segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Aprendendo com as crianças

       Sempre que posso costumo visitar um lar de crianças. Crianças essas que são tiradas de seus familiares por causa de maus tratos ou pelo fato dos pais serem dependentes químicos e não terem condições psicológicas de cria-los. São crianças muito carentes emocionalmente, necessitam de muito afeto, abraços, beijos, enfim, vamos lá para brincar com elas e ama-las, mas não sei quem sai ganhando mais nessa troca de amor, acho que sou eu...

        A energia que sinto quando estou brincando com essas crianças é algo que nem sei explicar, as vezes consigo ver nitidamente muitos espíritos nos envolvendo em energias curativas e calmantes, pois são crianças agitadas naturalmente até pelo fato de algumas saberem foram abandonadas pelas famílias. Dia desses estava lendo um livro para um dos meninos e ele me disse que tem um amiguinho que morra lá na sala dos livros, fiquei curiosa e perguntei:
        -Como assim mora na sala dos livros? Esse seu amigo não dorme no quarto com você?
        -Não tia, ele disse que vive aqui embaixo.
 A sala dos livros fica no andar de baixo, junto com outros brinquedos, fantasias e o pátio da casa-lar.
        -Será que se você me levar lá, e chamar o teu amigo ele vem me conhecer?
        -Não sei tia, quando tem alguém comigo ele não aparece, os outros acham que é mentira minha.
        -Que tal a gente ir lá agora que não tem ninguém pra ver se ele aparece, Gabriel?
        Fomos sem que as outras crianças percebessem, ao chegarmos lá, antes mesmo de Gabriel chamar pelo amigo eu já o tinha visto. Fui conversar com ele, Carlinhos é seu nome, disse-me também que uma das meninas que morra ali é sua irmã, ele havia morrido,antes mesmo dela vir para a casa, mas ele sempre que podia vinha visita-la, só que ela não o via, mas Gabriel sim, e eles ficaram amigos. Nisso entra uma menina e Carlinhos desaparece...
          Eu e Gabriel saímos e fomos brincar um pouco mais.... O dia que vou no lar aprendo o quanto somos felizes por termos uma família que nos ama, e o quanto é difícil amar sem esperar nada em troca, mas também é muito libertador quando se consegue, eu já consigo...
       

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