segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Morrer não é fácil, mas é algo obrigatório

             Nossa jornada aqui no planeta terra, cedo ou tarde chega ao fim, afinal aqui é uma escola, onde aprendemos a sermos pessoas melhores, nosso corpo físico tem certas limitações e em determinado momento suas funções começam a diminuir para darmos início a outro processo, de retorno a nossa verdadeira casa.
              É comum passarmos por doenças, pois elas ajudam a facilitar o processo de desprendimento. Ainda somos apegados a bens materiais, as pessoas, a sentimentos, por isso a doença de certa forma é uma grande ferramenta da espiritualidade para aceitarmos o processo. Não só para o doente, mas também sua família, afinal todos aprendem algo nesse processo.
               Para a família esse processo muitas vezes é mais doloroso do que para o doente, pois é preciso conciliar as emoções com a futura separação e ainda cuidar para que ele passe por esse período com conforto e tranquilidade. É comum os familiares sentirem-se desconfortáveis perante a morte, mas para o espírito, mesmo de forma inconsciente é um momento belo e grandioso, o retorno ao plano espiritual está sempre envolto em uma cortina de saudade e alívio por ter completado sua tarefa. 
               A separação da alma com o corpo físico é dolorosa?  Segundo os espíritos, o corpo físico na maioria das vezes não sente quase nada, pois é o fim do exílio; quem mais sofre é a alma, existe uma alegria por poder reencontrar-se com seus entes queridos, mas também deixamos muito para trás. Tudo o que foi vivido no plano físico relacionado aos aprendizados, os amores, as conquistas, acalenta a alma, mas não diminui a saudade tanto de quem vai, como de quem fica.
                No momento da morte, a alma tem aspirações ou êxtase, um misto de ansiedade e dúvidas, afinal não sabemos exatamente como será o reencontro, nem sempre estamos lúcidos, sem falar que deixamos muito para trás. Feliz daquele que consegue um minuto de lucidez, pois nesse minuto sua vida inteira passa por sua mente como um flash, tudo o que fizemos de certo, errado e até o que deixamos de fazer.
                Tenho muitas experiências nesse assunto, nasci numa grande família italiana, convivi com a morte desde de muito jovem, mais tarde o trabalho na área da enfermagem, pude observar muitos desencarnes e poucos tinham lucidez, na grande maioria existe um torpor, uma sonolência e até quase uma hipnose, o medo e o apego nos prende ao corpo físico. Isso sem falar nas religiões que criaram muitas crenças em nossa mente. 
                Sentimos medo de viver e medo de morrer, mas viver aqui no plano físico, num corpo denso e cheio de necessidades orgânicas é muito mais difícil do que morrer. A morte ou o desprendimento do corpo físico é uma libertação, precisamos parar de pensar que isso é sofrimento, quando na realidade é uma alegria enorme. 
                É preciso libertar a mente de tantas crenças limitantes, a morte é somente uma separação física temporária, para o espírito não existe morte, pois ele é eterno. Podemos nos reencontrar a qualquer momento em nossos sonhos e lembranças. A vida nada mais é do que memórias, sentimentos e aprendizados.  Foque no que foi vivido e não na falta física.
                 Aproveite cada momento com quem você ama, agradeça a oportunidade de crescimento ao lado de pessoas maravilhosas, de poder desenvolver o amor, de amar e ser amado, afinal devemos viver o hoje intensamente, pois o ontem já foi e não volta e o amanhã ainda não chegou.
                

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