terça-feira, 30 de julho de 2024

Visão espiritual dos vícios

              ''Acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda que os vossos corações fiquem sobrecarregados com as consequências da orgia, da embriaguez e das preocupações deste mundo, e para que aquele dia não venha sobre vós repentinamente como um laço.'' Lucas1:34-35.
              O primeiro ponto a ser considerado é a reflexão sobre essa passagem bíblica, ''acautelar-se'' é pôr-se em sobreaviso contra o perigo, tomar cuidado com uma ocorrência desagradável, prevenir-se, precaver-se em relação a algo. Será que nós tomamos cuidado com o que pensamos, com o que falamos e com o que sentimos em relação a tudo o que circula em nosso redor?
              Quando Jesus nos diz para acautelarmos ele está pedindo para refletirmos antes de falar e reagirmos as situações que fazem parte de nosso dia a dia. Ele pede para nos afastarmos de certas situações que podem nos trazer desfechos negativos. Jesus não nos aponta o dedo dizendo que estamos errados, mas sim, nos diz para cuidarmos com tudo o que nos rodeia, principalmente nós mesmos, afinal, quase sempre somos nós que causamos as desavenças e intempéries que nos afligem.
               Quando usamos o termo coração sobrecarregado não estamos falando exatamente do órgão, mas sim da energia que afeta nosso emocional, tudo é energia e ela pode machucar muito mais do que uma arma, trazendo consequências visíveis ou não. Quando somos dominados por um vício qualquer, ficamos cegos fisicamente, espiritualmente e emocionalmente. Somente quem convive com alguém viciado é que percebe a cegueira dominando e agindo por nós.
                Algo muito importante e que a grande maioria de nós não sabe é que os vícios não fazem parte de nosso projeto reencarnatório. Afinal, como pode-se conceber que alguém reencarne fadado a possuir vícios? Causando mal a si próprio e a todos que estão próximos. Logo, isso é uma prova ou expiação, tanto para o viciado como para os que convivem com ele.
                 Os vícios podem ser resquícios do passado, já que nossas encarnações ficam gravadas em nossa mente espiritual e consequentemente em nosso perispírito. Mas, estaria o ser humano eternamente condenado a ser um viciado?
                  A questão 909 do livro dos espíritos questiona se o homem pode vencer suas más tendências pelos seus esforços e a resposta é: '' sim, e frequentemente fazendo esforços insignificantes, o que lhe falta é a vontade. Ah! Quão poucos dentre vós fazem esforços.''
                  O ser humano tende a se encarcerar, ou seja, cria sua própria prisão, porque existe uma batalha enorme entre o corpo e o espírito. Quando o corpo tenta dominar o espírito, sua vida entra num processo de ladeira a baixo, por isso é tão importante o autoconhecimento físico-emocional-espiritual. Reeducar-se é a melhor forma de prevenirmos os vícios e nos conhecermos verdadeiramente, a reforma íntima é a solução.
                  Outro ponto importante a ser considerado é que o vício pode nos levar ao suicídio consciente ou não. Neste fato existe um equivoco em relação ao livre árbitrio, pois nós humanos confundimos liberdade de pensar e agir com decisões equivocadas, esquecemos que o plantio é livre, mas a colheita das consequências é obrigatória.
                  Podemos escolher viver livremente e sem limites, mas não estamos livres das leis universais. Tudo que vai um dia volta potencializado, e geralmente essa volta é que irá causar desequilíbrios desnecessários, pois se houvesse reflexão antes de agirmos, não haveria um retorno tumultuado e cheio de sofrimento. Nossas ações e reações são a forma de mudança mais eficaz que possuímos.
                   Logo, a visão espiritual em relação aos vícios é que nós humanos, somos um espírito imperfeito, trazemos algumas inclinações negativas gravadas em nosso íntimo, porém nunca estamos desamparados, por isso que a reencarnação é nossa maior aliada na mudança de pensamentos, ações e reações. Quando pedimos ajuda espiritual por meio de uma prece, a ajuda sempre vem.
                   Ao nos aproximarmos da energia universal, de Deus, dos bons espíritos ou mentores, sentiremos um acalento e isso irá transformar nossa vida, adentraremos a um processo de cura e mudança interior. Dessa forma gradativamente o equilíbrio fará parte de nossa jornada. Busque por ajuda, se reconecte a sua essência, lembre-se que tudo é passageiro, inclusive este corpo que você habita temporariamente.
                

segunda-feira, 22 de julho de 2024

Evolução da mediunidade. Desenvolva seu potencial

                 Na história do desenvolvimento da humanidade, quando nos referimos a mediunidade, podemos entender que ela sempre esteve presente e que, ela é uma faculdade psíquica inerente a criatura humana. Podemos citar as pitonisas, os oráculos, os feiticeiros e tantas outras denominações que ao longo das épocas, culturas e religiões ajudam o intercâmbio do plano físico com o mundo espiritual.
              O benfeitor espiritual Camilo nos diz: ''A mediunidade na terra representa para a humanidade a grande oportunidade que o universo nos dá, a fim de que os encarnados se encorajem a viver as experiências corporais, mantendo a certeza de que são também seres imortais assim como os desencarnados''.
              Em o livro dos médiuns, Allan Kardec escreve:''Toda pessoa que sente, em um grau qualquer, a influência dos espíritos, por isso mesmo é médium, esta faculdade é inerente ao homem''. Ou seja, todos possuímos em algum grau, uns mais e outros menos.
               A mediunidade, nome criado por Kardec e usada pelos espíritas e espiritualistas ou poder psíquico, nome  dado pela ciência, pode apresentar-se de diversas maneiras: intuição, sonhos, dejavú, clarividência, vidência, clariaudiência, audiência, psicofonia, psicografia, pnematografia, psicopictografia, entre outras, que por sua vez manifestam as potencialidade da alma, ou seja, os dons que este espírito adquiriu durante sua jornada evolutiva.
               No início, como tudo na vida que desconhecemos, é comum sentirmos certo medo ou insegurança. Para quem não possui um conhecimento básico da doutrina espírita ou da mediunidade, a sociedade pode tacha-lo como louco, possuído ou mesmo como doente mental. Sem a devida compreensão, muitos são encaminhados a instituições mentais por não se encaixarem aos padrões sociais e muitas vezes acabam por perderem a reencarnação.
                Devemos utilizar da mediunidade ou de nossos dons psíquicos para o aprimoramento íntimo em meio ao coletivo, sem nos isolarmos, nem restringindo este conhecimento a uma só pessoa. É preciso acalmar o ego, deixando as vozes celestiais manifestarem-se, para podermos socorrer as vozes sofredoras que muitas vezes ecoam em nossa alma. A mediunidade deve ser usada para o bem maior.
                 Pétalas calmantes surgem da semente plantada através da mediunidade vivenciada no bem e no amor. Os frutos colhidos serão o equilíbrio de que tanto precisamos, a tranquilidade para enfrentarmos os dissabores da nossa caminhada podem vir deste potencial psíquico. Lembre-se que você não é o todo poderoso, mas pode ajudar-se e ajudar muitas pessoas se deixar de lado seu medo e sua insegurança.
                  Busque por ajuda, entenda sua alma, adentre ao autoconhecimento para conseguir separar o que é seu do que vem através de sua mediunidade, a linha é tênue, mas com o tempo você aprenderá a diferenciar. Busque por uma instituição ao qual você se afiniza. Conheça várias, para poder escolher a que melhor lhe ofereça aquilo que você quer, pois cada lugar trabalha de uma forma diferente, mas o resultado é sempre o mesmo, equilíbrio e bem estar.

terça-feira, 16 de julho de 2024

Doenças que podemos adquirir caso nosso comportamento permaneça num caminho duvidoso

                    Tudo o que fazemos, pensamos e sentimos interfere em nossa forma de ser e afeta nosso equilíbrio. A vida emocional responde pelas atitudes comportamentais, expressando-se em forma de saúde ou doença, conforme nosso teor vibracional, ou seja, tua energia definirá seu bem estar ou desequilíbrio.
                   Muitas vezes o bombardeio energético que nos cerca, é portador de alta carga destrutiva, agindo sobre os tecidos sutis da alma, desarticulando as engrenagens de nosso perispírito, fazendo com que nosso corpo e energia sejam o reflexo de enfermidades, que na maioria das vezes a ciência e a medicina não conseguem entender e nem encontrar uma cura.
                   Á exceção das enfermidades que trazemos do passado, como as viroses e psicoses profundas, as mutilações e deficiências traumatizantes, pois estão gravadas em nosso perispírito como necessidade provacional ou expiatória, grande parte dos males que pesam em nosso desequilíbrio são provenientes de nossa mente desgovernada, sujeita à indisciplina de conduta, sobretudo ao nosso excesso de rebeldia, muitas vezes motivada por nossa fixação por paixões primitivas.
                   Somos seres doentes emocionalmente e esse desequilíbrio se reflete em nosso corpo físico-psíquico-mental. É natural e justo que a descarga mental desagregadora lançada contra alguém, atinja primeiro o órgão responsável pelo desequilíbrio.
                    Quando acumulamos cargas energéticas deletérias, desconjuntamos os delicados tecidos que sustentam nosso equilíbrio, dessa forma abrimos as portas da desarmonia, dos desastres, dos distúrbios e das contaminações variadas. Somos nós mesmos os nossos maiores inimigos. 
                    A ação imunológica de nosso organismo desaparece sob a contínua descarga de forças perniciosas, abrindo um espaço e muitas vezes um buraco energético em nosso corpo, fazendo com que muitas doenças físicas, emocionais e espirituais surjam em nosso caminho evolutivo. Atraímos por sintonia tudo aquilo que vibramos. Segundo alguns amigos espirituais, somos uma esponja que atrai todo tipo de sujeira, caso estejamos nessa vibração.
                   Vou relacionar algumas situações comportamentais que nos fazem adentrar a esse desequilíbrio. 
                   *A impetuosidade bloqueia a razão e desarticula o sistema nervoso central.
                   *A queixa e o mal humor emitem ondas pessimistas que sobrecarregam o sistema de comunicação, produzindo um envenenamento mental.
                   *A ira obscurece o discernimento e produz disfunções gastrointestinais pelos fluidos tóxicos que liberam em nosso corpo.
                  *A mágoa enlouquece, em razão de produzir fixações que se transformam em mono ideias avassaladoras.
                  *A insatisfação perturba o senso de observação e afeta o ritmo circulatório, promovendo quadros depressivos, excitantes e prejudiciais.
                  *O ciume nos deixa cegos, desencadeando arritmias emocionais pela tensão que domina os neurônios condutores do pensamento.
                  * A maledicência incorpora a calunia e ambas desorganizam a escala de valores, aumentando o estimulo no aparelho endócrino que se exaure.
                  * A ansiedade e o medo desestruturam o edifício celular dando margem a distúrbios complexos.
                  *A vingança, sob qualquer aspecto agasalha, corrói os sentimentos, igual ácido destruidor, abrindo brechas para a amargura, o suicídio, a alucinação...
                  Estou focando nas emoções e sentimentos, mas sabemos que tudo isso abre portas gigantescas para o desequilíbrio espiritual também. Vários tipos de cânceres, alergias e infecções na esfera física, as neuroses, esquizofrenias e psicoses na faixa psíquica, têm as suas gêneses no comportamento mental e nos seus efeitos morais.
                  Quando unimos a ação medicamentosa, a psicoterapia e a energética espiritual conseguimos transformar nossa forma de ser e viver, aos poucos vamos eliminando os males e adentrando ao equilíbrio. A verdadeira mudança vem de dentro. Faça uso de todas as ferramentas que estão a sua disposição, busque a internalização, cuide de seu autoconhecimento, olhe para o seu interior e reencontre a pessoa maravilhosa que você é.
                  A melhora e mudança em sua vida depende de seu esforço. Lute contra suas más tendências, cuide de seus pensamentos, ações, emoções e assuma o controle de seu comportamento, dessa forma sua vida será muito mais leve e prazerosa.
       
 

terça-feira, 9 de julho de 2024

Almas que sempre se reencontram

                  A busca pela compreensão sobre as complexidades do amor e das relações afetivas, levou a humanidade a explorar caminhos e conceitos espirituais. A busca pela cara metade, chamada de alma gêmea ou almas afins transcendem o tempo e nos levam por caminhos inimagináveis. Somos pessoas carentes de afeto, de amor e de companheirismo.
                  A popularização das almas gêmeas remonta a diferentes culturas antigas, a busca pela pessoa ideal é algo que buscamos a muito tempo e por diversas vidas consecutivas. Na mitologia grega, a ideia de seres divididos ao meio por Zeus, destinados a buscar sua outra parte perdida, ecoa na compreensão contemporânea dessas conexões especiais. ao longo dos séculos essa ideia evoluiu, influenciando diversas filosofias e religiões.
                   A compreensão moderna de almas gêmeas vai além do romance, sugerido que são partes de um todo cósmico, destinadas a se encontrarem em diversas encarnações. Enquanto que as almas gêmeas representam uma ligação intensa, as almas afins compartilham uma conexão espiritual profunda, embora menos intensa.
                   A influência dessas conexões transcendentais se estende ao mundo da arte, da cultura, da amizade e das relações amorosas. Algumas relações nos fazem questionar a natureza do tempo e espaço na busca pelo par perfeito, mas muitas vezes encontramos a pessoa perfeita como amigo, como um familiar. Nas pinturas surrealistas de Salvador Dalí é comum vermos a captura artística da fusão de entidades em um abraço transcendental.
                   A busca por essas conexões especiais muitas vezes é guiada por sinais cósmicos, como coincidências frequentes, sonhos compartilhados, sensações de dejavú ou conhecer alguém que já nos parece conhecido de longa data. Isso sem falar, que sempre buscamos por relações profundas, com valores e propósitos semelhantes, afinal as vidas sucessivas nos trazem muitas recordações e sempre estamos em busca de algo especial que nos complete.
                    Richard Bach, em uma citação impactante e inspiradora nos diz: ''as almas gêmeas não tem nada a ver com o tempo. Elas se conhecem em uma dimensão que está além do tempo e espaço. Quando essas almas se encontram, todo o universo parece conspirar para tornar este encontro uma realidade''. Essas palavras ditas por alguém que não acreditava em reencarnação, mas sim, na transcendência temporal, sugerindo um destino cósmico que vai além das fronteiras terrenas.
                      Os artistas tem uma percepção da vida que muitos de nós não possuem, eu diria uma espiritualidade nata. Eles possuem uma fé inabalável de algo que não precisa ser real, mas que para eles é. Talvez essa fé ou crença em algo maior seja o que nos faz falta sentirmos. Ao acreditarmos que sempre tem alguém cuidando de nós, já nos abre um mundo de possibilidades e novas experiências.
                      Em síntese, almas gêmeas ou almas afins desempenham um papel vital na compreensão das complexidades da relações humanas. Sua presença permeia a cultura, inspirando obras de arte e expressões artísticas que buscam capturar a magia dessa conexão espiritual. Identifica-las pode ser desafiador, mas a jornada espiritual em busca delas é enriquecedora. 
                     Observe o mundo ao seu redor, esteja aberto aos sinais que a vida lhe dá. Desenvolva olhos de ver e ouvidos de ouvir, saiba identificar o que realmente esta acontecendo ao seu redor. Medite, busque seu autoconhecimento, desenvolva sua espiritualidade, cerque-se de boas pessoas e boas energias, dessa forma conseguirá identificar as almas afins que estão ao seu redor e aproveitará muito mais sua vida terrena.

terça-feira, 2 de julho de 2024

Espiritualidade na era digital

                   A era digital trouxe consigo uma revolução em nossa forma de viver, podemos estar conectados com o mundo 24 horas do dia, mas como fica nossa relação com a espiritualidade? Neste cenário dinâmico é importante equilibrar de modo saudável nossa presença online, assim como é imprescindível estarmos conectados com nossa essência espiritual. 
                   Na vida online encontramos um constante bombardeio de informações e distração com a vida digital, tudo isso pode obscurecer a busca por significado e propósito em nossa vida. Encontrar um equilíbrio entre a exploração do mundo digital e a conexão com o divino não é tarefa fácil, mas certamente valerá a pena para aqueles que tentarem buscar um caminho do meio, onde o equilíbrio se faz presente.
                  Muitos adentram ao caminho da superficialidade espiritual, onde as praticas online substituem o contato pessoal e a conexão interior. A espiritualidade não deve ser reduzida a alguns cliques e curtidas, ela precisa ser vivenciada, cultivada e internalizada.
                  É possível aderir a certas praticas online em prol de nossa espiritualização, tais como meditação guiada, leitura de textos, grupos ou comunidades de discussão. Atualmente tem-se valorizado as terapias online como forma de ajuda, com o advento da pandemia de 2020, mais a falta de tempo, essa pratica ficou conhecida e utilizada em grande escala. Mas lembre-se a grande mudança é a interior.
                  O equilíbrio é a chave para evitar que a conectividade digital se torne uma barreira a espiritualidade.  Estabelecer limites de tempo online, criar espaços sagrados em ambientes virtuais e priorizar experiências off-line são algumas formas de equilíbrio que podemos usufruir.
                   Ainda existem muitos mitos em relação ao estudo e praticas sobre a espiritualidade na forma online, como a ideia de que a presença virtual é incompatível com a autenticidade espiritual. É preciso diferenciar o que nos ajuda a evoluir do que nos prende ao plano físico, somente o conhecimento poderá abrir nossos olhos e mentes.
                   Observem se o conteúdo faz sentido, nunca confie numa única fonte, pesquisar, estudar e discutir são formas de aprendizado. Fique atento a certos mensageiros que transmitem sempre a mesma mensagem com roupagem diferente. Observe que certos professores e gurus nunca ensinam o conteúdo de forma simples e direta, pois querem que seus alunos ou seguidores aprendam o suficiente e não a totalidade da informação.
                   Busque o conhecimento em todos os locais, não se prenda a nenhum instrutor específico, afinal ninguém tem a totalidade, mas sim pequenas frações do todo e cabe a cada um de nós irmos em busca deste todo. Lembre-se, você é um buscador, não estacione intelectualmente ou espiritualmente.
                  Enquanto navegamos na vastidão digital, é de grande importância mantermos o foco na busca de nossa conexão mais profunda, tanto consigo mesmo quanto com o divino. A espiritualidade não é uma conquista instantânea, mas sim uma jornada continua que requer reflexão, pratica e autenticidade. Integrar esses elementos a nossa vida online é um desafio, mas ele pode ser superado com conscientização e boa intenção. Essa busca é só sua, faça da melhor forma possível.