segunda-feira, 1 de novembro de 2021

A vitimização anda em alta no planeta

                  A pobreza social sempre esteve presente em nosso mundo, as classes sociais não deveriam existir, mas sim uma distribuição justa, mas como nada no planeta é justo, vamos evoluindo lentamente e acabamos por deixar de lado certas coisas que nos incomodam.
                  O problema gerado pela pobreza é diverso e complexo. Ser pobre atualmente significa ter falta de segurança e instabilidade financeira, a pobreza não é só uma carência de dinheiro. No mundo atual existem vencedores e perdedores. Os pobres se encaixam na categoria dos perdedores, daqueles que não podem ou não conseguem crescer por mérito próprio. Porque deixamos que isso aconteça em um planeta tão rico?
                  A palavra pobre deriva do latim pauper, pouco. No conceito original, pobre não era o deserdado, mas o terreno agrícola ou gado que não produzia o suficiente. Se formos comparar com outros grupos, como por exemplo algumas religiões, a pobreza é considerada desejada e necessária, deve ser aceita para alcançar um certo nível moral, intelectual e espiritual.
                   Segundo o catolicismo, a pobreza é um testemunho que todos os religiosos deveriam passar. Ao entraram para a ordem religiosa, devem deixar de lado títulos, rendas, objetos pessoais e até seus nomes, antigamente era comum certas famílias ricas enviarem um de seus filhos ou filhas para serem religiosos, isso aumentava o status da família e na maioria das vezes evitava brigas entre os herdeiros pelo trono ou propriedades.
                     A pobreza é considerada um elemento essencial de renuncia entre os budistas e jainistas, enquanto que para o catolicismo romano é um princípio evangélico e assumido como voto obrigatório por várias religiões. Eu diria que antigamente esse voto de pobreza era levado mais a sério, atualmente algumas religiões que se dizem cristãs são as mais ricas do planeta.
                    O professor de psicologia Elliot Berkman, diretor do laboratório de neurociência social e afetiva da universidade de Oregon-EUA, estuda como o cérebro é um armadilha da pobreza. As pessoas pobres frequentemente tem uma motivação para trabalhar duro e em vários empregos, pois colocam a sobrevivência no momento presente ao invés do sucesso a longo prazo. Segundo o professor Elliot é preciso libertar as pessoas da preocupação da sobrevivência diária, pois assim poderiam garantir seu futuro.
                  Para o espiritismo a pobreza assim como a riqueza nada mais é do que uma prova a ser passada pelo espírito, tendo em vista que o objetivo principal é o progresso. As vezes reencarnamos numa família rica e outras vezes numa casa pobre, para vivenciarmos experiências diferentes. A pobreza é para desenvolvermos a paciência e resignação.
                  Muitas pessoas entram no processo da vitimização por não terem nascido numa família rica, não querem correr atrás de seus desejos e nem se submetem a certos trabalhos por se acharem melhores do que os outros. São egoístas e oportunistas ao mesmo tempo, não aceitam passar por certas provações, se autodenominam os coitadinhos.
                  A síndrome do coitadinho é uma das moléstias da atualidade, onde os que não nasceram em berço de ouro tem medo de encarrar a vida de frente e de cabeça erguida, se sentem injustiçados, deixados de lado, abandonados pela sociedade, quando na realidade não desejam amadurecer e ter responsabilidades.
                  A principal característica do coitadinho é colocar-se como vítima das circunstâncias, e como tal passar a ideia de que a culpa de sua pobreza é dos outros. Para essas pessoas o governo deveria prover seu sustento, são os mesmos que idolatram o socialismo e o comunismo como forma única de bem estar social, exigem dos governos a divisão dos bens dos mais ricos com os mais pobres, mas se negam a lutar por uma vida melhor.
                  Muitas religiões e doutrinas, assim como alguns governantes desenvolvem um trabalho assistencial para tentar inserir essas pessoas ao estudo, ao trabalho, para terem uma vida digna, mas nem todos querem. É muito mais fácil permanecer no papel de vítima do que correr atrás de seus objetivos.
                 É preciso um esforço para domar nossas más tendências, é necessário além da doação do alimento, encaminharmos essas pessoas ao desenvolvimento intelectual, pois quando aprenderem que elas próprias podem ganhar seu sustento, começaram um novo ciclo em suas vidas.
                Não podemos esquecer da lei do trabalho e do progresso trazida pela doutrina espírita, onde é relatado justamente a importância do indivíduo romper com o acomodamento interno e a preguiça, para ultrapassar os obstáculos existenciais. Isso inclui buscar uma forma de sair da penúria material através de seu esforço. Somos espíritos vivendo uma experiência humana e temporária, se passamos por dificuldade é porque precisamos aprender algo. 
                Ninguém é obrigado a nada, segundo os espíritos, somos nós mesmos que escolhemos passar por certas dificuldades e provações difíceis para desenvolvermos olhos de ver e ouvidos de ouvir. A amorosidade nasce do sofrimento, assim como o respeito e a aceitação. Se você passa ou já passou por certas privações é porque algo de bom precisa nascer em seu intimo. Desenvolva resignação ante as dificuldades e tenha certeza que tudo é passageiro, assim que o aprendizado for aprendido tudo ficará mais leve e fácil. Tenha fé e seja feliz.

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