segunda-feira, 6 de novembro de 2023

A religião deve abrir a mente e não o contrário

                    De certa forma é complicado falar de religião, segundo as estatísticas o Brasil é o país mais religioso do planeta. Nosso país é gigante comparado a outros países, por isso cada região tem um jeito diferente, mas essas diferenças fizeram de nós um povo mais aberto a religiosidade, aqui todas as religiões vivem em harmonia e não é de se estranhar se determinadas pessoas frequentem mais de um templo religioso. 
                    Inclusive o espiritismo que é um religião nova, possui muitos adeptos em nosso país. Há quem afirme que a doutrina espírita é um viveiro de crentes indisciplinados em comparação há outras religiões, presume-se que pelo excesso de interpretações individuais de certos pontos de vista, os espíritas não são tão radicais em aceitar certas obrigações, somos livre pensadores. 
                    A doutrina espírita não proíbe e também não possui ritualística ou dogmas, mas isso não quer dizer que tudo nos é permitido. É exigido dos seus seguidores o discernimento das escolhas e a consequência das mesmas. Afinal tudo é lícito, mas nem tudo convém.
                    O espiritismo amplia os horizontes em busca do conhecimento. A visão mais escura do universo é a mais alta concepção da justiça, criam em nossa mente uma sede por libertação das amarras e conhecimento de tudo. Mas para os mais altos voos do espírito, aliados a compreensão mais clara, para a mais viva noção de responsabilidade que estabelece sublimes sentimentos na alma, renovando gradativamente os centros de interesse no campo íntimo de cada um, que se vê de imediato, atraindo-nos para problemas que transcendem as experiências vulgares, esse é o grande diferencial da doutrina espírita.
                   Realmente, para quem estima os padrões convencionais, com plena adaptação ao menor esforço, não será fácil manejar caracteres livres, principalmente nos domínios da fé, porque os desvairamentos da personalidade invariavelmente nos espreitam, tentando-nos impor sobre os outros o nosso modo de ser.
                   Dentro da doutrina espírita, não há lugar para qualquer processo de cristalização dogmática ou tirania intelectual. A imortalidade desvendada convida o homem a afirmar-se e o centro espiritual do aprendiz desloca-se para interesses que transcendem a esfera comum. A inteligências de todos os tipos, tanto quanto os mundos, gravitam em torno dos núcleos de força, que as influenciam e sustentam.
                 ''O panorama do infinito, descortinado ao homem, atrai o cérebro e o coração para outros poderes, e a criatura encarnada, imperceptivelmente induzida a operar os serviços diferentes, parece desajustada e sedenta, à procura de valores efetivamente importantes para os seus destinos na vida terrena.'' Francisco Xavier, livro Roteiro.
                As escolas religiosas oficializadas ou organizadas, presas a imperativos de instabilidades econômicas, habitualmente gravitam em buscada riqueza perecível ou da autoridade temporal da terra e jazem magnetizadas pela ideia de domínio e influência, em busca de uma facilidade aparente de solidariedade e união. 
               Enquanto que a maioria dos espíritos encarnados ainda estão cegos para a divina luz, reúnem-se e obedecem alegremente, ao redor do ouro e do comando dos mais fracos. Pobre humanidade que ainda não aprendeu a pensar.
                Mas no espiritismo é difícil aglutinar caracteres libertados, sob o estandarte do domínio e das proibições. Assim como aconteceu a quase trezentos anos, quando surgiu o espiritismo, as amarras da escravidão política do evangelho foram quebradas e o discípulo da doutrina consoladora pretende encontrar um caminho de acesso a vida superior.
               Aceitamos as facilidades humanas para aos poucos adentrarmos ao desprendimento da posse. Buscamos o contentamento para trabalhar e servir, sem esperar nada em troca. Buscamos a liberdade para submeter-se as obrigações que nos cabem. Adquirindo a luz para ajudar na extinção das trevas, pois é preciso estarmos no mundo sem sermos do mundo.
               O verdadeiro espírita é aquele que em negando a si mesmo, busca o mestre da verdade, recebendo de boa vontade os dissabores da vida, pois sabemos que tudo é passageiro e os erros do passado precisam ser eliminados. Nossa missão é agregar conhecimento e dissolver o mal cometido em outras vidas.
              Não vou dizer que o espiritismo seja a melhor religião, mas posso dizer com certeza que é a que nos dá respostas racionais e nos mostra que ninguém é melhor ou pior, só estamos em evoluções e vidas diferentes, mas todos chegarão um dia a angelitude ou purificação do espírito. Para mim isso já é o bastante.

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