segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Quando a mediunidade vem para ajudar

         Hoje em dia existe uma necessidade, um desejo em ser médium, as pessoas querem ouvir, ver e sentir a presença dos espíritos, mas não querem o comprometimento da missão que é ajudar encarnados e desencarnados.
         Vou contar a história de Roberto, desde muito jovem ele percebia em sua mente e corpo os sintomas da mediunidade. Por vezes, em momentos de lazer e total despreocupação, sem nada que justificasse, sentia uma irritação do nada, com sensações desagradáveis e estranhos impulsos de agressividade contra todos ao seu redor.
         Roberto era por natureza pacato e educado, quando sentia esses impulsos se afastava de todos, ia para o quarto, jardim ou qualquer outro esconderijo, com receio de dar vazão aos fortes impulsos que sentia. Acreditava que poderia ser influência espiritual, mas tinha receio de procurar por ajuda.
         Com o passar dos anos os sintomas e influencias aumentaram, ao ponto de sentir dores, começavam pela cabeça, descendo para o tórax e estômago, sentia tonturas, enjoos e um zumbido quase constante em seus ouvidos. Tinha dias que parecia que ia desmaiar a qualquer momento, perdia as forças e a vontade de viver.
          Foi a médicos, fez muitos exames e nada de melhorar. Por fim resolveu aceitar que era diferente e procurou uma casa espírita para estudar. Sabia que era médium e deveria se equilibrar, antes que isso atrapalhasse sua vida.
          Começou estudando o básico e depois foi pro desenvolvimento da mediunidade. Suas dores e mal estar desapareceram como se fosse milagre. A mediunidade foi aflorando de forma tranquila e equilibrada, raramente sentia aquelas sensações estranhas, nem mesmo em dia de prática mediúnica.
          Voltou a trabalhar com gás total em seu emprego, recebendo uma promoção e aumento de salário por sua dedicação. Parecia que tudo estava ótimo, mas não era assim que ele se sentia.
          Roberto sentia -se preso as obrigações mediúnicas. Quantas vezes precisava abrir mão de ir a uma festa ou de beber uma cerveja por causa do trabalho na casa espírita. Queria curtir a vida e o dinheiro que agora tinha com seus amigos, passar a noite bebendo e transando com quem quisesse.
         Certa noite, véspera do trabalho mediúnico, não resistiu as tentações e sucumbiu aos amigos. Foram para uma boate, onde beberam todas, drogas e sexo a vontade. Roberto sentiu-se tão bem que resolveu abandonar a casa espírita e viver de forma desregrada e totalmente a vontade, sem se preocupar com espíritos ou energias.
          Por um tempo até que conseguiu ser feliz, mas essa alegria não durou muito. Roberto em decorrência de bebidas, drogas e amizades ruins acabou por se desequilibrar, vivia transtornado, perdeu o emprego e tinha surtos onde se tornava muito agressivo. Num desses surtos destruiu a casa dos pais, quebrou tudo o que conseguiu, bateu em seu pai e irmão, estava tão fora de si que saiu correndo e foi atropelado, por sorte não morreu.
          Após este incidente os pais não tiveram outra alternativa a não ser interna-lo numa clínica de doentes mentais. Hoje ele parece um zumbi de tanta medicação, não interage com ninguém, está alheio a todos e tudo. Será este o fim para Roberto? O que os espíritos dizem disso?
          Roberto recebeu a mediunidade para evoluir, essa ferramenta foi-lhe dada para que não se perdesse em noitadas e bebedeiras, mas infelizmente ele não aproveitou a oportunidade. Sentiu-se preso a tarefa mediúnica, quando na verdade era isso que ele precisava para domar suas más influências e tendências. Nem tudo o que parece ruim é na verdade mau, muitas vezes precisamos de freios ou rédias para conseguirmos aprender algo novo nessa encarnação.

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