quinta-feira, 25 de novembro de 2021

O acumulo de bens materiais no planeta terra, de certa forma é inútil

                   João era um homem muito rico e avarento, tinha muitos bens e dinheiro, mas não aceitava a ideia de ter que dividir. Decidido a resguardar-se de qualquer prejuízo, tomou uma decisão extrema, vendeu a maioria de seus bens e transformou esse dinheiro em barras de ouro. Em seguida enterrou no seu jardim.
                    Todo final de tarde, sentava próximo a seu tesouro e observava orgulhoso, sentia um misto de felicidade e êxtase por ter uma grande quantia enterrada em seu jardim.. Algo parecido ao tio Patinhas, milionário dos desenhos, que se deleitava mergulhando num tanque cheio de moedas.
                     Certo dia, um vizinho desconfiado de que algo havia sido enterrado no jardim, esperou o feliz observador ir dormir e cavou durante parte da noite, roubando todo o tesouro. Deixando João quase louco. Outro vizinho ao saber do fato ponderou: Não sei porque está tão transtornado, afinal se no lugar do ouro estivesse uma pedra, aconteceria o mesmo. Aquela riqueza não tinha nenhuma serventia para você, ao morrermos deixamos tudo para trás.
                       Atualmente é difícil encontrar pessoas como o João que enterram seus tesouros no jardim, as instituições financeiras cuidam de nossos bens com maior segurança, isso quando conseguimos ter algum bem. Infelizmente muitas pessoas enterram algo muito mais precioso que seus bens financeiros, sua existência. Se pararmos para analisar o quanto é preciosa a vida no planeta terra, não perderíamos tempo focando em riquezas materiais, mas sim em nosso aprimoramento.
                       A cada nova oportunidade de existência, ampliamos nossos conhecimentos, deixando para trás o que foi vivido, afinal é imprescindível esquecer o passado para recomeçar uma nova vida sem paixões ou fixações, os medos são sempre a causa maior dos fracassos.
                       A convivência com nossos antigos desafetos, que quase sempre estão como nossos familiares, amigos e amores, favorecem a retificação, o perdão e reconciliação indispensável a nossa evolução. O contato com esses companheiros do passado, nas experiências vividas em conjunto no lar e na atividade social, estreita os laços de afetividade, desenvolvendo o amor em nosso coração.
                       O corpo físico e orgânico é como uma armadura de ferro, tende a inibir nossas percepções espirituais, minimizando a interferência de nossos inimigos do passado. Mas muitas vezes nos cobra um preço difícil de ser pago, afinal o corpo é perecível e necessita de cuidados, mas sem exageros. Estamos humanos, mas somos espíritos.
                        As necessidades do corpo induzem ao trabalho, beneficiando assim o aprendizado de que tudo depende de nós. O trabalho é uma forma de nos ajudar a desenvolver empatia com os que sofrem, a valorizar o dinheiro ganho através do trabalho digno e perceber que tudo é passageiro. A força muscular e o corpo perfeito duram por um determinado tempo, assim como o trabalho, ele é importante para garantir nossa existência, mas tem seus dias contados, cedo ou tarde seremos chamados para voltar ao nosso verdadeiro lar, que o mundo espiritual.
                        O esforço pela subsistência desenvolve em cada um de nós a inteligência, algo mais que necessário para nossa evolução e aprendizado. As limitações físicas, emocionais e econômicas refreiam os impulsos inferiores que quase sempre são a causa de nossos sofrimentos.
                        As enfermidades depuram a alma e ajudam no desenvolvimento da paciência, aumentando dessa forma nossa vontade de lutar por dias melhores. A morte nos impõe a oportunidade de balanço existencial, sinalizando onde estamos na jornada evolutiva.
                        Assim como nosso amigo que guardou o dinheiro em seu jardim, tendemos a trocar o tesouro das oportunidades da edificação no bem por qualquer coisa reluzente, efêmera e temporária como os bens materiais.
                        Reflita sobre as decisões que você tem tomado, os bens materiais são necessários para nossa sobrevivência, mas não são imprescindíveis, sua vida, seus valores e seus aprendizados são os grandes méritos que devemos focar. Saiba usufruir das comodidades e valorizar o que é importante, nosso bem estar emocional e espiritual. Estamos de passagem, quando você menos esperar será a hora de partir, deixando tudo isso para trás. 

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