A dificuldade em se buscar a verdade

                 ''Melhor é repelir dez verdades do que admitir uma única falsidade, uma só teoria errônea.'' Erasto, livro dos médiuns.

                 Vivemos tempos em que a mentira é muito mais divulgada do que a verdade. Atualmente quem possui centenas de seguidores é famoso, mas aquele que trabalha de sol a sol não é valorizado. Algumas religiões pregam que o diabo está a solta, que o mal sucumbiu o bem, na verdade o mal sempre esteve a espreita, só esperando uma oportunidade de se mostrar com sua força total.

                  Algumas situações em nosso cotidiano, nos fazem pensar se o que estamos fazendo é correto, se a verdade está sendo vivenciada. Conhecemos as pessoas superficialmente, no fundo não sabemos o que nosso colega pensa em relação a quase nada, e de certa forma isso nos tranquiliza, a grande maioria de nós não quer realmente interagir ou estreitar laços com outras pessoas.

                  Acredito que a população atual do planeta quer o isolamento e está satisfeita com a falta de profundidade nos relacionamentos. Não sei dizer se é medo da realidade, medo de sermos vistos como pessoas não tão interessantes, medo de sermos deixados de lado; mas algo é certo, em meio a tantas máscaras, estamos nos afundando em mentiras, vaidades e ilusões. Tenho medo do futuro, estamos vivendo tempos difíceis.

                 É comum termos dúvidas em relação a muitas coisas, mas ao escolhermos permanecer na zona de conforto, estamos admitindo que somos tão hipócritas como os que mentem o tempo todo. O ser humano gosta de carinho e proteção, gosta de honestidade e amizade, mas estamos nos afastando da ética e da moral.

                 Quando Erasto disse que era preferível repelir dez verdades do que admitir uma falsidade ele falava da prática mediúnica, onde os médiuns deveriam ser corretos ao extremo. Mas se formos refletir sobre o assunto, a verdade deveria ser prioridade, na realidade tudo em nossa vida deveria ser o mais correto possível, porque a maldade está sobressaindo-se? Porque nós aceitamos.

                Atualmente todo mundo é terapeuta, fazem um curso online de fim de semana e já começam a atender outras pessoas sem se preocuparem com o mal que estão fazendo. Médicos receitam qualquer remédio, não aprofundam a consulta para descobrir a causa do problema, querem resolver somente a consequência, sem se preocupar se o medicamento fara bem ao seu paciente. Onde está a ética?

                Costumo atender muitos pacientes em meu consultório, totalmente desequilibrados que passaram por pseudos terapeutas, gurus, consteladores, cartomantes e até pessoas se fingindo de médiuns videntes. Esses enganadores estão destruindo os bons profissionais e perturbando a mente e o emocional das pessoas. Como saber se o profissional que escolhi é bom? É simples, pesquise e converse com quem já fez algum tratamento com essa pessoa.

               Já estamos doentes emocionalmente o suficiente para ainda cairmos num buraco muito maior por falta de ética de alguma pessoa que é qualquer coisa menos um profissional equilibrado. Uma pessoa cheia de problemas e desequilibrada não vai conseguir ajudar ninguém.

               Tenham cuidado com as propagandas enganosas, com as pessoas que sorriem de mais, que bajulem constantemente, que ficam supervalorizando algo que não existe, o mundo está cheio desses falsos profetas, mas como o Mestre Jesus já nos alertou, é preciso desenvolvermos olhos de ver e ouvidos de ouvir, nem tudo é o que parece ser, se nossa razão e bom senso questiona determinada situação, é porque algo de errado está acontecendo.

               Busque o conhecimento, procure observar e ver nas entrelinhas, a verdade está onde desejarmos que ela esteja. Quem é correto e honesto fala sempre a verdade, mesmo que essa verdade doa em determinadas situações. A mentira irá sempre focar na forma fácil de se viver, prefira a verdade.

O lado bom da vida

               Nos acostumamos a focar somente nas coisas ruins que nos acontecem, esquecemos de olhar para a vida com bons olhos. Tendemos a ressaltar o lado negativo de tudo, replicamos ou comentamos as notícias ruins, a infelicidade alheia e as faltas que os outros cometem. Mas porque é tão difícil falar das coisas boas que nos acontecem?

                As vezes por descuido ou para chamar atenção, ressaltamos algo de bom que nos aconteceu, mas tendemos a não ver ou fingimos não ver que os outros também fazem coisas boas e que muitas vezes acontecem situações boas para as pessoas que nos cercam. Porque é tão difícil aceitar que não somos perfeitos e que pode existir pessoas melhores do que nós?

                Quando somos convidados a ver a vida por outras perspectivas, quase sempre ficamos desconcertados, pois ignoramos muitas coisas que acontecem ao nosso redor. Sempre em meus atendimentos terapêuticos pergunto como a pessoa se vê e de que forma contribui para ter uma relação equilibrada com as pessoas que a cercam. Quase sempre as pessoas estão equivocadas em relação a como se vêem e raramente pensam que podem mudar as coisas ao seu redor.

                 Outra pergunta que costuma chocar as pessoas é em relação as suas qualidades, ao perguntarmos para alguém dizer 3 ou 4 qualidades, quase sempre é muito difícil, mas na hora de expressar seus defeitos, existe sempre uma lista enorme para ser dita. Olhamos o mundo e a nós mesmos com olhos recriminadores, quando deveríamos olhar com bons olhos e muita empatia.

                  Segundo o espiritismo olhar para dentro deveria ser sempre nossa forma de perceber que estamos errando e mudar para retornar ao caminho do bem, essa  é sempre nossa meta. Aquele que criticar e divulgar incorrerá em grande culpa, porque faltará com a caridade. Se o fizer para tirar disso algum proveito, estará adentrando ao egoísmo e acarretará um fardo maior para sua ficha encarnatória e em algum momento passará por provações a fim de mudar o erro cometido, afinal nada do que fazemos fica impune.

                  Não deveremos focar no erro, mas sim transformar os equívocos em combustível que alimentará nossa mente pensante e ajudará a vermos melhor as oportunidades que podem surgir a partir de um erro. A melhor forma de aprendizado é olhar para o espelho de nossa consciência e refletirmos sobre maneiras de sermos pessoas melhores.

                  A melhor estratégia é sempre o enfrentamento das dificuldades e focar no que há de bom. Precisamos aprender a não fermentar os aspectos negativos, dar o devido valor as coisas, como por exemplo, não podemos permitir que fatos ruins tenham mais valor do que as coisas boas e prazerosas de nossa vida. O processo de aprendizagem é longo, mas vale a pena.

                  A ciência já chegou a conclusão que os nossos pensamentos negativos interferem em nossas decisões, quase sempre nos focamos nas situações tóxicas, quando deveríamos refletir o porque de determinadas situações se repetirem. Não estou dizendo que olhar a vida com bons olhos fará com que os problemas sumam, mas possibilitará vermos outras oportunidades e até soluções. A vida não é sempre triste e nebulosa, pode ser radiante e feliz.

                  A mudança de atitude e posicionamento mental diante da vida, envolve não apenas nós mesmos, mas todos com quem convivemos. Somos responsáveis pela higiene psíquica do ambiente ao qual imergimos. Exercitar a caridade com nós mesmos e com os outros é uma das formas de equilíbrio e bem estar, podemos ser pessoas motivadoras ou desmotivadoras, segundo a forma como encaramos os problemas, mas algo é certo, estamos sempre influenciando alguém com nossa forma de ser.

                   A tristeza e a raiva podem ser contagiantes, mas a felicidade e a empatia também, escolha sempre as melhores opções de pensamentos, sentimentos e emoções, pois dessa forma você estará se auto influenciando a ser uma pessoa melhor e também ajudará os que convivem com você. Veja sempre o mundo e as pessoas com bons olhos, com um sorriso no rosto e um abraço amigo. Dessa forma sua vida será mais gratificante e terá valores melhores.

                   

Ser ou não ser, eis a questão

                 Com o passar dos anos vamos adquirindo uma certa maturidade e percebendo coisas que não víamos quando mais jovens, as vezes percebo as pessoas tentando ser o que na realidade não são. Muitos acabam criando uma máscara para enfrentar o mundo e outros possuem essa máscara para enganar.

                Somos seres únicos e inigualáveis, não existe dois de nós que sejam iguais, mesmo sendo gêmeos idênticos fisicamente, terão personalidades diferenciadas. Ser é muito diferente do que parecer ser. Quando crianças apenas somos, sem nos importarmos com nada ao nosso redor.

                Crianças são espontâneas, curiosas, exploradoras, sinceras e muito sonhadoras, Ao adentrar a adolescência nos tornamos jovens e como tal ainda queremos ser o mais natural possível, pois de certa forma ainda não fomos influenciados pela sociedade. Somos jovens transgressores do cotidiano, questionadores, mutantes e imbatíveis.

                 Mas daí crescemos, adentramos a maturidade e por vezes deixamos nossa essência de lado. O ser do adulto na maioria das vezes precisa se adaptar ao meio, ao trabalho, as responsabilidades. O mundo ao nosso redor exige pouco a pouco que nossa autenticidade e nosso ser original seja pressionado.

                Somos testados diuturnamente pela sociedade, pelas escolas e pelas organizações, tirando gradativamente nossa espontaneidade e nos jogando muitas vezes num buraco ao qual é difícil sair. Geralmente nessa fase de nossa vida, ser apenas quem somos parece não bastar. Precisamos também parecer outra pessoa.

                Infelizmente precisamos nos adequar as pessoas e ocasiões, parecer inteligentes  em eventos chatos, é necessário que nos vejam como pessoas interessadas em eventos desinteressantes, precisamos parecer encantados mesmo com o desencanto. Precisamos criar uma carapaça ao nosso redor para não desanimar com tantas coisas sem sentido.

                Parece que ser diferente torna-se obrigação em nossa vida adulta e acontece sempre em ambientes onde nossa imagem refletida está em avaliação e julgamento. Você se sente julgado e pressionado o tempo todo?

               Em tempos digitais como o atual, parecer ser alguém diferente se torna uma necessidade recorrente. Afinal precisamos parecer ter tudo, sermos felizes o tempo todo, sermos menos tristes, desencantados ou entediados, o mundo não aceita muito bem pessoas sinceras, principalmente as que sofrem ou chorem quando necessário.

              Deixamos de ser nós mesmos, deixamos nossa essência de lado, isso parece tão estúpido, mas é a realidade nua e crua. Criamos uma máscara ou um alter ego para nos misturamos em sociedade.

              Tenho observado tanto no online como off-line que as pessoas querem parecer o que não são. Desejam mostrar para o mundo que parecem felizes, descolados, realizados e competentes, mas no fundo estão totalmente diferentes. No mundo do trabalho é um desfile de superioridade.

              O palestrante de negócios nunca abriu ou resolveu algum negócio. O coach que virou coach depois de um curso rápido. O influenciador que virou guru após passar uns dia na Índia. o CEO, CFO, CIO, CMO de alguma coisa, sem nunca ter liderado uma equipe se quer. Aquele que fala em legado e propósito, sem ao menos ter deixado os seus.

              Somos realmente o que sentimos e o que pensamos, na verdade somos o que somos. E quando isso é deixado de lado, nos auto sabotamos e sabotamos quem está próximo também.

              Viver a vida sendo quem não somos, é um desperdício. Em meio a um mundo de tantas perfeições filtradas e maquiadas, no fundo gostamos de quem é de verdade, daquela pessoa que vive sem chamar atenção, sendo ela mesma, honesta com seus sentimentos e ações. 

             A perfeição é fugaz, a vida passa muito rápido para perdermos tempo com perfeccionismo. O imperfeito é mais autêntico, não precisa fingir o que não é. Ele é o que é, sem esperar nada em troca. Que possamos ser imperfeitos, felizes e curtir a vida em todos os seus momentos.

 

O dia em que morri

               Este título parece estranho, mas após ler o texto de certa forma você irá concordar comigo. As vezes estamos tão envolvidos em nossa rotina do cotidiano que simplesmente parece que não vivemos, na realidade quase sempre estamos sobrevivendo.

               Minha primeira parcela de morte começou quando acreditei que existiam vidas mais importantes e preciosas do que a minha. O mais estranho é que eu acreditava que isso era humildade. Nunca pensei na possibilidade de existir o auto abandono. Quando deixamos de pensar em nós mesmos e priorizamos os outros, estamos de certa forma dizendo para o mundo que nós não temos importância nenhuma.

                Morri mais um pouquinho no dia em que acreditei que poderia existir uma vida ideal, estável, segura e confortável. Passei a não saber lidar com as mudanças. Elas me aterrorizavam e faziam com que eu perdesse o equilíbrio, ou seja, eu sofria por antecipação.

                Depois vieram outras mortes. Recordo-me que comecei a perder gotículas de vida diária, desde que passei a consultar os meus medos ao invés do meu coração. Desse dia em diante comecei a agonizar mais rápido e a ser possuída por uma sucessão de pequenas mortes interiores.

                Morri no dia em que meus lábios disseram o primeiro não, enquanto meu coração dizia sim. Morri novamente no dia em que abandonei um projeto pela metade por falta de disciplina. Morri no dia em que me entreguei a preguiça, no dia que decidi ser ignorante, cruel, egoísta e desumana comigo mesma. Você pode pensar que não decide essas coisas, lamento em dizer, decide sim.

                Sempre que você troca uma vida saudável por vícios, gulodice, sedentarismo, drogas, alienação intelectual, emocional, espiritual, cultural ou financeira, você está fazendo uma escolha entre viver e morrer. Reveja suas escolhas.

                Morri no dia em que decidi permanecer em um relacionamento ruim, apenas para não ficar sozinha. Mais tarde percebi que troquei afeto por comodismo e amor por amargura. Morri outra vez, no dia em que abri mão dos meus sonhos por um suposto amor. Confundi relacionamento com posse e ciúme por zelo.

                Morri no dia em que acreditei na crítica de pessoas cruéis. Acreditei na pior delas, eu mesma. Morri no dia em que me tornei escrava das minhas indecisões. No dia em que prestei mais atenção as minhas rugas do que os meus sorrisos. Morri no dia que senti inveja, que fiz fofoca e que difamei alguém. 

               A cada decisão ou pensamento ruim fui me transformando em uma vampira da felicidade alheia. Morri no dia em que acreditei que preço era mais importante que valor. Ao se perder o valor que cada pessoa possui é fácil cair nas garras da competitividade, acabei cega para a beleza da singularidade humana.

               Morri um pouco mais no dia em que troquei o hoje pelo amanhã. Você quer saber a coisa mais louca que aconteceu? O amanhã como eu havia idealizado não chegou. A vida ficou vazia. Sem história, sem música, sem cor. Não morri de causas naturais, aos poucos fui assassinando minhas emoções, meus sentimentos e minhas ações. A razão desses abandonos foram uma sucessão de desculpas e equívocos. Mas, ainda assim foram minhas decisões erradas que me trouxeram até aqui.

               Sabe o que é mais irônico nisso tudo? As pessoas que vivem bem não tem medo da morte real. As que vivem mal é que padecem desse sofrimento, embora de certa forma já estejam mortas, pois já desistiram de viver. O medo aprisiona a mente o corpo e a alma.

               Que possamos ter coragem para nos reinventarmos a cada dia, em busca de nosso amor próprio, de nossos sonhos e desejos de sermos pessoas melhores, plenas e seguras de nossa missão no planeta terra. A felicidade é nossa maior meta e missão de vida.

A ingratidão é uma traição contra você mesmo

               Dizem que quem ajuda deve ter memória curta, mas quem recebe deve ter memória longa. Qual é a moral deste pensamento? O que muda em nós quando ajudamos? O que muda na vida da pessoa que recebe ajuda? 

                 Em suas andanças, certo dia Jesus entrou em uma vila de leprosos. Naquela época quem tivesse contraído lepra, era obrigado a se afastar da família e se isolar em um vilarejo junto com outros doentes. Os leprosos ao verem Jesus correram ao seu encontro implorando pela cura. O Mestre curou os 10 leprosos que se aproximaram e pediu que fossem mostrar ao mundo a sua cura. Todos saíram gritando e festejando a cura, mas um deles era samaritano. Este se jogou aos pés de Jesus e agradeceu profundamente. Aí Jesus pergunta:

              -Não eram 10 os curados? Onde estão os outros nove que não vieram agradecer? Levanta-te e segue teu caminho, pois tua fé te curou.

               Nessa mensagem bíblica fica evidente o quanto é importante a gratidão, o reconhecimento dos esforços de uma outra pessoa em relação a nós é uma atitude espiritualizada, pois infelizmente muitas vezes as pessoas não retornam à alguém que as tenha ajudado, nem em atos, nem em oração, ou alguma compensação material, nem mesmo em palavras ou atitudes afetuosas. Isso chama-se ingratidão.

               Observe que o ato de ajudar, dar e facilitar a vida das outras pessoas, são verbos que combinam com gratidão. Não há dúvida de que ajudar é um ato que nos faz bem por si só, mas também não há dúvida de que receber agradecimento pelos nossos esforços, atenção ou tempo dispensado, é também reconfortante e fortalece laços.

                No entanto, algumas pessoas não pensam dessa forma, de certo modo essas pessoas podem ser consideradas ingratas, por que não reconhecem e nem valorizam os esforços dos outros por elas. Essas pessoas até apreciam a ajuda recebida, pois adoram receber, mas não reconhecem o esforço, acreditam que seja obrigação do outro em ajudar.

                A gratidão não é apenas uma emoção, ela também tem um componente cognitivo. Para nos sentirmos gratos, devemos primeiro sermos capazes de apreciar o gesto que outros tiveram em relação a nós. Sem entender este gesto em relação ao esforço e tempo do outro que nos foi dispensado, não seremos realmente gratos. As pessoas ingratas não entendem este desprendimento que algumas pessoas possuem em deixar de lado seu lazer para ajudar os outros sem receber nada em troca.

                 Podemos fazer uma comparação, as pessoas que dedicam um tempo de sua vida em ser voluntário e ajudar desconhecidos já possuem em si a gratidão. Ser voluntário é um ato de amor com o próximo, independente de quem seja este próximo. É despojar-se de suas dores para ouvir outros que sofrem, é valorizar a vida de uma forma pura e simples.

                 Na contramão dessas pessoas que possuem gratidão, estão os que permanecem ligados a ingratidão, eles adentram a uma infelicidade crônica. A infelicidade é uma doença contagiosa causada por uma deficiência crônica de gratidão. Segundo a ciência a capacidade de sentir gratidão está associada a altos níveis de felicidade, bem estar e satisfação na vida.

                 Não existe ferramenta melhor do que a gratidão para eliminar as adversidades e traumas psicológicos em nossa vida. Vários estudos nos mostram que podemos ser gratos em diferentes condições, mesmos nos momentos mais difíceis. Na verdade as pessoas que conseguem superar mais rápido um trauma, são aquelas que aprenderam a se concentrar nas coisas positivas, nos momentos felizes, sentindo-se gratas pelo tempo que passaram com seus entes queridos, em vez de se concentrar no que perderam ou no que não tem.

                A longo prazo a ingratidão gera um estado psicológico doentio, caracterizado por um ciclo de expectativas irrealistas e frustrações, em que a pessoa é incapaz de apreciar em medida justa e positiva sobre o que lhe aconteceu. Estudos revelam que as pessoas ingratas tem um risco maior de sofrerem transtornos mentais, como a depressão, vários níveis de ansiedade, fobias, bulimia nervosa, sem falar na propensão em ter dependência a nicotina, álcool e drogas.

                Um dos maiores perigos que as pessoas ingratas enfrentam é que suas vidas parecem uma profecia irrealizável, pois no exato momento que deixarem de receber ajuda por causa de seu comportamento, terão a sensação de que nada mais dará certo, pensarão que o mundo é um lugar hostil, onde não há bondade. Não conseguem perceber que eles mesmos causaram este afastamento por causa de suas atitudes.

                O ingrato é um rebelde, acredita que o mundo gira ao seu redor. Na sua percepção tudo deveria acontecer da forma que ele idealizou, pois se não acontece é porque os outros estão errados ou fizeram algo que não deveriam fazer. O ingrato é quem mais sofre com esse sentimento de vitimismo. Por isso é tão importante desenvolvermos a gratidão.

                

Desenvolver olhos de ver com o coração

                 Estamos vivendo num corpo físico, mas somos um grande corpo elétrico. A alma humana é um feixe de energias pensantes. Cada um de nós possui uma determinada frequência de vibração, através de nossas emoções, pensamentos, ações e sentimentos vibramos dentro de um determinado quadro ou espectro, fazendo com que nossas energias pulsem, é isso que define nossa vibração no bem ou no mal.

                Cada ser ou criatura possui sua vibração, um determinado número de pulsações por segundo, somos únicos, não existe duas pulsações iguais. A frequência vibratória é quem estabelece a relação do ser espiritual que somos com nosso corpo físico e com as outras energias que circulam ao nosso redor. Somos uma energia mutante e em constante modificação.

                 Quando possuímos determinados hábitos psíquicos, ou seja, certos tipos de pensamentos e ações, vamos nos confrontar com o que os outros pensam e sentem, isso pode gerar em nós alguns benefícios ou algumas doenças, dependendo de qual sintonia estamos nos associando. É por isso que é comum sentirmos algum desconforto ao estarmos perto de quem só reclama, numa situação inversa, quando permanecemos próximos de quem está feliz, sentimos tranquilidade e leveza.

                 Tão importante quanto nossa saúde são as escolhas que fazemos em relação a quem compartilha de nossa energia. As associações energéticas que fazemos definem nossa trajetória de bem estar ou de doenças, nós mesmos criamos o mal que insiste em permanecer ao nosso lado. 

                 De nada adiantará uma mudança externa se em nosso intimo o mal ainda permanecer, quando nossa vibração é baixa em decorrência de nossas ações e emoções, automaticamente nosso corpo não recebe a nutrição dos altos planos. Essas energias espirituais de alto nível é que garantem uma nutrição em nosso corpo e mente para gerar saúde, na falta desses fluidos salutares estaremos adentrando no processo de adoecimento do corpo, da mente e do espírito.

                Essa energia inferior que chega ou que de certa maneira desenvolvemos em nós, vai bombardeando gradativamente nossas células, criando pequenos buracos de falta de energia em nosso corpo. Com o passar dos dias, esses buracos irão ampliando até que se transforme em dor ou doença. Normalmente a dor começa na mente e de tanto pensarmos ela será criada no corpo físico, no ser energético que somos.

                É dessa forma que se criam doenças muitas vezes incuráveis, transtornos emocionais e mentais, cânceres e todo tipo de alergias e micoses. Somos literalmente o que pensamos, portanto mude imediatamente o seu pensar se quer ser saudável. Precisamos adotar certas disciplinas em nossa vida, desde a mudança de pensamento ao equilíbrio das emoções.

                Se a cada pensamento ruim criamos um buraco com falta de energia, a cada atitude e pensamento no bem iremos criar uma luz tão forte e intensa em nós que vai eliminar do corpo e mente qualquer resquício de trevas ou escuridão. É em nossa mente que criamos toda saúde de que precisamos, portanto mantenha seus pensamentos em equilíbrio.

                 Quem possui um mau olho, vê escuridão e tristeza em tudo, tende a forjar a maledicência, intrigas e calúnias, certamente está usando da forma errada seu olhar, pois está atraindo para si todo o mal que vibra. Essa pessoa precisa aprender a ver com os olhos do coração para se equilibrar e ter saúde.

                 Que nossos olhos possam ver a luz e o amor que circula ao nosso redor. Que possamos ver o mundo de forma positiva, sem nos envolvermos nas trevas internas das outras pessoas. Só estaremos evoluindo quando conseguirmos pensar, agir e falar no bem, dessa forma atrairemos luz, alegrias e saúde para nós mesmos, gerando mais harmonia em nossa vida física e espiritual. 

             

Encontros e desencontros espirituais

                A vida da gente é um eterno aprender, nascemos, crescemos, envelhecemos, morremos e renascemos consecutivamente até chegarmos a angelitude. Nessa trajetória aprendemos novas formas de amar, desenvolvemos moralidade, ética e bom senso, deixamos de lado os medos e inseguranças quando nos tornamos pessoas melhores e equilibradas.

                   Em meio a tantas idas e vindas encontramos amigos, amores e pessoas que estão na mesma sintonia que nós, uns se aproximam para nos ajudar na mudança interna, enquanto que alguns chegam até nós para cobrar as dívidas do passado, independentemente do motivo dessa aproximação, sabemos que nada acontece sem uma causa maior, a sintonia de nossos pensamentos e sentimentos é que irá atrair uma multidão ao nosso redor.

                  Muito antes de nosso nascimento existe uma reunião onde serão agendados os novos aprendizados, na verdade iremos nos ajustar a um destino mais ou menos programado, pois ninguém nasce sem uma necessidade a ser cumprida. Afinal são tantos aprendizados que precisamos internalizar que se não existisse uma pequena programação, passaríamos a vida indo e vindo sem conseguirmos realizar quase nada.

                    Mesmo quando deixamos de aprender algo novo, estamos desenvolvendo em nosso intimo a vontade de sermos melhores. A misericórdia divina concede-nos sempre um novo recomeço e para isso envia alguém que nos ama para ajudar no incentivo e motivação dessa mudança. São esses encontros ou reencontros que fazem valer a pena continuarmos esse processo evolutivo.

                     Em um determinado momento iremos despertar e perceber que passamos muito tempo errando ou persistindo nos equívocos, tendemos a buscar sempre a porta estreita, afinal o caminho mais fácil é sempre superestimado. Mas o verdadeiro caminho da mudança é o que devemos seguir, quando nos afastamos demais, o plano espiritual dá um jeito de colocar amigos em nossa vida para nos ajudarmos a voltarmos para ao caminho reto e correto que deve ser seguido.

                      Por isso é tão importante a mudança intima, afinal será ela quem nos ajudará na busca do melhor caminho, enquanto não abandonarmos nossa necessidade de aparecer, de ser aplaudido e colocado no topo, não evoluiremos. Nossa forma de encarrar a vida é que definirá quem se aproximará de nós. Se vibrarmos constantemente na energia do ego, ou seja, quando fizermos de tudo para estarmos acima dos outros ou se tirarmos vantagens de nossa inteligência para enriquecimento ilícito, atrairemos pessoas que estão nessa mesma vibração, iremos nos afundar em dívidas cada vez mais e nos afastarmos de nosso verdadeiro potencial e caminho do bem.

                      Atualmente vivemos tempos difíceis, estamos no estágio de transição energética do planeta e das pessoas, aquele que optar pelo caminho fácil será convidado a tentar sua evolução em outro planeta menos evoluído e provavelmente se afastará de seus amigos e familiares. Se a vida já é complicada quando estamos em meio a quem amamos, imaginem como será se formos viver longe e sem ninguém para nos ajudar ou apoiar?

                      O verdadeiro incentivo para nosso crescimento intelectual, energético e espiritual são os amigos que se aproximam, são os encontros e desencontros que a espiritualidade cria para nos ajudar. Se você, por algum motivo, perceber que as pessoas que sempre estiveram ao seu lado, torcendo em suas vitórias, e do nada elas se afastarem, preste atenção no caminho que você está seguindo, pois muito provavelmente algo sério está acontecendo.

                      O verdadeiro amigo é aquele que te fala a verdade, que tenta te trazer sempre para o caminho do bem, que elogia nas vitórias e te conforta nas derrotas. Amigos leais são poucos, mas aqueles que desejam o mal, são muitos. Valorize quem ficou a seu lado nos momentos difíceis e nas horas escuras, afinal quando tudo é festa, qualquer um pode se aproximar. Deixe de acreditar nas frivolidades da vida, foque seu destino nos aprendizados, nas amizades verdadeiras e seja feliz.