segunda-feira, 24 de julho de 2017

Saindo do programa que nos aprisiona

        Desde que o mundo é mundo, ouvimos das antigas tradições e religiões de mais de seis mil anos atrás falarem sobre o aspecto doentio de nossa mente. Os Hindus falavam do distúrbio da mente humana, como uma forma de doença mental coletiva, o véu de maya que significa ilusão. Segundo os Hindus, maya é a energia que molda o mundo material, da ilusão da matéria como única verdade e que nos afasta do real que é estar no todo e fazer parte dele.
        A mente é maya e nos engana invariavelmente através de nossos desejos e impulsos. Esses desejos e impulsos criam filtros que fazem com que nossa visão do que é real seja deturpada e turva.Estamos quase sempre equivocados, e só percebemos a realidade parcial, dentro apenas de nosso pequeno e restrito prisma.
        Estamos vivendo uma realidade virtual, como se estivéssemos dentro de um programa de computador onde criamos nossa realidade material. Quanto mais nos afastamos do real, mais presos nessa ilusão material e mais distantes do nosso verdadeiro eu em essência estaremos. Atuamos com um suposto livre arbítrio, que significa não termos arbitragem, ou seja, não sofremos consequências de nossos atos.
        Tendemos a esquecer essa grande ilusão de maya, das leis naturais e universais como a de que somos parte do todo, que existe a lei da ação e reação, portanto, tudo o que fazemos altera o todo e sofremos as consequências de nossas atitudes.
        O Budismo fala do estado normal da mente humana que produz dukkha, termo páli da forma simplificada do sânscrito que quer dizer sofrimento, insatisfação ou tristeza. E esse estado  se manifesta em todas as situações.
        Para os cristãos, o estado desde o nascimento do homem é o do pecado original. Pecado significa errar o alvo, errar o sentido, estar desorientado, e portanto, sofrer e causar sofrimento. Essa palavra indica o distúrbio da mente humana como sua condição original. Esse desvio da sanidade mental do ser humano é devido a sua inversão de valores.
        A ciência da trilogia analítica tem essa premissa: ''O homem não é mal porque fica doente, mas fica doente porque está mal''. Os desejos, a cobiça e o medo dos ser humano foram deturpando seus conceitos a ponto de inverter o bem em mal e o mal em bem.
         Hoje temos valores do tipo: trabalhar é ruim, estudar é chato, ser correto é ser bobo, ser esperto e passar a perna nos outros é melhor. Quem engana os outros é inteligente e assim por diante.
         O ser humano teve um progresso gigantesco nas ciências, no conhecimento e tecnologia, mas esqueceu quase por completo da espiritualidade. Somos seres espirituais vivendo em um corpo físico temporariamente.
         Vivemos em meio a violência de todo tipo e nossa mente e corpo acabam por adoecer, não tem como não se contaminar com essas energias ruins que criamos ou pensamos. Cabe a nós mudarmos o exterior, partindo do princípio que assim como é dentro, é fora. Não existiria maldade se ela ainda não vivesse em nós, devemos extirpar o mal que ainda teimamos em sentir, somente assim podermos nos mudar e mudar o mundo que nos cerca. Comece nas pequenas mudanças e logo terá grandes atitudes.

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