quinta-feira, 29 de março de 2018

O mito da fênix

       Creio que todos já ouviram falar na fênix mitológica, é dito que as lágrimas dessa ave são mágicas e curativas, que ela tem controle sobre o fogo, resistência física e uma sabedoria que excede nosso entendimento. Isso sem falar que essa ave renasce de suas próprias cinzas.
       O estudo das mitologias tem um significado todo especial se soubermos interpretá-las. O mito da fênix simboliza o poder da resiliência, que é a nossa capacidade de recuperação de eventos negativos e de nos tornarmos seres mais fortes e iluminados depois dessas experiências.
        As primeiras referências culturais e religiosas em torno da fênix, surgiram no antigo Egito, como também o inicio da noção do que conhecemos hoje como resiliência. Existem também referencia da criatura na poesia Árabe, na cultura Greco-Romana e em muitos relatos históricos orientais, como na China. Neste país a fênix representa maior virtude, poder e prosperidade, e também o yin e o yang, as forças que compõe o universo.
        O poder de renascermos das cinzas está relacionado com situações ruins e experiências traumáticas que sempre deixam marcas negativas em nossa vida. Temos em nossas mãos o poder de transformar nossas vidas, nossos medos, ansiedades, fobias e ressurgir das cinzas triunfantes e revigorados, cabe a nós a mudança e o renascimento.
         No entanto, a capacidade de renovação e sustentação das forças e desejos não surge do nada. Elas começam com uma fase chamada morte, que nada mais são do que as situações traumáticas que passamos, onde uma parte de nós é morta e nunca mais volta. Somos semelhante as fênix, porque esta ave tem a habilidade de morrer e ressurgir através de sua própria destruição.
         Através do mito egípcio da fênix fica fácil entender a conexão que existe entre a fênix e a resiliência, para os egípcios a fênix morria e renascia a cada 500 anos, coincidindo com as inundações do rio Nilo. Segundo as tradições isso ocorria para que todos entendessem a importância da renovação de tempos em tempos, para que pudessem adquirir novas sabedorias.
        Segundo a tradição egípcia, a fênix construía seu ninho somente com materiais nobres, usava ramos de canela, carvalho, nardos e mirra. Quando o ninho ficava pronto, ela se sentava confortavelmente e cantava uma bela canção, a mais bela que os egípcios já ouviram, após permitia que o fogo a consumisse. Passados três dias ela ressurgia das cinzas com poder e forças renovadas, para dar inicio a um novo ciclo de vida e aprendizados.
        A história da fênix se assemelha ao nosso curso de ação em direção a resiliência, nós também procuramos os elementos mais fortes e nobres para construção de nosso ninho. Os elementos que escolhemos também nos ajudam em nosso processo de renascimento, mas é importante que saibamos, que antes de uma nova fase, haverá um fim. Nos transformaremos em cinzas e eliminaremos parte de nós mesmos que não retornarão.
        Porém nossas cinzas jamais ficarão perdidas, vagando até desaparecerem, elas se unirão e formarão uma nova parte de nós mesmos, muito mais forte e sábia, tornando-nos inspiração para quem deseja seguir o mesmo caminho e permitindo nosso verdadeiro avanço em direção ao crescimento e melhoramento...
       Que sejamos como a fênix, mesmo passando por grandes sofrimentos, renasceremos com novo animo e coragem para enfrentar novos desafios.

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