sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Homossexualidade numa visão espiritual

                  No código de direitos humanos, todos somos iguais e temos os mesmos direitos. Por incrível que parece para os dias atuais, até 1973 a homossexualidade era classificada como doença em todo planeta. No Brasil somente em 1985 quando se discutia a promulgação da nova constituição é que o conselho de federal de psicologia oficializou que não era um desvio sexual.
                  Após décadas ainda existe muito preconceito relacionado a diversidade de gênero. A discriminação quase sempre começa dentro de casa, com a não aceitação da família, é comum ocorrer rejeição social e religiosa, atos de violência que aumentam consideravelmente a dor emocional destes espíritos que não se adaptam ao que a grande maioria acha ser normal. Mas o que realmente é normal? O que é certo ou errado?
                   No livro dos espíritos, que eu classificaria como um dicionário do mundo espiritual, na questão 202: Quando errante, o que prefere o espírito, encarnar num corpo de homem ou no de uma mulher?  A resposta: Isso pouco importa ao espírito, depende das provas que ele tiver que passar. E Kardec complementa: Os espíritos encarnam homens ou mulheres, porque não tem sexo. Como devem progredir em tudo, cada sexo, assim como cada posição social, oferece-lhes provas e deveres especiais e novas ocasiões de adquirir experiências. Aquele que fosse sempre homem, só saberia o que sabem os homens.
                   O espírito Emmanuel complementa no livro vida e sexo: No renascimento entre os humanos, o espírito pode tomar um corpo feminino ou masculino dependendo de encargos particulares em determinado setor de ação, também no que concerne as obrigações regenerativas. Ou seja, as vezes para conseguirmos aprender algo novo é preciso passarmos por situações, experiências, dúvidas e crenças, cabe a cada um de nós respeitarmos o livre arbítrio dos que nos cercam.
                    Não lembro de tudo pelo qual o espírito que anima meu corpo passou, mas sempre tive uma visão espiritual muito aberta e livre de preconceitos, para mim o que realmente conta é o amor, quando duas pessoas se olham e se agradam; amor nasce, não importa ideologia, gênero, cor ou qualquer coisa, o sentimento é igual para todos.
                   Certa vez em um evento espírita, o palestrante falava sobre reencarnação, o quanto é complicado, afinal a cada nova vida agregamos novas experiências e elas ficam gravadas em nossa mente espiritual e consequentemente em nosso futuro corpo físico. Se nascemos por diversas vezes num corpo feminino e de repente somos obrigados a nascer num corpo masculino, fica óbvio que não seremos uma mulher extremamente feminina, afinal, por vidas consecutivas nos acostumamos a manter uma postura mais rígida e racional, controlando as emoções; e ao nascermos num corpo diferente ao qual estamos acostumados é comum não nos reconhecermos.
                   O corpo é apenas uma roupagem, o que realmente importa é o espírito e para ele sexo é só uma forma de prazer, não define quem é esse espírito. Cuide de seu corpo, mas cuide muito mais de sua essência espiritual. O corpo precisa de alimento assim como de prazer e bem estar, mas o espírito necessita de aprendizados que só conseguimos adquirir vivendo encarnados e em sociedade.
                  Viva sua sexualidade de forma honrosa, com moral e ética, o sexo acontece entre duas pessoas que se amam, não importa a identidade de gênero, mas sim o sentimento.  

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