segunda-feira, 25 de maio de 2020

Trabalhando em desdobramento

               Mas um dia chega ao fim e uma noite cheia de trabalho no bem começa. Foi-me solicitado ajuda por alguns amigos, eles adquiriram recentemente um imóvel, mudar-se para uma casa nova é sempre maravilhoso, afinal esperamos estar seguros e tranquilos, mas nem sempre é assim. Após a mudança e a arrumação dos cômodos, os problemas começaram.
               Os moradores sentem um mal estar do nada, falta de apetite e animo, ninguém consegue dormir direito na casa, principalmente no quarto do casal. São barulhos, pesadelos e uma energia pesada. O que tem de errado com essa casa? É o imóvel ou as pessoas que vivem nele?
              Trabalhar em desdobramento é tarefa árdua, não é para qualquer um, é preciso muito comprometimento, coerência e disciplina. Na hora marcada nos encontramos em frente a casa de meus amigos. A equipe é composta por muitos espíritos desencarnados e alguns em desdobramento como eu. Como de costume, é feito mais uma prece antes de entrarmos na casa, formamos um circulo e juntos pedimos por amparo e proteção.
              Na redondeza da casa em questão já havíamos visto alguns espíritos a espreita, nos observavam de longe. Já no portão, via-se uma sujeira estranha, a grama não era verdinha, mas sim cinza, como se estivesse seca e sem vida, na calçada tinha manchas escuras que me lembravam poças de lama. A porta da casa estava cheia de trepadeiras com muitos espinhos, o cheiro era de podridão. O ambiente espiritual era desolador, não parecia que era uma casa  nova.
             As paredes estavam sujas, algumas tinham rabiscos e escritos que nunca vi, os móveis estavam envoltos em plantas, gosmas ou mofo, isso sem falar nos espíritos que circulavam ali, cadáveres ambulantes, literalmente, parecia um filme de terror. Impossível viver num ambiente desses, ficava claro o motivo do adoecimento da família.
            Começamos conversando, cuidando, limpando os espíritos, a equipe é grande e consegue convence-los a sair da casa, mediante algumas alternativas é claro. Alguns queriam comida, outros serem curados de suas feridas, alguns brigaram para não sair, mas vendo que estavam em menor número acabaram por aceitar.
            Agora era hora de cuidarmos das paredes, móveis e principalmente dos moradores, nos dividimos em dois grupos, fui com o grupo da limpeza. Jogávamos água com ervas nas paredes, ou melhor, do teto ao chão, escorria um lodo fétido, após um tempo longo e muitos baldes de água, tudo estava limpo e higienizado. Fomos para o quintal, limpar as paredes externas, as calçadas, grama e flores, era preciso revitalizar todo o ambiente para podermos criar uma grande bolha de contenção e proteção desde lar.
             O grupo que cuidou dos moradores, nos contaram que foram tirados muitos vermes e insetos espirituais do corpo das pessoas, era isso unido ao ambiente apodrecido que estava adoecendo as pessoas que com muito trabalho conseguiram adquirir esse imóvel.
              No final do trabalho, nos reunimos na calçada do lado de fora e em círculo agradecemos a oportunidade de trabalho e criamos a contenção energética da casa. Foi criado uma enorme bolha de proteção para que nosso trabalho não fosse desfeito, emanamos muita energia positiva ao ponto de deixar o ambiente e as pessoas que ali habitam indetectáveis para os espíritos que dali foram retirados.
              Cada um retornou a sua vida com a certeza que ajudamos e fomos ajudados, para os companheiros que como eu são encarnados, voltamos para nossos corpos adormecidos, os desencarnados para as cidades espirituais, afinal o dia já iria amanhecer e o trabalho continua.
              Por uma semana seguida estivemos naquele lar ajudando os moradores, eles estavam debilitados com a perda energética e era preciso muito mais do que uma limpeza espiritual, foi preciso alguns trabalhos de desobsessão, realinhamento dos chacras e psicoterapia para cuidar das emoções. A trabalho espiritual não é algo simples, enfim, mudanças de pensamentos, comportamentos, sentimentos e ações são lentas e necessárias a nossa evolução e aprendizado. Sempre que atendo algum cliente em consultório, peço ajuda de minha equipe espiritual para tratar também o ambiente familiar.
            A cura emocional está condicionada a melhora espiritual, uma não muda sem a outra. É preciso que tenhamos a certeza que tudo está ligado e entrelaçado. Somos seres espirituais vivendo um experiência física.

quinta-feira, 21 de maio de 2020

O comodismo é a fuga que nos enfraquece

        Nós seres encarnados, no momento humanos, fazemos de tudo para evitar os sofrimentos e aflições, temos por hábito minimizar certos acontecimentos para que não sejamos afetados por nenhuma dificuldade, dor, privação material ou emocional. De certa forma as vezes é até conveniente um isolamento, mas quando esse isolamento se transforma em fuga, nessas situações é preciso uma mudança ou mesmo uma renovação de pensamentos e atitudes.
        Ninguém gosta do sofrimento, segundo os espíritos amigos, poderíamos evoluir sem dor, mas infelizmente, ainda somos seres teimosos e egoicos. Não é necessariamente o sofrimento que nos proverá um futuro de felicidade e prosperidade carnal, mas sim como encaramos as pedras que surgem em nosso caminho.
         Nosso planeta é cheio de dificuldades, somos seres materiais, precisamos de alimento, moradia e de pelo menos o mínimo para nossa sobrevivência. Nossos comportamentos geram respostas e repercussões por vezes dolorosas, aumentando os desafios de nossa existência terrena. Por outro lado, espiritualmente falando, a terra e nós seus habitantes, ainda vivemos momentos de provas e expiações, isso ocorre porque ainda somos aprendizes na escola da evolução, por vezes falhamos e outras recebemos amargos resultados de nossas escolhas e ações equivocadas.
         Evitamos a todo custo sofrimentos, muitas vezes furtamo-nos de momentos alegres com medo do que virá, como se isso resolve-se alguma coisa. Fugir das responsabilidades não agrega nada de bom em nosso aprendizado. É preciso aceitar que momentos ruins fazem parte da evolução e melhora emocional, nosso esforço diário garantirá que conseguiremos alcançar o máximo em nossa existência.
         Observo que muitos querem permanecer no comodismo ou mesmo optam por ter pouquíssimos desafios, por temerem enfrentar uma batalha em que seja difícil vencer, nosso objetivo principal é angariar conquistas morais e espirituais. Será que o mais importante é sempre vencermos? Ou vencermos com ética e amorosidade?
          Podemos negar, mas o certo é que ninguém se satisfaz verdadeiramente sem ter lutado ou enfrentado seus desafios, tudo que vem fácil vai também, ou melhor, aquilo que ganhamos facilmente não damos o devido valor. As conquistas são merecimento e normalmente advém de nossas lutas internas e externas, o verdadeiro aprendizado vem de nossa alma que vida após vida enfrenta seus medos, ultrapassando obstáculos e criando novos caminhos.
         Por mais atrativa que possa parecer as facilidades ou ganhos fáceis são um atraso, um estacionamento em nossa evolução. O repouso ou comodismo é a fuga que nos enfraquece. Quem é testado nas dificuldades descobre potenciais, desenvolve força e segurança, avança na vida material, intelectual, espiritual e moral. O resultado de nossas ações conheceremos no dia em que a morte nos pedir o corpo carnal, nesse momento nosso espírito se liberta e terá plena certeza que suas decisões e esforços valeram a pena.
         Não se desvie do trajeto ou caminho correto, siga estudando, cuidando de suas emoções, criando caminhos alternativos e aumentando seus aprendizados. Seja luz por onde andar.
         

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Guerra emocional

          Desde a formação de nosso planeta, do surgimento da primeira célula até o homem com inteligência dos dias atuais, as brigas e guerras fazem parte de nossa cultura. Estar no poder e dominar os povos é necessidade de muitos. Qual é o verdadeiro sentido de destruir para conquistar?
          Albert Einstein, um dos grandes gênios que reencarnou na terra, afirmou que se acontecesse uma terceira guerra mundial a quarta seria de paus e pedras, tamanho o poder destruidor bélico e de armas nucleares existentes. Há tempos não se fala tanto em poder de destruição bélico, mas sim tecnológico, com chips e nanotecnologias,  biológico com doenças e vírus criados em laboratórios para contaminar e dizimar populações com o intuito de imunizar ou mesmo nos tornar mais fortes.
           Atualmente vivenciamos uma guerra biológica, um vírus que mata, adoece e principalmente enlouquece a mente das pessoas. Como se já não bastasse o medo de contrair uma doença, a mídia nos enlouquece com o foco no negativismo, isso sem falar das pessoas que sentem prazer em disseminar notícias ruins. Que prazer mórbido é esse de transformar o mundo em um lugar de pavor e pânico?
           Certa vez em uma entrevista, perguntaram para Chico Xavier como seria o futuro, se teríamos a terceira guerra mundial. Segundo os espíritos, a guerra seria silenciosa, microscópica. Nos anos 50 quando Chico disse isso, não imaginávamos que seria possível algo tão pequeno dizimar populações. Não é só alguns vírus que nos matam, mas sim a fome, o despreparo psicológico e emocional, a falta de educação, higiene, estudo e principalmente a falta de empatia.
            A união com pessoas de má índole, a tecnologia usada para o mal e as desigualdades é que irão acabar com a raça humana. É preciso que ocorra um despertar em cada ser que habita o planeta terra, precisamos cuidar de nosso corpo, mente e espírito, cuidar da natureza e de todos que aqui vivem.
            Precisamos ter coragem de enfrentar os que lutam contra as mudanças, pois muitos querem permanecer no conforto de seu lar e esquecem que nem todos tem um teto para dormir, um prato de comida para saciar a fome ou mesmo em copo de água. Até onde vai nosso comodismo ou nosso ego adoecido?
            Esse vírus nos trouxe uma grande certeza de que dinheiro, poder e ouro não garante a sobrevivência, afinal de nada adianta ter dinheiro se não existe alimento para comprar. Aquele que planta, colhe e entrega o alimento no mercado, tem muito mais valor em momentos de escassez.             Não damos o devido valor quase nada, foi preciso um isolamento e a distância social para valorizarmos o quanto é maravilhoso um abraço, o contato que temos quando convivemos diariamente com a mesma pessoa. Será que foi preciso um vírus para que aprendêssemos a desenvolver meio que a contra gosto a empatia?
          Aprenda a valorizar quem permanece ao seu lado em momentos de crise, amigos verdadeiros são poucos, família é quem se preocupa com você e não exatamente quem compartilha a mesma genética. Cuide de seus pensamentos, cuide de seu corpo e seja muito feliz.  

quinta-feira, 14 de maio de 2020

O poder da escolha em nossa vida

         Se existe algo do qual podemos ter certeza é que fazemos escolhas o tempo todo, algumas são boas, outras nem tanto. Seguir por um determinado caminho, fazer amizades ou se relacionar amorosamente com certa pessoa, começar um novo ou mudar de um emprego; as escolhas fazem parte da evolução da humanidade, elas desenham a trajetória humana.
         Sabemos que somos possuidores do livre arbítrio, em nosso ser o instinto, a razão e a emoção brigam constantemente para nos ajudar nas escolhas. A emoção costuma nos manipular para que as decisões sejam tomadas mediante nosso sentir, quase sempre a emoção erra em suas decisões. Segundo os espíritos deveríamos seguir o instinto unido a razão.
          Na pergunta 75 do livro dos espíritos, onde se questiona o instinto, os espíritos superiores nos alertam: O instinto sempre existe, mas o homem o negligencia, o instinto pode conduzir ao bem, ele nos guia  com mais segurança do que a razão. Ele não se transvia nunca. A razão as vezes é enganada e até deturpada pela má educação, pelo orgulho e até pelo egoísmo. O instinto não raciocina, mas a razão quando unida ao instinto nos permite a escolha correta e dá ao homem o libre arbítrio.
           ''O instinto é uma inteligência rudimentar que define a inteligência propriamente dita, suas manifestações são quase sempre espontâneas, enquanto que as decisões da inteligência são resultado de uma combinação e de um ato deliberado. O instinto varia em suas manifestações, segundo as espécies e suas necessidades. Nos seres que possuem consciência e percepção das coisas exteriores, ele se alia à inteligência, ou seja, á vontade e á liberdade''. Allan Kardec no comentário da pergunta 75 do livro dos espíritos.
            As escolhas que fazemos são fruto de nosso conhecimento adquirido em outras vivências terrenas e espirituais. Através do livre arbítrio escolhemos o que plantar, afinal, quem planta deveria saber o que irá colher. Quando plantamos coerência e sabedoria temos a certeza que a colheita será prospera, mas se plantarmos tristezas, dúvidas e medo, com toda certeza a colheita será duvidosa.
            Somos livres para agir da forma que quisermos, temos a liberdade de pensar e escolher o que nos agrada, somos responsáveis pelo bem ou mal que plantamos. Não se pode culpar ninguém, além de nós mesmos pelas decisões erradas. Como tomar a melhor decisão?
            Um sábio já nos disse há muito tempo ''vigiai e orai''. Quando Jesus aqui esteve, encarnado entre nós, deixou esse grande ensinamento, o vigiar não está relacionado somente ao outro, mas sim a nós mesmos, é preciso vigiarmos nossos pensamentos e sentimentos, são eles que definem as emoções, os instintos e a razão.
            A razão deve ser desenvolvida pela união da coerência e do instinto, enquanto que as emoções estão atreladas ao ego e ao medo do sofrimento. Quando precisar escolher um caminho, pare e reflita sobre o assunto, ore e se conecte com seu instinto e razão, se possível deixe a emoção de lado; com toda certeza conseguirá tomar a melhor decisão.
            O poder de escolher está em suas mãos, permita-se escolher sempre o caminho do bem, do correto e da coerência. Afinal o futuro é a colheita do que plantarmos hoje. Use com sabedoria as sementes, e os conhecimentos para um plantio sadio e proveitoso. 

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Sensações e percepções espirituais

           -Estava vendo televisão e de repente meu braço ficou arrepiado.
           -Senti um toque nos meus cabelos, mesmo sem ninguém por perto.
           -As vezes sinto cheiros ou perfumes, principalmente quando estou sozinha.
           -Esses dias estava em meu quarto estudando e alguém me chamou, respondi e não obtive resposta, fui procurar por meu marido e ele não estava em casa.
           Quem de nós nunca passou por um momento desses? Quem nunca sentiu os pelos do braço se arrepiarem do nada, ou mesmo aquela sensação de estar sendo observado? Porque isso ocorre com a grande maioria das pessoas? Seriam espíritos ou nossa imaginação?
            Para aqueles que como eu, acreditam na vida após a morte física ou que seguimos uma doutrina espírita ou espiritualista, não há dúvidas que nunca estamos sozinhos. Somos vigiados ou cuidados o tempo todo, mesmo quando não percebemos nada. Segundo uma estatística, para cada um que está encarnado existe outros seis desencarnados, ou seja, não estamos sozinhos, mas sim, acompanhados por pelo menos seis espíritos.
            A grande dúvida é que tipo de espíritos se aproximam de nós. Sabemos que nossos pensamentos, ações e emoções definem essas companhias, mas porque algumas pessoas sentem suas presenças e outras não?
           Algumas pessoas com sensibilidade podem sentir quando um espírito se aproxima, sentem até quando uma pessoa chega perto. A aura ou campo magnético do espírito toca a aura da pessoa sensível, automaticamente os nervos cutâneos são atingidos e sensibilizados. É como um pequeno, as vezes um grande choque nervoso, os nervos se contraem, erriçando os pelos ou fazendo com que a pele fique arrepiada.
           Nem sempre a sensação é de arrepio, pode ser um toque na pele, nos cabelos, cheiros, vozes, entre outras. Cada pessoa sente de forma única, não dá para generalizar, afinal a sensibilidade depende de quanto magnetismo ela possui ou como é sua vibração. Quanto maior for o campo magnético maior será suas sensações e percepções, por isso que cada um de nós vê, sente ou percebe a presença espiritual diferente.
           A aura ou campo magnético é uma camada invisível que reveste o corpo físico e espiritual. Já perceberam que nas pinturas dos santos sempre existe um halo sobre a cabeça ou uma luz ao seu redor, é a aura. Alguns estudiosos dizem que somente os humanos possuem, não é exatamente uma verdade, as pessoas, plantas, animais, minerais e espíritos desencanados possuem, cada um de forma única e diferente.
           Certamente você já ouviu falar nas pessoas que tem vidência, as vezes elas conseguem visualizar a aura, existe diferença entre um espírito encarnado e um desencarnado, o brilho e o campo magnético são diferenciados por cores e nuances. Nós encarnados possuímos ectoplasma que é inerente ao ser vivo, é nossa energia ou fluido vital como alguns conhecem, esse fluido é diferenciado e percebido a longas distâncias. 
           Seria maravilhoso se só sentíssemos a presença dos bons espíritos, mas não é sempre assim, você já teve a sensação de que o ambiente de repente esfriou, aquele arrepio de frio ou medo? Nesses casos a aproximação não é boa, muito provável esse espírito está com más intenções e tentando te influenciar ou mesmo colocando pensamentos negativos em sua mente. É preciso prestar atenção.
            Esses dias, eu estava em casa sozinha lendo, ouvi uma voz dentro de minha mente resmungando, olhei para os lados e não vi ninguém, a voz continuava. Após muitos anos de convívio com os espíritos aprendi a diferenciar quando os pensamentos são meus ou não. Como eu estava lendo e focada no livro, não eram meus pensamentos que estavam resmungando, tinha alguém se conectando por causa da leitura, Era um livro sobre mediunidade e obsessão, portanto o espírito precisava de ajuda.
            Larguei o livro e fiz uma prece pedindo para os amigos espirituais virem ajudar esse espírito que estava perdido. Imediatamente os resmungos cessaram, senti uma tranquilidade e o ambiente se iluminou. Abri meus olhos espirituais e vi vários espíritos doentes, rastejando e pedindo por ajuda, foram todos levados e socorridos pelos enfermeiros espirituais. Retornei para minha leitura e após alguns minutos o ambiente voltou ao normal.
            Aprenda a observar e diferenciar as sensações que você sente, estude, faça meditação, foque no seu autoconhecimento e seja uma pessoa melhor, esse é o grande aprendizado que devemos ter. Tudo é energia e ela vai nos influenciar, que seja sempre para melhor.    

quinta-feira, 7 de maio de 2020

Há muitas moradas na casa de meu pai

          Um dos capítulos que mais gosto do evangelho segundo o espiritismo é o terceiro, há muitas moradas na casa de meu pai. ''Que vosso coração não se turbe. Crede em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai, se assim não fosse, eu já vos teria dito, porque eu me vou para vos preparar o lugar e depois que eu tenha ido e que vos tenha preparado o lugar, eu voltarei e vos retomarei para mim, a fim de que lá onde eu estiver aí estejais também''.
         Quando Jesus fala das moradas de Deus, ele deixa claro que a terra e o nosso corpo não são as únicas moradas, mas sim que existem outros lugares, planetas, dimensões, corpos, afinal estamos aqui de passagem. Outra coisa que nos chama a tenção é que Deus em sua infinita grandeza não abandona ninguém.
          Já fiz estudos e palestras sobre este assunto, o conhecimento alegra minha alma, com o passar dos séculos e as traduções, muitas palavras mudam de significado conforme evoluímos. O que será que Jesus quis dizer com essa frase tão profunda, que mesmo tendo se passado quase dois mil anos de sua vinda para o plano físico ainda não conseguimos entender.
         As vezes reflito sobre o que Jesus falou, é preciso observar que o povo daquela época não tinha instrução como temos atualmente, eles aprendiam pelo sofrimento e foi preciso algo diferente como a cura do corpo físico para desenvolver os sentimentos. Jesus falava por histórias ou parábolas, tentando diferenciar o certo do errado, para atiçar ou mesmo desenvolver o amor no coração de cada um deles.
         ''Não se turbe o vosso coração''. O coração é um dos mais importantes órgãos do corpo humano, sem ele não vivemos, mas também é atribuído a este órgão as emoções, de forma romântica sempre que queremos dizer que amamos alguém, é do coração que lembramos. Fisicamente ou cientificamente não existe correlação dos sentimentos a um órgão especificamente, mas o coração é o termômetro de nossas emoções, você já reparou como dói o peito quando estamos tristes? Ou como tudo fica leve quando nos apaixonamos?
          Podemos compreender as emoções com o cérebro, mas as sentimos com o coração. Em cada pensamento, gesto, palavra, atitude e ação existe sentimento, ou seja, o coração está presente em nossa vida muito mais do que imaginamos, ele não é somente um órgão que bombeia o sangue. Será que era isso que Jesus queria que entendêssemos e que não somos nada sem amor?
           A vida aqui na terra nos mostra que tudo tem dois lados, o material e o espiritual, o visível e o invisível, o objetivo e o subjetivo, o bem e o mal; é essa dualidade que nos impulsiona a mudanças e aprendizados. Conseguir equilibrar razão e emoção, deveria ser o grande aprendizado para nós espíritos imortais.
           Há muitas moradas na casa de meu Pai, eu sou uma dessas moradas, e cabe a mim, aprender a usar a razão sem deixar de ouvir a voz da emoção. É a união desses dois órgãos e seus sentimentos que farão a grande mudança em nossa vida. Saiba ouvir com seu coração, mas nunca deixe de lado os questionamentos da razão, afinal é na razão que estão os conhecimentos adquiridos de outras vidas. Ame-se, respeite-se e seja pleno em suas emoções. 

domingo, 3 de maio de 2020

Aprenda a higienizar pensamentos, sentimentos e emoções

           Vivemos um momento único na história da humanidade, apesar de grandes avanços tecnológicos, da ciência e até da medicina, um vírus mortal nos obriga a permanecer em casa, isolados do convívio social. Para algumas pessoas essa situação não é dolorosa, afinal sempre podemos encontrar algo diferente para fazer dentro de casa; mas para uma grande maioria é quase insuportável ficar preso sem contato humano.
           Independente de qual sentimento sua mente está cheia, é preciso buscar um equilíbrio para não entrar em pânico ou adoecer emocionalmente. O bem estar e o equilíbrio dependem de suas emoções e pensamentos, aproveite esse tempo de distanciamento social para fazer coisas que te dão prazer, como por exemplo assistir um filme que a muito tempo queria e não conseguia por causa do trabalho ou por não conseguir se desligar do mundo exterior.
            Outra grande dica é criar uma rotina ou agenda de coisas a se fazer para não ficar muito tempo ocioso e pensando besteiras. Aproveite para ler, fazer aquela receita gostosa, arrumar os armários e separar tudo o que não é usado e se possível doar a quem precisa, telefone para aqueles amigos que você não vê a muito tempo, faça meditação, cante a música que você adora, acorde a criança que você já foi e dance sem medo de ser repreendido, afinal você está colocando para fora todos os medos e sentimentos que nos adoecem. Não tenha medo de ser feliz.
              Transforme esse momento de isolamento em uma reconexão mental e espiritual. Viaje pela internet e encontre palestras, cursos, meditações, receitas gostosas, faça novos amigos on-line. Aprenda a ouvir a voz de sua intuição, preste atenção a cada pensamento que surgir em sua mente, tente analisar o porque de certas imagens aparecerem do nada e qual sua emoção em relação a elas. Entenda que nada surge à toa, por trás de cada imagem, pensamento ou sentimento há uma razão, o momento é propício ao autoconhecimento.
             Não tenha medo de olhar para seu interior, normalmente colocamos uma máscara de boa pessoa ou mesmo de indiferença a tudo, mas na realidade fugimos do autoconhecimento com medo das emoções que podemos encontrar. Entenda que ninguém sabe tudo ou é perfeito, somos seres em aprendizado e desenvolvimento intelectual e espiritual.
             Você deve estar cansado de ouvir que é um espírito vivendo uma experiência humana, essa é a grande realidade que quase ninguém quer ver ou sentir. Estamos aqui na terra de passagem, viemos para  aprender a ser feliz, amar e desenvolver a caridade dentro de nós mesmos. Não se iluda com conceitos básicos, você é essencial e único em sua forma de pensar, agir e crescer.
              Aproveite este momento de parada estratégica, transforme essa oportunidade em aprendizados maravilhosos, que tal você se reconectar com a essência espiritual que te criou e da qual fazemos parte. Crie um ambiente de paz e alegria em sua casa, higienize seu lar com amor e gratidão, tenha fé que dias melhores virão e aceite tudo o que o universo lhe enviar, afinal tudo faz parte da nossa evolução. Esteja aberto as novas oportunidades, você merece.   

terça-feira, 28 de abril de 2020

Família, motivos físicos e espirituais

          Como está o ambiente familiar ao qual você vive? Sua família é envolvida em amorosidade, respeito e união ou é uma família de porta retrato?
          Antigamente as famílias eram núcleos de pessoas que viviam e conviviam 24 horas do dia, 7 dias da semana e o ano todo juntos, trabalhavam na fazenda ou empresa familiar. A interação de amizades era no núcleo e as vezes até os casamentos eram entre familiares. Atualmente o núcleo familiar mudou muito, nem sempre é formada por muitas pessoas, as vezes se resume a um pai ou uma mãe e seus filhos, perdemos o convívio, a amorosidade e isso tem nos adoecido emocionalmente e até fisicamente.
          Os tempos modernos acabaram por desencadear uma degradação da instituição chamada família. Em algumas famílias é impossível a formatação de uma árvore genealógica, as pessoas mudam-se e o contato se perde, ocorrem separação, desentendimentos, novos casamentos, meios-irmãos, agregados, entre outros. Família em termos físicos é a união ou convivência entre pessoas que se amam e se respeitam pelo tempo que durar esse sentimento.
           Para conseguirmos uma família no plano físico é preciso estrutura-la no plano espiritual primeiro. Existe todo um aparato espiritual para formar um núcleo familiar, desde comprometimento, mínima afinidade, sentimentos, débitos pendentes, costumamos dizer que a família é o nosso maior compromisso  reencarnatório, essa é a mais pura verdade.
          Após todas as programações e mesmo com tudo pré estipulado ou definido, temos o livre arbítrio para alterar e modificar toda a estrutura ou mesmo agregar novas pessoas. São nossas emoções que definem o caminho ou a mudança que iremos seguir, as vezes tomamos decisões erradas e será preciso um recomeço, se não for na vida atual, será na próxima.
         A família espiritual não está ligada em laços orgânicos ou genéticos, mas sim em sentimentos e necessidades que nosso espírito precisa aprender ou desenvolver. As vezes nossa família espiritual é um amigo que surge do nada e nos tira de situações desagradáveis, é aquela pessoa que se torna indispensável em nossa vida, que dá amparo e apoio que ninguém mais consegue, é aquele ser que faz a grande diferença em todos os momentos.
          Enquanto que a família física é organizada por necessidade evolutiva e biológica compatíveis o núcleo familiar espiritual é mais abrangente. A família espiritual é o incentivo em forma de intuição, normalmente nosso anjo da guarda é um familiar, é alguém que deixa de renascer para ficar ao nosso lado, sua missão é cuidar e ajudar da melhor forma possível.
           Nascemos numa determinada família para nos ajudarmos e não para brigarmos. Devemos aproveitar enquanto estivermos a caminho, ou seja, a família é o nosso caminho para mudanças e aprendizados. Não perca tempo guardando rancor ou mágoa, crie novas oportunidades de crescimento amando aqueles que seguem ao seu lado, respeite e agradeça a oportunidade de estar reencarnado no planeta terra neste momento, afinal milhares de espíritos esperam por essa oportunidade, seja grato e faça o seu melhor a cada dia.
          Desenvolva amorosidade e respeito por você e por todos que interagem de uma forma ativa ou passiva com suas energias, somos seres energéticos e atraímos somente o que vibramos e sentimos. Seja amor e luz em seu andar, pensar, sentir e falar.

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Apocalipse ou fim do mundo?

           E disse Jesus: ''Quando ouvirdes falar de guerras e rumores de guerras, não vos perturbeis, porque assim deve acontecer, mas ainda não é o fim. Porque se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá terremotos em diversos lugares, e haverá fomes e tribulações. Estas coisas são o princípio das dores. Mas olhai por vós mesmos, porque vos entregarão aos concílios e às sinagogas, e sereis açoitados, e sereis apresentados perante presidentes e reis, por amor a mim, para lhes servir de testemunho. Mas importa que o evangelho seja primeiramente pregado a todas as nações.'' Marcos 13:7-10
           As palavras de Jesus estão muito atuais, vivemos um momento em que muitos acreditam que o apocalipse  está se tornando realidade, o pavor assola nossos corações, será mesmo o fim do mundo? Ou o fim dos que querem permanecer no caminho do mal?
           As profecias do Cristo nos chamam atenção para uma profunda reflexão, são nos momentos de crise, de doenças e pandemias que paramos de pensar em nós mesmos e olhamos para os que vivem ao nosso lado. Segundo Kardec no livro dos espíritos, faz parte da evolução do planeta as doenças e desastres naturais, é a lei da destruição que vem para nos ajudar no aprimoramento moral, intelectual e físico.
          As vezes o que nos parece terrível e sem solução é apenas uma das formas de progredir em um planeta tão denso, enquanto nós humanos não desenvolvermos o discernimento e aprendermos a diferenciar o bem do mal, continuaram a acontecer tragédias e sofrimento.
          Nos últimos 12 mil anos acontece uma batalha entre luz e trevas, entre o bem e o mal que habita em cada ser vivo. Nossa razão brigando com a intuição vinte quatro horas do dia, causando um cansaço extremo emocional e físico. Nossa mente é escrava dos bens materiais, é manipulada constantemente pela mídia, pelos governantes, por leis que priorizam somente os mais fortes e ricos.
          Muitos dizem que é o fim do mundo como conhecemos, afinal enquanto alguns tem medo da terceira guerra mundial, se esquecem da verdadeira guerra que acontece dentro de cada um de nós.
          Possuímos um corpo orgânico e muito frágil, são órgãos, células, vírus e bactérias que se agrupam para nossa saúde e nos mantermos vivos. Nossa alimentação, pensamentos e emoções é  totalmente desregrada, abrindo brechas para doenças e proliferação de tudo o que é mais nocivo a nossa saúde física, mental e emocional.
          O mundo não acaba, nem mesmo para aqueles que saem dessa dimensão em decorrência de doenças ou desencarne. A morte espiritual não existe, o corpo morre mas o espírito renasce sucessivamente neste planeta ou em outros. Pare de se vitimizar e abra sua mente para o que está acontecendo. O mundo está sendo transformado e cabe a você aceitar essa modificação e ampliar seus conceitos, crenças e sentimentos do que é certo ou errado, você pode ser um agente transformador ou aquele que fica esperando que os outros façam tudo. A única mudança real é a que você pode fazer.

            

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Quando os flagelos são incentivo para mudanças

        Para que no planeta terra exista felicidade, saúde e união é preciso que seja povoado por espíritos bons, encarnados e desencarnados, que se dediquem ao bem o tempo todo. Quando esse tempo chegar, todos os espíritos que ainda praticam o mal pelo mal ou que não foram tocados pelo sentimento do bem, serão convidados a se retirarem da terra, afinal não conseguiriam permanecer num local onde sua vibração não é compatível.
        Esses espíritos de corações endurecidos terão que expiar seus flagelos em mundos inferiores, com raças ainda atrasadas ou com grau de inferioridade menor do que eles, para que possam usar de seus conhecimentos em prol de ajudar outros a avançar espiritualmente. Essa é uma das formas que a espiritualidade usa para incentivar o avanço dos que teimam em permanecer no caminho do mal. Quando esse espírito ajuda outro menos adiantado, acaba por se ajudar sem perceber, é a grandeza do amor celestial que não deixa nenhum de seus filhos para trás.
         Os espíritos que reencarnarão na terra são substituídos gradativamente, a mudança energética e moral acontece de forma lenta, o planeta irá se transformar num lugar melhor com o passar dos séculos e não por cataclismos que aniquile toda uma geração.
         A atual geração desaparecerá gradativamente, da mesma forma que os novos virão aos poucos e se consolidarão aqui na terra, essa é a ordem natural da evolução. Jesus já sabia disso e deixou bem claro na frase: ''Digo-vos em verdade, que essa geração não passará sem que estes fatos tenham ocorrido''. Ilude-se aquele que acredita numa transformação por efeitos sobrenaturais ou maravilhosos.
          Estamos em momentos de transição, onde os elementos do mundo de provas e expiações se confundem com a regeneração, vivemos momentos de intermediação, assistimos a partida de um e a chegada de outro nesse mundo, por características que lhes são peculiares. Alguns que reencarnam na atualidade não trazem gravados em seus perispíritos certas ideias e comportamentos ao qual estamos acostumados, mas também não estão muito mais evoluídos do que nós. Nem sempre tem disposições morais acentuadas, mas trazem em seu coração uma certa amorosidade unida a intuição, que irá garantir um desenvolvimento intelectual e moral mais rápido.
           A era do progresso moral começa a se instalar no planeta terra, já avançamos tecnologicamente, agora cabe as novas gerações desenvolver a moral, por isso os que chegam possuem uma inteligência maior unida a vontade de crescer espiritualmente. São mais maleáveis e abertos a novas formas de amar, de se relacionar, de se alimentar e de interagir com tudo a seu redor. Não gostam de ficar presos a uma religião ou a conceitos, abominam crenças limitantes, precisam estar em meio a natureza e a pessoas boas, muitas vezes procuram no isolamento o equilíbrio necessário para seu bem estar.
          Não precisamos ter medo do futuro, a regeneração da humanidade já está ocorrendo há muito tempo, não se exige mudança radical e nem renovação moral integral dos que aqui estão ou dos que chegarão, basta começarmos por uma mudança interior moral e mental que automaticamente mudaremos espiritualmente. Essa modificação opera em todos que estiverem predispostos e que queiram subtrair a influência perniciosa que circula pelo mundo. A mudança somos nós.
          A terra é acometida por flagelos constantemente, atualmente passamos por um que está nos adoecendo pelo medo de morrer. Não podemos esquecer que o corpo adoece e morre, mas o espírito está sempre destinado há uma nova remodelação, alguns males vem para nos fortalecer, é como as folhas das árvores que caem no outono para brotarem cheias de vida e vigor. A humanidade também tem suas estações e os indivíduos tem suas idades. As folas mortas da humanidade caem batidas pelas rajadas de ventos fortes, para renascerem mais vivazes sob o mesmo sopro de vida, que nunca  se extingue, mas que se purifica.
            É preciso coragem para mudar e refazer um novo caminho, este é o melhor momento para nosso espírito estar encarnado no planeta terra, que não nos falte sabedoria para saber calar o medo que teima em crescer em nosso coração, que a fé e esperança sejam nosso apoio e certeza,. que nada aparece em nosso caminho que não seja necessário transpor. Seja a luz  que nunca se apaga na sua caminhada.

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Auto perdão como reforma íntima

        Toda vez que a culpa não emerge de maneira consciente, são liberados conflitos que a mascaram, levando ao medo, desespero e inquietações sem aparente causa. Todas as criaturas cometem erros, de menor ou maior gravidade, alguns dos quais ficam arquivados em nosso inconsciente e surgem em nossa vida sem mesmo estarmos trabalhando isso em consultório terapêutico, seja como referência de nós mesmos ou das pessoas que nos cercam.
         Cedo ou tarde, certas inquietações surgem do nada, aumentando nossas tristezas e insatisfação. Porque isso ocorre? O que desencadeia em nossa mente essa necessidade de olharmos para dentro e questionarmos nossas atitudes?
         A culpa é sempre responsável por nossas inquietações, desencadeia em nós processos neuróticos, tentando mudar nossa forma de pensar e agir. É necessário enfrentarmos a culpa com serenidade, altivez e compaixão por nós mesmos.
          Ninguém é intocável no processo da melhora íntima e da evolução. Estamos todos no caminho da mudança, mesmo aquele que segue retamente o caminho do bem, está sujeito a alternância de conduta, tendo em vista sempre os desafios que se apresentam unidos ao estado emocional. Sem emoção envolvida não há mudança.
          Há períodos de bem estar em nossa vida, onde é fácil agir com tranquilidade e calma um determinado inconveniente, enquanto noutras ocasiões os mesmos problemas podem ser de difícil solução, desencadeando em nós distúrbios e reações imprevisíveis. Todos podemos cometer erros, faz parte de nosso dever perdoar-nos para não permanecer no equivoco, ao mesmo tempo em que devemos nos esforçar para reparar o mal cometido.
          Podemos cometer sem consciência muitos males, que mais cedo ou tarde irão produzir remorsos, vergonha e ressentimento em nossa mente, as vezes falta-nos coragem para reviver e liberar o mal que esses sentimentos causam em nós. Criar o hábito de auto perdoar-se é mais que necessário em nosso estágio evolutivo.
          O auto perdão é uma terapia moral essencial para a reforma íntima, é uma reavaliação da ocorrência, é um exame sincero e honesto em torno do acontecimento, diluindo-se racionalmente todo e qualquer equivoco para que haja predisposição a novas oportunidades.
          Auto perdão é uma forma de superarmos a culpa e aumentarmos a paz interior, é uma forma de adquirirmos tranquilidade emocional, item essencial em nossa vida se queremos evoluir e sermos pessoas melhores.
          Joana de Ângelis ao falar sobre auto perdão nos diz: ''Faze sempre o maior bem possível, ajuda-te com compaixão e amor, alçando-te a paisagens mais nobres do que aquelas por onde andas por enquanto. Perdoa-te portanto, também ao teu próximo, seja qual for o crime que aja cometido contra ti.''
          Crie o hábito do auto amor e do auto perdão, tenho certeza que sua jornada será mais leve e serena.

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Mortes prematuras ou por doenças

         É imensurável a dor de vermos alguém que amamos morrer. O sofrimento de uma mãe ou pai quando seu filho é tirado prematuramente por uma doença que veio do nada; o sofrimento não diminui nem mesmo quando nosso ente querido já viveu muito ao nosso lado. A morte não nos dá opções, tira sempre de nós quem amamos.
          Cremos que somos espíritos imortais, mas é da natureza humana o apego a matéria e as pessoas. É comum nos questionarmos em momentos de sofrimento ou de separação como a morte. Atualmente vivemos momentos tristes com uma pandemia mundial, muitos estão adoecendo e morrendo por causa de doenças autoimunes.
           No livro dos espíritos, pergunta 345, Kardec pergunta: a união entre corpo e espírito é definitiva desde o momento da concepção? A resposta dos espíritos é que a união é definitiva, outro espírito não pode substituir aquele que está designado ao corpo; porém como os laços que nos prendem são extremamente fracos, podem ser rompidos facilmente pela vontade do espírito, mediante sua recusa em passar pelas provas ao qual foi designado ou escolheu.
           A resposta dos espíritos é clara, podemos romper esse elo que nos aprisiona ao corpo em qualquer etapa de nossa encarnação, se o fizermos antes do nascimento, a espiritualidade providencia outro corpo para continuarmos nosso aprendizado.
           Outro detalhe importante é que ao nascermos já fica mais ou menos estimado o tempo de vida, nos é dado uma quantidade de fluido vital que vai se esvaindo com o passar dos anos. Os órgãos estão impregnados de fluido vital, ele une e dá a todas as partes do organismo uma harmonia, restaurando lesões e restabelecendo todas as funções, mas se por um motivo qualquer, essa harmonia for destruída por doenças, lacerações, vírus, medo, entre outras; suas funções podem sessar, como o movimento de um mecanismo cuja as peças principais estão desarranjadas. Neste caso o fluído vital é impotente para transmitir ao organismo o movimento da vida, e o ser morre.
            A vida orgânica é frágil, muito mais do que imaginamos. As imperfeições do meio ao qual vivemos, da matéria e de nosso corpo é a causa principal das maioria das mortes. A morte é apenas a mudança do plano físico para o plano espiritual, o espírito reencarna para adquirir conhecimento e viver determinadas experiências, quando seu aprendizado está completo, ele retorna ao plano extrafísico, mas há casos em que o espírito se desvirtuou, ou seja, está muito afastado do que precisava passar ou ainda, está cometendo muitos erros e piorando sua situação; nesses casos a espiritualidade amiga interrompe sua jornada terrena para não se comprometer ainda mais.
           Seriam esses os casos de doenças repentinas, de acidentes, desastres naturais ou momentos de epidemias? Nada é certo ou errado, são suposições, afinal ninguém tem resposta para tudo, supõe-se que a espiritalidade, quando necessário for, dá um jeito de estarmos no local e com nosso organismo debilitado para que se interrompa a estadia no plano terrestre, nada acontece sem uma programação ou em prol de nossa melhora, a ajuda vem, as vezes é diferente do que queremos.
          Sofrer com a morte de um ente querido é normal, mas precisamos aceitar que não é castigo ou mesmo que fomos abandonados por Deus. As doenças e epidemias sempre estiveram ao nosso lado no planeta terra, é uma forma de internalizarmos, de adquirirmos consciência, desenvolvermos amor e caridade  pelos nossos irmão, mas principalmente para evoluímos, o sofrimento fortalece o espírito e engrandece a alma.
         
                 

quinta-feira, 9 de abril de 2020

Espelho da vida

              No livro Pensamento e Vida do espírito Emmanuel pela mediunidade do querido Chico Xavier no ano de 1938, o bem feitor espiritual nos diz: ''A mente é o espelho da vida em toda parte.''
              A mente é desenvolvida desde sua criação até sua angelitude. Sob a orientação do criador, experimentando o instinto e as ilusões, o bem e o mal, o certo e o errado que permeiam a inteligência, até o momento de atingir a perfeição e ser refletor da glória divina.
              O coração e o cérebro são a face e o centro dessas ondulações, geram a força do pensamento que tudo move, criando e transformando, destruindo e refazendo para purificar e sublimar. É na manifestação do pensamento que nascem as causas que criam as circunstâncias na experiência da vida diária, possibilitando ao espírito desenvolver-se rumo ao objetivo maior, que é a perfeição.
               Refletimos em nossa vida diária, de acordo com o estágio em que nos encontramos, os valores morais, intelectuais e de amorosidade aparecem através de nossos pensamentos, nossas ações e reações, isso ocorre do conhecimento e o aprendizado que adquirimos em vidas pregressas.
               Esses valores que já estão gravados em nossa mente e perispírito, alicerçam as realizações objetivas e subjetivas, que estão em constante processo de avaliação pela lei divina através de nossa consciência. É ali que tudo fica gravado e acondicionado, por isso as vezes surgem sentimentos de culpa, remorso e arrependimento, aos quais estamos sujeitos enquanto no caminho da evolução e pureza espiritual.
              As respostas dolorosas que as vezes a vida nos impõe, nada mais são do que reflexo daquilo que vai na mente do espírito, a dor se torna então o corretor comportamental que nos direciona ao melhor proceder. É a partir da nossa forma única de pensar, que todo pensamento se alicerça através do comportamento exteriorizado e vivenciado. Só aprendemos verdadeiramente quando vivenciamos e praticamos em nosso dia a dia.
               Somos, portanto, algozes de nós mesmos, a partir da nossa forma de pensar, agir e reagir é que podermos criar nosso céu ou inferno que desejamos. Nossas atitudes impactam diretamente nas circunstâncias da vida em que nos envolvemos diretamente e indiretamente, como também na conjuntura corporal, ou seja, nosso corpo, nossa mente e o ambiente físico e espiritual depende de nossas ações, sentimentos e palavras.
               André Luis no livro Mecanismos da Mediunidade nos diz que os órgãos corporais obedecem ao comando mental, é através do pensamento que mantemos coesão e equilíbrio aos órgãos e ao espírito. Nossas radiações mentais podem absorver ou repelir harmonia ou desarmonia. Não se pode culpar ninguém pelo nosso desequilíbrio.
                Nosso bem estar está associado aos princípios morais e intelectuais que sustentamos em nosso íntimo, adquiridos de vivências passadas. Conforme a integridade desses princípios é que resultará no controle da mente, no equilíbrio de nossos pensamentos e atitudes, na formação de anticorpos que geram saúde ao corpo orgânico e na energia que vibra ao nosso redor.
               A mente, o corpo e o espírito são o espelho de nossa alma, tudo o que nasce em nós, exterioriza ao nosso redor. Nunca a frase de Jesus teve tanto significado, é a partir de nosso vigiar e orar que criaremos uma mente saudável e um mundo melhor. 

segunda-feira, 6 de abril de 2020

O poder das palavras ditas ou pensadas

        Uma simples palavra, dita em determinada situação, pode estimular o bem estar, provocar reações positivas e nobres ou mesmo piorar e modificar a maneira de enfrentar os problemas de quem ouve. As palavras não foram criadas ou pensadas para serem jogadas ao vento.
         Existem pessoas que não acreditam no poder das palavras ou dos pensamentos, essas pessoas estão enganadas, se conseguissem ver a energia que circula ao redor do que falamos, pensamos ou sentimos, tenho certeza que mudariam seu pensar. Há pessoas que acreditam que xingar ou dizer algum palavão é uma resposta instintiva e natural e que não faz mal a ninguém, não é bem assim.
          Palavras ditas em momentos de raiva, criam uma energia nebulosa ao nosso redor, mesmo após horas do ocorrido, mesmo quando você já tenha esquecido do que disse, essa energia continuará ao seu lado e irá interagir em sua vida, até que você se desequilibre novamente. É como um imã que fica ali parado só esperando algum metal ser atraído por seu magnetismo. Energias ruins irão atrair energias ruins. 
          Da mesma forma que quando ajudamos alguém com palavras, gestos ou orações, sentimos um bem estar contagiante que permanece ao nosso lado por dias. Que tipo de energia você quer circulando ao seu redor?
          Para os estudiosos do mente humana, o hábito de falar palavras obscenas, por qualquer motivo é um distúrbio tanto psíquico quanto moral. Em verdade, teoricamente falando, a aparelhagem fonética humana evolui em uma única direção, ao aprimoramento e evolução espiritual.
          A palavra propriamente dita evoluiu do som gutural dos nossos antepassados hominídeos e foi passando por uma gama de vocabulários, cujos significados intrínsecos e explícitos são muito mais amplos. Fica evidente que uma oração, oriunda de bons pensamentos e originada do mais elevado sentimento, é um grande instrumento para o bem, para beleza e para perfeição divina, atuando em nós, no ambiente e em prol do ouvinte que está ao nosso lado.
           Por isso é necessário que fujamos dos palavões, dos xingamentos, sejam eles verbais ou mentais, para que não adentremos a essa onda negativa ou de formas pensamentos nebulosas que atuam de forma contínua, gerando alimentos ruins em nossa mente e corpo.
           Lembremos que somos responsáveis pelas consequências diretas ou indiretas das palavras e pensamentos que proferimos a esmo. Como já disse em outras oportunidades, somos o que falamos, pensamos, sentimos e emanamos.
           Quem tem sede de se aprimorar espiritualmente, moralmente e mentalmente, deve analisar com critério o que verbaliza diariamente. Os espíritos elevados só se aproximam por sintonia, cuidado com o seu falar, pensar e agir.  Envolva-se no bem e seja feliz.  

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Coerência

          Valores como honestidade, ética e postura moral, podem definir quem somos e revelam nossa coerência no convívio social. Como conciliar atitudes indecorosas, violentas ou atentados ao bom senso entre pessoas que se dizem cristãos?
          Todas as religiões ou doutrinas pregam mais ou menos as mesmas coisas, fazer o bem, ser caridoso, mas infelizmente frequentar uma casa religiosa não nos define como boas pessoas. Existe uma grande incoerência entre o que é pregado no meio religioso e como vivenciamos isso em nosso dia a dia. Por outro lado as religiões não podem responder pelo comportamento de seus frequentadores. Todo e qualquer comportamento contrário ao que é ensinado na instituição religiosa deve ser creditado a insanidade humana que insiste em burlar a própria consciência.
          Poderia citar muitas formas de erros que são cometidos e vinculados a outros a culpa. É sempre culpa do governo se não consigo ter sorte, é culpa do patrão que me paga pouco e não sobra dinheiro no final do mês, afinal beber cerveja é essencial. Agimos de forma em que é permitido adotar certos comportamentos em prol de culparmos os outros e nós sairmos de vitimas, jamais é culpa de nossas decisões desequilibradas.
          Outra coisa muito comum no meio espiritualista é culparmos um espírito se algo não acontece como desejamos, é a influência espiritual sendo responsabilizada pelos atos desrespeitosos e anti-sociais que praticamos. Desse jeito é fácil, afinal somos manipulados pelos políticos, pelo patrão, pela esposa ou esposo, pelos espíritos, mas aonde está o livre arbítrio, não temos consciência do que é certo ou errado?
           Não se pode culpar os outros pela falta de coerência que nós temos em não assumir nossa responsabilidade perante nossos atos. Cada ato, atitude, palavra e pensamento gera consequências e cabe a cada um de nós aceitarmos e vivermos com o que estamos gerando.
           Atualmente, vivemos uma pandemia no planeta, um simples vírus da gripe que foi modificado pelo tempo ou em laboratório está disseminando o medo e pavor da doença e morte que ele pode causar. A coerência deixou de existir, se é que ela existe no intimo de alguns humanos. É necessário uma mudança de comportamento, de higiene e até de bom senso, sabemos que o sentimento de medo baixa a imunidade e nos adoece emocionalmente.
           Como sermos coerentes em meio a tanto pavor ou pessoas desequilibradas emocionalmente? É simples, bom senso, ética e trabalhar as emoções. Não existe mudança rápida, tudo acontece de forma lenta e gradativa. Faz parte da ética não disseminarmos palavras, vídeos ou mensagens negativas, se não tiver algo bom para compartilhar, não compartilhe nada. Aproveite esse momento de reclusão para cuidar de seus pensamentos e emoções, faça meditação, assista bons filmes, leia um livro edificante, crie o hábito de gerar boas energias, somente assim conseguirá adquirir coerência em seu falar, em seu agir e na sua vida.

segunda-feira, 30 de março de 2020

O triste hábito de rotular pessoas

           O planeta terra é habitado por vários tipos de criaturas, dentre elas estão as plantas, os animais e nós seres humanos. Todos agimos, reagimos e interagimos com o meio ambiente, alguns guiados por instintos e outros pela necessidade.
           O ser humano, além de existir pode modificar sua existência, pode também atuar no meio e transformar essa existência em algo melhor e muito mais proveitoso. A medida que evoluímos, tudo ao nosso redor também o faz, o planeta, as plantas, os animais, todos se beneficiam do crescimento do ser humano.
           Nossas complexas estruturas psíquicas nos fazem reagir positivamente ou negativamente aos estímulos externos mediante nosso livre arbítrio. Dessas reações decorrem as demonstrações de força ou fraqueza, de coragem ou covardia, de fé ou descrença, de amor ou ódio, de altruísmo ou egoísmo, de humildade ou orgulho.
           Um dos maiores hábitos enraizados profundamente em nós é o de rotular coisas, situações ou pessoas. Rotulamos pessoas com dificuldades, com algum tipo de deficiência, pobres, ricos, homens, mulheres, crianças, negros, homossexuais, heróis, bandidos, são tantos rótulos que fica até difícil enumera-los.
          Quando rotulamos alguém, esquecemos que por trás desse rótulo existe uma pessoa, uma família, com sentimentos e qualidades próprias. Esse péssimo hábito de rotular não está somente na rua, está dentro de uma sala de aula, as vezes dentro de nossa casa, dentro de uma instituição religiosa.
           O grande problema não está no local, mas sim em nós que não conseguimos tirar de nossa mente  esse hábito nefasto. Ideias diferentes acabam por se transformar em movimentos paralelos, infelizmente linhas paralelas não se encontram nunca.
           No espiritismo se você estuda a ciência da doutrina, você é um estudioso científico, mas se gosta da doutrina como religião, então você é espiritualista ou religioso, porque existe rótulo onde deveria existir compaixão?
           Se você não concorda com certas práticas ortodoxas antigas e tem vontade de fazer algo novo para atrair um público maior, imediatamente aquele que se diz seu amigo de anos será o primeiro a dizer que você está sofrendo má influência espiritual. Será que ninguém pode ter opinião diferente da nossa?
           A melhor maneira de sairmos dessa sintonia de rótulos é mudarmos nossos pensamentos. É aceitar que todos tem direito a ter opinião, da mesma forma que queremos respeito, é preciso respeitarmos também. É a famosa empatia, respeito, bom senso, caridade e compreensão com todos que sofrem e com as diferenças.
           Evoluímos com as diferenças, são elas que nos ajudam a desenvolver tolerância, paciência e caridade. Comece a respeitar os que convivem com você e vá aos poucos ampliando a todos que circulam ao seu redor. Seja mais leve com os julgamentos, ame mais e reclame menos.   

sexta-feira, 27 de março de 2020

Quem tem medo da morte?

           Um certo homem transitava por uma estrada deserta, altas horas. Era noite escura, sem luar, sem estrelas a brilhar. Seguia apreensivo, afinal era comum assaltos nessa região. Percebe que está sendo seguido. Um calafrio toma conta de seu ser, com certa dificuldade pergunta em voz alta:
           -Olá. Quem vem aí?
           Percebe que sua voz saiu tremula, será que mais alguém sabe que ele está apavorado? Espera por resposta e ela não vem. Apressa o passo e percebe que seu perseguidor também faz isso, corre desesperadamente. E é seguido pelo desconhecido.
          Apavorado, corre com todas as forças de suas pernas, o coração parece galopar no peito, seus pulmões quase não conseguem enviar ar suficiente para o resto do corpo. Ele sente que a vida está lhe deixando, como que por milagre, vê um poste de luz, corre para lá e de certa maneira embaixo da luz adquire confiança para olhar em direção a escuridão.
          Olha para trás e o medo desaparece de uma vez. Seu perseguidor era um burro velho, que costumava acompanhar todos que por ali passavam.
          O medo que este homem sentiu na noite escura é mais ou menos o mesmo medo que sentimos da morte. Muitos desenvolvem o conhecimento através de livros, palestras, do aprendizado que vivenciamos aqui na terra, mas na hora de morrer, um medo toma conta de seu ser, as vezes somos dominados por este medo ao ponto de nos desesperarmos com a possibilidade de uma doença ou do risco de morrer.
          A imortalidade é algo intuitivo na criatura humana. Mas muitos ainda tem medo do desconhecido que é o mundo espiritual ou do que vamos encontrar ao chegarmos no lado de lá. Será que irei para um lugar bom ou ruim?
          Pode-se dizer que a confiança na espiritualidade é como o poste de luz, que ilumina os caminhos misteriosos do retorno, que afugenta os medos e temores sem fundamento, que nos salva dos constrangimentos perturbadores.
           De forma racional as doutrinas espiritualistas, esclarecem acerca da sobrevivência da alma, descerrando a cortina que separa os dois mundos. No espiritismo aprendemos a encarrar com serenidade a morte, alguns chamam de desencarnação, ou seja, saiu da carne, o corpo morre, mas o espírito jamais.
           A única coisa certa é que todos iremos desencarnar um dia, ter medo só vai ajudar a atrair muitos espíritos angustiados para o nosso lado. A terra é uma oficina onde colocamos em pratica todo o aprendizado que vivenciamos em vidas pregressas, é aonde confrontamos nossos medos e procuramos supera-los da melhor maneira.
           O planeta terra é um hospital para os desajustados corrigirem suas viciações pretéritas, é uma escola para os que já aprenderam que a vida não é um simples acidente biológico e nem a jornada humana uma simples recreação. A terra muitas vezes é uma prisão, uma expiação dolorosa para os que precisam resgatar débitos relacionados a crimes cometidos.
            Ter medo é até compreensível para quem não tem conhecimento, mas para nós que estudamos ou praticamos uma doutrina espiritualista não cabe sentirmos medo, mas sim confiarmos na ajuda espiritual. É necessário desenvolvermos fé, confiança e certeza que nada acontece sem um motivo, tudo é para nossa evolução e aprendizado.
            Quando chegar o momento de se desvincilhar deste corpo carnal, não tenha medo, aceite com serenidade que você fez o seu melhor, tenha a humildade de pedir por ajuda, somente assim poderá retornar ao convívio de seus amigos espirituais com alegria e equilíbrio. Estamos de passagem pelo planeta terra, nossa casa é o mundo espiritual.
             Deixe para trás tudo o que possa te prender, desapegue-se dos bens materiais, das pessoas, dos sentimentos, afinal a separação é temporária. Somos usufrutuários de tudo, nada nos pertence, somente o conhecimento é realmente nosso. 

terça-feira, 24 de março de 2020

Mãos enferrujadas

        Quando Marcos deixou o corpo físico, após mais de setenta anos vivendo no planeta terra, tinha certeza que iria para o céu, próximo a familiares e amigos. Não era má pessoa, pelo contrário, nasceu em berço de ouro como se costuma dizer, filho único de família riquíssima, nunca precisou trabalhar, aproveitou seu tempo para estudar e adquirir conhecimento.
        Era um bom parente, ajudava a todos com grandes quantias para que não o procurassem, mesmo não frequentando nenhuma igreja, fazia doações vultuosas. Gostava de viver em isolamento, interagia o mínimo possível, afinal se achava superior a todos, seja pelo dinheiro que possuía ou pelo conhecimento. Casou-se, teve filhos, mas não tirava nenhum minuto de sua rotina de estudos para estar com sua família.
        Ao chegar no plano espiritual, percebe que a vida continuava, tinha água para matar sua sede, o alimento sempre lhe aparecia quando estava com fome, mas seus braços não se mexiam, pareciam pedras. Observava a vida dos que ali chegavam e saiam do lugar onde acordou. Viu de longe sua cozinheira ser recebida e amparada por seres de luz, mas para ele que era rico e bom com todos, ninguém veio ajuda-lo.
        Passados alguns anos, já conformado com sua situação, alguém vem a seu encontro e o leva para o julgamento. Não era um julgamento convencional, apenas alguns foram escolhidos para conversar, ele era o último da fila. Quando chega a sua vez chorra, clama por ajuda, mostra os braços petrificados, faz um relato do quanto foi boa pessoa, dos que ajudou, mas é interrompido pelo juiz.
        -Meu amigo, não se trata de sua biografia, o tempo é curto, vamos ao que interessa.
        O juiz examina-o detidamente, passados alguns instantes pergunta:
        -Sua mente me diz que estudou muito, afinal sabes interagir. Você era casado?
        -Sim.
        -Teve filhos? cuidou deles?
        -Tive filhos, nunca cuidei deles, pois tínhamos muitos empregados.
        -Cuidou de sua casa?
        -Era minha mulher quem cuidava de tudo.
        -E quando seus filhos cresceram, ajudo-os na escolha de uma profissão?
        -Tínhamos professores particulares para isso.
        -Sofreu com o sofrimento dos seus amigos?
        -Sempre fugi das amizades, tinha receio, não queria prejudicar ou ser prejudicado.
        -Precisou trabalhar para garantir o sustento de sua família ou exercer alguma profissão?
        -Não, meus pais me deixaram uma grande fortuna, só administrei.
        O julgador parou, observou, refletiu por algum tempo e continuou:
        -Marcos você adotou alguma religião?
        -Sou cristão.
        -Ajudou os católicos?
        -Ajudei financeiramente, mas, detesto os sacerdotes.
        -Ajudou outras igrejas?
        -De modo algum, são extremamente intolerantes.
        -Seguia o espiritismo?
        -Não, tenho medo desse pessoal.
        -Amparou doentes em nome do Cristo?
        -A terra possui numerosos enfermeiros.
        -Auxiliou crianças abandonadas?
        -Existem creches para isso.
        -Escreveu alguma página consoladora em prol de alguém?
        -Para que? O mundo está cheio de livros e escritores.
        -Socorreu algum animal desprotegido?
        -Não.
        -Plantou alguma árvore ou cultivou a terra?
        -Nunca.
        O instrutor espiritual perguntou sobre todas as atividades dignas e conhecidas que Marcos poderia ter praticado e disse a sentença:
        -Meu amigo, você tem mãos enferrujadas.
        Marcos olha sem entender nada, fica sem palavras. O instrutor continua:
        -Você não usou nenhum de seus talentos, deixou a vida ir passando. Seu remédio é regressar a lição. Repita o curso terrestre.
         Marcos tenta argumentar, queria mais explicações.
         O juiz no entanto tinha mais coisas a fazer, delega um dos companheiros para que ajude Marcos.
         Luis era amável e paciente, já estava desencarnado a bastante tempo, ouve todas as lamentações de Marcos e por fim diz:
         -Vamos meu amigo, você deve se apressar para entrar na fila.
         -Fila?
         -Sim, fila da reencarnação meu amigo, é través dela que você mudará suas percepções e ampliará suas virtudes, através do trabalho e ajudando a todos que estiverem no seu caminho.
         E puxando o paralitico pelos ombros, concluía sorrindo:
         -Você precisa de movimentação.
      

quinta-feira, 19 de março de 2020

Doenças e epidemias na visão espírita

            A doença da vez é o corona vírus que está causando um desequilíbrio em nossa mente e corpo, virou epidemia pelo contágio rápido e também pelo desespero e pânico que causa nas pessoas. O vírus responsável por essa epidemia é conhecido pelos médicos desde 1960, costuma apresentar infecções leves a moderadas e até graves, de uma gripe se transforma em pneumonia,  podendo levar a morte em certas pessoas.
           Independente das medidas urgentes de contenção, visando estancar a proliferação do vírus, vale refletir sobre o aspecto espiritual dessa comoção. Porque nem todos são contaminados?  Porque apenas 3% dos contaminados morrem(segundo a organização mundial da saúde) e outros não? As vezes na mesma família onde todos se protegem igualmente, apenas um adquire a doença que leva a seu óbito?
           Nós vivemos em um planeta totalmente material, nosso corpo é denso e não possui imunidade para a maioria das doenças. Nos mundos e planetas mais evoluídos, o corpo deixa de ser material, sua depuração é maior e não está sujeito a essa vastidão de enfermidades. O mal não existe nos mundos superiores e nem a expiação, fator que nos deixa abertos a todo tipo de depuração, seja ela moral, espiritual ou física.
           No planeta terra, vivemos ainda uma infância espiritual, temos necessidade do mal para entender o bem, da noite para admirar a luz e da doença para apreciar e valorizar a saúde. No livro dos espíritos, pergunta 728: ''É preciso que tudo se destrua para renascer e se regenerar, porque o chamais de destruição não é senão uma transformação que tem por objetivo a renovação e melhoramento dos seres vivos.'' A morte é uma forma de melhoramento e mudança evolutiva, estamos em momentos de transição, como o nome mesmo diz, tudo é passageiro, até nós somos passageiros aqui na terra.
          Para os espíritas não há acasos, é lógico que uma epidemia assusta, mas nada acontece que já  não esteja programado, essa é a lei maior, não existe coincidências ou acaso, tudo está acontecendo para nossa evolução e melhora moral. Após todas as grandes tragedias e epidemias na história do planeta terra, sempre existiu um crescimento tecnológico, moral e orgânico, afinal precisamos nos adaptar a tudo.
          O pensamento materialista nos leva ao desespero e a conclusões precipitadas e nisso pode-se incluir percepções errôneas referentes a castigos, confusão, desleixo e fatalidade. A visão espiritualista nos coloca acima dos males físicos, convida-nos a trabalhar e confiar no futuro para superarmos as dificuldades.
          Em épocas de tragedias e pandemias determinadas pela sabedoria divina existe uma troca maior entre os habitantes do plano físico e dos mundos espirituais, enquanto milhares morrem, outros tantos se preparam para renascer e recomeçar uma vida de aprendizados, ninguém morre antes do previsto, mas há casos em que é preciso uma comoção para ajudar na mudança energética do planeta, faz parte da lei de destruição e renovação.
           No livro Evolução em dois mundos do espírito André Luiz, psicografia do querido Chico Xavier, ao qual pergunta-se: a invasão microbiana está vinculada a causas espirituais? A resposta é ''excetuados os quadros infecciosos pelos quais se responsabiliza a ausência de higiene comum, as depressões criadas em nós por nós mesmos, nos domínios do abuso de nossas forças, seja adulterando as trocas vitais do cosmo orgânico pela rendição ao desequilíbrio, seja estabelecendo perturbações em prejuízo dos outros, plasmam nos tecidos fisiopsicossomáticos que nos constituem o veículo de expressão determinados campos de ruptura na harmonia celular.''
           Trocando por palavras simples, são nossos desajustes emocionais, o descuido com a alimentação, saúde, o mau uso do desejo sexual e nossos pensamentos negativos que abrem caminho para uma invasão microbiana e dificultam a regeneração natural das células, instalando-se assim a doença, causada pela desarmonia de nossas escolhas conscientes ou inconscientes, de hoje ou de vidas pregressas.
          Quase todos os processos de doenças surgem como fenômenos secundários sobre a zona de predisposição enfermiça que criamos em nosso corpo, pelo desequilíbrio de nossas forças mentais, que podem gerar ruptura ou soluções nos pontos de interação entre o corpo espiritual e físico, ao qual a doença pode aparecer conforme nossa predisposição genética ou em decorrência de nossos pensamentos e atitudes em desalinho com nossa evolução. Não existe fatalidade, mas sim mudança de plano para não errarmos mais.
           Cuide de seu corpo físico para que ele seja imune a doenças, aumente seus cuidados com a higiene e alimentação, mas cuide muito mais de seu espírito, o corpo perece mais cedo ou tarde, o espírito é imortal e tira aprendizado de todos os sofrimentos. Confie em Deus e na justiça divina, tudo acontece por um fim maior, aproveite esse tempo de reclusão e olhe com generosidade para seu interior, cuide das suas emoções, de seus sentimentos e suas atitudes, faça a reforma íntima e confie no universo, há males que nos elevam e engrandecem nossa alma.