segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Sonhos eróticos sob uma ótica espiritualista

              Sonhos no geral são uma forma de nosso inconsciente falar ou interpretar os acontecimentos do dia e nossos desejos mais profundos, segundo a psicanalise de Sigmund Freud. Antigamente os sonhos eram classificados de premonitórios ou símbolos de algo que desejávamos, após o estudo e lançamento do livro "a interpretação dos sonhos'' Freud classifica os sonhos como algo a ser refletido. Porque tenho determinados sonhos? O que esses sonhos desencadeiam em minha mente? Que desejos escondo do mundo e aceito-os em meus sonhos?
               Allan Kardec na revista espírita classifica os sonhos como: comuns, reflexivos e espíritas. Os sonhos comuns são a continuação de nossas percepções físicas e psicológicas, como por exemplo sonhar que estamos trabalhando, interagindo com família e amigos. Os sonhos reflexivos são fragmentos de algum episódio vivido que nos afetou de alguma forma, seja algo bom ou que nos magoou. Já os sonhos espíritas estão associados ao que fazemos fora do corpo físico, o que nosso espírito deseja e busca enquanto nosso corpo repousa.
               Segundo essa classificação, os sonhos eróticos podem ser a continuação do desejo que você teve durante o dia, pode ser a lembrança de atos praticados. Enquanto o corpo repousa, nosso espírito ou alma dá vazão ao que realmente vai em nosso inconsciente, ao que nos interessa verdadeiramente. Muitas vezes somos surpreendidos com a personalidade que assumimos em nossos sonhos, pois não nos comportamos da mesma forma de quando estamos acordados, fazemos coisas que jamais faríamos despertos.
                Nos sonhos não existe o certo e errado que a sociedade exige, nem mesmo o corpo de matéria densa, não possuímos compromissos ou obrigações com ninguém, ou seja a máscara cai e assumimos o que realmente somos. Segundo o espírito André Luiz, três em cada quatro pessoas buscam prazeres nas zonas inferiores astrais durante o período do sono. É muito mais comum do que imaginamos.
                Desde a antiguidade e durante a idade média há inúmeros relatos de pessoas que praticavam sexo durante o sono. Incubus era o nome para a forma masculina e sucubus para a feminina, esses eram os nomes dados para espíritos ou demônios viciados em sexo, vampiros energéticos que nos atormentavam nos sonhos. Hoje já não chamamos de demónios ou espíritos do mal, pois sabemos que qualquer pessoa pode ser esse espírito que se aproxima em busca dos desejos mais íntimos reprimidos. 
               Precisamos aceitar que qualquer um de nós pode ser influenciado ou atraído por esses espíritos, afinal só acontece essa atração por sintonia. De certa forma nós queremos as mesmas coisas, mesmo que seja em nosso inconsciente. As regras da sociedade tentam nos moldar em pessoas perfeitas, sem desejos ou instintos, mas no fundo isso não é real, quando deixamos nosso corpo adormecido para traz, assumimos quem realmente somos, com nossos desejos e necessidades a flor da pele.
              Em consultório, onde existe a confidencialidade as pessoas acabam por falar sobre certas necessidades que não tem coragem de falar geralmente. De certa forma estamos sendo criados cheios de crenças e medos, a sociedade nos quer iguais para que o controle seja aceito, mas no fundo reprimimos nossos desejos e acabamos buscando satisfaze-los em zonas espirituais densas onde nos deparamos com obsessores e vampiros.
              Sonhos eróticos não são proibidos, mas quando são recorrentes é preciso procurar por ajuda, esse envolvimento com certos espíritos densos podem causar sérios comprometimentos ao nosso espírito e corpo físico. No começo esses sonhos são prazerosos e aparentemente inofensivos, afinal não há ninguém de carne e osso observando ou participando. Com o tempo vamos nos acostumando e nosso pensamento e imaginação se tornam atitudes reais, mesmo sendo no plano extra físico, a sintonia com esses espíritos se completa, a partir daí o processo obsessivo se instala e a ideia fixa no desejo pode acabar chegando ao corpo físico, podendo surgir patologias ou distúrbios emocionais e mentais, muitas doenças surgem de obsessões e desejos simples.
              Precisamos despertar para a realidade do que somos, acordados ou dormindo somos sempre nós mesmos, ou seja, o mesmo ser ou espírito imortal. A vigilância dos pensamentos é primordial para não cairmos nas garras de certos espíritos, procurar desenvolver o autoconhecimento é mais que necessário, conhecer seus desejos mais íntimos e escolher o melhor caminho para seu equilíbrio é o grande aprendizado da vida. 
             A partir do momento em que você conhece e domina todas as suas más tendências, sua vida segue um rumo mais equilibrado e seu agir se torna cada vez mais consciente. A certeza de fazer o certo nos faz muito bem, perdemos o medo e aceitamos que não somos perfeitos, as ilusões desaparecem e tudo o que foi reprimido no seu inconsciente se torna cada vez mais lúcido e consciente. A felicidade é real e pode ser vivida no plano físico, deixando de lado a busca por desejos reprimidos em nossos sonhos.

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