segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Procuramos constantemente almas afins

                  Cada um de nós, que habita o planeta terra, somos em essência seres emocionais, vivemos constantemente ampliando nossas experiências, através de conquistas, acertos e derrotas. Escolhemos amigos por afinidade, decidimos nossa profissão a partir de certas aptidões ou necessidades, tudo com o intuito de crescimento espiritual.
                  Somos seres únicos, evoluímos de forma individual e pessoal numa conquista diária continua. O maior objetivo por trás das encarnações sucessivas é o aperfeiçoamento, a cada novo ciclo vamos nos melhorando, mudado nossas formas de ver a vida, cumprindo assim com o planejamento espiritual para um dia chegarmos a luz, onde seremos espíritos puros.   
                  Para nos tornarmos pessoas melhores, alguns escolhem praticar certos rituais religiosos, frequentando igrejas e seitas com o intuito de domar suas más tendências. Algumas religiões são restritivas, com muitas regras, normas e aos poucos dominam nossa forma de pensar e agir; outras são um pouco mais abertas, focadas no estudo e melhora íntima, é o caso das doutrinas espírita e espiritualistas, onde seus seguidores são pessoas comuns, repletos de defeitos e qualidades, ignorância e sabedoria, ou seja, estamos todos no mesmo caminho, o da melhora e evolução espiritual, mental e física.  
                  Fazemos escolhas diariamente, construímos nossa atmosfera moral através dos pensamentos, palavras, atitudes e ações. Criamos uma faixa mental com essas vibrações e isso irá colocar no nosso caminho outros que pensam e agem igual. Semelhante atrai semelhante, essa é a lei universal. A força que nos une, uns aos outros é a que nós mesmos emitimos. 
                 Se somos seres únicos, fica evidente que não somos metade de ninguém, somos seres inteiros e imperfeitos, quando encontramos alguém que vibra igual nos potencializamos com esse encontro; não existem almas gêmeas, mas sim almas afins. Cada um de nós irá conviver com quem se afina, com outro semelhante com as mesmas atitudes e pensamentos.
                 O termo almas afins significa que sentimos afinidade e sintonia um pelo outro. Geralmente seres com os mesmos valores, atitudes semelhantes, pensamentos parecidos, grande afinidade de energia são atraídos para viverem próximos e compartilharem de novas experiências e aprendizados.
                 Almas afins podem ser irmãos, amigos, enamorados, a felicidade vem a partir de pequenos gestos éticos, de atitudes focadas no bem e de relações empáticas. Não podemos querer atrair alguém de moral e ética se não partilharmos dessas mesmas filosofias, afinal nossas emanações é que definirão quem vai ficar perto e quem irá se afastar.
                Cada um de nós constrói com suas escolhas a sua própria atmosfera moral, a nossa atitude mental é que faz a grande diferença. Ame-se, respeite-se e crie ao seu redor uma atmosfera de luz e felicidade, somente assim irá atrair outras almas afins e quem sabe, criará laços afetivos duradouros e prósperos. Você é quem define sua vida.  

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Saudades de quem partiu

           Amor, saudade e raiva são termos de ligação espiritual, nossas emoções e sentimentos nos unem a pessoa ao qual nutrimos algum sentimento. Não existe separação, a vida e a morte são apenas caminhos imortais de renovação. 
           Nas religiões antigas era divulgado que a eternidade era pequena, o fim de tudo, a intenção era disseminar o medo nos fiéis, deixa-los sem um teto, num vazio continuo com zero de expectativa e sentimento de inutilidade. A história do juízo final é como uma comida mal temperada e indigesta. Se o juízo final fosse verdade, apagaria de nossa memória o tempo vivido, os laços emocionais, assim como nossos amores, amizades e feições; sem falar que não explicam o porque sentimos saudades, os sonhos e nossas afeições gratuitas.
            Você já olhou para uma fotografia, uma lapide ou assistiu um filme de época e sentiu saudades de um tempo ou uma pessoa? Essa é a prova da vida espiritual, nos deparamos com provas diariamente e nem percebemos.
             Se a morte é o final, o que fica no cemitério senão um manto de matéria desfeita, mas mesmo assim continuamos seguindo a ritualística de ir lá orar e acender velas. Onde estão as respostas de nossos anseios e carências? Sem falar que nada explica a saudade que sentimos como a ausência de quem amamos.
              Se existisse realmente o juízo final, o que pensar das notícias que recebemos dos nossos amores do além túmulo? Seria tudo invenção, imaginação ou enganação? A mediunidade desmitifica o fim da vida física e nos prova que tudo é possível, que estamos aqui só de passagem.
               A morte é apenas outro dia noutra dimensão em que as relações não se desfazem, apenas mudam os tons e os meios de comunicação; agora é a intuição que configura o nosso reencontro com quem amamos, é a união de emoção e saudade. É a evidência de fé e equilíbrio, sem falar na razão que põe os olhos na alma e o encontro nos parâmetros do coração.
               Os sonhos são os melhores caminhos para reencontros, eles nos permitem contatos e conversas com as almas que amamos e que estão em outra dimensão. As vezes sonhamos de forma lúcida, é tão real que sentimos cheiros e até podemos sentir o toque em nossa pele.
              A mediunidade nos aproxima em forma de vidência, nos alegra e conforta, assim como as psicografias que são poemas para nosso coração. Mas o maior beneficio é a fé, ela remove literalmente montanhas, não desanime se em alguns dias sentir raiva, tristeza e saudade, a vida é um aprendizado diário, após a morte de quem amamos é preciso ressignificar a vida com novos projetos, novas experiências e novas formas de amar.
                        

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

O que é dejavú?

            Ao conhecer determinada pessoa você tem a sensação que já a conhece. As vezes estamos caminhando por uma rua qualquer e algo chama nosso atenção, parece que já passamos por este local. Há momentos em que conversamos com um amigo e ele nos conta uma história que já sabemos, será que estamos ficando loucos ou é nossa memória quem nos prega peças?
            A sensação de ''já vi'' ou dejavú como ficou conhecida é francesa e foi criada pelo parapsicólogo Émile Boirac no século 18. Ele acreditava que essa sensação de ter visto ou vivido determinada cena é um flashback de outras encarnações. A física quântica nos alerta que o tempo como pensamos não existe, ou seja, podemos ir ao passado, presente e futuro numa fração de segundos, através do pensamento ou em desdobramento, seja ele consciente por meio de meditação ou inconsciente quando nosso corpo dorme.
            O fenômeno dejavú não está bem aceito pela ciência, eles acreditam que essa é uma informação gravada erroneamente pelo nosso cérebro. O que se sabe de certeza é que nosso cérebro possui vários tipos de memória, a memória imediata é capaz de repetir um número de telefone e depois de alguns minutos esquece-lo, na memória de curto prazo levamos horas para esquecer, na de longo prazo dias e até meses, isso sem falar na memória espiritual que trazemos gravada em nossa mente e DNA.
             O fenômeno ou predisposição ao dejavú já era estudado na Grécia antiga, muitos estudiosos e parapsicólogos acreditam ser uma forma de premunição. Para o pai da psicanalise Sigmund Freud o dejavú acontece pelo fato de viver mesmo que de forma inconsciente um trauma, costumamos reprimir memórias ruins como um mecanismo de defesa, mas há casos que não existem explicações, muito a contra gosto Freud disse que na hipnose poderíamos acessar o inconsciente de forma plena, poderíamos mudar certas memórias para tratarmos traumas e medos, mas ele era péssimo hipnotizador, por isso acabou por optar pela criação da psicanalise como forma de tratamento mental e emocional.
              Para o famoso psicólogo Carl Gustav Jung o dejavú é apenas um produto do inconsciente coletivo. Uma coisa é certa, ocorre muito mais em jovens do que idosos, quando esse fenômeno acontece com alguém significa que sua capacidade de memorizar informações está funcionando corretamente. Será pelo fato que o cérebro jovem tem menos obrigações, memórias e traumas? 
              Não existe um senso comum sobre o fenômeno dejavú, afinal cada mente, cada pessoa é um ser único, aprende, grava, lembra e vivencia de forma diferente. Para o espiritismo esse fenômeno é natural, a cada encarnação armazenamos mais informações em nosso inconsciente, ao nascermos em um novo corpo essas lembranças muitas vezes ficam encobertas pelo véu do esquecimento, mas mesmo assim, muitas vezes, acessamos através de fragmentos de memórias, sonhos, regressão e dejavú.
              A visão espiritual nos trás conhecimentos diferentes do que a ciência diz que é certo, sabemos que somos espíritos reencarnando para nossa constante evolução, as lembranças ficam gravadas em nosso períspirito e retornam a nossa mente quando vemos alguma imagem, ouvimos um som, sentimos um cheiro ou uma sensação. 
              Durante o sono, nosso corpo repousa e nosso espírito se liberta das amarras do corpo físico e vai a lugares, encontra pessoas, sente emoções e tem controle absoluto de suas faculdades com liberdade e plenitude. Vai aonde quer e trás muitas lembranças ao despertar. Não importa o nome desse fenômeno, mas sim a certeza que estamos abertos ao plano espiritual. 

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Mudando de dimensão

             Estamos no ano de 2020, onde uma pandemia tomou conta do planeta, um vírus está levando muitas pessoas a morte física, mesmo para os que acreditam na vida espiritual, perder um ente querido é um sofrimento sem fim. Como se já não bastasse a separação, a dor, ainda tem o detalhe que não se pode velar de forma apropriada quem amamos. O que acontece com esse espírito? Para onde ele vai?  
             Cada vida é uma centelha divina que nasce e morre em determinado lugar e momento, nem todos têm discernimento e lucidez espiritual para entender o que está acontecendo, vou compartilhar com vocês uma história que se desenrolou com alguém próximo. Marcela tinha 15 anos quando descobriu uns nódulos em seu pescoço. 
              No auge de sua vida de adolescente, ela precisou lidar com uma doença traiçoeira, com seu medo da morte e com o sofrimento de seus familiares; isso sem falar nas intermináveis consultas médicas, exames, quimioterapia e radioterapia. Seu cabelo que era lindo, caiu logo nas primeiras sessões de quimioterapia, sua pele ficou seca e frágil. Em sua mente circulavam pensamentos, que se uniam a energia de medo e preocupação com o futuro. Após meses de tratamento veio a informação que ela havia vencido o câncer, seu coração pulava desenfreado em seu peito, será que o sofrimento acabou?
              Passados três meses de alegria e refazimento, quando submeteu-se a uma nova bateria de exames, descobriu que o câncer havia retornado de forma muito mais violenta e não tinha mais o que fazer. Nesse momento Marcela estava com 16 anos, dali alguns meses faria 17, tinha uma longa vida pela frente, mas por motivos que nós não sabemos, foi-lhe tirado o direito de permanecer em meio a sua família e amigos. Ela como sempre estava calma, uma serenidade que a própria família não entendia. 
              Marcela uma menina linda que todos acreditavam ser frágil, decidiu sobre seu funeral, determinou que queria ser cremada e suas cinzas jogadas em determinado local. Todos acreditavam que ainda teriam tempo de se despedir, mas poucos dias após essa notícia bombástica, ela adoeceu e veio a falecer. Como acreditar em Deus? Porque ela precisou ir tão cedo?
               Nossa visão é pequena e material, pensamos somente em nosso sofrimento e na saudade do convívio.  Para Marcela a saída do corpo físico foi tranquila, ela estava passando mal e de repente sentiu-se bem, resolveu levantar da cama e para sua surpresa viu que seu corpo permaneceu na cama cheio de aparelhos, conseguia ouvir todos eles apitando de forma ensurdecedora. Sentiu-se leve, sem dor ou mal estar, pensa em sua família e é transportada automaticamente para sua casa, os vê chorando, tenta se aproximar e não consegue.
               Olha para os lados e vê muitas pessoas, algumas ela conhece, outras não. Nisso um senhor se aproxima e diz que ela precisa ir com eles, afinal ainda está fraca, seu lugar agora é em outra dimensão. Na sua mente os pensamentos estão embaralhados, de certa forma sabe que morreu, mas se sente viva. Será que isso tudo é um sonho?
                Alguns mortos tem permissão de ir em seus velórios, mas Marcela resolve que não quer, prefere descansar, dê preferência um sono reparador, sente a dor das pessoas que ama e isso causa uma fraqueza enorme em seu corpo e mente. É levada para descansar, mas a espiritualidade não abandona ninguém, ela vai acompanhada por uma equipe, enquanto que outros ficam para ajudar seus familiares.
                O velório transcorre conforme o esperado, todos choram e sofrem com essa perda. Minha percepção espiritual do ambiente é de paz, seu corpo repousava naquele caixão, parecia uma boneca de cera, igual os que vemos no museu. Tinham tantos espíritos amparando a família que não consegui contar, e ela em outra dimensão dormia profundamente. O que é um corpo e uma vida curta para um espírito imortal?
                Somos tão grandes espiritualmente que nossa passagem é meteórica pelo planeta terra. Somos espíritos vivendo temporariamente num corpo físico, mas nossa verdadeira vida é a espiritual. Atualmente Marcela está começando seu despertar em outra dimensão, sente saudades de seus amigos e familiares, está bem na medida do possível, afinal não é fácil descobrir que enquanto estava encarnada esqueceu de muitas coisas, agora é o momento de lembrar, de estudar e se adaptar a sua nova vida. Sempre que pode dá uma espiada nos que deixou, no pouco tempo que tem acordada, quer aprender o máximo possível para poder receber sua família quando for o tempo deles. Ela me disse que fará uma festa para receber todos que ama. A morte não é o fim, somente um recomeço.
     

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Amigos invisíveis

              As crianças de até sete anos tem percepções que a grande maioria dos adultos não possuem. É comum na primeira infância de todo espírito que reencarna na terra se conectar de alguma forma com as outras dimensões, esses pequenos seres ainda em desenvolvimento intelectual, físico e espiritual,sentem a presença das energias, conseguem muitas vezes visualizar e conversam com os amigos invisíveis.
             Na crença popular chamamos de amigos imaginários, quando na verdade são espíritos que se aproximam por sintonia e afinidade. Esse intercambio é fácil, pois o recém encarnado esteve muito tempo no mundo espiritual, onde estudou, trabalhou, conheceu e reencontrou outras almas que assim como ele estavam em reformulação e se preparando para nascer.
              Quando o espírito se programa para uma nova vida no planeta terra, faz parte da mudança se conectar com a futura família e com seu novo corpo, por isso que os bebês após o nascimento costumam dormir muito, choram e precisam ser alimentados periodicamente. Se adaptar a um corpo denso e físico requem muito esforço e energia. Quando dormimos, nosso espírito se desprende do corpo e vai de encontro aos seus amigos no plano espiritual.
               Segundo os estudos e pesquisas, até os sete anos o espírito está  ainda se adaptando e por isso que muitas crianças tem sua mediunidade totalmente aberta e é um aprendizado diário tanto para o espírito como para sua família. Alguns crescem e a mediunidade desaparece, mas há casos em que ela cresce também, são os médiuns mais comprometidos e convocados ao trabalho no bem. Ser médium e ter mediunidade aguçada é para os que precisam de grandes mudanças morais, emocionais e espirituais. Estamos todos no caminho e processo de melhoramento, uns com maiores dificuldades por causa de suas necessidades, outros com menos, pois já conseguiram despertar e infelizmente, há alguns que ainda estão longe dessa mudança, mas ninguém se perde na evolução, cada um tem seu tempo e momento certo, cabe a nós respeitarmos.
                 A mediunidade precisa ser estudada por quem a possui. Quando captamos as energias de quem está próximo e até dos espíritos que circulam em outra dimensão, ficamos atormentados e confusos. Sentimos em nosso corpo cansaço, sonolência, mal estar como dores de cabeça, enjoo, irritabilidade, insônia e tantas outras manifestações físicas, sem que haja uma causa que justifique e normalmente não percebemos que essas sensações não são nossas.
                 É comum procurarmos por atendimento médico, como não encontram nenhum motivo físico sempre diagnosticam como estresse, ansiedade e desequilíbrio nervoso, acabam receitando calmantes que não ajudam em nada. O melhor tratamento para a mediunidade é amorosidade, mudança de pensamentos para conseguir se manter em equilíbrio, estudo contínuo para conseguir distinguir as influências e energias, afinal elas podem nos ajudar ou nos atrapalhar.
                 Nossos amigos invisíveis se aproximam por sintonia de pensamentos, sentimentos e emoções, estamos presos a um corpo físico e denso, mas somos seres espirituais. A vida na terra é temporária e passageira, nossa verdadeira casa é o mundo espiritual e suas dimensões.  

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Desabafo de alguém que ainda não nasceu

            Hoje quero compartilhar uma experiência que vivi recentemente. Falar sobre gravidez é algo maravilhoso, afinal nós mulheres temos o privilégio de carregar e contribuir com a formação de outro ser. Mas nem tudo é belo, há casos em que, por algum motivo a gestação é interrompida abruptamente, ocorreu isso com alguém próximo a mim, como tenho certa facilidade de entrar em contato com a espiritualidade, resolvi por contra própria falar com esse espírito, afinal já era a segunda gravidez interrompida.
           Para minha surpresa, o espírito estava lúcido e sabia os motivos pelo qual sua futura mãe precisou passar por esse sofrimento. Conversamos muito, pedi sua permissão para transcrever esse bate papo, pois acredito que poderá ajudar muitas famílias que passam por essa situação triste.
           -O que você sentiu com o interrupção da gravidez?
           -Eu fiquei mal, afinal estou tentando nascer naquela família já faz um tempo, da outra vez nós, eu e minha futura mãe não estávamos preparados, foi tudo muito rápido, um misto de emoção, medo e amor, tudo isso unido a um novo recomeço. Ela criou muita expectativa e eu não sei lidar com tanta pressão. Atualmente estamos tentando melhorar, mas ainda sofro com as expectativas dela e da família. Venho de vidas onde não fui grande coisa e não consegui acrescentar nada de bom, agora quero mudar e creio que ela pensa igual.
            -Que história interessante, pela forma como você fala, parece que não é a primeira vez que vocês irão reencarnar juntos, estou certa ou entendi errado?
             -Sua percepção é boa, realmente já nos conhecemos, numa outra vida não fui um bom filho, agora quero fazer diferente, mas ainda me incomoda essa forma atual de vida que os humanos levam. É muita exposição, contam tudo para todo mundo. Por mim só divulgariam a gravidez quando eu nascesse, creio que para minha mãe isso também seria bom, ela costuma absorver todo tipo de energia, faz mal para nós dois.
             -Realmente, as pessoas que mais sofrem são sempre as que tem certa sensibilidade, o que poderia ser feito para que na próxima tentativa tudo dê certo e vocês possam recomeçar essa nova experiência juntos e unidos pelos laços maternais?
             -Se eu pudesse falar com ela, diria para tirar de sua mente a culpa, ela não é a culpada, nem seu corpo, sou eu que ainda não consigo ficar alheio a tudo o que circula ao nosso redor. Preciso de sossego para conseguir me fixar em seu útero, preciso de segurança e amor deles que serão meus pais, não quero uma multidão passando a mão na barriga e falando falsidades. Eu sinto medo do futuro, de não corresponder as expectativas, de errar, de magoa-los, de ser um peso para esse casal que já me ama muito.
            Nesse momento de nossa conversa, ele chora muito, percebo que dói o fato de não conseguir nascer. Passados alguns minutos, ele se acalma e continuamos.
            -Você está fazendo terapia para ficar mais calmo e sereno?
            -Estou sim, espero que meus pais também. A cada tentava sinto-me fraco, desmotivado e sem forças para me aproximar deles, afinal boa parte do problema é minha falta de adaptação. Me disseram que agora estou mais fortalecido, acredito que conseguirei reencarnar, me disseram que daqui a um tempo recomeço minha aproximação dessas almas maravilhosas que me aceitarão como filho, quero estar junto deles e ajudar desde a fecundação e me manter acoplado ao corpo em formação. Quero sentir o amor deles crescendo junto com meu corpinho. Pai e mãe eu estou chegando.
            Ele fica muito emocionado. Me despeço e o deixo na companhia de enfermeiros que estão cuidando dele. Fui ver a programação e logo ele será trazido para perto do casal, afinal é preciso uma interação energética para posteriormente ocorrer a concepção. O universo conspira sempre para o nosso bem e espero daqui alguns meses poder ver esse espírito renascer forte e saudável. 

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Qual é o conteúdo que está sendo gravado em sua mente?

            Tudo o que falamos, pensamos, sentimos e praticamos fica gravado em nossa mente, de forma inconsciente, muitas vezes agimos no automático e nem precisamos pensar, agimos e reagimos sem ao menos refletir. Nossa mente é um campo aberto, onde milhares de paisagens circulam.
            As paisagens que circulam em nossa mente estão associadas as nossas reflexões, assim como os nossos interesses. Tudo o que nos atrai fica impregnado em nossa mente, passando a fazer parte de nosso conteúdo inconsciente que será usado em momento oportuno ou irá acumular crenças, limitações, medos e ansiedades. Por isso atualmente fala-se muito no auto conhecimento, através dele podemos liberar espaço em nossa mente para momentos e situações boas, eliminando tudo o que estiver bloqueando nossa felicidade.
             O conteúdo mental é o que levamos após a morte física, é o somatório de nossas construções e aprendizados psíquicos, a partir disse conteúdo é que evoluímos e melhoramos moralmente, eticamente, emocionalmente e espiritualmente. Estamos num corpo físico, mas somos espíritos, energia, essência divina.
             A mente é nosso verdadeiro e maior tesouro, Jesus numa de suas frases proféticas já nos havia alertado: ''Onde estiver o vosso tesouro aí estará também o vosso coração.'' Traduzindo, onde estiverem suas ideias, seu sentir, sua realidade, ali você estará.
              A vida nos impulsiona muitas vezes por caminhos e decisões difíceis, é comum desanimarmos, por vezes deixamos o pessimismo, o pânico e até a insegurança se abater sobre nossa mente, causando cansaço físico e mental. Somos seres humanos passíveis de descontrole e abertos ao medo.
              São nesses momentos difíceis que devemos aquietar a mente, o corpo e coração; a mente tranquila consegue pensar de forma mais racional, deixando de lado o medo para conseguir enxergar como tudo realmente é. A melhor forma de tranquilizar a mente é parar e respirar por alguns minutos.
             Comece a grande mudança em sua vida cuidando de seus pensamentos, mente tranquila consegue aprender e refletir de maneira clara e equilibrada, gerando saúde física e emocional. Que tipo de mente você quer ter? Saudável ou adoecida?
              A vida é curta demais para se perder tempo ficando com raiva ou medo, precisamos aprender a controlar nossas emoções, sentimentos e ações, somente assim poderemos ter uma vida plena e cheia de aprendizados. Ame-se incondicionalmente.


      

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Homossexualidade numa visão espiritual

                  No código de direitos humanos, todos somos iguais e temos os mesmos direitos. Por incrível que parece para os dias atuais, até 1973 a homossexualidade era classificada como doença em todo planeta. No Brasil somente em 1985 quando se discutia a promulgação da nova constituição é que o conselho de federal de psicologia oficializou que não era um desvio sexual.
                  Após décadas ainda existe muito preconceito relacionado a diversidade de gênero. A discriminação quase sempre começa dentro de casa, com a não aceitação da família, é comum ocorrer rejeição social e religiosa, atos de violência que aumentam consideravelmente a dor emocional destes espíritos que não se adaptam ao que a grande maioria acha ser normal. Mas o que realmente é normal? O que é certo ou errado?
                   No livro dos espíritos, que eu classificaria como um dicionário do mundo espiritual, na questão 202: Quando errante, o que prefere o espírito, encarnar num corpo de homem ou no de uma mulher?  A resposta: Isso pouco importa ao espírito, depende das provas que ele tiver que passar. E Kardec complementa: Os espíritos encarnam homens ou mulheres, porque não tem sexo. Como devem progredir em tudo, cada sexo, assim como cada posição social, oferece-lhes provas e deveres especiais e novas ocasiões de adquirir experiências. Aquele que fosse sempre homem, só saberia o que sabem os homens.
                   O espírito Emmanuel complementa no livro vida e sexo: No renascimento entre os humanos, o espírito pode tomar um corpo feminino ou masculino dependendo de encargos particulares em determinado setor de ação, também no que concerne as obrigações regenerativas. Ou seja, as vezes para conseguirmos aprender algo novo é preciso passarmos por situações, experiências, dúvidas e crenças, cabe a cada um de nós respeitarmos o livre arbítrio dos que nos cercam.
                    Não lembro de tudo pelo qual o espírito que anima meu corpo passou, mas sempre tive uma visão espiritual muito aberta e livre de preconceitos, para mim o que realmente conta é o amor, quando duas pessoas se olham e se agradam; amor nasce, não importa ideologia, gênero, cor ou qualquer coisa, o sentimento é igual para todos.
                   Certa vez em um evento espírita, o palestrante falava sobre reencarnação, o quanto é complicado, afinal a cada nova vida agregamos novas experiências e elas ficam gravadas em nossa mente espiritual e consequentemente em nosso futuro corpo físico. Se nascemos por diversas vezes num corpo feminino e de repente somos obrigados a nascer num corpo masculino, fica óbvio que não seremos uma mulher extremamente feminina, afinal, por vidas consecutivas nos acostumamos a manter uma postura mais rígida e racional, controlando as emoções; e ao nascermos num corpo diferente ao qual estamos acostumados é comum não nos reconhecermos.
                   O corpo é apenas uma roupagem, o que realmente importa é o espírito e para ele sexo é só uma forma de prazer, não define quem é esse espírito. Cuide de seu corpo, mas cuide muito mais de sua essência espiritual. O corpo precisa de alimento assim como de prazer e bem estar, mas o espírito necessita de aprendizados que só conseguimos adquirir vivendo encarnados e em sociedade.
                  Viva sua sexualidade de forma honrosa, com moral e ética, o sexo acontece entre duas pessoas que se amam, não importa a identidade de gênero, mas sim o sentimento.  

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Como posso conversar com meu anjo da guarda?

                        Independente da crença religiosa, todos acreditamos em anjo da guarda ou espírito protetor. No espiritismo chamamos nosso anjo de mentor, este espírito é designado para nos acompanhar, cuidar, proteger e influenciar durante a reencarnação.
                        Antes de decidirmos entrar em contato vibratório com essa entidade amiga, precisamos entender qual é seu real trabalho. Allan Kardec escreveu na revista espírita de 1861: ''Todos têm um espírito que os dirige para o bem, quando sabem escuta-lo. Pouco importa que alguns se comuniquem diretamente com ele por uma mediunidade particular e que outros não o ouçam senão pela voz do coração e da inteligência. Nem por isso ele deixa de ser o seu espirito familiar que o aconselha.''
                        Segundo o livro dos espíritos a missão do anjo da guarda é a mesma que um pai para seus filhos, conduzir o seu protegido pelo caminho do bem, ajudar nas melhores escolhas, consolar nas aflições, sustentar sua coragem em todas as escolhas da vida, amar incondicionalmente.
                        Embora tenham como missão nos inspirar, nos guiar pelo melhor caminho, é importante ressaltar que não possuem o poder de escolha por nós, nem mesmo podem interferir em nosso livre arbítrio. Somos nós quem tomamos as decisões.
                        Voltando para o título do texto, como conversar com nosso anjo da guarda? Partindo do princípio que nosso anjo da guarda é um espírito superior a nós e mais evoluído, o primeiro passo é silenciar nossa mente, elevando nossos pensamentos para conseguirmos adentrar na mesma sintonia, pedindo proteção, inspiração e coragem em todos os momentos da vida, para conseguirmos escolher os melhores caminhos.
                        Para que esse contato aconteça, não é preciso frases bonitas ou orações decoradas, mas sim, expressarmos nossos desejos mais sinceros. Se for difícil essa conversa íntima, comece silenciando sua mente e se conectando com a essência divina da qual viemos. Tem uma frase no evangelho segundo o espiritismo que diz: ''Esclarecei a minha consciência com relação aos meus defeitos e tirai-me de sobre meus olhos o véu do orgulho, capaz de impedir que eu os perceba e os confesse a mim mesmo.''
                       Quando reconhecemos com humildade que somos passíveis de erros e buscamos corrigir nossas más tendências e nossos maus pensamentos que nos afastam do caminho do bem, fica fácil se conectar com nosso espírito protetor. 
                        Quando abrimos nosso coração com humildade e gratidão a esse grande amigo que zela por nós, ele irá oferecer sua preciosa sustentação diante das provas e obstáculos, ele irá nos intuir e proteger de todas as formas que puder.