sexta-feira, 29 de abril de 2022

Você acredita que Deus escreve certo por linhas tortas?

               O ditado popular diz que Deus escreve certo por linhas tortas, mas será verdade? Existe alguém que delimita sua vida, suas escolhas e atitudes? Dessa forma não teríamos sentido nenhum em vivermos, afinal tudo já está programado e nós não podemos fazer nada. 
              O espiritismo, a doutrina que gosto e sigo com algumas reticencias, pois para mim nada é para sempre, tudo pode ser mudado e transformado a qualquer tempo. Tenho a mente aberta, gosto de conhecer tudo, afinal não podemos nos prender a uma única verdade. O espiritismo nos traz que existe uma programação prévia antes de nossa encarnação, mas não diz que somos obrigados a segui-la.
               Somos seres pensantes, pelo menos a grande maioria de nós, se temos pensamentos, emoções e inteligência, fica evidente que podemos mudar a vida, as situações e as provas que estão em nosso caminho. Certa vez, li num livro espírita que uma determinada pessoa estava programada a passar por uma doença e falecer com uma certa idade. Mas algumas situações em sua vida tomaram rumos diferentes, por causa de suas decisões.
              Essa pessoa foi por muitas vidas alguém indiferente a família e amigos, nessa vida esperava-se o mesmo, mas as pessoas que o cercavam ou os sentimentos que foram aos poucos sendo desenvolvidos, fizeram com ele adquirisse uma pequena vontade em ajudar, quando sua mãe veio a óbito, ele assumiu a família e cuidou de seus irmãos. Não estava previsto essa mudança em sua trajetória, pois foi algo que ele decidiu sozinho.
             No momento de sua vida, em que passaria por uma doença, para que ajudasse a desenvolver em seu íntimo compaixão e amorosidade, os espíritos que cuidam dessa encarnação, perceberam que ele não precisaria mais passar por uma doença e morrer, pois já havia desenvolvido as emoções que estavam programadas. Ele sofreu um acidente e foi preciso amputar um dedo, quando estava na programação ficar totalmente debilitado, houve uma mudança na linha da vida desse homem, ele acabou vivendo muitos anos a mais e faleceu bem velhinho, afinal ele já havia mudado por conta própria.
             Esse pequeno exemplo deixa claro que realmente existe uma programação para cada um de nós, mas ninguém é obrigado a seguir, temos o livre arbítrio, podemos aprender coisas novas antes mesmo do programado, assim como temos o direito de mudar nossa forma de ver a vida e de enfrentar os problemas. Não existe o certo ou errado em relação a vida, mas sim o certo e errado que cada um de nós aprendeu em sua trajetória evolutiva.
             Está na hora de pararmos com reclamações e começarmos a fazer a diferença, mesmo sabendo que existe uma programação, isso não quer dizer que somos obrigados a aceitar tudo. Precisamos abrir a mente para as coisas que circulam ao nosso redor, observar porque certos acontecimentos e situações tendem a se repetir, pois enquanto houver repetições significa que algo não está sendo aprendido, estamos deixando as oportunidades passarem.
            A vida é um grande aprendizado, mas também é observação. De nada adianta focar nos aprendizados se não vivenciarmos verdadeiramente cada situação e transformarmos isso em certezas. As emoções e reações dizem muito mais do que vai em nosso íntimo, muito mais do que acreditamos e aceitamos como verdades do que os aprendizados; preste atenção aos ciclos que se repetem, as verdades e mentiras que teimam em permanecer acontecendo, isso é sinal de que você ainda não entendeu o verdadeiro sentido dessas situações.
              Desenvolva olhos de ver com o coração, ouvidos de ouvir o que realmente certa pessoa está falando, leia nas entre linhas, observe mais e aprenda com isso. Você é um ser espiritual inteligente, cabe a você e mais ninguém tomar as decisões importantes. Assuma o controle de sua vida, ame sua trajetória e aprendizados, esse é o verdadeiro caminho para o sucesso e a felicidade.

terça-feira, 26 de abril de 2022

Porque é tão difícil viver sem estar medicado?

                Nunca na história da medicina se ingeriu tantos medicamentos como na atualidade, estamos viciados em vitaminas, suplementos, ansiolíticos, antidepressivos, bebidas e drogas de todo tipo. Segundo a ciência o ser humano busca nos remédios e drogas algo que lhe dê prazer.
                Atualmente existe uma necessidade de prazer e bem estar a todo custo, e muitos vivem medicados para fugir da realidade, que nem sempre é boa o suficiente. As vezes sentimos taquicardia, desespero e aquele impulso ou necessidade descontrolada por determinado medicamento, bebida, alimento ou mesmo por outra pessoa, nada mais é do que dependência.
                A dependência é uma busca incessante para aplacar o vazio que está em nossa alma. Tentamos buscar fora o que falta em nosso intimo. Nos perdemos em buscas, em necessidades fúteis para não focar no que realmente precisamos, isto só mudará quando desenvolvermos amor próprio. O vazio que sentimos é a falta de amor em nossa vida, esse amor não é o sentimento que vem de outra pessoa, mas de nós mesmos, é o amor que vem de dentro, é o amor que só nós mesmos podemos nos dar.
                No tratamento de qualquer processo de dependência, é preciso as vezes algum tipo de medicação, mas principalmente terapia para entender nossos sentimentos e aprender a desenvolver o verdadeiro amor. É imprescindível ensinar a pessoa que sofre a se valorizar, se respeitar e se gostar profundamente.
                Será preciso estabelecer relações com a família e amigos focadas na honestidade e dialogo. Conversar, partilhar nossos sentimentos e emoções é uma forma de entendermos o que vai em nosso íntimo, o que sentimos profundamente, aonde a dor realmente está. O amor não é algo igual para todo mundo, nem um sentimento idealizado por qualquer pessoa. 
                Precisamos entender que o amor é algo que nos completa, que agrega em nossa vida, que nos dá confiança para levantar perante os tombos que certamente teremos em nossa caminhada evolutiva. É preciso olharmos para nós mesmos de forma honesta, livre de preconceitos e cobranças, quem realmente é você? Porque sofre tanto? 
               Creio que todos já aprenderam que somos uma união de sombra e luz, de alegria e tristeza, de beleza e feiura, de coisas positivas e outras negativas. É preciso entender que nada é 100% certo ou errado, afinal estamos aqui só de passagem, para aprender a sermos pessoas melhores. Se você está passando por um momento difícil é porque chegou a hora de transformar tudo aquilo de que você não gosta em sua vida, por momentos e situações que te ajudem a valorizar o que de bom você tem. 
                Tenho certeza que existe uma infinidade de coisas, sentimentos e ações positivas em você e ao seu redor, só não está vendo porque está focando no que falta, quando deveria valorizar o que de bom já está fazendo. Valorize o lado positivo da vida, pois ele é muito mais prazeroso.
                 A depressão, a ansiedade e as fobias só ocorrem pela não aceitação da vida. Existe uma mensagem subliminar por detrás das doenças emocionais que é: como não tenho a vida que quero, não aceito a vida que tenho. Há também uma mensagem de arrogância, de prepotência em acreditar que ferindo a si mesmo, fere a própria sociedade, ou seja, o ego diz que eu preciso estar no poder ou no controle, quando na realidade não temos controle de quase nada.
                 Na maioria dos distúrbios emocionais, ou melhor, por trás desse desequilíbrio há sempre culpas e processos autopunitivos profundos, associados a uma falta de humildade em aceitar a vida como ela é, em poder recomeçar quantas vezes forem necessárias para se alcançar a felicidade. Se você está passando por um momento desses é porque algo não vai bem em sua alma, em sua mente e espírito, é preciso mudar a forma de encarar a vida e os desafios que enfrentamos diariamente.
                É evidente que muitas vezes precisamos de ajuda externa para aplacar a dor que existe em nós, os medicamentos tratam o sintoma, mas não a causa. É preciso aprender a lidar com naturalidade e bom senso com nossas emoções, o medo, a tristeza, a raiva e a alegria são emoções básicas, quando não são desenvolvidas se transformam em mágoa, pânico, depressão, ansiedade ou euforia.
                Infelizmente na atualidade tenho observado um excesso de medicação para as emoções naturais, existe um processo crescente de fuga e aceitação em relação aos sentimentos. Se estou triste ou desanimado, vou ao psiquiatra e peço por um antidepressivo ou um ansiolítico, pois quero evitar o enfrentamento com a crescente tristeza e revolta que sinto pela vida não ser do jeito que quero, quando na verdade deveríamos ir para terapia e falar, colocar para fora o que está nos adoecendo. 
                Ansiedade, tristeza, medo e insegurança são situações naturais da vida, como vamos aprender a lidar com isso se fugimos constantemente deste enfrentamento? A grande mudança acontecerá quando desenvolvermos autoconhecimento e usarmos ele no processo de melhora em nossa vida, se a alma está sofrendo é porque a vida exterior não vai bem, é preciso desapegar de certos conceitos, crenças e fórmulas mágicas que nos foram ensinadas.
               A vida é nosso bem mais precioso, é por ela e através dela que desenvolvemos mudanças e acertos em nosso aprendizado espiritual. As emoções, sentimentos, ações e reações fazem parte de cada um de nós, em alguns a dor emocional é a doença da vez, isso ocorre por causa da necessidade de mudança interior, de rever conceitos para que valorizem menos os bens materiais, os cargos e os status sociais e foquem no aprimoramento da personalidade. 
               Em outras pessoas, as dores são físicas, elas precisam passar por doenças constantes, cirurgias, e muitas vezes retirada de órgãos, para que possam valorizar o corpo físico, que é a grande ferramenta necessária na reencarnação. Cada um de nós tem algum tipo de distúrbios ou doenças, elas são a forma que o universo nos dá para valorizarmos a vida. Ame-se incondicionalmente, respeite seu corpo, sua mente e seu espírito, esse é o grande aprendizado. 

quinta-feira, 21 de abril de 2022

Desperte o bem que vive em você

               Parem o mundo, quero descer desse bonde chamado vida na terra. A princípio essa frase pode parecer uma brincadeira, mas não é. Viver no planeta terra é uma viagem curta, com a passagem de retorno já comprada muito antes de pensarmos em viajar.
               Nascemos e automaticamente nossas memórias são tão bem guardadas em nossa mente espiritual que somente no retorno, ou seja, após nosso corpo físico morrer é que iremos acessar essas lembranças. O que sabíamos já não lembramos mais, quem amávamos talvez não faça parte de nossa vida. Fica evidente que não será um passeio qualquer.
               Em meio a tudo novo, somos levados por caminhos e situações, dependendo das crenças que adquirimos com a convivência familiar, dogmas e religiosidade, sem falar em nossas emoções adoecidas. Percebo que o mundo exige de cada um de nós um posicionamento, uma certeza que a grande maioria ainda não desenvolveu.  
               Quem me conhece sabe que a razão é minha qualidade ou defeito dominante, não sou adepta a decisões impensadas, raramente isso acontece, e pela minha experiência, as poucas vezes que tomei uma decisão apressada, foi sempre errada. 
               Certos questionamentos tiram minha energia e bom humor, sem falar que nem todo mundo tem a mente aberta a diversidade. Porque é tão difícil aceitar que podemos ter opiniões diferentes e continuarmos nos respeitando? Porque tenho que escolher em apoiar os conceitos da direita ou da esquerda? Quando vejo coisas boas nos dois lados. 
                Porque devo apoiar determinada pessoa, pertencer a certa religião, gostar desse ou daquele gênero? Porque preciso ter um lado ou uma ideologia? Afinal somos livres para pensar e escolher o melhor caminho. Minha individualidade é única, assim como meus gostos, pensamentos e emoções.
               Algumas escolas psicológicas tentam impor uma padronização em relação ao comportamento humano. Escolheram algumas situações, transtornos e sentimentos e delegam um nome, uma doença. Será que realmente podemos estar classificados dessa forma como se fossemos alimentos em uma prateleira?
               Uma das situações mais absurdas que tenho observado é definir limites para o despertar espiritual. Cada pessoa tem seu tempo e sua forma, não será em determinada igreja, doutrina e curso que iremos nos conectar com a alma que está habitando temporariamente este corpo. 
                O despertar é muito mais que estudar ou praticar algumas vertentes religiosas, despertar é abrir a mente para o mundo interior, é reconhecer-se único sem menosprezar os que não estão nesse momento. Despertar é espiritualizar-se, perceber que estamos conectados a outras mentes e seres espirituais, é entender que tudo está em harmonia, ou seja, em conexão e vibração.
                Aquele que desperta, respeita seu corpo, sua mente e seu espírito, continua vivendo normalmente, afinal ninguém vira santo por estar despertando, muito pelo contrário, é neste momento que entendemos nossas reações, afinal a luz e a sombra fazem parte de nós. Entendo meus erros e aceito, afinal estou aprendendo a ser melhor a cada dia.
                Jamais aceite que lhe digam o que fazer, que tentem intervir em sua vida, suas decisões e seus amores. Lembre-se o amor ocorre entre duas pessoas e nada mais importa. Você irá despertar cedo ou tarde, o caminho que tomará para isso virá de seus aprendizados, não existem duas pessoas iguais, os seja, a fórmula que alguns pretensos gurus estão vendendo, não é válida. 
                Desenvolva amor próprio e respeito por você, pois a partir disso começará seu verdadeiro despertar. A vida não é um jogo onde a quantidade conta pontos para a vitória, ter qualidade no dia a dia, ampliando os sentimentos no bem, as emoções equilibradas e as decisões assertivas é muito mais importante. Seja feliz e desperte o amor que vive em você. 
               

sábado, 16 de abril de 2022

Coisas que eu deveria ter feito antes de morrer

                        Falar da morte não é assunto fácil para a grande maioria das pessoas, ter um familiar com doença terminal ou passarmos por uma doença como o câncer com risco de vida, faz com reflitamos mais sobre o assunto, para mudarmos completamente nossa forma de vermos a vida. Viver bem é o grande desejo do ser humano.
                        Recentemente foi lançado nos EUA um livro que fala sobre os cinco maiores arrependimentos de quem está com uma doença terminal. A enfermeira Bronnie Ware trabalha com pacientes em estágio terminal e relata no livro sua experiência com essas pessoas e a tristeza que eles sentem por não terem vivido determinadas coisas.
                        O primeiro arrependimento da lista é: ''Eu gostaria de ter tido coragem de viver uma vida fiel a mim mesmo, e não a vida que os outros esperavam de mim.'' A medida que a doença vai avançando, nos damos conta de nossas limitações e de que o tempo está cada vez mais curto. Esse sentimento provoca uma necessidade de revermos nossas ações, o medo de não conseguirmos fazer mais nada aumenta o desanimo.
                        Para a pessoa que passa por uma doença sem expectativa de cura é comum olhar para o passado e procurar onde foi que errou, é comum se arrepender de não ter viajado a determinado lugar, de não ter provado certa comida. Mas, o grande arrependimento é ter trabalhado demais, ter deixado para aproveitar a vida na aposentadoria, sem falar que ao envelhecermos é comum possuirmos mais doenças.
                         O segundo maior arrependimento: '' Eu gostaria de não ter trabalhado tanto''. Essa não é uma sensação que acomete somente aos doentes. É um dilema da vida moderna e cheia de correrias que a muito estamos vivendo. O pior arrependimento é quando trabalhou uma vida inteira naquilo que não gostava, mas a remuneração era boa. 
                         Quando ganhamos dinheiro fazendo o que não gostamos, somos infelizes em nosso dia a dia e perdemos algo que não tem como recuperar, o tempo. Segundo esses pacientes, eles criaram uma vida boa para seus familiares, mas nunca puderam aproveitar pelo fato de trabalhar demais, daí veio a doença para mostrar, que de certa forma, perderam seu tempo em algo que não sentiam prazer.
                          O terceiro grande arrependimento:'' Eu gostaria de ter tido coragem de expressar meus sentimentos.'' As pessoas quando estão próximas da morte, tendem a ser mais verdadeiras. É nesse momento que as máscaras do medo e vergonha caem e a vontade de agradar não é mais tão importante.
                           Quanto mais próximas da morte essas pessoas estiverem, mais carinhosas e doces tendem a ser. A doença elimina a sombra da defesa, da proteção de si mesmo e até de uma possível vontade de vingança. É comum as pessoas perceberem que esses sentimentos não tem nenhuma importância.
                           Somos seres emocionais, queremos ser lembrados por nossas boas ações e não pelo maus atos. É comum nas pessoas que estão próximas da morte pedir perdão, dizer que amam seus familiares e amigos, perdoam facilmente e querem sentir-se amadas. Quando percebemos que estamos ficando sem tempo, buscamos em nosso íntimo as melhores virtudes para deixar como nosso legado aos que amamos.
                          O quarto grande arrependimento: '' Eu gostaria de ter mantido contato com meus amigos.'' As vezes não possuímos tantas histórias felizes com nossa família, mas quase sempre existem alguns amigos que nos ajudaram e nos amam muito mais que os familiares. Segundo o ditado popular, os amigos são a família que escolhemos.
                           Não existe nada de errado em vivermos numa família que não é legal, afinal quase todo mundo tem algum problema na família. É comum possuímos arrependimentos e até culpa nessa relação familiar. Por isso quando se descobre que possui pouco tempo de vida, queremos por perto pessoas significativas  e especiais, que valorizem nossa companhia.
                            Certas doenças causam uma grande mudança corporal, as vezes ocorre um emagrecimento exagerado, queda de cabelo e fragilidade muscular e emocional. É comum muitos doentes não quererem receber visitas para não demonstrar fraquezas ou fragilidades, nessas horas é que os verdadeiros amigos entram, pois não se importam com a aparência, mas sim em estar próximo e dar apoio ao amigo doente.
                           O quinto dos grandes arrependimentos: '' Eu gostaria de ter me deixado ser feliz''. Esse arrependimento está associado as nossas escolhas, quase sempre deixamos de lado nossas vontades para priorizar as vontades de quem amamos. 
                            Pode parecer egoísmo pensarmos em nós mesmos, mas não é bem assim. É importante sentir-se bem, tem um compromisso com nossas realizações pessoais, com o que podemos ser. Precisamos descobrir do que somos capazes, o nosso papel no mundo e nas relações com outras pessoas. Uma pessoa realizada é feliz com ela mesma e com quem está por perto.
                           Minha experiência como terapeuta, tem me mostrado que muitas pessoas não estão esperando uma doença ou a proximidade da morte para fazerem certas mudanças em suas vidas. Estamos vivendo uma pandemia mundial e essa possibilidade de adoecer e morrer num breve período de tempo fez com que as pessoas se deparem com esse medo e insegurança de nunca terem feito nada de prazeroso em suas vidas.
                          Atualmente é comum percebermos que muitos estão vivendo intensamente o hoje, sem se preocupar com o amanhã, afinal não saberemos se teremos um amanhã para viver com saúde. Percebi que durante a pandemia, certos casais que viviam uma vida a dois sem muitas expectativas, partiram para a separação, assim como namorados que adiavam o casamento por algum motivo, resolveram morar juntos. 
                         Se formos avaliar essas pequenas, mas grades mudanças, no futuro teremos pessoas que não estarão arrependidas da vida que levaram, das decisões que tomaram, das viagens que fizeram e dos amores que viveram. A vida é nosso bem mais precioso e deve ser vivida intensamente para sermos felizes, se for para se arrepender, que seja por errar na tentativa de acertar. 

segunda-feira, 11 de abril de 2022

Traição, a pior das dores

               É pouco provável que alguém passe pelas provações da vida física sem nunca ter sido traído. Nem vou entrar no âmbito amoroso, afinal, muito além das relações conjugais, a traição ainda é algo comum e faz parte de nossa vida. Somos criaturas absolutamente imaturas do ponto de vista emocional e espiritual.
               Na vida estamos sujeitos a todo tipo de traição, que geralmente parte das pessoas que estão mais próximas, que confiamos profundamente, sejam elas parentes, amigos, companheiros de trabalho, confrades religiosos, entre outros. É exatamente pelo fato de serem pessoas próximas e que amamos que dói muito mais, se fossem estranhos, nada sentiríamos.
               Ser traído por alguém que não faz parte de sua vida íntima, até certo ponto é compreensível, já que qualquer pessoa possui valores e interesses distintos, sem falar que nem todos que circulam ao nosso redor possuem a bússola moral para guiar suas ações. Nem todos conseguem pautar sua integridade de caráter em suas manifestações e na vida diária.
               Infelizmente a grande maioria das pessoas que está habitando o planeta neste momento, possuem transparência de caráter e atitudes, isso sem falar que ainda estamos aprendendo a controlar as emoções e os sentimentos. Falando francamente, podemos esperar qualquer coisa das pessoas mais distantes emocionalmente, inclusive a falta de sensibilidade e más intenções, mas quando isso vem de alguém próximo, de que amamos, a traição é uma das piores dores que sentimos e é difícil de perdoar.
               É comum confiarmos nas pessoas que amamos, podemos esperar tudo de bom delas, inclusive tendemos a criar expectativas referente ao presente e futuro, mas nunca esperamos que essas pessoas nos traiam ou nos prejudiquem por coisas simples. Infelizmente, quase sempre as pessoas que mais depositamos confiança, são as que nos decepcionam profundamente. Essa é a grande prova de que a humanidade está muito atrasada em termos emocionais.
               O espírito Emmanuel nos trás na obra Vinha de luz: ''nas linhas do trabalho cristão, não é demais aguardar grandes lutas e grandes provas, considerando-se porém, que as maiores angústias não procedem dos círculos adversos, mas justamente da esfera mais íntima, quando a inquietação e a revolta, a leviandade e a imprevidência penetram o coração daqueles que mais amamos. O infrator mais terrível, é sempre o amigo transviado, o companheiro leviano e o irmão indiferente.''
               Nessa pequena frase fica claro que faz parte do aprendizado humano passar por traições, é comum o traidor compartilhar de nossa intimidade, de nossos sonhos e esperanças, e é exatamente por isso que a dor é muito maior. Muito provável dedicarmos a essa pessoa nossos melhores sentimentos e expressões afetivas, sem nunca imaginar que existe uma conspiração contra nós.
              Em relação a esse sofrimento, o espírito Joanna de Ângelis expande o raciocínio incorporando-o ao pantanoso terreno da ingratidão. Em sua visão abençoada por imensa sabedoria nos diz: ''o ingrato é, também, em consequência, um traidor da confiança e do respeito que lhe tem sido oferecidos. O ingrato é uma pessoa realmente infeliz, porque nem sequer possui sensibilidade para amar realmente alguém.'' O que na minha opinião, não justifica sua atitude.
              Em termos psicológicos, um indivíduo nessa precária situação, certamente não consegue entender o valor da reciprocidade e do bem querer espontâneo, também não consegue ser justo e muito menos reconhecido a quem lhe ajuda. Seguindo o raciocínio de Joanna de Ângelis, cabe acrescentar que o ingrato, por não possuir sensibilidade não consegue aplicar a regra de não fazer ao outro o que não deseja para si próprio.
              Joanna continua: ''o espírito situado nesse baixo patamar evolutivo, vive ainda sobre o forte domínio do atraso ético-moral, e por isso, não consegue internalizar as saudáveis diretrizes de convivência pacífica e muito menos do amor-doação.''
              Por outro lado é importante salientar que adquirir sensibilidade, representa uma das mais expressivas conquistas dos seres humanos. Pois, indivíduos sensíveis tem a capacidade de enxergar o outro em suas reais dimensões, isto é, o que realmente pensam, o que sentem, seus receios, limites e fraquezas. Esse sentimento é a empatia, tão falada na atualidade.
              A natureza nos mostra que certas espécies de animais são dotados dessa qualidade, enquanto que certos seres humanos não possuem e ainda tendem a desprezar que as tem. Em resumo, o indivíduo sensível tende a externar alteridade em alto grau, já que cooperar para o bem estar do outro constitui um propósito de vida.
             Algo muito importante que Joanna enfatiza: ''não se deixe afetar pela crueldade dos ingratos, e prossiga gentil, pois é sempre melhor para aquele que oferece o bem e é bondoso.'' Que possamos seguir a máxima de Jesus ''perdoar sempre'', afinal hoje estamos no papel da pessoa traída, quem garante que ontem não fomos os traidores.
             Que a cada dia possamos adentrar ao caminho da auto iluminação, do amor próprio e da paz interior, ao ponto de não nos afetarmos pelas traições cotidianas, pelo mal que ainda habita em determinadas pessoas. Tudo é passageiro, isso também passará.
                

     

terça-feira, 5 de abril de 2022

Porque não lembramos das vidas passadas?

                   Quem nunca pensou sobre seu passado espiritual? Fui homem ou mulher? Pobre ou rico? Será que tive muitos filhos em outra vida e por isso nessa não me foi permitido ter nenhum? Porque tenho doenças, quando deveria ser saudável? 
                    Porque não conseguimos lembrar de nossas vidas passadas? Os espíritos nos trouxeram no livro ''o que é o espiritismo'' a citação ''nascer, morrer, renascer e ainda progredir sem cessar, tal é a lei.'' Vale lembrar que para os espíritas isso não é novidade, pois acreditamos na reencarnação.
                    O universo, Deus e a espiritualidade superior nos oferece a oportunidade de reencarnamos sucessivamente para repararmos os equívocos cometidos e desenvolver novos aprendizados. É nesse processo que o espírito inicia uma nova vida em um corpo diferente, muitas vezes alternando o gênero e a polaridade sexual, pois o aprendizado não está num único corpo, mas sim nas energias diferentes.
                    Allan Kardec nos traz na codificação da doutrina espírita que antes de nascermos em um novo corpo passamos pelo processo do esquecimento, onde deixamos para trás partes ou toda a memória espiritual, para podermos recomeçar sem cobranças íntimas. Imaginem se não tivéssemos o véu do esquecimento e ao nascermos trouxéssemos toda essa bagagem de lembranças, medos e inseguranças? Certamente enlouqueceríamos.
                    No livro dos espíritos lemos:'' a lembrança de nossas individualidades anteriores teria inconvenientes muito graves, poderia em certos casos, nos humilhar extraordinariamente, e em outros, exaltar nosso orgulho, e por isso mesmo entravar nosso livre arbítrio. Deus nos deu, para nos melhorarmos, o que nos é necessário e nos basta, a voz da consciência e nossas tendências instintivas, privando-nos do que nos poderia prejudicar.''
                    Vale lembrar que o esquecimento do passado e das faltas cometidas não é um obstáculo ao progresso desse espírito, porque, se não tem uma lembrança precisa do conhecimento adquirido na vida passada, traz gravado em sua mente espiritual o desejo da mudança e a reparação do mal praticado. 
                   Desse desejo ardente por mudança é que surge a intuição de querer fazer algo diferente, de buscar por novos aprendizados e reparar todo o mal que foi cometido consciente ou inconscientemente. Somos espíritos buscando incessantemente a melhora física, mental, emocional e espiritual, devemos valorizar cada nova conquista, mas sem desprezar os erros, pois a partir desses erros é que desenvolvemos o incentivo para mudar e aprender a fazer o bem, para nós mesmos e para os que nos cercam.
                  Esquecer o passado é uma forma de recomeçar sem cobranças, recomeçando do zero em busca de novos aprendizados, novas formas de amar e ser feliz. Agradeça diariamente a oportunidade de estar encarnado nesse momento no planeta terra, pois são milhares de espíritos que aguardam essa oportunidade de fazer a diferença em sua jornada evolutiva.