quinta-feira, 4 de abril de 2019

Resgatando irmãos aprisionados

         Era um grande grupo, encarnados e desencarnados, todos unidos para a missão. Nessa noite iriamos as profundezas mais longínquas para resgatar um grupo de espíritos que foram aprisionados.
        Muitos encarnados acreditam que podem fazer o mal a seu semelhante e nada lhe acontecerá, ledo engano, existe uma lei universal, que rege tudo e todos, é a lei da sintonia. Tudo com o que você sintonizar, vibrar ou emanar, se vinculará a seu corpo espiritual e físico. Não existe acaso, nós determinamos nosso presente e futuro.
        Fomos avisados que nas zonas abissais ainda existem muitas cavernas, vilas e até cidades com espíritos escravizados. Chegou a hora de resgatarmos. É feito um grande planejamento, são meses de estudo para conseguirmos preparar uma missão de resgate, afinal é preciso espíritos para a proteção do grupo e dos irmãos que serão tirados de lá, médicos, enfermeiros e guias, não é fácil andar por esses lugares sem alguém com experiência e conhecimento do terreno.
        Circular pelos vales abissais não é nada agradável, nem todos os espíritos estão acostumados, existe treinamento para isso. Para essa missão era imprescindível muito ectoplasma, que somente as pessoas encarnadas em desdobramento o possuem. Nosso ectoplasma é de grande ajuda, mas tem seus inconvenientes também.
        A energia de um encarnado é percebida a distância pelos espíritos que vivem nesses lugares. Nosso ectoplasma cicatriza e regenera feridas instantaneamente. Por isso que médiuns são muito úteis em regates no mundo espiritual, mas não é qualquer médium, é preciso que este médium esteja cuidando de seus sentimentos e emoções, fazendo a reforma íntima em prol de sua melhora, afinal não somos perfeitos mas precisamos estar no caminho do bem.
         O grupo se encaminhava as zonas abissais dentro de um veículo de transporte, é difícil descrever, a nave lembra um avião, pois voa, mas não faz barulho algum. Todos estão em preces para garantir a harmonia do ambiente e da missão. Ao pousarmos já conseguimos sentir o cheiro que reina nesse lugar, cheiro de podridão.
         Nos dividimos em grupos de 50 pessoas para podermos vasculhar mais lugares. A cidade parece deserta, fomos informados que os chefes foram embora, deixando para trás nas cavernas e prisões muitos espíritos, alguns estão tão enlouquecidos que nem conseguem notar nossa presença.
         Quanto mais adentrávamos nos buracos, pior o cheiro se tornava. Os espíritos que ali se encontravam pareciam farrapos humanos, alguns rastejavam pelo chão, outros permaneciam encolhidos em um canto gemendo e pedindo por ajuda.
          Nosso coordenador pede para nos apressarmos em carregar esses irmãos, pois quanto mais rápido melhor, permanecer muito tempo em meio a essas energias e vibrações pode afetar nosso corpo espiritual, e para nós encarnados, pode afetar o corpo físico também.
         Em nossa nave havia uma ala gigantesca para receber esses irmãos, muitas macas, cadeiras e poltronas para acomodar todos da melhor maneira possível. Alimento e medicamentos para os primeiros socorros.
         Sair dessas zonas é um alivio, o ar lá é pesado, o cheiro é insuportável, mas a certeza de que ajudamos apaga de nossa mente todo e qualquer mal estar. Trabalhar no bem, seja no corpo físico ou em desdobramento é uma grande benção. 
         

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