segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Para perdoar é preciso entender que não somos perfeitos, estamos em aprendizado contínuo

              Aproximando-se dele, disse-lhe Pedro: ''Senhor quantas vezes perdoarei meu irmão, quando houver pecado contra mim? Até sete vezes?'' 
              Respondeu-lhe Jesus:''Não vos digo que perdoeis até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes.''  São Mateus 18:15, 21 e 22. Evangelho segundo o espiritismo.
              Devemos perdoar sempre, e como nos disse o Mestre Jesus, não sete vezes, mas setenta vezes sete. Essa é uma atitude realmente nobre, afinal muitas vezes o outro erra conosco simplesmente por desconhecer a forma correta de agir. Mas será que conseguimos aplicar esse ensinamento a nós mesmos? As vezes perdoamos quem nos ofende, mas não nos perdoamos por termos acreditado demais em alguém ou por termos feito algo errado.
               Já é difícil a gente se perdoar, imagina se seguíssemos o aprendizado de Jesus e conseguíssemos nos perdoar setenta vezes sete? Deixaríamos de viver nos acusando e remoendo os erros cometidos, tiraríamos de nossa mente tantos arrependimentos e amarguras, deixaríamos de viver uma existência inteira de infortúnio.
               A culpa unida ao medo atrai uma multidão de energias e seres espirituais em desequilíbrio para o nosso lado. Sobrecarregando assim nossa mente e corpo de idéias e sensações desagradáveis. Estamos nos punindo diariamente por decisões mal tomadas e por falta de caridade com nós mesmos.
               Por um lado o desconhecimento de como fazer diferente, de como fazer sem errar acaba por desencadear em nós a negação do perdão. Queremos ser perfeitos e exigimos isso dos outros, quando alguém nos magoa, perdoamos, mas quase nunca aceitamos perdoar a nós mesmos. É preciso aceitar que erramos assim como qualquer outra pessoa.
               Na maioria das vezes com medo de aceitarmos nossas fragilidades emocionais, acabamos por carregar um fardo pesado demais, colocamos em nossas costas um peso desnecessário só para não admitir que erramos, que fomos ingênuos ou que não sabemos de tudo.
               A culpa, na verdade é algo que nasce por entendermos que alguém errou, normalmente não está associado ao fato de a pessoa não poder oferecer algo diferente, ela errou por não saber ou não ter algo a mais para oferecer. Se eu errei por ignorância, não tenho tanta culpa, mas se agi dessa forma com o propósito de  ferir ou magoar é outra história. Afinal todos temos o lado sombra que fica muito bem guardado em nosso inconsciente.
               Segundo Carl Gustav Jung, a sombra é o lado de nossa personalidade que engloba tudo o que julgamos negativo, seja por pensarmos dessa forma ou por termos aprendido e aceitado que não existe nada diferente. Dessa forma a raiva, ciúme, inveja e outros sentimentos, ficam ocultos em nós, e a culpa por sentirmos coisas consideradas erradas ou menos nobre começa a pesar em nossa vida, assim como as coisas que poderíamos ter feito melhor, mas não sabíamos como. 
               O fato é que não podemos agradar a todos, estamos tentando melhorar a cada nova vida, a cada novo obstáculo. Estamos seres humanos, imperfeitos e cheios de dúvidas, mas somos essências espirituais em crescimento e aprendizado contínuo. 

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