terça-feira, 13 de outubro de 2020

A mentira nossa de cada dia

               Falar sobre mentira num país onde cada um age da forma que quiser, onde o certo e errado é coisa de momento, não é atoa que mundo a fora somos conhecidos pelo famoso jeitinho brasileiro. Não sei como é em outros países, pois em alguns a ética é muito valorizada ao ponto de ser obrigatório certos conceitos, mas em países como o nosso em que ainda estamos desenvolvendo a moral, aqui a ética é duvidosa e tende a favorecer sempre aquele que não precisa.
              Ultimamente uma palavra ficou muito conhecida no Brasil, já ouviram falar em fake news? Essa é uma das facetas da mentira, a palavra fake news é bem conhecida nos meios de comunicação, fato ou notícia nova, na realidade não tem nada de novo, mas sim de falso e fora da realidade. Disseminar mentiras dizendo que são verdades não é novidade, mas na atualidade virou uma atividade lucrativa para derrubar governos, estimular o povo sem instrução a fazer passeatas, brigar e destruir patrimônio público, isso sem falar em destruir ou manchar a reputação de pessoas de bem.
               Estamos em ano eleitoral e a mentira, o fake news e a dissimulação é quase rotina em nosso pais. É triste concluir que num pais tão grande como o nosso, com muita diversidade de religiões, etnias e pensamentos seja comum a mentira e falsas promessas.
              Não podemos ter a ilusão de acreditar que só os políticos mentem, lembro-me da história recente de um educador que estava pleiteando um cargo público, sua vida acadêmica foi devastada como pesquisa corriqueira para esse cargo. Para a surpresa geral, o suposto doutor teve inúmeras irregularidades, nem todos os seus diplomas eram legítimos e não existia um certificado de doutorado. Em nosso país é comum pessoas sem doutorado, mas com dinheiro, profissionais da área  médica entre outros serem chamadas de doutores. É a mentira vencendo mais uma vez.
               Existe um ditado assertivo no meio psiquiátrico, alguns mentirosos mentem tão bem e por tanto tempo que realmente acreditam que suas mentiras são verdades indiscutíveis, essas pessoas tem um transtorno mental. Mitomania é o nome dado a compulsão por mentir. Se existe até um nome é porque esse transtorno é mais comum do que imaginamos.
               Do outro lado da mentira tem a verdade, ser autêntico ou verdadeiro também não é bem visto. As pessoas estão acostumadas a ouvirem pequenas mentiras para conseguirem conviver socialmente de forma equilibrada, quando alguém se propõe a falar sempre a verdade, doa a quem doer, normalmente é excluído dos círculos sociais.
              A verdade deveria ser valorizada e não jogada debaixo do tapete. Ser verdadeiro ou autêntico é ser livre para tomar sempre as melhores decisões, é conseguir definir seu caminho sem a necessidade de aceitação dos outros, é conseguir se expressar, viver, sentir e interagir com sua essência, sem medo, ou seja, é ser feliz sem ter que usar máscaras de mentiras ou enganação.
              Segundo Joanna de Ângelis no livro Luz da Esperança '' acostuma-te a ser fiel a verdade, e ela estará à tua frente, abrindo-te os caminhos por onde palmilharás, sem que receie ser por ela seguido, corrigindo as tuas informações e dando a dimensão do teu comportamento, como sucede ao mentiroso.''
              Que a cada dia possamos usufruir da verdade em nossa vida, abdicando gradativamente da mentira para sermos pessoas melhores, mais integras, éticas e morais, afinal é para isso que reencarnamos vida após vida,  sucessivamente procurando novos conhecimentos e aprendizados.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário