nascença, poderíamos dizer que elas não nos definem e não iriam conosco para o plano espiritual. Mas por outro lado, se as vezes trazemos gravado em nosso corpo uma marca de outras vidas, quem pode dizer com certeza absoluta que as marcas que nós escolhemos permanecerão no corpo físico?
            Tudo que está relacionado ao passado e futuro é uma incógnita, não temos certeza de nada, afinal depende do sentimento vinculado a situação, a emoção e até mesmo a tatuagem. Há casos de pessoas que trazem lembranças dolorosas de outras vivencias, outros sonham com situações e as terapias regressivas nos dizem que geralmente cometemos os mesmos erros por diversas encarnações até que algo desperta em nosso íntimo e conseguimos mudar.
             Para o espírito imortal as encarnações são estágios para novos aprendizados, se faz bem para o ego marcar o corpo para imortalizar algum sentimento ou emoção, isso não é problema, mas sim uma forma de expressão. Nem todos conseguem falar o que vai em sua alma, expressar as emoções é tarefa árdua para muitos, portanto não julgue, respeite o momento de cada um.
             Somos seres únicos e nossa individualidade é algo maravilhoso. Se formos nos encontrar em outra dimensão que seja pela sintonia do amor e não por marcas em nossa pele.