segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

O real propósito da fé

                Atualmente as principais faculdades já estão incluindo em sua grade de estudos a fé. Na última década uma infinidade de estudos já confirma que aquele que tem fé vive mais e melhor do que aquele que não acredita em nada. Os estudos mostram os benefícios da fé em relação a saúde com embasamento científico.
              Quem pratica alguma religiosidade aceita muito mais fácil uma doença ou morte de um  familiar do que aqueles que acreditam somente naquilo que é palpável. Pessoas com fé, após receber um diagnóstico de doença, apresentam níveis menores de inflamações e estresse, aceitam a doença como forma de limpeza ou melhora espiritual, enquanto que os não possuem fé, acreditam que isso é punição, castigo por algum ato impensado.
               Segundo os médicos, o paciente com fé, possui mais recursos internos de lidar com a doença, confia no tratamento e está mais aberto a mudanças do que outras pessoas. A fé realmente pode mover montanhas, que não precisam ser físicas, mas de fundo emocional, como o próprio Mestre já nos disse: ''tua fé te curou''.
               A fé também tem uma relação íntima com a felicidade. Um grande estudo feito na Europa mostrou que pessoas espiritualizadas e com fé no futuro são mais satisfeitas com a vida que levam, enfrentam as dificuldades com maior discernimento e não costumam se abater facilmente. Por outro lado, quem não acredita em nada tem muito mais propensão ao pessimismo e a ansiedade, pois pensam demais e agem de menos.
                Pessoas com fé sabem que o que é seu cedo ou tarde chegará, são mais abertas intelectualmente, tendem a manter a calma quando a grande maioria está surtando, acreditam na recompensa dos valores morais, sabem que existe um momento certo para tudo, a grande maioria das pessoas espiritualizadas não se apegam aos bens materiais, usufruem deles, sabendo que tudo é passageiro.
                A genética também ajuda a explicar a origem da fé, o geneticista americano Dean Hamer causou rebuliço no meio científico em 2004, ao anunciar a descoberta dos genes da fé, ou como ele preferiu chamar de o gene de Deus. Batizado de VMAT2, trata-se de um conjunto de genes que ativam substâncias químicas que dão significado as nossas experiências. Esses genes atuam no cérebro regulando a ação dos neurotransmissores, como a dopamina, ligada ao humor e a serotonina, ligada ao prazer.
                Exames de neuroimagem mostram a atividade das crenças espirituais no cérebro. É possível avaliar o impacto da fé ao analisar imagens cerebrais de freiras rezando, monges budistas meditando. Foi detectado um aumento significativo de atividades nas áreas relacionadas a emoção e comportamento, sem falar na redução na área relacionada a quem somos, ao seja, no que acreditamos que somos. 
               A diminuição de trabalho cerebral nessa região específica, representa a possibilidade de atingir com uma certa medicação um estado em que se perde a noção de individualidade, espaço e tempo. ''Você se torna um único ser com Deus ou com o universo'', escreveu o cientista Andrew Newberg. A ciência ainda não pode provar que Deus existe, mas pode medir os efeitos da crença no divino nas pessoas.
               A religião é o começo do entendimento da fé, uma forma de praticar através de dogmas e regras específicas, para que um dia possamos adentrar a verdadeira espiritualidade,  que é a busca para compreender as respostas ou as questões sobre a vida. A espiritualidade é algo íntimo e único que cada um de nós pode sentir, confiar e acreditar.
               A fé não está diretamente ligada a religião, mas quase sempre adentra a este caminho, a busca do autoconhecimento é uma das formas de ter fé sem religião ou sem estar preso a um dogma ou ritualística. A fé vem da certeza, da confiança em algo maior, não necessariamente em velas, incensos, imagens ou teologias. Quem tem fé é mais feliz, mais tranquilo e está sempre observando os sinais que o universo lhe dá.

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