domingo, 27 de setembro de 2020

Luto na visão espiritualista

            ''Ante os mortos queridos, faze silêncio e ora. Ninguém pode apagar a chama da saudade. Entretanto se choras, chora fazendo o bem. A morte para a vida é apenas uma mudança. A semente no solo mostra a ressureição. Todos estamos vivos na presença de Deus.'' Emannuel, Chico Xavier, livro Fonte de Paz.
           Não há quem nunca sentiu saudades dos que partiram. Mesmo para nós que acreditamos na vida pós morte, a saudade dói e dilacera a nossa alma. Saudade é uma palavra típica da língua portuguesa, refere-se a quem fica solitário, sem a pessoa que ama por perto. O sentimento saudade remete-se a melancolia, saudade do que se foi, do que se viveu, das pessoas com quem viveu.
           Todos nós que passamos por essa experiência humana e física, sabemos que é temporária, um dia voltaremos para casa e reencontraremos nossos entes queridos. Por mais triste que seja essa separação, devemos confiar na justiça divina, afinal somos espíritos presos em um corpo, quando esse corpo dorme o espírito se liberta e vai encontrar nossos amores.
           Sabemos que a vida continua, não existe morte para o espírito, mas mesmo assim quando alguém que amamos morre é comum entrarmos em desespero, isso se deve ao apego e a falta de confiança na espiritualidade. É claro que a presença de quem amamos não é mais sentida, mas nos resta os bons momentos que partilhamos, é nisso que devemos nos apegar.
            Temos a sensação de vazio sem fim, nos falta animo para continuar a vida, nada consegue preencher o espaço que ficou. Vivenciar esse momento de luto é necessário e muito saudável, mesmo quando nos sentimos derrotados e até descontrolados, é preciso chorar até esgotar nossa saudade e sofrimento. Afinal sofre quem fica e sofre quem voltou para o plano espiritual.
             Todos precisamos de um tempo para nos adaptarmos a nova forma de viver, para os que aqui permaneceram, cabe a nós aprendermos a viver com a saudade e a falta, para os que se foram, terão que viver sem nós também. Cada ser que vive aqui na terra mais cedo ou tarde terá que passar por uma provação dessas, afinal esse sofrimento também é um aprendizado.
             A melhor forma de passar por esse momento é se apegar as lembranças, aproveitar intensamente cada momento em que estamos na presença de quem amamos, agradecer a oportunidade de ter estado um tempo junto desses entes queridos e orar. A oração nos conecta com Deus e com  nossos amores.
             Tente manter sua mente focada nos dias maravilhosos de convivência, nos aprendizados que esse familiar deixou, esse é o grande legado que precisamos valorizar. O seu amor criará uma conexão inviolável e indestrutível, atravessando paredes e indo de encontro até a dimensão onde alguém que amamos estiver.
              Preste atenção aos seus sonhos, aos cheiros, aromas e perfumes que surgem do nada, as lembranças que teimam em aparecer em nossa mente, na grande maioria das vezes são nossos amores nos intuindo ou sinalizando, para demonstrar que estão próximos e pensando em nós. 

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Cuidado com o fanatismo

          Faz parte de nós seres humanos a procura pela felicidade, pelo bem estar; desejamos ardentemente prosperidade e muitos amigos verdadeiros. Gostamos de estar em meio aos que pensam e agem como nós, mas as vezes este querer nos leva por caminhos tortuosos, beirando ao fanatismo.
           O ano é 2020, vivemos atualmente uma pandemia mundial, onde o medo de contrair uma doença que pode levar a morte física nos prende em casa. O ser humano gosta de convívio e liberdade, quando essas alternativas são tiradas o animal irracional que ainda vive em nós aflora com todo o seu potencial dominador e destrutivo.
           Aquela pessoa calma e serena desaparece e o medo unido ao isolamento tende a causar fanatismo desenfreado. Alguns querem obrigar o mundo a ser, pensar e agir da forma como eles acreditam ser a certa. A partir do momento em que a minha vontade é a que deve prevalecer, algo não está bem.
           O fanatismo sempre esteve presente no mundo, principalmente no meio religioso, foram séculos de guerras em nome de Deus, pela melhor raça e por domínio dos menos favorecidos. Existe o fanatismo pelo esporte, onde a prioridade é sempre ver quem é o melhor, isso sem falar em política, onde os ideais deveriam ser para o povo que os elegeram e não por brigas entre si, como se o momento atual de pandemia que valoriza o medo, já não fosse suficiente.
             Existem pessoas que tem o dom da palavra, conseguem convencer muitos de uma realidade que quase sempre não existe, vocês lembram o que aconteceu em 1979 na Guiana? Onde 918 pessoas cometeram suicídio ou foram assassinadas nem templo religioso comandado por um pastor que se dizia socialista. 
             Hoje em dia o fanatismo está um pouco mais velado, ou seja, está disfarçado de ideologia religiosa, política e até de gêneros. Até quando iremos precisar passar por esse tipo de atitude? Será que precisamos realmente de líderes para nos dizer o que certo ou errado? Será que um dia conseguiremos ter discernimento, coerência e respeito com quem pensa diferente?
             É tanta gente fazendo um desserviço para a sociedade que as vezes o desanimo toma conta. Fanatismo, racismo, charlatanismo e outros ismos sempre estiveram andando ao nosso lado, seja na religião, política, no meio acadêmico e científico; a única forma segura é a instrução, povo que estuda tem discernimento de opinião.
             O esclarecimento repele o entusiasmo cego, precisamos aprender a observar com frieza, clareza e calma, evitando o caminho da vitimização, das ilusões e mistificações. É imprescindível termos cuidado com a boa fé, nossa e das pessoas que nos cercam, as vezes precisamos abrir os olhos, questionando antes de aceitar qualquer coisa como certa ou verdadeira.
             A fé cega vai aos poucos cedendo lugar para a fé raciocinada, que nos oferece a oportunidade de cultivarmos bons sentimentos e percepções do que circula ao nosso redor. O discernimento nos preserva de uma exposição ao ridículo, ao extremismo e fanatismo que nos deixam alheios a realidade, bom senso e equilíbrio.
             Crie o hábito de reavaliar os dois lados de qualquer situação, olhe com olhos livres de preconceitos, dogmas ou frases feitas. Aprenda a pensar, questionar e refletir por si mesmo. Jamais aceite uma verdade sem antes estuda-la por todos os ângulos, esse é o melhor caminho para uma vida equilibrada e plena. Seja feliz com suas decisões hoje e sempre....

          

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

O espírito pensa, o perispírito vibra e o corpo torna realidade

          Os pesquisadores de doenças digestivas do renomado centro médico Mount Sinai de Nova York encontraram um novo órgão no corpo humano. Essa descoberta só aconteceu por causa de um novo equipamento de endoscopia que está em uso no hospital e consegue ir a lugares onde outros equipamentos não podem. 
           Após anos de pesquisas, chegou-se a conclusão que existe uma unidade e singularidade de estrutura ou de função do fluido intersticial, fluido esse que compõe de 20% do líquido do corpo humano. Este fluido intersticial que também é chamado de líquido intercelular se forma durante a circulação do sangue, juntamente com alguns glóbulos brancos, sai dos vasos sanguíneos sob pressão um pouco de líquido que entra no espaço das células corpóreas( espaços intersticiais).
           Esse fluido intersticial circunda as partes do corpo que se movem, como a pele e os pulmões. Sabe-se que não são tecidos conectivos densos, são compressíveis e distensíveis ocupando os espaços cheios de fluidos, isso pode inclusive ajudar a ciência a entender como o câncer caminha pelo organismo.
            Para nós que acreditamos na vida pós morte física e somos reencarnacionistas, sabemos que nosso corpo biológico é um espelho do corpo perispiritual. Num futuro quando a ciência entender que o corpo não é somente um emaranhado de pele, órgãos e células, talvez entenda o motivo das doenças.
            O perispírito ainda não está sendo estudado de forma cientifica por falta de equipamentos e instrumentos, será preciso entender a estrutura de funcionamento do psicossoma. Afinal no corpo humano existem corpos espirituais e uma mente que volita entre o físico e o extrafísico.
             Vivemos em uma realidade mental espiritual que gera um impulso criador, que se projeta no corpo perispiritual para depois crescer no corpo físico. Em outras palavras, o espírito pensa, o perispírito vibra e o corpo torna realidade. Seguindo por essa linha de raciocínio, concluímos que o processo imunológico, que neutraliza qualquer doença, inclusive o câncer, é resultante de um trabalho permanente de nossos pensamentos, sentimentos e emoções no bem, na prática da solidariedade, fraternidade e perdão, atributos estes do espírito imortal. Mas não podemos deixar de lado as ações compulsórias e escolhas desse espírito em passar por alguma doença para liberar emoções tóxicas do passado, é complicado dizermos o que é certo ou errado em termos espirituais.
               Existem certos cientistas que desconfiam da existência do principio espiritual e tentam de alguma forma comprovar que a matriz geradora faz parte do mecanismo de geração orgânica genética, ou seja, herdamos doenças de nossos antepassados através de células doentes. Os bem feitores espirituais nos dizem que o psicossoma tem função organogênica, que permite a formação do próprio organismo e seu funcionamento em harmonia com os códigos genéticos. 
                O espírito através de suas vivências pretéritas que ficam gravadas no perispírito, influência o citoplasma que é a sede das forças fisio psicossomáticas juntamente com as funções endócrinas, pois esta fixado no sistema nervoso central e enraizado profundamente no sangue, sendo o modelador definitivo da célula. Em palavras fáceis, tudo o que aprendemos de bom permanece gravado em nossa mente espiritual, aquilo que ainda precisa ser aprendido aparece como distúrbio ou doença que mais cedo ou tarde irá surgir em nosso corpo físico.
                Nossa mente espiritual gera um impulso criador para o psicossoma que transmitirá ao corpo físico, ou seja, nossos pensamentos podem criar uma realidade de saúde ou doença. Cabe a você escolher qual o melhor caminho que deve ser seguido, nossas ações, emoções e pensamentos é que definirão uma vida longa e saudável. Cuide de sua mente, faça o auto burilamento de suas ações, aprenda a controlar pensamentos e emoções e viva um dia de cada vez. Seja a sua melhor versão.
              

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

É possível ser feliz sozinho?

          Falar de felicidade é fácil, o termo ou a sensação de felicidade, subintende-se que é estar ao lado de alguém que amamos, mas falar de felicidade sozinho já é outra história, não cabe no conceito humano. Gostamos de estar junto de outras pessoas e a convivência em sociedade nos diz que só somos plenos e felizes dessa forma, será possível ser feliz sozinho?
          Viver ou estar só quase sempre remete-se a solidão, que atire a primeira pedra aquele que nunca  sentiu-se só. A solidão nem sempre está associada a sofrimento, mas sim ao que realmente vai em sua mente, afinal podemos estar fisicamente sós e nos sentirmos bem, por outro lado, quantas pessoas sentem solidão em meio a uma família gigante?
           A solidão não deveria ser vista sob o ponto de vista negativo, há necessidade e utilidade em aprendermos a conviver com nós mesmos, seja no aspecto saudável do ser humano em realmente se conhecer e também no aspecto espiritual. A verdadeira mudança começa quando aprendemos que somos muito mais que um corpo físico, com órgãos, pensamentos e emoções.
           Quando a solidão é entendida pela ótica humana, ou seja, para nosso beneficio fica evidente que precisamos parar um pouco para nos conectarmos com a essência que vive em nós. É importante conhecermos nossas emoções, nossas reações em determinadas situações para que possamos ter controle maior de nossa vida.
          Aprender a ter prazer desfrutando de nossa própria companhia é uma das melhores formas de auto conhecimento. Não há qualquer problema em viver só e sentir-se bem. É no silêncio que buscamos a identificação do EU interno e eterno.
          A grande reflexão que deveríamos fazer é se a solidão incomoda por falta de outras pessoas ou se é nossa mente que grita tão alto, que precisamos de barulho externo para não ouvi-la. A solidão é saudável e necessária, mas se estar sozinho gera em você sentimentos angustiantes, fobias, insônia e medos, aí será preciso ajuda médica, pode ser alguma síndrome patológica. 
           Aprender os prazeres solitários da vida nos liberta da obrigação de estarmos na companhia de alguém que por vezes não nos deixa confortável. Você já passou por momentos de interação com determinada pessoa e passou mal ao ponto de se arrepender de ter saído de casa?
           É comum nas interações sociais, em família, no meio religioso e entre amigos o controle de nossas emoções, comprometimento com o bom senso e o bem estar, abrirmos mão de nós mesmos e aceitarmos ou fazermos coisas que normalmente não faríamos. 
           No momento em que aceitarmos que podemos viver bem e felizes sem dependermos de ninguém, daremos um grande passo em relação ao respeito de nossas ações e emoções, adentrando ao auto conhecimento e amor próprio.
           Adquira o hábito de refletir, de estar só consigo mesmo, aceite que você é uma pessoa em construção diária. Hoje somos melhores do que fomos ontem. Ame-se, respeite-se e seja feliz.
            

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Sonhos lúcidos são raros

           Sonhar é algo natural, bebês sonham, animais sonham e nós também, tão natural e automático como comer e dormir. Porque então alguns tem sonhos lúcidos e até premunitórios e outros não se lembram de nada?  
            Os questionamentos e dúvidas em relação aos mundo dos sonhos vem desde a antiguidade, é de interesse universal decifrar os conteúdos que acessamos através dos sonhos. Filósofos, psicanalistas, psicólogos  e estudiosos dedicam boa parte de seus estudos para conseguir entender um pouco mais sobre o que o inconsciente está trazendo para o consciente. 
             O termo sonho lúcido se refere a percepção consciente que temos de um determinado estado ou situação, muitas vezes vivenciamos nos sonhos momentos que gostaríamos de experimentar acordados. São experiências, sensações e emoções tão vividas e claras que fica difícil acreditar que não vivemos realmente.
              Sob o ponto de vista científico, a neurociência deixa claro que a lucidez dos sonhos faz parte dos fenômenos psicofísicos, resultante da atividade cerebral humana quando estamos no sono REM, ou estado mais profundo do sono. Há cientistas que dizem que sonhar de forma lúcida é igual a sonhar sabendo que estamos sonhando.
              Aristóteles já falava sobre sonhos lúcidos em sua época, Santo Agostinho, Tomás de Aquino e muitos outros intelectuais já afirmavam  que a nossa consciência sabe que está num sonho. Quando o sonho é lúcido conseguimos manter nossa capacidade de reflexão e senso critico, a partir disso podemos direcionar o sonho, ou seja, somos diretores e atores ao mesmo tempo. Podemos criar, ampliar e modificar totalmente a realidade e o contexto. Quantas vezes você conseguiu mudar a situação de forma racional em seu sonho?  
              Sonhar de forma lúcida é como tudo na vida, depende de um treino diário, quanto mais lúcidos forem seus pensamentos e emoções, mais fácil será projetar nos sonhos nossas vontades e certezas. Da mesma forma que não se aprende a ler de uma hora para outra, não se pode querer controlar o mundo inconsciente se não controlamos nem nossas emoções.     
               Na psicanalise o sonhos são formas de acesso ao que vai no inconsciente, é uma forma de se descobrir a si próprio, entender sobre nossas reações, nossa personalidade, acessar aos medos e sentimentos profundos. É comum encontrarmos solução para nossos problemas através dos sonhos, muitos inventores dizem que sonharam diversas vezes com suas invenções antes de serem construídas. Conseguimos encontrar respostas para nossas questões mais íntimas quando acessamos os porões da alma.  
               É um grande desperdício não prestar atenção aos sonhos lúcidos, afinal os sonhos são uma das formas de auto conhecimento, a outra forma é a terapia. Quem busca por ajuda especializada sempre é recomendado a prestar atenção aos sonhos, pois muitas vezes não temos coragem de dizer ou fazer certas coisas, mas nos sonhos somos o que realmente queremos ser.
               Do ponto de vista espiritual, os sonhos são o desprendimento do espírito, o corpo dorme e o espírito de liberta das amarras que o prendem e vai a lugares onde vivencia situações que nem sempre podem ocorrer no plano físico. Sonhos lúcidos são presentes que a espiritualidade nos dá, é a prova de que a vida continua em outras dimensões, e se trazemos lembranças é para nosso aprendizado ou ajuda em algum momento difícil.
              Crie o hábito de anotar os sonhos, reflita a respeito e tente entender o que seu inconsciente está lhe dizendo. Sonhos são a forma que seu espírito ou alma encontrou para se comunicar com você.

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Será que as provações são consequências de nosso passado?

            Em tempos de pandemia, de isolamento social, uma noticia tem sido recorrente nas mídias sociais, a violência cresceu dentro de nossos lares. O que move uma pessoa a humilhar, violentar de forma física ou moral outro ser humano?  
           Sabemos que o mal ainda vive dentro de cada um de nós, tentamos diariamente a mudança íntima, mas alguns não conseguem e na maioria das vezes nem estão dispostos a eliminar essas más tendências. O espiritismo nos diz que o hoje é consequência do passado, será que realmente tudo o que acontece é porque erramos no passado ou nossas ações e caminhos nos levam a ciclos viciosos?
               Aconteceu um caso que remete a reflexão, uma menina de sete anos foi violentada sexualmente por seu tio numa cidade do interior do Mato Grosso. A mãe levou a menina para ser atendida no hospital mais próximo, a médica se recusa a atender, segundo ela por questões religiosas; a médica acreditava que a menina pediu por isso de alguma forma, que sua energia sexual atraiu o tio abusivo e por isso não iria fazer o atendimento, afinal tudo estava na programação reencarnatória dessa menina.

             Que religião é essa que diz que uma criança merece um sofrimento desses? Quem somos para decidir se algo ruim que aconteceu é merecimento, carma ou necessário para nossa evolução? Que hipocrisia é essa de nos acharmos superiores e decidirmos a vida dos outros?

              A família da menina processou a médica e ganhou na justiça uma indenização por danos morais, para a lei vigente, a médica praticou ato ilícito, gerando danos emocionais e morais na criança, sem falar que extrapolou os limites da conduta social.
              É absurdo pensarmos que um estupro ou uma bala perdida são consequências de nosso passado, há males que nos ajudam a recomeçar e mudar o caminho, mas é certo que nem tudo está programado, não podemos saber o que vai na mente de quem circula ao nosso redor. O mal vive na mente de cada ser que pensa e age por impulso. 

             Em se tratando de encarnação não existe certo ou errado, determinadas atitudes são consequências de nossas ações, outras são acasos e uma boa parte de tudo o que acontece está relacionado ao meio ao qual vivemos, da mesma forma que não podemos afirmar que alguém nasce com alguma deficiência, que isso é prova ou expiação. 

                Muitos espíritos escolhem passar por momentos difíceis para galgarem maiores níveis evolutivos do que conseguiriam se tivessem uma encarnação mais leve. As vezes nós mesmos escolhemos determinadas situações, doenças e provas complicadas para que o aprendizado seja gravado em nossa mente e espírito de forma limpa e segura.

                É preciso eliminarmos de nossa vida os julgamentos, devemos ajudar sem questionar ou tecer comentários, afinal quem de nós tem certeza de algo realmente? Estamos todos em aprendizado contínuo, nada é 100% correto, então cuidado ao tecer comentários ou julgamentos. Somos juízes de nossas ações somente.
      

   

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Sentimentos de dor

           Desde o surgimento da primeira bactéria, a primeira planta, mineral, animal e após o ser humano como conhecemos hoje, alguns sentimentos, sensações e emoções fazem parte da jornada ao qual convivemos. 
           O amor é o maior de todos os sentimentos, foi pela bondade divina que fomos criados a imagem e semelhança do Pai. Nascemos, morremos e reencarnamos sucessivas vezes para desenvolvermos o amor em cada célula de nosso corpo espiritual.
            Estamos sujeitos a lutas e aprendizados constantes a cada ciclo de vida. A terra, as plantas, os mares e rios, o ar que necessitamos respirar para permanecermos vivos, tudo isso unido as pessoas que convivemos são partes existenciais no desenrolar dos dramas, soluções e alegrias que a humanidade terrena precisa se adaptar para crescer e desenvolver-se emocionalmente e espiritualmente.
            As vezes a dor nos acompanha, ela segue os nossos passos, fica na espreita nas esquinas do caminho. É como uma imagem constante em nossa mente, o sofrimento que dilacera a alma, uma dor que muitas vezes parece interminável e um medo terrível de não conseguir, de se sentir impotente, parece um peso enorme em nossas costas. O sentimento de dor é um olhar penetrante que sempre está lá para nos dizer que não temos o controle de tudo.
            Em momentos de sofrimento deveríamos nos perguntar o porque de tanta dor? Será uma prova, um aprendizado, uma expiação ou punição? Seria um resgate dos erros do passado e das faltas cometidas? 
            Se refletirmos com coerência e razão, chegaremos a conclusão que a dor é uma lei de equilíbrio e educação. É claro que as falhas do passado recaem sobre nós com todo o peso e muitas vezes determinam certas situações em nosso destino atual. O sofrimento não é, na maioria das vezes a repercussão das violações que foram cometidas, o sofrimento não será eterno, mas sim necessário para nosso desenvolvimento emocional e progresso espiritual; ou seja, reclamar não adianta nada, é preciso sair do papel de vítima e assumir novas formas de pensamentos e ações.
              Faz parte de nosso aprendizado convivermos com o sofrimento, a dor é uma forma de desenvolvermos empatia. Quando sofremos ou passamos por momentos de sofrimento, ficamos mais maleáveis e emocionalmente motivados a procurar por mudanças. Que bom seria se pudêssemos aprender isso sem o sofrimento.
              Segundo Léon Denis no livro O problema do ser, do destino e da dor: ''O sofrimento, por sua ação química, tem sempre um resultado útil, mas esse resultado varia infinitamente segundo os indivíduos e seu estado de adiantamento. Apurando nosso envólucro material, dá mais força ao ser interior, mais facilidade para se desapegar das coisas terrenas. E nas pessoas mais adiantadas em seu grau de evolução, atuará no sentido moral. A dor é como uma asa dada a alma escravizada pela carne para ajuda-la a desprender-se e a elevar-se mais alto.''
              Que nossos sofrimentos sejam asas que nos elevem a altos voos, que a dor abra nossas mentes e corações para o amor, a bondade e a caridade. Aproveite a dor para evoluir e não para se fechar em medo e sentimentos de vitimização. Seja forte, seja feliz. O rumo da sua caminhada está nas suas mãos, assuma as rédias da sua vida.