quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço

                      Em tempos de hipocrisia, quem faz o certo é quase sempre taxado de errado. Será que estamos no caminho certo ou somente fingindo que somos do bem? Trarei algumas reflexões para nos motivarmos a mudança interior.
                    Alguns espiritualistas são brilhantes no estudo das teorias espirituais, mas são ridículos na prática das atitudes simples da vida humana, é mais fácil querer ensinar o próximo do que mudar interiormente.
                    Alguns se dizem uma verdadeira usina de força anímica, que sua mediunidade é excepcional, mas não conseguem encontrar forças para vencer um simples defeito. 
                    Alguns são categóricos em afirmar que a fé remove montanhas, mas não são capazes de remover a sujeira do próprio ego.
                    Alguns tem certeza de que são imortais, mas tremem de medo só de pensar na morte. Isso ficou bem evidente na pandemia, muitos espíritas e espiritualistas ficaram apavorados com a possibilidade de adoecer e morrer.   
                    Muitos adoram consolar os outros no cemitério, dizendo: ''a pessoa apenas desencarnou e está viva no plano astral. Não chore, pois não há motivo, à separação é transitória...'' Mas quando morre um ente querido, eles são os primeiros a chorar e se desesperar.
                   Vários dizem:'' não me interessa o plano físico, meu negocio é o plano astral''. Porém, seus pés estão presos nas cinzas da terra e seus corações são duros como pedras.
                    Alguns são clarividentes ou videntes, veem constantemente a aura das pessoas, mas não conseguem enxergar a própria leviandade.
                    Muitos falam em perdão e amor, mas raros perdoam incondicionalmente.
                    Muitos se dizem '' escolhidos espirituais'', mas, pela própria postura, demonstram que foram escolhidos sim, mas somente pela vaidade e egoísmo.
                    Muitos estufam o peito e dizem:'' eu sou iniciado em um grau avançado de uma escola espiritual''. Sim, é verdade, são iniciados no mais alto grau da escola da arrogância.
                    Alguns se dizem naturalistas, que são incapazes de comer alimentos pesados, mas continuam comendo irritação a todo instante. O Cristo nos disse que vale muito mais o que sai de nossa boca do que aquilo que entra.
                    Muitos rezam bastante, mas poucos amam realmente.
                    Muitos usam como exemplo de vida os ensinamentos de Jesus, Buda e outros avatares da história, mas não são capazes de observarem as lições de vida contidas num olhar de uma criança ou nas rugas de um ancião trabalhador.
                    Muitos se intitulam magos modernos da nova era, entretanto, parecem mais um bando de fundamentalistas místicos, que se exasperam perante a primeira provocação de um cético materialista.
                    Muitos dizem que estão trilhando o caminho da espiritualidade, mas ainda se preocupam com as coisas do dia a dia, dão valor exagerado ao materialismo e gostam de aparecer. Onde está a espiritualidade?
                    A vida da gente é cheia de altos e baixos, às vezes sofremos e noutras conseguimos enfrentar a dificuldade com mais serenidade. Aproveite o ano para refletir se está caminhando por um caminho de elevação ou se está se afundando em mágoas e desilusões. Nascemos para sermos felizes, o aprendizado vem da aceitação de que somos espíritos, vivendo um experiência humana.

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Como desenvolver sabedoria?

                     ''Ninguém nasce sábio'', já diz um provérbio e isso é verdade. Todos os seres humanos nascem neste mundo com o fim de aprenderem algo. Se precisamos aprender qualquer coisa é porque ainda não somos sábios. Até o mestre Jesus, enquanto criança não era reconhecido como sábio. Diz o evangelista: ''Jesus crescia em sabedoria e idade''. Portanto a sabedoria foi se manifestando nele com o passar dos anos.
                      Jesus passou por muitos maus momentos até desenvolver sabedoria, mesmo quando passou pelo batismo no rio Jordão, precisou combater as tentações personificadas por satanás. Se Ele que nasceu para ser alguém especial e modificar a forma como agimos e vemos o mundo passou por provações, imagina nós que ainda estamos tentando encontrar um caminho a ser seguido.
                      Quanto tempo precisou Buda para descobrir a fonte da sabedoria? Ele cujo o nome significa sábio ou iluminado. Não foi no esplêndido palácio real, não foi entre os gozos e prazeres, nem mesmo nos banquetes, nem no meio dos aduladores ou servos prestimosos, que ele conseguiu adquirir sua iluminação. Mas também não foi no isolamento que essa iluminação baixou sobre ele.
                       Nos seus primeiros 29 anos de vida, o jovem Sidarta viveu uma ilusão de prazeres e sentidos físicos, por sete anos precisou lutar contra as visões astrais, até que por fim reconheceu que não conseguiria a iluminação se abstendo de alimento e com sofrimento corporal, desistiu desses métodos e tratou de abrir a mente. Só então sentiu-se mergulhado pela luz da sabedoria eterna. Após olhar para seu interior, acessou seu passado espiritual e adentrou ao conhecimento das encarnações, extinguindo seus desejos egoísticos e se desvencilhando de seus problemas cármicos.
                      Se Ele que era a reencarnação do Buda passou por tudo isso, imagina nós que não conseguimos nem perdoar uma fechada no trânsito. O que precisamos fazer ou deixar de lado para adentrarmos ao conhecimento espiritual?
                      São dois os caminhos que nos levam ao pleno conhecimento da verdade, que é ao mesmo tempo a verdadeira sabedoria. Um deles é o caminho do saber e o outro, o caminho da fé. O primeiro caminho foi-nos ensinado pelo budismo e o segundo pelo cristianismo. Não pense que estes dois caminhos são contrários um do outro, ambos levam para o mesmo lugar, e se unem antes de chegar ao seu fim.
                       Ambos são necessários, porque cada alma precisa percorrer este caminho, mas não precisa faze-lo na mesma encarnação. Aqueles que já estão no caminho da mudança, já desenvolveram faculdades racionais, outros já desenvolveram mais o coração, isto é as faculdades sensitivas, fica evidente que o primeiro caminho desenvolve o saber e o segundo caminho a fé, agora só falta unir os dois caminhos na mesma pessoa.
                       O primeiro também é chamado de caminho da razão, aprender a observar o universo e descobrir nele uma única lei que rege todos os acontecimentos, unindo-os numa harmoniosa unidade. Para o budismo isso se chama lei de carma, lei de casualidade ou lei de causa e efeito. Explica os mistérios da aparente injustiça moral e a existência de uma verdadeira justiça universal.
                        Já no cristianismo aprendemos o segundo caminho, o da fé ou caminho do coração, nos apresenta o universo como sendo um ser supremo, um Deus criador e eterno legislador. É a fé inabalável que precisamos desenvolver cedo ou tarde.
                        Para o verdadeiro sábio, não há diferença existencial entre esses dois métodos de conhecimento. Ambos são apenas dois aspectos de uma mesma coisa, como os discípulos dos dois mestres já o perceberam. 
                        O caminho que nos guia a iluminação, que esclarece todas as dúvidas e nos enche de imperturbável sentimento que de existe uma infinita sabedoria, que é ao mesmo tempo infinita bondade, o criador e legislador do universo, nosso pai, o imortal ideal, exige que passemos um bom tempo caminhando pela senda da razão e um outro tanto pela senda do coração. Deixando de lado a ilusão dos bens materiais, das paixões e dos vícios para nos dedicarmos ao eu interior.
                       Não estou dizendo que não devemos cuidar do corpo, muito menos desprezar a matéria e seus gozos lícitos, até porque aquele que se afasta de tudo, sentirá falta, mas devemos cada vez mais mantermos o equilíbrio, desenvolvendo a razão e a emoção, as duas devem andar juntas, uma apoiando a outra, uma complementando a outra.
                      Aprenda a valorizar o que realmente tem valor, seu bem estar emocional vale muito mais do que roupas caras e joias. Você é um espírito numa jornada de aprendizados e aprimoramento. Valorize cada degrau que foi vencido, cada novo dia é uma nova oportunidade de mudanças e aprendizados.
                       

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Morrer é encarrar de frente nossos erros

                 ''Como você está vendo eu sou um coração despedaçado.
                  A minha tristeza não tem paralelos e eu sei que mereço, por tudo que fiz. 
                  Eu sempre fui um salafrário de marca maior, um crápula nojento e falso.
                  Meu lema era: eu vou tirar vantagem em cima de todo mundo.
                  Assim eu vivi, movido por este jargão idiota e escravo de minhas taras.
                  Eu não sabia na época, mas um monte de espíritos bravos me habitava.
                  Eu e eles éramos unha e carne, irmãos de falcatruas e arruaças.
                  Eu, burro achava que estava no comando, mas eram eles os meus chefes.
                  Eles estavam em mim. E eu não os via, mas intuía suas presenças invisíveis.
                  E, de alguma forma, eu me comprazia com os pensamentos deles em mim.
                  Eu vivi meu tempo desse jeito, com eles vivendo comigo a tiracolo.
                  E quando eu fiquei doente, eles me abandonaram e ainda riram de mim.
                  De vez em quando eles voltavam, para zombarem ainda mais e  sempre me torturavam.
                  Quando eu tentava dormir, eles me atazanavam, gritando em minha mente.
                  Eu fui xingado por eles da mesma forma que eu xingava os outros.
                  Falando reto. Eu merecia! Tinha vivido com eles em mim, e esse era o preço.
                  Finalmente, depois de padecer por anos, o meu tempo na terra acabou.
                  E eu fui envolvido por um turbilhão escuro, que me jogou na lama.
                  Então, eu me vi num lugar sujo e depravado. E ali havia outros do mesmo jeito.
                  Nós éramos um monte de estrume em forma de gente, refugos da maldade.
                  Nós nos arrastávamos naquela lama fétida, sem conseguir olhar para cima.
                  Uma força nos pressionava contra o solo, e não conseguíamos erguer a cabeça.
                  Nós estávamos grudados no chão daquele lugar, presos numa gosma escura.
                  Eu não sei quantos estavam ali, mas eram muitos. E eu era um deles.
                  O cheiro era insuportável, e uma maldita humidade nos impregnava.
                  Ali eu chorei. Ali eu vi o quanto eu tinha sido maldoso. Ali eu clamei por Deus.
                  E quando eu fazia isso, alguma coisa mudava dentro de mim....
                  Então, eu comecei a pedir perdão a Ele, porque finalmente eu me rendera.
                  Eu fazia isso do meu jeito ( não era do meu feitio rezar), mas algo tinha mudado.
                  Ali, naquele antro, eu aprendi a rezar. E até ensinei aos meus companheiros....
                  E eu dizia para eles que estávamos ali por causa de nossos atos maldosos em vida.
                  E que erámos merecedores por tal infortúnio. Então, não pedíamos a salvação.
                  Todos ali eram sabedores do mal que tinham feito, portanto não havia ilusões.
                  O que nós queríamos era o perdão de Deus. E mesmo, naquela lama, algo bom surgiu.
                  Dentro de nós brotou a compreensão de nossas condições, então uma fé nasceu....
                  A fé na redenção, mesmo para homens como nós, filhos da maldade.
                  Naquele antro escuro, nós choramos muito, enquanto nossa fé crescia.
                  E isso nos deu a chance de melhorarmos. Inicialmente, já conseguíamos olhar para frente.
                  Depois, conseguimos nos ver, uns aos outros, olhos nos olhos, mas com muita vergonha do passado.
                  Até que conseguimos olhar para cima, onde havia uma luz fugaz, bem distante.
                  Essa luz se tornou o nosso sonho e, gradativamente ela aumentava, e se aproximava.
                  Nós sabíamos que era a luz de Deus. E que nossa fé nos levaria até ela.
                  E assim foi... quando um grupo de pessoas abnegadas nos tiraram daquele lugar escuro.
                  No inicio, nós pensamos que eles eram anjos, mas depois percebemos que eram pessoas.
                  Eram homens e mulheres. Eram luminosos. Médicos, enfermeiros e ajudantes. Enviados pelo amor de Deus.
                  Finalmente fomos levados para um lugar de regeneração, onde fomos tratados.
                  Levou um certo tempo, mas melhoramos. Ganhamos o direito de ir viver na luz. Iremos para um centro de educação, lá continuaremos nossa trajetória rumo a reencarnação.
                  Eu falo em nome de todos eles, que subiram na fé, como testemunho de luz. Sabemos que o caminho para redenção total está longe, mas temos muita fé.''
                  Este relato é de um amigo que conheci em desdobramento na cidade espiritual Esperança. Este grupo de irmãos se encontraram no pós vida em um dos muitos antros umbralinos, mas essa união na fé e na prece fez com que muitos quisessem a regeneração e a mudança interna. Que possamos chegar a essa conclusão enquanto ainda estamos aqui no planeta terra, quanto mais cedo despertarmos, melhor será para nós.


terça-feira, 26 de novembro de 2024

A fé e a cura física

                Falar de fé e curas no meio espiritualista é mais fácil do que falar com pessoas materialistas, antes de escrever sobre este assunto é preciso entender as doenças, precisamos separa-las em dois tópicos, o primeiro a doença na combinação reencarnatória, são doenças que nossos mentores colocam em provação para nós.
                Antes da gente reencarnar, é feito no plano espiritual um projeto reencarnatório, onde serão definidas algumas metas que devemos concluir. Desde nosso biótipo, como cor dos olhos, altura, família que iremos reencarnar, cor de cabelo, a situação de cada órgão e certas doenças para mudarmos a forma como vemos e interagimos com o mundo.
               No capítulo quatro do livro No Mundo Maior, André Luiz explica que o corpo humano sutil se submete às leis de recapitulação, como hereditariedade e desenvolvimento fisiológico, em conformidade com o mérito e demérito trazido e a missão a ser realizada. A química fisiológica e espiritual é consequência dos atos do espírito. Se por exemplo o espírito assume o compromisso de ser portador de uma doença como o diabetes tipo 1, ele terá que ter condutas diárias específicas, como dieta, exercícios físicos, uso de insulina, frequentes exames laboratoriais, visitas periódicas a médicos. 
              Com tudo isso ele precisará de muita disciplina e cuidados especiais com o corpo. É importante ressaltar que o espírito não busca a doença ou o sofrimento como opção de vida, mas sim uma forma de crescimento espiritual. A doença reencarnatória é uma forma de aliviar os erros do passado e desenvolvermos amorosidade com nosso corpo e com a vida.
               O segundo tipo de doença está associado com a forma como cuidamos de nosso corpo, por exemplo a ingestão de drogas licitas ou ilícitas, os excesso alimentares, a falta de zelo corporal e até a falta de higiene com tudo o que nos cerca.
                Eliminando o fator doença, pois se estamos passando por essa situação, ou nós criamos com a nossa falta de cuidado ou recebemos a missão de conviver com a doença como melhora reencarnatória, para adentrarmos a fé, precisamos entender que a fé é algo muito particular, algumas pessoas possuem uma fé inabalável, outras nem tanto, mas ela é um estado do espírito ou da alma.
                A fé precisa ser desenvolvida, uma forma é pela incessante busca por respostas, seja para confirmar ou negar que existe algo muito maior do que nós, que existe uma outra vida além dessa vida física. É preciso associar a fé a razão, partindo do princípio que o aprendizado espiritual ocorre através do estudo e prática, não existe uma cura mágica e muito menos um aprendizado que acontece da noite para o dia.
                Emmanuel no livro O Consolador nos diz: ''A fé é alcançar a possibilidade de não mais dizer: ''eu creio'', mas afirmar: ''eu sei'', com todos os valores da razão tocados pela luz dos sentimentos''.
                Uma das formas de praticar a fé é através da prece, que também, é um meio para acalçar a cura. Contudo não é caminho fácil, pois grande parte das pessoas tem o hábito de fazer a prece de forma mecânica. A prece é a grande oportunidade de conexão com a espiritualidade, mas para que isso ocorra é necessário que seja resultado da vontade e do pensamento.
                A verdadeira prece pode levar à cura. Entretanto é preciso ressaltar que não existe milagres. No livro A Gênese é explicado que fenômenos sobrenaturais são apenas fenômenos ligados à existência dos espíritos e à sua consequente intervenção no mundo material. Então, se conclui que o princípio espiritual e o princípio material possuem uma grande afinidade, visto que eles reagem incessantemente um sobre o outro. A ação simultânea que existe entre os dois princípios tem como resultado o movimento e a harmonia do conjunto. Dessa forma, é possível dizer que a espiritualidade e a materialidade são duas partes de um mesmo todo, visto que tanto uma como a outra são naturais.
                 A fé pode trazer o entendimento das dificuldades espirituais propostas, pode ser a força para a cura espiritual. A cura ou expurgo de uma doença espiritual, de um vício, de uma conduta errada, que não seria possível com uma boa saúde.
                 Uma pessoa que desenvolveu a fé raciocinada, possui uma grande força de vontade, essa pessoa ora com sinceridade para alcançar, conforme seu merecimento, a cura física, por beneficência da espiritualidade. Porém quando uma cura não é alcançada, não há motivo para perder a fé. A ausência de cura de certa doença, pode ser a verdadeira cura para o espírito, Há males que vem para o nosso bem.

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Uma visita inesperada

                 É comum as pessoas me pedirem para trazer noticias ou recados dos entes queridos, mas isso não é tão fácil como parece. Primeiro que nem sempre tenho permissão para ir a determinados lugares, outras vezes a pessoa em questão não quer falar, pode estar dormindo por necessidade de descanso ou para algum tratamento.
                Nesses últimos dias, um amiga está insistindo para que eu traga alguma noticia do falecido marido, ele não gosta muito de falar, está arrependido das decisões que tomou. Cada vez que vou ao seu encontro, ele desaparece ou vai dormir.
                Para nós que somos espíritas, sabemos que o telefone toca de lá para cá e não o contrário. Eu até posso querer ajudar essa minha amiga, mas nós encarnados não possuímos o controle deste contato, para a tristeza de minha amiga, não posso ajuda-la no seu desejo de notícias.
                Lembro-me de todas as vezes que eu quis fazer contato com meus entes queridos, foram raras as vezes que consegui, e foi quando eles estavam prontos para falar. Muitas pessoas acham que basta morrer para já poder sair por ai fazendo o que quiser, não é bem assim. Quem morrer precisa de permissão para vir falar com os encarnados, mesmo que seja para aparecer num sonho, a vontade do espírito nem sempre prevalece.
                 Eu já tive muitos encontros, mas sempre foram os espíritos que vieram até mim. Certa vez, ao sair de casa deparei-me com meu tio parado na porta. Quando abri a porta dei de cara com ele, quase tive uma sincope, pois eu estava distraída. Eu sabia que ele estava doente. De repente aparece na minha frente, vestido de branco da cabeça aos pés, até o chapéu era branco, parecia um fantasma.
                  -Olá Fatima, vim me despedir de você.
                  -Oi tio. Você está bem?
                  -Agora estou. Eu cumpri o que te prometi. Vim dizer adeus vestido de branco.
                  Eu sou a primeira filha da minha mãe, ela tinha muitos irmãos, alguns não se casaram e me tratavam como filha, fui muito mimada por eles. Este meu tio tinha horror de roupas brancas, dizia que era roupa de morto e que só usaria no dia de seu enterro. Tanto que ele já tinha comprado sua última roupa, muito antes dele adoecer.
                   Passado o susto inicial, me despedi dele e ele desapareceu na minha frente, lembro-me que na época pensei o que deveria fazer. Se ligava para minha mãe ou esperava ela me ligar para dar a notícia. Resolvi aguardar e naquela noite ela me liga:
                   -Alô.
                   -Oi filha, tudo bem?
                   -Sim, estou bem e vocês?
                   -Tenho uma notícia para te dar. Não fique triste....
                   -O tio morreu, não é isso?
                   -Como você sabe? Sonhou com ele ou alguém já te contou?
                   -Eu sonhei com ele, veio se despedir.
                   Minha mãe começa a chorar no telefone, até hoje ela ainda fica chocada com o fato deu saber das coisas por antecipação. Ainda não se acostumou. Assim que ela parou de chorar, me conta que o tio chamou meu nome e fechou os olhos, morreu querendo falar comigo. E assim que saiu do corpo veio me ver. Isso não é algo comum, mérito dele e meu.
                   Para todos que desejem notícias de seus entes queridos, recomendo a prece e peçam para eles aparecerem nos sonhos, é muito mais fácil da gente lidar com a situação, até porque nem todo mundo está preparado para ter uma visão dessas. Por maior que seja a saudade, ver espíritos nunca é algo fácil, pode ser bem assustador, sem falar que nem todos possuem mediunidade, normalmente o espírito está próximo da gente e não o percebemos.
                  Cada pessoa nasce com um tipo de mediunidade, a grande maioria das pessoas só possuem uma leve intuição, e eu digo para vocês, são felizes e não sabem. A vida da gente que consegue ouvir, ver e sentir o outro plano é bem tumultuada. Se eu tiver a oportunidade de escolher em minha próxima vida, não quero sentir nada, quero ser normal.

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

A música mudando nossas energias

                       A música é uma das formas mais valiosas e de arte da expressão humana. Ela é uma das mais poderosas e universais expressões que nós humanos usamos. Transcende barreiras culturais e linguísticas, toca nosso coração e nossa alma de maneiras profundas e significativas. Além de seu potencial de entretenimento, a música tem o incrível poder de elevar nossa vibração e nos conectar com o divino.
                     A música pode nos conectar a novas emoções, sentimentos e melhorar os nossos pensamentos de uma maneira que muitas vezes as palavras não conseguem. Quando ouvimos uma canção que ressoa com o que sentimos, abrimos espaço em nossa mente para uma nova conexão profunda e imediata, mesmo quando não compreendemos a língua em que é cantada.
                      A música tem uma universalidade, o som, a melodia pode nos transportar para outras dimensões. Em muitas tradições espiritualistas acredita-se que a música é um presente divino que foi dado aos seres humanos. Cabe a cada um de nós fazermos bom uso desta dádiva.
                     Essa preciosa arte tem o poder de elevar nossa vibração, ou seja, aumentar a frequência de nossa energia espiritual. Ao nos conectarmos a uma melodia, a mesma ressoa em nossa alma, aumentando a sensação de paz, alegria e harmonia interior. Isso ocorre porque a música atua nos níveis mais profundos de nossa consciência, toca nossos centros energéticos que são conhecidos de chacras e libera bloqueios que podem estar nos impedindo de acessarmos nossa espiritualidade.
                    Muitas religiões acreditam que a música é uma forma de conexão espiritual, quanto mais elevado for nossa vibração, mais fácil será entendermos nossas intuições. Essa conexão com o divino é uma das formas de autoconhecimento, melhora emocional e espiritual. Lembre-se que somos espíritos vivendo uma experiência humana.
                     Quando ouvimos a espiritualidade, podemos sentir a presença divina ao nosso redor. Ela nos lembra que somos parte de algo maior do que nós mesmos, existe um propósito para cada coisa que nos acontece. Estar bem com a vida que levamos, também é uma forma de equilíbrio.
                      A música tem um papel essencial em nossa vida, seja na hora da meditação ou na hora do lazer, quem ouve sempre alguma melodia em seu dia dia, está mais aberto as novas possibilidade e tem a mente mais focada, sem falar que é uma pessoa mais alegre e de bom humor. Crie o hábito de estar cercado por boas energias provenientes da música.
                      Certo dia senti uma energia estranha em minha casa, acordei e vi o ambiente envolto em uma fumaça, cheguei a  sentir o cheiro de algo queimando. Pulei da cama e fui procurar pela minha casa, não vi nada e a fumaça continuava. De repente ouvi uma voz familiar:
                      -Boa noite minha filha, vim te visitar.
                      -Salve Pai Benedito. Por isso que achei o cheiro familiar.
                      Pai Benedito é um espírito que costuma trabalhar na linha dos pretos velhos. Eu o vejo desde criança, ele sempre está por perto para me proteger.
                      -Vai acontecer alguma coisa Pai?
                      -Se vai acontecer algo eu não sei minha filha, mas você não trancou a porta. Por isso vim fumar meu cigarrinho de palha para proteger a tua casa e te acordar.
                      Depois dessa frase ele deu uma gargalhada e continuou:
                      -E aproveitei o cheiro para dissipar qualquer energia negativa. A fumaça é minha música de equilíbrio.
                      -Música que arde meus olhos.
                      Rimos juntos. Ele já me salvou de tantas situações que mesmo eu não gostando do cheiro de cigarro, aceito sua presença na minha casa. Cada entidade espiritual tem sua maneira de nos proteger. Seja por músicas, cheiros  ou boas intuições, uma coisa é certo, estamos sempre acompanhados de todo tipo de energias.
                       Ouça músicas boas, faça meditação, vá tomar um passe, acenda incensos, velas, reze em prol de seu bem estar. Você é o único que pode transformar sua vida.

                       

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Soberba e egoísmo no meio religioso

                  A soberba é um sentimento que certas pessoas sentem, se acham superiores, especiais e acima de qualquer suspeita.  Muitas vezes, nós seres humanos podemos ter um minuto de superioridade, seja por saber um pouco mais sobre determinado assunto ou mesmo como meio de defesa. Mas depois deste minuto voltamos a pensar que somos todos iguais e estamos no mesmo caminho do aprendizado, isso é normal, o problema é quando nos acostumamos a ser superiores, aí este sentimento se transforma em algo ruim e prejudicial a nossa saúde emocional.
                 O egoísta é aquele que sente orgulho e vaidade sobre tudo o que faz, cria armadilhas para as outras pessoas caírem, ele sempre posa de superior. Ele desrespeita seu irmão de religião, seus familiares, seus amigos e principalmente a espiritualidade superior que nos coloca em meio a pessoas para desenvolvermos amorosidade e empatia. Conviver com pessoas egoístas e soberbas é algo corriqueiro na atualidade, seja no trabalho, em casa, no grupo de amigos ou no local onde buscamos desenvolver nossa espiritualidade.
                 A doutrina espírita assim como muitas religiões espiritualistas, nos ensinam a desenvolver conceitos sobre amor e caridade, no espiritismo inclusive usamos a máxima: ''fora da caridade não há salvação''. Os espíritos superiores nos dizem que não importa aonde estejamos, seja na igreja, num templo, num terreiro ou na casa espírita, o importante é seguirmos os ensinamentos de amor e caridade. Será que no seu dia a dia você consegue seguir estes ensinamentos?
                 Diz-se que os espíritas são os religiosos mais cultos, pois nenhuma doutrina ou religião tem tanto material disponível, mas no dia a dia, dentro da casa espírita vemos que não é bem assim. Existem pessoas brigando por cargos, por notoriedade. Será que nós espíritas estamos aprendendo alguma coisa ou só mudamos de templo?
                 Eu gosto de me definir como alguém universalista, pois gosto de muitas religiões, seitas, templos e terreiros, nós brasileiros somos um povo multi religioso, gostamos fe absorver o melhor de cada religião. Estou na casa espírita porque desenvolvo dois trabalhos edificantes que ajudam muitas pessoas, mas me incomoda certas pessoas buscarem somente aparecer. O bom trabalhador é aquele que faz o seu melhor sem precisar receber holofotes.
                 Como já nos advertiram os espíritos superiores, o problema não está na doutrina espírita mas sim nos espíritas. Essa é a grande verdade que precisamos entender. Recentemente presenciei uma prova disso, em uma certa casa espírita houve eleição para presidente, cargo que não é remunerado e costuma ser cheio de trabalho.
                 Houve uma divisão nesta casa centenária, uma parte dos integrantes eram a favor do atual presidente, que diga-se de passagem não queria a reeleição, mas seus compatriotas insistiram tanto que ele caiu nas garras do egoísmo e aceitou brigar por esta disputa. O segundo concorrente, após se certificar que o atual presidente não queria se reeleger, candidatou-se. Neste momento a casa se dividiu, começaram as brigas, fofocas e intrigas, tudo isso dentro da casa espírita que deveria ser um local de paz e tranquilidade.
                Passou-se o tempo necessário e ocorreu a eleição, por obra do destino, houve empate técnico, os dois tiveram a mesma quantidade de votos, segundo o estatuto da casa o candidato que fez a inscrição antes para disputar a eleição é que seria o próximo presidente. O concorrente ganhou, mas o atual presidente não aceitou, tentou impugnar a eleição, recorreu de forma vil e duvidosa, tentando se fazer de vitima, mostrou que no fundo nunca vivenciou o espiritismo. Retirou-se da casa sem dar satisfação, não participou nem da posse do eleito. Isso é ser espírita? Isso é ser cristão?
               Devemos nos lembrar que o plano espiritual não é espírita, católico, evangélico ou umbandista, mas sim a união de todas as crenças em prol do equilíbrio e bem estar de todos os espíritos. A espiritualidade é diversa, composta de irmãos que vivem suas diferentes crenças na terra e que merecem todo o respeito ao oferecerem auxílio em prol dos encarnados e desencarnados. Será que cada um de nós, que frequenta algum tempo religioso, está respeitando o seu irmão de outra religião ou mesmo as pessoas com as quais nós convivemos?
                 O respeito é o caminho para desenvolvermos amor  e compaixão, para dominarmos nossa soberba, egoísmo e vaidade, somente dessa forma poderemos nos dizer espíritas ou espiritualistas. Lembre-se, você que frequenta um templo religioso é quem deve aprender a transformar sua vida, pois aquele que não precisa frequentar nada que lhe imponha regras, para poder fazer a mudança interna, essa pessoa já aprendeu a lição que nós ainda estamos tentando aprender.



quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Onde devemos nos refugiar?

                  O conceito de refúgio espiritual é receber proteção e serenidade em momentos de incertezas e medo. Refúgio significa abrigo, asilo, cobertura, esconderijo e retiro. O refúgio pode ser de ordem física, emocional e espiritual. Podemos considerar ainda, como um local ou uma situação que nos leve a tranquilidade e segurança. Quem ou onde é o seu refúgio?
                   Se buscarmos no âmbito espiritual o refúgio, chegaremos a conclusão que ele é um sentimento que nos resguarda pela fé, ou seja, aquele que tem fé, acredita que tudo pode mudar a qualquer instante, portanto não se deve perder tempo e energias pensando em situações negativas.
                    A maioria dos seres humanos padece da insegurança e do medo do futuro, deixam de viver no hoje para se preocupar com o que ainda está por vir, acabam perdendo um tempo precioso. Deixam de lado os amigos, o trabalho e até o seu bem estar e focam no sentimento do medo. Essa incerteza nos leva por um caminho de desequilíbrio e aflição e isso pode virar uma bola de neve e nós acabamos por nos enterrarmos nela.
                     No tempo efêmero de nossas existências e com o turbilhão de fatos e ocorrências do dia a dia, é comum sermos acometidos de muita ansiedade. Os dissabores da vida, geralmente nos impõe soluções drásticas que acabam por nos desestabilizar emocionalmente e espiritualmente. Nesses momentos a fé unida ao bom senso tende a nos resgatar das profundezas do desequilíbrio.
                     Nunca é exagero focarmos em nós mesmos, é no bom senso que repousa o nosso equilíbrio emocional. Lembre-se que a vida é feita de ciclos, essas oscilações de tranquilidade e angustias fazem parte de nossa caminhada evolutiva. Sabendo disso, é necessário que a inteligência emociona se integre a nossa forma de viver no dia a dia.
                      A propósito, vale ressaltar o que está no livro Inteligência Emocional de Daniel Goleman ''O otimismo, como a esperança, significa uma forte expectativa de que, em geral, tudo vai dar certo na vida, apesar dos reveses e frustrações.'' Não raro, nos deparamos com ocorrências que, a princípio, parece-nos algo tenebroso, mas que num futuro próximo perceberemos que não era tanto assim.
                       É preciso abrirmos nossa mente para o que está nas entrelinhas, nem tudo está sempre as claras, precisamos observar mais, confiar mais e seguir em frente, sem medos ou inseguranças. Nós somos nossa melhor versão, por isso fica evidente que tudo o que não acontece em nossa vida é culpa de nós mesmos.
                       Seu maior refúgio é você mesmo. É o seu conhecimento sendo usado por você. A sua fé transportando montanhas. O seu bom senso atualizado dia a dia em prol da sua melhora e crescimento. Seja o seu refúgio, não delegue para os outros algo que cabe a você. Somente você possui a chave para o seu sucesso e ninguém mais. Busque a felicidade, seja feliz no aqui e agora.

terça-feira, 22 de outubro de 2024

Será que eu sou um agente da luz ou das trevas?

                No meio espiritualista fala-se muito em sermos agentes ou trabalhadores da luz, mas será que estamos fazendo alguma diferença para o mundo físico e espiritual? Trabalhar para luz significa elevar a consciência coletiva e contribuir para a evolução espiritual da humanidade.
               Este parece ser um trabalho fácil, mas não é. Os trabalhadores da luz são seres humanos que já despertaram para um propósito maior, eles sentem uma profunda conexão com o divino, buscam no seu dia a dia ajudar o maior número de pessoas, ajudam a disseminar o amor, a luz, a gratidão e a sabedoria pelo mundo. Você está fazendo isso?
               A missão de quem quer ser um agente da luz é auxiliar a evolução espiritual da humanidade, começando pelas pessoas próximas e indo expandindo este conhecimento para todos que quiserem realmente transformar suas vidas em algo proveitoso. É preciso despertar nosso verdadeiro potencial espiritual se quisermos ser trabalhadores da luz.
               Aquele que deseja trabalhar para o bem maior, possui uma forte intuição e uma grande capacidade de cura. São pessoas que já passaram por grandes provações e tiraram aprendizados nos piores momentos de suas vidas, são pessoas determinadas, que não desistem na primeira dificuldade, mas usam isso para alavancar suas conquistas.
               Se você já está trabalhando para o bem maior, perceberá que a solidão é sua companheira mais fiel. A jornada do trabalhador da luz quase sempre é solitária, pois a maioria das pessoas não quer sair de sua zona de conforto, muito menos quer abdicar dos prazeres mundanos. 
              Quem adentra a luz poderá sentir-se só, mas lembre-se que nem sempre nossa família e amigos compartilham de nossas crenças, com o tempo você encontrará outros que pensam igual e formará uma nova rede de amigos, isso também faz parte de seu processo evolutivo. A solidão poderá te ajudar na hora de escolher o melhor caminho e para colocar as ideias em dia.
               Todo agente da luz possui uma sensibilidade extrema, ele capta as energias, percebe quem está mentindo e isso também de certa forma te afastará de algumas pessoas. Na verdade vai filtrar quem merece ou não estar ao seu lado. Você precisa aprender a controlar suas emoções para não cair nas armadilhas energéticas. O equilíbrio vem sempre do conhecimento, da meditação e do auto amor.
              É comum para aqueles que abraçam o caminho espiritual receber incompreensão e julgamento dos amigos, familiares e da sociedade em geral. As pessoas nos consideram estranhos e até fanáticos por fazermos certas restrições e escolhas.
              Eu bem sei o quanto essa mudança é difícil, já faz um tempo que parei de tentar fazer amigos que não estão na mesma frequência energética e não compactuam com a mudança interna que estou buscando, pois não quero ter que ficar explicando o porque certas festas não me atraem, lugares onde a bebidas e drogas rolam livremente, eu passo longe. São mudanças que transformaram minha vida, mas nem sempre os outros irão aceitar facilmente. Às vezes precisamos de silêncio e novos ares.
              Para que você seja um trabalhador da luz, será preciso enfrentar sua sombra interior, ou seja, o autoconhecimento é essencial, precisamos curar nossas feridas emocionais, domar nossas emoções e estar em equilíbrio, uma pessoa desequilibrada não consegue ajudar ninguém, nem a si mesma.
              Mesmo que às vezes estejamos resistentes às mudanças, elas são sempre muito bem vindas e são necessárias caso queiramos transformar nossa vida em algo produtivo. A verdadeira mudança é a interior. Se você deseja ser um agente da luz, comece logo sua evolução, enfrente o mal que ainda habita em você, elimine o egoísmo e seja autêntico em seu agir, falar e fazer, dessa forma iniciará sua trajetória na luz.

terça-feira, 15 de outubro de 2024

Quando o excesso de repouso atrapalha

                Nós, que estamos seres humanos, fazemos de tudo pelo nosso descanso merecido, fazemos o possível para evitar as aflições da vida terrena, tendemos a querer que as tristezas sejam minimizadas ou que cessem as dificuldades, evitamos a todo custo dores, privações materiais e sofrimentos.
               Essa conduta de prevenir para não precisar remediar é positiva, afinal não é necessário sofrer o tempo todo, muito menos pelo futuro que ainda não chegou. É preciso sermos felizes aqui e agora, essa é uma ambição saudável, e é lícito o desejo de conquistar a felicidade durante a existência física.
                Viver no planeta terra ainda é muito difícil, existe um vasto caminho de dificuldades, intempéries e comportamentos humanos que na grande maioria das vezes só nos atrapalham, pois causam repercussões por vezes dolorosas, aumentando ainda mais os desafios de nossa existência. 
                Por outro lado, espiritualmente falando, a terra ainda está no estágio de provas e expiações, exatamente porque nossas almas ainda são aprendizes no processo da evolução, pois ainda falhamos e recebemos amargos resultados através de nossas ações equivocadas.
                 Dessa forma, é normal evitarmos dificuldades, mas na contramão, há quem busque furtar-se a qualquer preço de fazer algo, há quem abra mão de desejos importantes, com o único intuito de não se esforçar, ou seja, há muitas pessoas que permanecem na posição de conforto e abusam de repouso, esperando que a vida lhe dê algo pronto, pois a vontade de descansar é maior do que o esforço de fazer algo novo, deixam de lado seus objetivos e focam nos prazeres momentâneos.
                  Há quem prefira viver no comodismo ou ter pouquíssimos desafios por temerem enfrentar a batalha que precisariam para vencer e chegar ao pódio da existência e conseguir erguer a taça de suas conquistas morais e materiais. Às vezes é por comodismo, outras por preguiça e outras vezes é por medo do novo.
                  Esta escolha é enganosa. Os campeões suam muito para atingir seus objetivos. Vivem para buscar sempre o melhor e suportam corajosamente o que não pode ser mudado, afinal nem tudo acontece como desejamos.
                   Mesmo que você fuja ou se negue, ninguém se satisfaz verdadeiramente sem ter merecido o que recebeu e pouco valor damos ao que de graça recebemos sem esforço. Mesmo que alguém pense que não se importa, a satisfação plena, chega após a conquista e não há conquista sem coragem e luta.
                    O militar que não é enviado à frente da batalha não fica satisfeito, porque o repouso no acampamento não lhe proporciona nenhuma promoção. (Evangelho segundo o espiritismo)
                    Por mais atrativa que possa parecer a facilidade, o repouso em excesso nos enfraquece e nos atrapalha. Quem é testado nas dificuldades descobre novos potenciais a cada novo ciclo concluído, desenvolve força interior, avança na vida material, intelectual, na vida moral e espiritual. 
                     Ao chegarmos no derradeiro dia de nossa morte física, quando nos despedirmos deste corpo material, nossa mente estará lucida e ativa, nos cobrando as tarefas que não foram concluídas. Portanto, desapegue do repouso em excesso e construa uma vida plena, cheia de aprendizados, conquistas e vitórias. Dessa forma as cobranças internas serão mínimas. 

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Mediunidade como ferramenta de evolução

                   A mediunidade é algo inerente ao ser humano, pois todos sentem em um grau qualquer, pode-se sentir a presença dos espíritos, sentir as energias, ouvir vozes, visualizar espíritos, sentir intuições, ouvir barulhos quando ninguém ouve. Nós somos seres com percepções bem definidas, cada qual com sua potencialidade.
                   Allan Kardec nos diz que nossa alma é quem possui essas qualidades e sente essas percepções. A mediunidade é a faculdade que permite o intercâmbio entre encarnados e desencarnados, alguns chamam de dons, outros de poder psíquico, mas não tem nada de sobrenatural ou poderes especiais.
                  A mediunidade é sintonia e troca de experiências entre nós e os espíritos. Durante o aflorar dessa faculdade anímica, pois como já escrevi no paragrafo anterior, ela é uma faculdade da alma e é comum o individuo passar por uma montanha russa emocional, são sentimentos, emoções e pensamentos que muitas vezes ficam atordoados. Existe um período para se conseguir entender essa nova ferramenta e usa-la em prol de nossa evolução.
                   É comum nosso corpo físico sentir desequilíbrio emocional, dores no corpo, sensações ou ideias estranhas, tremores, mudanças de humor, crises de choro, sensação de rio ou calor, sono profundo, insônia, nervosismo, sentimentos de angustia ou vazio no coração, entre outros, mas tudo é uma reação da mediunidade que está se manifestando.
                    Geralmente acreditamos que estamos doentes fisicamente ou mentalmente, mas isso é só o aflorar da mediunidade. É comum termos dúvidas, medos e emoções abaladas, o médium capta tudo de todos, por isso esse mal estar. Com um tempo de treinamento, muito estudo e transformação emocional no bem, tudo tende a apaziguar, mas lembre-se, o médium vive em dois mundos, ele circula livremente pelo plano físico e o espiritual, pode captar energias e sensações nos dois lugares.
                     Além do estudo que é essencial, será preciso uma mudança interior, a busca pelo autoconhecimento é primordial, se o médium não se conhecer, como entenderá se as sensações são suas ou de um espírito. Por isso que a mediunidade é uma ferramenta de evolução, pois além do intercâmbio espiritual, você precisará cuidar do seu interior, fazer a transformação emocional é se conhecer verdadeiramente.
                    Aprender a dominar as emoções, a não reagir as ofensas, a desenvolver amorosidade é uma das formas de equilíbrio que todo médium precisa para conseguir conviver com essa faculdade. Nem tudo são flores, há muitos espinhos no caminho de todo aquele que resolve deixar aflorar a mediunidade.
                   Antigamente muitos eram taxados de loucos, de doentes mentais por sentirem a presença de energias ou espíritos, atualmente podemos falar livremente sobre este assunto. Para nós que somos médiuns ativos e atuantes, manter o equilíbrio, saber escolher nossas amizades, estudar sempre e manter o bom humor é uma obrigação. Mas desta obrigação muitos frutos nascerão, por isso, todos os transtornos e dissabores valerão a pena, pois no final estaremos alavancando nosso progresso emocional, espiritual, moral e amoroso.

terça-feira, 1 de outubro de 2024

Reencontros espirituais

                   Era uma noite como outra qualquer, após minhas preces fui deitar, passa-se uma hora, duas horas, três horas e nada do sono chegar. Meditei, contei minhas respirações, rezei e estava quase desistindo de dormir, cheguei a pensar em levantar e ir ver TV, até que ouço uma voz amiga dizendo:
                  -Feche os olhos, que vim te buscar para um passeio.
                  Como sou obediente, fechei os olhos físicos e abri os olhos da alma, vejo uma amiga que conheci em desdobramento. Laura é filha de uma grande amiga. Na época em que operei o câncer, Laura tinha 14 anos e descobriu um câncer raro que só ataca jovens na adolescência. A família sofreu muito com isso, ela aceitou facilmente, decidiu com quem ficariam suas roupas e livros, decidiu que queria ser cremada e onde suas cinzas deveriam ser colocadas, uma lucidez que vi poucas vezes.
                   Me ofereci para ir aplicar passes nela, mas não aceitou, não queria que ninguém a visse em sofrimento. Um ano e meio após o diagnóstico, ela faleceu. No dia anterior, ela passou muito mal e foi hospitalizada, fui avisada e durante a noite fui vê-la no hospital.
                   Ao chegar no quarto vejo seu corpo dormindo em grande sofrimento, olho ao redor e muitos espíritos estavam próximos, nesta noite ela iria deixar a dor para trás e começar uma nova vida e eu iria ajuda-la.
                   -Laura, levante-se. Você não precisa mais sofrer.
                   Ela abre os olhos e começa a se levantar, se assusta um pouco, pois não sentiu dor, vem em minha direção e fala:
                    -Você é a amiga da minha mãe? Lembro de sempre te ver em meus sonhos. Este é mais um sonho?
                     -Não. Isso é é real. Hoje acaba seu sofrimento, olhe para trás e veja seu corpo. Você está deixando ele aqui e irá para um hospital espiritual cuidar de seu corpo e logo poderá estudar e encontrar seus familiares que já morreram.
                     Ela olha o corpo e chora de alegria, pois não estava aguentando tanto sofrimento, mas ao mesmo tempo sente falta de estar com seus familiares. Os amigos espirituais a levam e ela logo adormece. Quando acordo sinto uma tristeza, mesmo sem conhece-la eu a amo como se fosse minha filha.
                     Nos vimos muitas vezes no plano espiritual, mas já fazia um bom tempo que não nos víamos, e agora ela vem me buscar para conhecer seu novo projeto. Deixo meu corpo dormindo e vou até uma escola no plano espiritual. É uma replica de certa escola, vejo o nome e reconheço.
                       A Laura me explica que está trabalhando com jovens em desdobramento, pois o bullyng está correndo solto na escola, já aconteceram alguns suicídios e ela resolveu fazer algo novo para mudar essa situação. Nós vamos nos misturar aos adolescentes, uma ótima oportunidade de treinar minha mente para transfigurar meu corpo, me transformo em uma adolescente. Ela vai para a turma terceiro 31 e eu para a 51. 
                      Essas turmas são rivais, tem ocorrido brigas, bullyng nas redes sociais e estão transformando a saída das aulas em um ringue, hoje vamos mudar isso. Na saída nós duas damos as mãos e conversamos animadamente. Todos param para ver, inicia-se um burburinho e muitos já vem em nossa direção. Laura fala:
                      -Amigos a partir de hoje não haverá mais brigas. Já passou da hora da gente se respeitar, somos todos irmãos e tem um Deus cuidando da gente. Cada um de nós deve aprender a respeitar o outro para poder exigir respeito. Eu amo cada um de vocês e estou aqui para ajuda-los.
                      Os jovens se entreolharam e muitos começaram a abraçar seus amigos, a energia que estava densa começa a se dissipar. Passados alguns minutos vou me despedir dela para voltar ao meu corpo, pois já deve estar amanhecendo.
                       -Laura, foi maravilhoso ver seu trabalho no plano espiritual, fico bem feliz de você me convidar.
                      - Venha sempre que você quiser vir, será muito bem vida. Quero que você leve um recado para minha família, principalmente minha mãe. Diga para eles que a cada pessoa que eles abraçarem, uma parte de mim estará nessa pessoa, ou seja eles estarão me abraçando. Eu serei uma colinha de amor entre eles e essas pessoas. Eles precisam abraçar os amigos, os familiares e as pessoas que ainda irão conhecer, pois eu serei a colinha de amor.
                      Saí de lá emocionada, acordei chorando e fiquei o dia todo com a emoção a flor da pele. Foi lindo o que ela disse, ser a cola de amor significa que ela iria potencializar o amor que já existe entre as duas pessoas que se abraçam. A cola gruda, une e fortalece a amizade. Existem certos reencontros espirituais que causam uma grande mudança em nossas vidas, a partir desse dia, me propus a ser sempre uma colinha de amor para todos que estão por perto, seja você também uma colinha de amor.

terça-feira, 24 de setembro de 2024

Somos guerreiros espirituais

               No vasto mundo do equilíbrio, nós que buscamos a harmonia em nossas vidas, somos guerreiros espirituais, que vivem vidas consecutivas em busca de aprendizado e felicidade. A transformação interior é um caminho cheio de muitos desafios, para que nossa mente e coração estejam repletos de bondade devemos nutrir certas emoções e aprendizados.
              Um dos grandes aprendizados a serem seguidos é a coragem, ela deve ser nossa força motriz para nos impulsionar a enfrentar os medos mais profundos, precisamos abraçar a incerteza e desbravar territórios desconhecidos dentro de nós mesmos. No caminho espiritual, a coragem não é apenas a ausência do medo, mas a disposição de agir apesar do medo.
               A coragem é a capacidade de confrontar as sombras de nossa alma, de encarar as limitações muitas vezes impostas por nós mesmos, e principalmente transcender as barreiras que nos separam de nossa verdadeira essência, somos espíritos vivenciando uma experiência humana.
               Quando cultivamos a coragem, mergulhamos nas profundezas da consciência, desafiando os paradigmas que nos prendem a padrões de pensamentos limitados. A coragem nos permite abraçar nossa vulnerabilidade com nossa força interior, reconhecendo que muitas vezes é na exposição honesta da verdade que encontramos nossa verdadeira força.
               A compaixão é outro grande aprendizado que precisamos desenvolver, ela é a chama que aquece o coração do guerreiro espiritual. É a capacidade de sentir a dor dos outros, de estender a mão em solidariedade e oferecer amor incondicional a quem precisa. 
               No caminho da evolução, a compaixão não é apenas um sentimento passivo, mas uma força dinâmica que impulsiona a ação benevolente em direção ao bem estar coletivo. A compaixão nos ajuda no desenvolvimento do auto amor, afinal ao olharmos para o outro aprendemos a olhar para nós mesmos com olhos de amorosidade.
               Quem pratica a compaixão, se torna um canal de cura para si mesmo e para os outros, dessa forma compreendemos que todos estão lutando suas próprias batalhas internas, e dessa forma cultivamos a empatia como uma ferramenta de grande auxilio para criar conexões significativas.
              A compaixão transcende as fronteiras do ego, permitindo que o guerreiro espiritual veja a humanidade como uma única família, ligada por laços invisíveis de compreensão mutua. Dessa forma nos tornamos pessoas mais amorosas e encaramos os obstáculos com mais lucidez e leveza.
               A autenticidade é uma das formas de evoluirmos em nossos aprendizados, ela é a expressão mais pura e verdadeira de sua essência. Ter autenticidade é a arte de viver alinhado com a própria verdade interior, sem máscaras ou artifícios. No caminho espiritual a autenticidade não é apenas a aceitação de quem se é, mas a coragem de viver de acordo com essa verdade, mesmo quando o mundo ao redor nos pressiona a conformidade.
               Ao abraçar a autenticidade, o guerreiro espiritual se liberta das amarras da aprovação externa, abraçando a responsabilidade de criar sua própria narrativa. Dessa forma compreendemos que a autenticidade nos fortalece numa conexão interior, com nós mesmos, mas também podemos inspirar outros a irem por este caminho, libertando-os das próprias prisões auto impostas.
                Podemos concluir que o caminho espiritual é longo e árduo, mas esta jornada é tão importante quanto nosso destino. A coragem, a compaixão e a autenticidade são as ferramentas essenciais, que nós que somos os verdadeiros guerreiros, precisamos esculpir para nossa própria evolução espiritual.
                Com essas qualidades bem desenvolvidas nos tornamos guerreiros mais aptos a enfrentar todos os desafios e conseguir terminar nossa jornada espiritual cheios de conhecimentos. Essa é nossa verdadeira missão espiritual: aprender, ensinar, amar e sermos felizes.