'' Certo dia, uma águia olhou para baixo, do alto de seu ninho, viu um animal estranho. E pensou consigo mesma: ''certamente não se trata de um pássaro.'' Movida por sua curiosidade, abriu suas grandes asas e pôs-se a descer voando em círculos. Ao aproximar-se da coruja, perguntou:
- Quem é você? Como é seu nome?
- Sou a coruja. -Respondeu o pobre pássaro, com voz trêmula e se escondendo por detrás dos galhos.
- Como você é ridícula. - Riu a águia - Sempre voando em torno da árvore.
- Só tem olhos e penas. Deixe-me ver melhor. - Aproximando-se, pousou num galho.
- Quero te ver de perto, deixe-me ouvir sua voz, se for tão bonita quanto tua cara, terei que tapar meus ouvidos. - E ria, assustando cada vez mais a pobre coruja.
A águia, por meio de suas asas, ia abrindo o caminho por entre os galhos e folhas da árvore. Seu intuito era pegar a coruja para comê-la, não admitia que poderia existir um animal do qual ela não se alimentaria.
Mas a águia não contava com a inteligência do fazendeiro, após perder muitos animais, colocou diversos ramos cobertos de visgo nas árvores. Subitamente, a águia se viu com as asas presas a árvore, e quanto mais lutava para se desvencilhar, mais grudadas ficavam suas asas. Vendo o desespero da águia, a coruja fala:
- Águia daqui a pouco o fazendeiro, irá pegar você e tranca-la numa grande gaiola. Ou talvez a mate para se vingar por causa dos animais que você pegou. Você que passou sua vida toda no céu, livre de qualquer perigo, tinha alguma necessidade de vir até aqui para caçoar de mim? ''
Esta fábula nos remete a reflexões em relação a forma de ser e viver de cada um de nós. É comum darmos as costas aos assuntos e questões que não nos dizem respeito, fugimos da responsabilidade social e deixamos de ter empatia com nossos irmãos menos afortunados.
Vivemos em meio a tanta tecnologia que esquecemos que somos humanos, que possuímos sentimentos e emoções. Tornou-se comum não olharmos para o lado e para as desigualdades sociais, nos afastamos da família e amigos por comodidade, queremos viver livremente e sem dar satisfação de nossos atos a ninguém.
O que poderemos esperar do futuro se não fizermos nada de bom no presente? 
Se não mudarmos nossa forma de viver e continuarmos a fugir do convívio social ou do fato de fingirmos que nada está acontecendo, não iremos ter ninguém para nos ajudar em um momento difícil. Sem falar que o isolamento não é bom para nossa melhora ou mudança emocional.
Somos espíritos em busca de aprendizado, precisamos conviver com pessoas de diversas qualidades e gostos para podermos desenvolver em nosso intimo o amor, a compaixão e a moral. Abra as portas que você fecha sem mesmo perceber, pois essas portas são caminhos para o conhecimento e para sua felicidade.
Não seja como a águia, que usou sua curiosidade somente para se alimentar de um animal diferente, use sua curiosidade para conhecer pessoas, experimentar novas comidas, conhecer novas cidades e viver novas situações; busque incessantemente o conhecimento e o prazer em tudo o que você faz, pensa e emana. Seja feliz hoje e sempre.
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