segunda-feira, 22 de junho de 2020

Solidão é fechar-se em si

        Há mais ou menos três meses estamos convivendo com um vírus que adoece e pode tirar a vida. O medo da doença tem nos impedido de sair de casa, seja para laser ou trabalhar, deixamos de interagir com outras pessoas e muitas doenças emocionais estão tomando conta de nossos pensamentos.
        A solidão é nome deste sintoma que tem crescido assustadoramente ao ponto de tirar o sono e a vontade de viver. Solidão é o sentimento de estar só, sem ninguém por perto, é uma sensação de isolamento que nos aprisiona ao ponto de perdermos a vontade de fazer coisas que na maioria das vezes nos dão prazer.
        Esse sentimento nos desconecta de outras pessoas, aumenta em nós o medo de ser julgado e questionado, faz com que deixemos de interagir ou perdemos a vontade de se relacionar com qualquer pessoa. É uma sensação de desamparo, angústia e até pavor, quando a solidão toma conta de nossa mente, adoece nosso corpo e espírito.
         Essa insatisfação pessoal não pode ser tratada com analgésicos, será preciso ir a fonte dos problemas, encontrar a causa e os fundamentos. É preciso repensar o jeito de sentir e se posicionar perante as decisões que tomamos na vida, buscando uma mudança interior e de comportamentos.
         A melhor forma de reflexão é a autoanálise, um olhar interno e com calma para nossas emoções e nossos sentimentos, somente assim poderemos identificar quais foram os motivos reais para esse afastamento, seja ele social ou íntimo. Solidão é fechar-se em si.
         Estamos vivendo uma experiência humana, precisamos de interação social, faz parte de nosso instinto vivermos cercados de pessoas, afinal é assim que evoluímos e aprendemos. A cooperação social melhora o desenvolvimento moral, aprimorando nosso intelecto e ajuda nos reencontros espirituais. As pessoas se atraem e se agrupam por afinidades e semelhanças.
         O único obstáculo a ser vencido na melhora íntima somos nós mesmos. Nossa liberdade de escolha está dentro de nós, a verdadeira mudança ocorre no exato momento que nos libertarmos de sentimentos de revolta, ódio, raiva, inferioridade e vingança. É preciso deixarmos de ser vítimas para assumirmos o papel de protagonistas de nossa própria história.
          A mudança se inicia com a aceitação de que somos aprendizes e não professores. O verdadeiro trabalho da transformação é olhar com bons olhos para os erros, é usar o perdão em primeiro lugar para nós mesmos. Os erros e as diferenças devem ser vistos como um impulso a nossa melhora e não como uma trava que nos prende ou aprisiona.
          A vida é a jornada do conviver, aprender e evoluir. Se você por algum motivo está passando por um momento de solidão, ligue para um amigo e peça por ajuda. Crie o hábito de ouvir música, de orar e se conectar com Deus ou com a essência divina criadora. Assista bons filmes e se possível comece a meditar, a meditação é uma ótima ferramenta de interiorização.
         Comece a interagir mais com sua família, afinal eles estão ao seu lado desde seu nascimento, comece fazendo amizades online para depois transforma-las em presencial, crie uma rotina de interação social, nem que seja virtual a princípio. Não se pode desanimar, somente você pode mudar os rumos de sua vida, tenha coragem para dar o primeiro passo em busca de sua felicidade.
         

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